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quarta-feira, 12 de outubro de 2022

Adherbal Stresser, pioneiro da imprensa independente no Paraná

O jornalismo independente, comprometido com os valores do campo democrata e progressista, está promovendo uma verdadeira revolução das comunicações em nosso país, e é importante reconhecer que todos temos um ancestral em comum. Sou neto do pioneiro da imprensa livre no estado do Paraná, o estimado jornalista Adherbal Gaertner Stresser.

Em 1929, meu querido avô, com apenas 21 anos de idade, publicou duas edições de seu primeiro jornal, o "Vanguarda", veículo corajoso que denunciou uma dinastia de plutocratas tiranos que, naquela época, dominavam o estado do Paraná sem qualquer oposição da imprensa subserviente.

Essas publicações foram o primeiro libelo a revelar as até então ocultas ligações entre as famílias tradicionais que governavam o Paraná no início do século passado. Adherbal não era um jornalista amador, já havia trabalhado na sucursal do "Estado de São Paulo" no Rio de Janeiro, antes de retornar a Curitiba em 1929, convidado para trabalhar no jornal "Diário da Tarde".

Em 1930, ele deixou a redação do "Diário da Tarde" para se tornar editor-chefe da "Gazeta do Povo", cargo que deixou voluntariamente em 1932 para fundar seu próprio jornal diário, o "Correio do Paraná".

A biografia desse homem, que até hoje é considerado o maior nome da imprensa paranaense, é verdadeiramente um norte para ser seguido por qualquer jornalista da atualidade e uma grande fonte de inspiração para mim. Sou a quarta geração consecutiva de jornalistas da família Stresser, bisneto do Augusto Stresser, que iniciou essa tradição na família, seguido por meu avô Adherbal, pelo meu pai, Ronald, profissão que hoje também exerço convicto de que não há poder maior do que o da verdade.

Adherbal é descrito por historiadores e seus colegas de redação como um homem combativo e notável. Além de sua carreira no jornalismo ele foi deputado estadual (cassado pelo golpe de 1937) e ocupou cargos governamentais de extrema confiança do grande estadista Bento Munhoz da Rocha Netto, por quem sempre nutriu grande estia e admiração. Adherbal também foi diretor-presidente da sucursal dos Diários Associados nos estados do Paraná e Santa Catarina, sócio majoritário e diretor-presidente do jornal "Diário do Paraná" e das emissoras de televisão "TV Paraná Canal 6" em Curitiba e "TV Coroados Canal 3" em Londrina. Além disso, foi professor catedrático do curso de jornalismo na UFPR e na PUC Paraná, para os quais ministrou a aula magna.

Ao retornar do Rio de Janeiro, meu avô constatou que pouco ou nada havia mudado em nosso estado. Como um verdadeiro democrata e progressista, ele fundou corajosamente o jornal "Vanguarda" e revelou quem eram os "donos do poder" no Estado do Paraná, que na época era governado pelo clã do Affonso de Camargo, que foi presidente do estado (1916-1920) e governador (1928-1930). O "Vanguarda", sob a direção de Adherbal Stresser, é a semente do jornalismo combativo, livre e independente em nosso amado estado do Paraná. 

Jornalista: 0012713/PR




















quarta-feira, 7 de setembro de 2022

Como resolver a questão das ocupações urbanas irregulares?

Foto: iStock/Carta Capital

As soluções para ocupações urbanas e rurais são complexas e exigem um estudo sério e minucioso para o planejamento de abordagens multidisciplinares, soluções integradas, estudos de impacto socioeconômico e ambiental, colocando sempre em primeiro lugar o fator humano. Abaixo enumeramos apenas algumas medidas básicas, que devem ser sempre consideradas para a implantação de programas habitacionais, e na resolução de conflitos fundiários derivados de ocupações populares:

Regularização fundiária: Uma das estratégias é implementar programas de regularização fundiária que buscam legalizar e regularizar áreas ocupadas de maneira ilegal ou irregular. Esses programas envolvem a identificação dos ocupantes, das  necessidades de cada grupo, a definição de critérios para regularização, perícias para desapropriação das áreas ocupadas por comunidades, concessão de títulos de propriedade, provisão de infraestrutura e serviços básicos. O programa Minha Casa Minha Vida, do Governo Federal, é referência, e torna possível o investimento necessário ao financiamento e construção de conjuntos habitacionais destinados àqueles que ainda não possuem a casa própria. A desapropriação de áreas somada so financiamento público dos mutirões também é viável, dependendo da análise e do estudo de soluções viáveis para resolução de eventuais demandas jurídicas para regularização de  áreas ocupadas.

Planejamento urbano adequado: É fundamental adotar um planejamento urbano eficiente, com zoneamentos claros e regulamentos de uso do solo bem definidos. Isso pode ajudar a evitar novas ocupações ilegais, direcionando o crescimento urbano de forma sustentável e fornecendo opções habitacionais acessíveis que atendam à população e os critérios dos programas habitacionais.

Melhoria das condições habitacionais: Investimentos em habitação social e programas de moradia de interesse social podem ajudar a oferecer opções habitacionais adequadas para famílias de baixa renda, reduzindo a pressão por ocupações irregulares. Essas iniciativas devem ser acompanhadas pela provisão de infraestrutura básica, como água potável, eletricidade, saneamento e transporte público.

Participação comunitária e educação: O investimento na conscientização e na educação da comunidade é fundamental para as iniciativas de educação cívica e participação comunitária, que podem ajudar a informar os cidadãos sobre os riscos e consequências das invasões, promovendo uma política de locação e relocação daqueles que se encontram em vulnerabilidade social, até que o Estado possa lhes fornecer a tão sonhada moradia com endereço fixo.

Integração de políticas e atores: É importante promover a integração de políticas e a cooperação entre diferentes atores, como governos municipais, estaduais e federal, organizações não governamentais, comunidades locais e setor privado. A abordagem colaborativa pode ajudar a desenvolver soluções mais eficazes e sustentáveis para lidar tanto com as ocupações ocupações urbanas quanto com as rurais.

Investimentos em desenvolvimento socioeconômico: A falta de opções de emprego e oportunidades socioeconômicas é um fator que contribui para a ocupação de áreas não demarcadas. Portanto, os investimentos no desenvolvimento econômico local, geração de empregos, capacitação profissional e inclusão social são formas de abordar de maneira inteligente e sustentável as causas subjacentes que são geradoras das ocupações irregulares.

É importante destacar que cada contexto urbano é único. As soluções variam e devem ser adaptadas às características específicas de cada região. Além disso, o envolvimento e o diálogo contínuo com as comunidades afetadas é a melhor maneira de  entender suas necessidades e buscar as soluções adequadas.

Acreditamos ser importante frisar que sempre que houver condição devem ser adotadas políticas de Despejo Zero, salvo em áreas de risco fluvial ou geológico - como é o caso de imóveis interditados por órgãos como o Corpo de Bombeiros e/ou a Defesa Civil - casos que requerem relocação imediata dos indivíduos e/ou famílias até que seja viabilizada a transferência dos mesmo para a tão sonhada casa própria.

domingo, 14 de agosto de 2022

Quais as vantagens do uso do VLT em grandes centros urbanos?

Viagem inaugural do VLT Carioca, no centro da cidade. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A implantação do sistema de veículo leve sobre trilhos (VLT) é uma solução inteligente para grandes centros urbanos. Existe uma série de vantagens, sendo que se destaca se tratar de um transporte coletivo  com emissão zero, ou seja, é um veículo que não emite CO² (gás carbônico). Enumeramos abaixo o que são amplamente reconhecidas como as principais vantagens do uso desta tecnologia:

  1. Capacidade de transporte: Os VLTs possuem uma capacidade de transporte significativa, podendo transportar um grande número de passageiros em cada viagem. Eles podem ser configurados com várias composições de carros, permitindo aumentar ou diminuir a capacidade de acordo com a demanda.
  2. Eficiência energética: Os VLTs são mais eficientes em termos de energia em comparação com os veículos movidos a combustíveis fósseis, pois geralmente são alimentados por eletricidade. Isso ajuda a reduzir a poluição do ar e as emissões de gases de efeito estufa.
  3. Redução do tráfego: Ao proporcionar uma alternativa de transporte público confiável e eficiente, os VLTs podem ajudar a reduzir o número de veículos particulares nas estradas. Isso contribui para a diminuição do congestionamento e melhora a fluidez do tráfego nas grandes cidades.
  4. Menor espaço necessário: Os VLTs ocupam menos espaço em comparação com outras formas de transporte, como o metrô. Eles podem ser integrados ao ambiente urbano existente, com linhas que passam por ruas compartilhadas com outros veículos. Isso facilita a expansão e a adaptação do sistema de transporte em áreas urbanas densas.
  5. Acessibilidade: Os VLTs são projetados para serem acessíveis a todos os passageiros, incluindo pessoas com mobilidade reduzida. Eles geralmente possuem plataformas niveladas com as estações, facilitando o acesso para cadeiras de rodas, carrinhos de bebê e pessoas com dificuldades de locomoção.
  6. Confiabilidade e regularidade: Os sistemas de VLT são conhecidos por sua confiabilidade e regularidade. Eles geralmente operam em horários fixos e têm menor probabilidade de atrasos causados por congestionamentos de tráfego, uma vez que têm faixas exclusivas ou prioridade de passagem em relação aos outros veículos.
  7. Desenvolvimento urbano sustentável: A implementação de um sistema de VLT pode ter um impacto positivo no desenvolvimento urbano sustentável. As linhas de VLT podem servir como catalisadores para a revitalização de áreas urbanas, atraindo investimentos e estimulando o comércio local ao longo do seu percurso.

É importante ressaltar que as vantagens específicas podem variar dependendo do contexto urbano, como o relevo, a densidade de área construída, o espaço de circulação e fluxo de usuários do sistema. 

Antes da implementação do sistema de VLT é primordial um levantamento completo, como tecnologias de mapeamento com drones, imagens de satélite, levantamento topográfico e sistemas de informações geográficas (SIG).

Apenas após a coleta das informações demográficas, geográficas, estruturais, econômicas e sociais é possível calcular e avaliar a relação custo/benefício da implantação dos VLTs em sua cidade.

sexta-feira, 1 de julho de 2022

A responsabilidade de Mantega e Cardozo no Golpe de 2016

Sem Dilma, novos ministros investem em discurso de continuidade - Política - iG (Acessado em 12/06/23)

Guido Mantega e José Eduardo Cardozo desempenharam papéis diferentes durante o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, que ocorreu no Brasil em 2016.

Guido Mantega foi Ministro da Fazenda durante o governo de Dilma Rousseff. Ele foi um dos principais responsáveis pela política econômica implementada durante o segundo mandato de Dilma, que foi marcado por uma grave crise econômica no país. Mantega enfrentou críticas por suas decisões relacionadas à gestão fiscal e à condução da economia, o que contribuiu para o desgaste do governo Dilma e o aumento do apoio ao impeachment.

José Eduardo Cardozo, por sua vez, ocupava o cargo de Advogado-Geral da União durante o processo de impeachment. Ele foi responsável por defender juridicamente o governo Dilma durante as etapas iniciais do processo. Cardozo apresentou a defesa da presidente perante a Câmara dos Deputados e também perante o Senado Federal. No entanto, o impeachment acabou sendo aprovado tanto na Câmara quanto no Senado, resultando no afastamento de Dilma Rousseff da presidência.

É importante destacar que o impeachment de uma presidente é um processo político e jurídico complexo, envolvendo diversos atores e fatores. Mantega e Cardozo desempenharam seus respectivos papéis dentro desse contexto, mas é difícil atribuir a eles uma responsabilidade direta no resultado final do impeachment, pois o desfecho dependeu de votações parlamentares e de uma série de outros fatores políticos e sociais que influenciaram o processo. O importante é lembrar para não repetir.

terça-feira, 7 de junho de 2022

Qual é a importância da Liberdade de Imprensa?

A liberdade de imprensa é considerada um pilar fundamental da democracia e desempenha um papel crucial na promoção do debate aberto, na disseminação de informações e na troca de ideias na sociedade. Existem várias razões pelas quais a liberdade de imprensa é vista como positiva:

Difusão de múltiplos pontos de vista: A liberdade de imprensa permite que uma ampla gama de perspectivas e opiniões seja expressa e divulgada. Os meios de comunicação independentes têm o poder de questionar o status quo, investigar questões importantes e fornecer diferentes ângulos sobre assuntos de interesse público. Isso enriquece o discurso público e incentiva os cidadãos a considerar várias perspectivas antes de formar suas próprias opiniões.

Acesso à informação: A liberdade de imprensa desempenha um papel crucial na garantia do acesso à informação. Os meios de comunicação têm a responsabilidade de informar os cidadãos sobre eventos atuais, questões políticas, sociais e econômicas, escândalos, violações de direitos humanos e outros assuntos de interesse público. Ao fornecer informações precisas e confiáveis, a imprensa permite que as pessoas tomem decisões informadas e participem ativamente da vida democrática.

Fiscalização do poder: A liberdade de imprensa desempenha um papel essencial na fiscalização dos governos e das autoridades. Os meios de comunicação têm o poder de investigar e expor irregularidades, corrupção e abusos de poder. Isso ajuda a prevenir a impunidade, a responsabilizar os governantes e a garantir que os direitos dos cidadãos sejam protegidos. A imprensa independente atua como um contrapeso ao poder e contribui para a transparência e a prestação de contas.

Prevenção de tensões e conflitos: A liberdade de imprensa desempenha um papel importante na prevenção de tensões e conflitos. Ao permitir que diferentes perspectivas sejam ouvidas e debatidas, os meios de comunicação podem ajudar a resolver mal-entendidos, reduzir estereótipos e promover a compreensão mútua. A imprensa também pode servir como um espaço para o diálogo e a reconciliação em sociedades divididas ou pós-conflito.

Em suma, a liberdade de imprensa é considerada positiva porque contribui para a diversidade de opiniões, o acesso à informação, a fiscalização do poder e a prevenção de tensões e conflitos. Ela desempenha um papel fundamental na construção de sociedades informadas, participativas e democráticas. 

sábado, 23 de abril de 2022

Turbinas hidrelétricas urbanas

A mini turbina desenvolvida pela empresa Smart Hydro Power apresenta diversas vantagens e benefícios como uma alternativa às grandes usinas hidrelétricas. Suas características compactas e facilidade de instalação permitem que ela seja utilizada em canais com profundidade e largura mínima de dois metros, tornando-a versátil e aplicável em diferentes cenários.

A proteção reforçada contra detritos flutuantes, por meio do uso de cabos de aço inoxidável, garante que a turbina não seja danificada ou obstruída por resíduos presentes na água. Isso aumenta a durabilidade do dispositivo e evita interrupções na geração de energia.

A mini turbina também oferece a vantagem de uma produção constante de eletricidade, variando de acordo com o fluxo de água em cada local. Quanto maior a velocidade da corrente, maior será a quantidade de energia gerada. Essa característica permite aproveitar eficientemente a energia cinética das águas correntes, maximizando a geração elétrica.

Além disso, a tecnologia apresenta baixos custos de infraestrutura em comparação às grandes usinas hidrelétricas, que geralmente requerem a construção de barragens. A manutenção necessária é mínima, o que contribui para a redução dos custos operacionais e de manutenção a longo prazo.

A mini turbina da Smart Hydro Power é uma solução "fora da rede", o que significa que pode operar de forma totalmente independente da concessionária de energia. Isso a torna especialmente útil para áreas remotas ou regiões onde não há acesso à rede elétrica convencional. No entanto, a tecnologia também pode ser conectada à rede, possibilitando a venda de energia excedente ou o fornecimento adicional em momentos de alta demanda.

Uma única turbina pode gerar aproximadamente 8.500 kWh por ano, o suficiente para atender às necessidades energéticas de cerca de 30 residências. Essa capacidade de geração torna a mini turbina uma excelente opção para comunidades remotas ou áreas com instabilidade no fornecimento de energia.

No geral, a mini turbina da Smart Hydro Power representa uma solução inovadora e sustentável para a geração de energia elétrica a partir do movimento de correntes de rios. Com suas características técnicas e vantagens econômicas e ambientais, ela tem o potencial de fornecer energia limpa e acessível para comunidades que de outra forma não teriam acesso a uma fonte confiável de eletricidade.

domingo, 3 de abril de 2022

Por que não privatizar empresas de saneamento público?

Existem vários motivos para não deixarmos privatizarem as empresas de saneamento público. Água e esgoto. Aqui listamos os cinco principais.

A privatização de empresas de saneamento público tem sido um assunto controverso e debatido em várias partes do mundo. Aqui estão alguns argumentos frequentemente apresentados contra a privatização nesse setor:

Lucro acima do interesse público: As empresas privadas, por natureza, visam o lucro e a maximização dos retornos para seus acionistas. Ao privatizar empresas de saneamento, existe o risco de que o interesse público seja colocado em segundo plano, com o foco principal na obtenção de lucros. Isso pode resultar em aumento de tarifas para os consumidores e falta de investimentos em áreas menos lucrativas ou em comunidades de baixa renda.

Acesso desigual aos serviços: A privatização pode levar a uma maior segmentação do mercado, com as empresas privadas direcionando seus investimentos para áreas mais lucrativas, onde há maior poder aquisitivo. Isso pode resultar em desigualdades no acesso aos serviços de saneamento, deixando comunidades marginalizadas ou áreas rurais com acesso limitado ou inexistente a água potável e saneamento básico adequado.

Falta de transparência e prestação de contas: As empresas privadas estão sujeitas a menos regulamentações e prestação de contas em comparação com as empresas de saneamento público. A privatização pode dificultar o monitoramento e controle público dessas entidades, tornando mais difícil responsabilizá-las por falhas na prestação de serviços ou violações ambientais. Isso pode levar a uma diminuição da transparência e da qualidade dos serviços prestados.

Menos incentivo para investimentos em áreas não lucrativas: O saneamento básico muitas vezes é visto como um serviço essencial que deve ser fornecido a todos os cidadãos, independentemente de sua capacidade de pagar por ele. As empresas privadas podem não ter o mesmo incentivo para investir em áreas de baixa densidade populacional ou onde há menor potencial de retorno financeiro. Isso pode resultar em uma falta de investimentos nessas áreas, deixando comunidades inteiras sem acesso adequado a serviços de saneamento.

Alto risco de corrupção: A privatização de empresas de saneamento pode aumentar os riscos de corrupção, uma vez que há um maior envolvimento de atores privados no setor. A falta de regulamentação adequada, a concorrência desleal e a influência indevida podem levar a práticas corruptas, prejudicando a qualidade e a eficiência dos serviços de saneamento.

Esses são alguns dos argumentos frequentemente apresentados contra a privatização de empresas de saneamento público. No entanto, é importante destacar que há também argumentos a favor da privatização, os chamados defensores do estado mínimo, serviçais do mercado financeiro que geralmente acreditam na ideia totalmente ultrapassada de que a gestão privada pode levar a maior eficiência e melhores resultados - claro que eles só pensam nos resultados financeiros.

É necessário considerar cuidadosamente os prós e contras antes de tomar uma decisão sobre a privatização de um setor delicado, estratégico e que atende às necessidades básicas para a vida humana. Setor que é essencial para uma sociedade desenvolvida que forneça bons serviços a baixos custos para toda população.

Ideal é sempre promover uma consulta pública, que só a mesma deve ser realizada após aprofundamento dos estudos, socioeconômicos, ambientais, estratégicos e técnicos a respeito do tema.  O acesso comum às informações e com respeito à transparência de todo o processo, que leve a sociedade, como um todo, a compreender a importância dos sistemas de saneamento urbano e rural, podendo assim formar opinião crítica necessária para avaliar o que é melhor para a sociedade como um todo. Uma decisão como essa nos afeta diretamente e seu impacto perdurará por gerações.

Se faz bastante relevante ainda frisar - com relação aos serviços de saneamento básico - que: o acesso à água e ao saneamento básico é um direito humano fundamental, reconhecido pela ONU como “condição essencial para o gozo pleno da vida e dos demais direitos humanos” (Resolução 64/A/RES/64/292).

terça-feira, 29 de março de 2022

6 motivos para não privatizar as empresas de energia elétrica

A privatização de empresas de energia elétrica tem sido um tema controverso em muitos países e vários estão reestatizando empresas que haviam sido vendidas. Aqui estão alguns argumentos frequentemente apresentados contra a privatização dessas empresas:

1. Aumento dos preços: A privatização pode levar a um aumento nos preços da energia elétrica. As empresas privadas têm como objetivo principal maximizar os lucros, e isso pode resultar em tarifas mais altas para os consumidores. Além disso, as empresas privadas precisam cobrir os custos de investimento e operação, o que também pode refletir nos preços.

2. Monopólio natural: A geração e distribuição de energia elétrica são frequentemente consideradas monopólios naturais, pois exigem altos investimentos em infraestrutura. Ao privatizar essas empresas, pode-se criar monopólios privados que podem explorar os consumidores e dificultar a competição no mercado.

3. Falta de incentivo à universalização do serviço: As empresas privadas têm como objetivo principal obter lucro. Isso pode levar a uma menor motivação para fornecer serviços de energia elétrica em áreas remotas, de baixa densidade populacional ou de baixa renda, onde o retorno financeiro é menor. Como resultado, pode haver uma falta de acesso universal à energia elétrica.

4. Risco de apagões e interrupções no fornecimento: A privatização pode levar a uma redução nos investimentos em infraestrutura e manutenção, uma vez que as empresas privadas podem priorizar os lucros em detrimento da qualidade do serviço. Isso pode aumentar o risco de apagões e interrupções no fornecimento de energia elétrica.

5. Perda de controle público: A privatização implica na transferência do controle e propriedade da empresa do setor público para o setor privado. Isso pode resultar na perda de controle democrático sobre um recurso vital, como a energia elétrica. As decisões relacionadas a investimentos, tarifas e políticas não seriam mais tomadas de forma transparente e democrática.

6. Impacto ambiental negativo: Empresas privadas podem não priorizar a adoção de fontes de energia limpa e renovável, caso isso comprometa seus lucros. A preocupação com o meio ambiente e a transição para uma matriz energética sustentável podem ser negligenciadas em prol dos interesses financeiros.

Esses são apenas alguns dos argumentos contra a privatização de empresas de energia elétrica. É importante ressaltar que há defensores da privatização que acreditam que ela pode levar países do terceiro mundo, que não tem recursos para investir na produção e distribuição, a uma maior eficiência e inovação no setor. O debate em torno desse assunto é complexo e muitas vezes depende do contexto e das políticas específicas de cada país. 

domingo, 13 de março de 2022

O Cristo de Holbein e Dostoiévski

A partir do estudo do romance 'O Idiota' (1868) de Fiódor Mikhailovitch Dostoiévski e do quadro 'Cristo Morto na Tumba' (1521) do pintor alemão renascentista Hans Holbein (imagem acima), o jovem, este trabalho analisa o ponto de vista interno na estrutura composicional do romance levando em consideração a semiótica russa dos teóricos B.A. Uspênski e Iuri M. Lotman. Este trabalho procura demonstrar como a influência do quadro no autor pessoa é elaborada pelo autor criador (conforme definidos por Mikhail Bakhtin) no romance.

"Um Cristo morto que traz em todo seu semblante a dor e o sofrimento, um cadáver rígido que traz as marcas do tormento e da putrefação. Um Cristo homem despido de sua divindade. Foi este Cristo que tanto impressionou Dostoiévski. E foi retratado em um de seus romances mais íntimo e pessoal em que há um entrelaçamento de todas as suas convicções e apresenta em sua tessitura o ideal de perfeição e beleza.

A partir do estudo do romance 'O Idiota' (1868) de Fiódor Mikhailovitch Dostoiévski e do quadro 'Cristo Morto na Tumba' (1521) do pintor alemão renascentista Hans Holbein (imagem acima), o jovem, este trabalho analisa o ponto de vista interno na estrutura composicional do romance levando em consideração a semiótica russa dos teóricos B.A. Uspênski e Iuri M. Lotman. Este trabalho procura demonstrar como a influência do quadro no autor pessoa é elaborada pelo autor criador (conforme definidos por Mikhail Bakhtin) no romance.

O trabalho procura, nesse sentido, demonstrar a influência do quadro no autor pessoa na criação da obra 'O idiota'. Por meio da fala de seus personagens (príncipe Míchkin, Rogójin e Ipóllit) exteriorizam-se os sentimentos que emergiram em Dostoiévski quando pela primeira vez viu o quadro Cristo morto na Tumba." Priscila Rodrigues von Glehn

quinta-feira, 3 de março de 2022

O QUE É XENOFOBIA?

SOMOS TODOS MIGRANTES

XENOFOBIA É CRIME, DENUNCIE


O QUE É XENOFOBIA?  Atitudes, preconceitos e comportamentos que rejeitam, excluem e difamam as pessoas com base na percepção de que são estrangeiros à comunidade ou sociedade nacional. Pode ser caracterizada como qualquer sentimento de aversão, hostilidade, ódio, desconfiança ou repúdio em relação ao migrante, podendo existir uma estreita relação entre xenofobia e racismo.

O QUE É XENOFOBIA?

Atitudes, preconceitos e comportamentos que rejeitam, excluem e difamam as pessoas com base na percepção de que são estrangeiros à comunidade ou sociedade nacional. Pode ser caracterizada como qualquer sentimento de aversão, hostilidade, ódio, desconfiança ou repúdio em relação ao migrante, podendo existir uma estreita relação entre xenofobia e racismo.


QUAIS SÃO OS SEUS DIREITOS?

Direito de ser ouvido | Recebimento de tratamento digno | Direito à informação | Apoio jurídico | Serviços de apoio psicológico e assistencial | Denunciar o crime


COMO DENUNCIAR?

Ligue 190 nos casos de violência e agressão

Faça Boletim de Ocorrência na Delegacia de Polícia mais próxima

Disque 100 - Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos

Busque a Promotoria de Direitos Humanos do MP mais próxima *


ENDEREÇOS E TELEFONES DOS MINISTÉRIOS PÚBLICOS ESTADUAIS *


Procuradoria Geral de Justiça no Estado do Acre
Endereço: Rua Marechal Deodoro No 472 CEP: 69900-210 - Rio Branco-AC
Fone: (68) 3223-2002
Fax: (68) 3223-2065
Página na internet: www.mp.ac.gov.br


Procuradoria Geral de Justiça no Estado de Alagoas
Endereço: Rua Dr. Pedro Jorge de Melo e Silva, No 79 - Bairro Poço CEP: 57025-290 - Maceió-AL
Fone (82) 3336-6060
Fax: (82) 3336-5799
Página na internet: www.mp.al.gov.br


Procuradoria Geral de Justiça no Estado do Amazonas
Av. Cel. Teixeira, No 7995 – Nova Esperança CEP: 69030-480 - Manaus-AM
Fone: (92) 3655-0500
Página na internet: www.mp.am.gov.br


Procuradoria Geral de Justiça no Estado do Amapá
Endereço: Av. FAB, 64.
CEP: 68900-400 - Macapá-AP
Fone (96)212-8550/8551
Fax: (96) 223-4147 / 223-8196
Página na internet: www.mp.ap.gov.br


Procuradoria Geral de Justiça no Estado da Bahia
Endereço: Av. Joana Angélica, No 1312 – Nazaré CEP: 40050-001 - Salvador-BA
Fone: (71) 3103-6400
Página na internet: www.mp.ba.gov.br


Procuradoria Geral de Justiça no Estado do Ceará
Endereço: Rua Assunção 1100 – José Bonifácio CEP: 60050-011 - Fortaleza-CE
Fone (85) 3452-3700
Fax: (85) 3452-3777
Página na internet: www.mp.ce.gov.br


Procuradoria Geral de Justiça do Distrito Federal
Endereço: Sede Praça Municipal, lote 02 Eixo Monumental - Praça do Buriti CEP: 70091-900 - Brasília-DF
Fone (61) 3343-9500
Fax: (61) 3343-9715
Página na internet: www.mpdft.gov.br

       

Procuradoria Geral de Justiça no Estado do Espírito Santo
Endereço: Av. Humberto Martins de Paula, 350, Enseada do Suá CEP: 29050-265 – Vitória-ES
Fone: (27) 3224-4510
Página na internet: www.mp.es.gov.br


Procuradoria Geral de Justiça no Estado de Goiás
Endereço: Rua 23, Esq. Av. B - Quadra A6 Lotes 15 A 25 - Jardim Goiás CEP: 74805-100 - Goiânia-GO
Fone (62) 3243-8000
Fax: (62) 3243-8287
Página na internet: www.mp.go.gov.br


Procuradoria Geral de Justiça no Estado do Maranhão
Endereço: Rua Osvaldo Cruz, No 1396 – Centro CEP: 65020-910 - São Luis - MA
Fone (98) 3219-1606/1628/1611/1629
Fax: (98) 3232-6476
Página na internet: www.mp.ma.gov.br


Procuradoria Geral de Justiça no Estado de Minas Gerais
Endereço: Av. Álvares Cabral, No. 1690 - 12o Andar - Santo Agostinho CEP: 30170-001 - Belo Horizonte-MG
Fone: (31) 3330-8001/8263
Fax: (31) 3291-6362
Página na internet: www.mp.mg.gov.br


Procuradoria Geral de Justiça no Estado do Mato Grosso do Sul
Endereço: Av. Presidente Manoel Ferraz de Campos Sales no 214 Jardim Veraneio CEP: 70031-907 - Campo Grande-MS
Fone (67) 3318-2000
Fax: (67) 3326-3279
Página na internet: www.mp.ms.gov.br


Procuradoria Geral de Justiça no Estado do Mato Grosso
Endereço: Rua 6, S/No. Ed. Sede do Ministério Público Cento Político e Administrativo CEP: 78050-070 - Cuiabá-MT
Fone: (65) 3613-5100
Fax: (65)3644-5143
Página na internet: www.mp.mt.gov.br


Procuradoria Geral de Justiça no Estado do Pará
Endereço: Rua João Diogo, No 100 - Ed. Sede - Cidade Velha CEP: 66015-160 - Belém-PA
Fone: (91) 4006-3400
Fax: (91) 3223-3585
Página na internet: www.mp.pa.gov.br


Procuradoria Geral de Justiça no Estado da Paraíba
Fone: (83) 2107-6000/2107-6002
Fax: (83) 2107-6003
Endereço: Rua Rodrigo de Aquino, S/No – Centro CEP: 58013-030 - João Pessoa-PB
Página na internet: www.mp.pb.gov.br


Procuradoria Geral de Justiça no Estado de Pernambuco
Endereço: Rua do Imperador Dom Pedro II, No 473 - Bairro Santo Antônio CEP: 50010-240 - Recife-PE
Fone Gabinete: (81) 3419-7000
Fax: (81) 3419-7103
Página na internet: www.mp.pe.gov.br


Procuradoria Geral de Justiça no Estado do Piauí
Endereço: Rua Álvaro Mendes, No 2294 - Centro CEP: 64060-000 - Teresina-PI
Fone: (86)3216-4550
Página na internet: www.mp.pi.gov.br


Procuradoria Geral de Justiça no Estado do Paraná
Endereço: Rua Marechal Hermes, No751 Centro Cívico CEP: 80530-230 - Curitiba- PR
Fone (41) 3250-4000
Página na internet: www.mp.pr.gov.br


Procuradoria Geral de Justiça no Estado do Rio de Janeiro
Endereço: Av. Marechal Câmara, No 370 -Centro CEP: 20020-080 - Rio de Janeiro-RJ
Fone : (21) 2550-9050
Fax: (21) 2550-9054/9054
Página na internet: www.mp.rj.gov.br


Procuradoria Geral de Justiça no Estado do Rio Grande do Norte
Endereço: Rua Promotor Manoel Alves Pessoa Neto , No 97 Candelária CEP: 59065-555 - Natal-RN
Fone: (84) 3232-7130
Fax: (84) 3232-7131
Página na internet: www.mprn.mp.br


Procuradoria Geral de Justiça no Estado de Rondônia
Endereço: Rua Jamari, No 1555 – Pedrinhas CEP: 78903-037 - Porto Velho-RO
Fone : (69) 3216-3700
Fax: (69) 3216-3925
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Procuradoria Geral de Justiça no Estado de Roraima
Endereço: Av. Santos Dumont, 710 Bairro São Pedro CEP: 69306-040 - Boa Vista-RR
Fone: (95) 36212-900
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Procuradoria Geral de Justiça no Estado do Rio Grande do Sul
Endereço: Rua General Andrade Neves, No 106 – Centro CEP: 90010-210 - Porto Alegre-RS
Fone : (51) 3287-8000
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Procuradoria Geral de Justiça no Estado de Santa Catarina
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Fone: (48) 3229-9302
Fax: (48) 223-2170
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Procuradoria Geral de Justiça no Estado do Sergipe
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Procuradoria Geral de Justiça no Estado de Tocantins
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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Humor: 'Deus e os bolsonaristas', uma sátira da criação

"Quando Deus fez o mundo, para que os homens prosperassem decidiu dar-lhes apenas duas 'qualidades'.    Assim, por exemplo ...  - Aos nórdicos: os fez estudiosos e respeitadores da lei.  - Aos ingleses: organizados e pontuais.  - Aos chineses: trabalhadores e disciplinados.  - Aos italianos: alegres e românticos.  - Aos franceses: cultos e finos.  - Aos brasileiros: inteligentes, honestos e bolsonaristas.    O Anjo anotou, mas logo em seguida, cheio de humildade e de medo, indagou:  - Senhor, a todos os povos do mundo foram dadas duas 'qualidades', porém, aos brasileiros foram dadas três! Isso não os fará soberbos em relação aos demais povos da terra?  - Muito bem observado, bom Anjo! Exclamou o Senhor.  - Isso é verdade!  - Porém, saiba que os brasileiros e as brasileiras, que são o povo do meu coração, jamais poderão utilizar mais de duas simultaneamente, somente duas como os demais povos.  - Assim, o brasileiro que for bolsonarista e honesto, não pode ser Inteligente.  - O que for bolsonarisa e inteligente, não pode ser hHonesto.  - E o que for inteligente e honesto, não pode ser bolsonarista!  Palavras do Senhor no momento da criação dos povos 😂😂😂"  Autoria desconhecida/Autoria Anônima

"Quando Deus fez o mundo, para que os homens prosperassem decidiu dar-lhes apenas duas 'qualidades'.  

Assim, por exemplo ...

- Aos nórdicos: os fez estudiosos e respeitadores da lei.

- Aos ingleses: organizados e pontuais.

- Aos chineses: trabalhadores e disciplinados.

- Aos italianos: alegres e românticos.

- Aos franceses: cultos e finos.

- Aos brasileiros: inteligentes, honestos e bolsonaristas.


O Anjo anotou, mas logo em seguida, cheio de humildade e de medo, indagou:

- Senhor, a todos os povos do mundo foram dadas duas 'qualidades', porém, aos brasileiros foram dadas três! Isso não os fará soberbos em relação aos demais povos da terra?

- Muito bem observado, bom Anjo! Exclamou o Senhor.

- Isso é verdade!

- Porém, saiba que os brasileiros e as brasileiras, que são o povo do meu coração, jamais poderão utilizar mais de duas simultaneamente, somente duas como os demais povos.

- Assim, o brasileiro que for bolsonarista e honesto, não pode ser Inteligente.

- O que for bolsonarisa e inteligente, não pode ser honesto.

- E o que for inteligente e honesto, não pode ser bolsonarista!

Palavras do Senhor no momento da criação dos povos 😂😂😂"

Autoria desconhecida/Autoria Anônima

terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

A Lição do Prato de Arroz

Prato de arroz - que lição: "Um sujeito estava colocando flores no túmulo de um parente quando vê um chinês colocando um prato de arroz na lápide ao lado.  Ele se vira para o chinês e pergunta:  — Desculpe-me, mas o senhor acha mesmo que o seu defunto virá comer o arroz?  E o chinês responde:  — Sim, geralmente na mesma hora em que o seu vem cheirar as flores!  Respeitar as opções do outro, 'em qualquer aspecto', é uma das maiores virtudes que um ser humano pode ter. As pessoas são diferentes, agem diferente e pensam diferente.  Nunca julgue. Apenas compreenda."

"Um sujeito estava colocando flores no túmulo de um parente quando vê um chinês colocando um prato de arroz na lápide ao lado.

Ele se vira para o chinês e pergunta:

— Desculpe-me, mas o senhor acha mesmo que o seu defunto virá comer o arroz?

E o chinês responde:

— Sim, geralmente na mesma hora em que o seu vem cheirar as flores!

Respeitar as opções do outro, 'em qualquer aspecto', é uma das maiores virtudes que um ser humano pode ter. As pessoas são diferentes, agem diferente e pensam diferente.

Nunca julgue. Apenas compreenda."

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Romances de esquerda que todos devem ler ...

Imagem meramente ilustrativa - Fonte Observador PT


'Norte e Sul', de Elizabeth Gaskell


"A autora, nascida na Grã-Bretanha em 1810, para muitos é a matriarca da literatura social. Por isso, iniciamos nossa lista com uma de suas obras. Norte e Sul, publicado em 1854, se passa em uma cidade industrial fictícia, no norte da Inglaterra, possivelmente inspirada em Manchester, e tem como personagem central uma jovem mulher, Margaret Hale. Ela testemunha o cenário brutal da Revolução Industrial, com os crescentes conflitos entre trabalhadores e empresários. Aos poucos, a protagonista se aproxima do movimento operário e estabelece uma relação de conflito aberto com John Thornton, dono de uma tecelagem, que lhe devota um amor doentio."




'Os Miseráveis', de Victor Hugo


"Publicado em 1862, é um dos livros mais vendidos da história, com inúmeras adaptações, até para quadrinhos. Conta a história de um condenado, Jean Valjean, da restauração monárquica, após a derrota de Napoleão na Batalha de Waterloo, até os anos subsequentes à Revolução de 1830, quando a burguesia liberal – com o apoio das massas populares – coloca fim ao novo ciclo de absolutismo real. Entre 1815 e 1832, Valjean era implacavelmente perseguido pelo inspetor Javert. Ascende ao trono, então, Luís Filipe I, da dinastia dos Orleans, em substituição aos Bourbons, que tinham governado de 1815 a 1830. Em junho de 1832, quando chega ao final a saga d’Os Miseráveis, ocorre uma revolta republicana em Paris, que uniria representantes da pequena-burguesia e massas trabalhadoras contra a coroa, em uma insurreição brutalmente reprimida. Esse é o pano de fundo desse incrível romance histórico, uma alegoria do permanente conflito entre o Estado repressor, alinhado às castas superiores, e os pobres da cidade e do campo. Certamente um dos maiores clássicos do chamado romantismo francês."


'Germinal', de Emile Zola


"Lançado em 1885, provavelmente é o mais famoso livro do célebre escritor francês, da escola naturalista, que passou dois meses trabalhando como mineiro na extração de carvão. Viveu com os mineiros, comeu e bebeu nas mesmas tavernas para se familiarizar. Sentiu na carne o trabalho sacrificado que era necessário para escavar o carvão, além da promiscuidade das moradias, o baixo salário e a fome. Acompanhou de perto uma grande greve da categoria. Sua obra conta a história de Etienne, um jovem que vagava na miséria pelo interior francês, até encontrar ocupação na mina de Montsou, uma das mais importantes do país. Aos poucos, o personagem adquire consciência da exploração, se aproxima das ideias socialistas e se transforma em líder grevista, comandando uma revolta de mineiros que enfrentaria as forças de segurança do Estado."


'A Selva', de Upton Sinclair


"O autor é um celebrado jornalista e escritor norte-americano, representante dos chamados “Muckrackers” (caçadores ou arrastadores de lixo), termo utilizado pelo presidente Theodore Roosevelt para identificar quem se empenhava em denunciar as chagas do capitalismo. O romance, escrito em 1906, retrata as brutais condições às quais estavam submetidos os trabalhadores de Chicago, especialmente os imigrantes, nos frigoríficos daquela cidade. O livro teve tal impacto que provocou um movimento por reformas nesse ramo econômico, incluindo a Lei de Inspeção de Carne. Sinclair diria sobre a reação à sua obra: “mirei no coração do público e, por acidente, acertei-o no estômago”."


'A Mãe', de Máximo Gorki


"Escrito em 1907, foi inspirado em acontecimentos reais: a manifestação de jovens trabalhadores no 1º de maio de 1902, violentamente reprimidos pela polícia czarista. Os principais personagens são o jovem Piotr e sua mãe, Anna. O enredo central trata da evolução política e da transformação dessa mulher, a mãe à qual se refere o título, por muitos anos oprimida pelas relações do patriarcado, rumo à participação engajada na luta revolucionária, já em sua idade madura. Máximo Gorki, nascido Aleksei Maksimovitch Piechkóv, integrante do naturalismo russo, é considerado um dos pais da literatura soviética."


'Assim Foi Temperado o Aço', de Nikolay Ostrovsky


"Muitos críticos consideram que esse seria o livro seminal do chamado realismo socialista, impulsionado após o triunfo da Revolução de Outubro, de 1917, na antiga Rússia. A obra, publicada em 1932, relata a vida do protagonista Pavel, da época em que os bolcheviques tomaram o poder até o final da década de 1920. O personagem é castigado pelos acontecimentos históricos, da guerra civil às dificuldades da construção do socialismo, em um retrato das esperanças e dos sacrifícios dos trabalhadores no período pós-revolucionário. Escapa várias vezes da morte, mas sua saúde fica debilitada. Aposentado, converte-se ao trabalho intelectual e jornalístico, embora não tivesse sequer completado o ensino fundamental."


'Terra e Sangue', de Mikhail Sholokhov


"O livro, de 1932, relata o processo inicial de coletivização da terra na União Soviética, apontando suas contradições: pequenos proprietários, como Andreiev e Davidov, por exemplo, personagens do livro, doam seus lotes para o Estado e se integram às forças bolcheviques contra latifundiários e camponeses ricos, que resistiam à reforma agrária decidida pelo governo Stálin no final dos anos 20 do século passado. Embora a simpatia do autor pela coletivização seja nítida, a obra expõe as contradições e as dores desse processo decisivo na consolidação do primeiro Estado socialista."


'Capitães da Areia', de Jorge Amado


"Poderiam ser incluídas várias obras do escritor brasileiro, como o engajado Subterrâneos da Liberdade, a trilogia que narra a resistência ao Estado Novo. Mas Capitães da Areia, publicado em 1937, talvez seja seu livro mais emblemático. Conta as peripécias de adolescentes marginalizados em Salvador, organizados em um grupo cujo nome deu origem ao título.  Sob o comando de Pedro Bala, filho de um grevista assassinado, vários personagens das camadas populares se integram à cena, enquanto o personagem central, cada vez mais fascinado pelas histórias do pai sindicalista, transita à militância revolucionária, substituindo a marginalidade pela luta social."


'As Vinhas da Ira', de John Steinbeck


"Trata-se da mais afamada obra do escritor norte-americano, publicada em 1939. O livro conta a história dos Joads, uma família de meeiros pobres, durante a Grande Depressão, entre 1929 e 1934, expulsos da propriedade que ocupavam no Oklahoma. Junto com muitas outras famílias, os Joads migrariam para a Califórnia, em um relato épico que vai desnudando o chamado “sonho americano” e demonstrando o pesadelo no qual o capitalismo, no pré-guerra, havia transformado a vida das classes trabalhadoras dos Estados Unidos."


'Por Quem os Sinos Dobram', de Ernest Hemingway


"Considerado pela crítica uma das melhores obras do escritor norte-americano, esse romance foi publicado em 1940. Narra a história de Robert Jordan, um jovem estadunidense integrado ao Batalhão Lincoln das Brigadas Internacionais, que lutavam ao lado dos republicanos contra os nacionalistas de Francisco Franco na Guerra Civil Espanhola (1936-1939). O romance traz comentários desfavoráveis a práticas de ambos lados, rompendo com uma certa divisão moral entre o bem e o mal, sobressaindo uma narrativa complexa sobre a condição humana, especialmente a partir desse professor de espanhol, Jordan, que se torna especialista em explosivos e recebe uma importante missão militar. O próprio Hemingway, aliás, foi voluntário nessa guerra, combatendo pelos republicanos."


'Os Donos do Orvalho', de Jacques Roumain


"O autor, nascido no Haiti, foi um dos principais intelectuais de seu país e fundador do Partido Comunista. O livro, publicado em 1944, conta a história de Manuel, que retorna ao Haiti depois de quinze anos trabalhando nos canaviais de Cuba, de onde regressa com um forte compromisso revolucionário, dedicando-se, em seu retorno, a promover a união e a rebelião dos camponeses haitianos. Estão muito presentes referências às matrizes africanas da cultura haitiana, ao ponto de alguns críticos considerarem essa obra uma precursora do que seria o realismo mágico."


'Sol sobre o Rio Sangkan', de Ding Ling


"Militante comunista e integrante da Liga de Escritores de Esquerda, essa autora chinesa foi marcante para a literatura de seu país, ainda que tenha sido perseguida durante a Revolução Cultural, nos anos 60, e posteriormente reabilitada na década seguinte. O livro que escolhi foi publicado em 1948. Relata a vida e a luta dos camponeses durante a implementação da reforma agrária. Mistura personagens dos mais distintos grupos sociais – dirigentes comunistas, camponeses pobres, intelectuais, latifundiários – com muita complexidade e riqueza de caracterização, para extrair dessas vivências pessoais um painel de época."


'Os Mortos Permanecem Jovens', de Anna Seghers


"Talvez seja a principal obra da renomada autora alemã. De origem judaica e militante comunista, fugiu para o México durante a 2º Guerra e retornou para viver na Alemanha Oriental. Publicado em 1949, o livro é um fenomenal retrato histórico da Alemanha destroçada pela I Guerra Mundial até o terror do nazismo, da traição social-democrata que sufocou a revolução alemã de 1919 à barbárie hitlerista. Desde as primeiras páginas, quando relata o assassinato de um jovem comunista por militares, forma-se uma narrativa repleta de personagens complexos, de ambos lados da trincheira, entre os quais oficiais ou suboficiais formados pela antiga política imperial envenenados pelo anticomunismo. Para quem quiser entender a ascensão do nazismo a partir da literatura, certamente essa obra é imprescindível."


'Espártaco', de Howard Fast


"Lançado em 1951, o livro conta a história da revolta de escravos liderada pelo personagem-título em 71 a.C. A obra retrata, além da lendária rebelião, as condições materiais e morais da escravização no Império Romano. Embora possa ser criticado, à luz do presente, por certos preconceitos – por exemplo, a forma pela qual trata a homossexualidade, ao contrário de como era abordado no próprio período histórico do livro -, é inegável que Fast escreveu um dos principais romances históricos do século 20, com uma incrível riqueza de detalhes, dilemas e emoções."


'Cem Anos de Solidão', de Gabriel Garcia Marquez


"Uma das obras latino-americanas de maior repercussão mundial, foi publicada em 1967. Narra a história da fictícia cidade de Macondo, a partir da ascensão e queda de seus fundadores, a família Buendía. Um clássico do realismo mágico, dramatiza a história da Colômbia através de dois grandes eventos: a Guerra dos Mil Dias (1899-1902), que levaria à separação do Panamá, com apoio dos Estados Unidos, e o massacre dos trabalhadores bananeiros em Ciénaga (1928). São seis os personagens centrais, mas um caleidoscópio de outras figuras vai se formando para compor um dos livros primordiais da história da literatura."