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terça-feira, 30 de abril de 2019

O banqueiro e os comedores de grama

"Certa tarde, um famoso banqueiro ia para casa em sua “limousine” quando viu dois homens à beira da estrada, comendo grama. Ordenou ao seu motorista que parasse e, saindo, perguntou a um deles:

– Por quê vocês estão comendo grama…?

– Não temos dinheiro para comida.. – disse o pobre homem – . Por isso temos que comer grama.

– Bem, então venham à minha casa e eu lhes darei de comer – disse o banqueiro.

– Obrigado, mas tenho mulher e dois filhos comigo. Estão ali, debaixo daquela árvore.

– Que venham também – disse novamente o banqueiro.

E, voltando- se para o outro homem, disse-lhe:

– Você também pode vir.

O homem, com uma voz muito sumida disse:

– Mas, senhor, eu também tenho esposa e seis filhos comigo!

– Pois que venham também – respondeu o banqueiro. E entraram todos no
enorme e luxuoso carro.

Uma vez a caminho, um dos homens olhou timidamente o banqueiro e disse:

– O senhor é muito bom… Obrigado por nos levar a todos!

O banqueiro respondeu:

– Meu caro, não tenha vergonha, fico muito feliz por fazê-lo! Vocês vão ficar encantados com a minha casa… A grama está com mais de 20 centímetros de altura!"
Autor Desconhecido
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Fonte: Internet/Autoria Desconhecida

segunda-feira, 29 de abril de 2019

Nietzsche: "Os Autores Tristes e os Autores Sérios"


"Aquele que lança no papel o que ele 'sofre' se torna um autor triste, mas se torna um autor sério se nos conta aquilo que 'sofreu' e por que descansa agora na alegria."
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Fonte: Friedrich Wilhelm Nietzsche, in "O Viajante e Sua Sombra", aforismo 128 - Imagem: Obra de arte por Augustus Leopold Egg: "O poeta"

domingo, 28 de abril de 2019

As extraordinárias "ovelhas negras" da família


"As chamadas "ovelhas negras" da família são, na verdade, caçadores natos de caminhos de libertação para a árvore genealógica.

Os membros de uma árvore que não se adaptam às normas ou tradições do sistema familiar, aqueles que desde pequenos procuravam constantemente revolucionar as crenças, indo na contramão dos caminhos marcados pelas tradições familiares, aqueles criticados, julgados e mesmo rejeitados, esses, geralmente são os chamados a libertar a árvore de histórias repetitivas que frustram gerações inteiras.

As "ovelhas negras", as que não se adaptam, as que gritam rebeldia, cumprem um papel básico dentro de cada sistema familiar, elas reparam, apanham e criam o novo e desabrocham ramos na árvore genealógica. Graças a estes membros, as nossas árvores renovam as suas raízes. 

Sua rebeldia é terra fértil, sua loucura é água que nutre, sua teimosia é novo ar, sua paixão é fogo que volta a acender o coração dos ancestrais.

Incontáveis desejos reprimidos, sonhos não realizados, talentos frustrados de nossos ancestrais se manifestam na rebeldia dessas ovelhas negras procurando realizar-se. A árvore genealógica, por inércia quererá continuar a manter o curso castrador e tóxico do seu tronco, o que faz a tarefa das nossas ovelhas um trabalho difícil e conflituoso.

No entanto, quem traria novas flores para a nossa árvore se não fosse por elas? 

Quem criaria novos ramos?

Sem elas, os sonhos não realizados daqueles que sustentam a árvore gerações atrás, morreriam enterrados sob as suas próprias raízes.

Que ninguém te faça duvidar, cuida da tua "raridade" como a flor mais preciosa da tua árvore. Tu és o sonho de todos os teus antepassados." ⠀ 

Bert Hellinger (1925), é um renomado psicoterapeuta de origem alemã, inventor das Constelações familiares. Juntamente com sua esposa, Marie Sophie, mantém cursos, oficinas e seminários em vários países.

sábado, 27 de abril de 2019

Fábula de Esopo: "A Cigarra e a Formiga"

A Cigarra e a Formiga (O Gafanhoto e Formiga no original) é uma das fábulas atribuídas a Esopo e recontada por Jean de La Fontaine em francês. 

Nos países francófonos, as fábulas de La Fontaine são ensinadas às crianças desde a mais nova idade e todos as conhecem de cor, e sua versão da fábula da cigarra e da formiga é a mais conhecida delas, no Ocidente.

O poeta Bocage traduziu para o idioma português a versão escrita por La Fontaine (em domínio público):


"Tendo a cigarra em cantigas
Passado todo o verão
Achou-se em penúria extrema
Na tormentosa estação.

Não lhe restando migalha
Que trincasse, a tagarela
Foi valer-se da formiga,
Que morava perto dela.

Rogou-lhe que lhe emprestasse,
Pois tinha riqueza e brilho,
Algum grão com que manter-se
Té voltar o aceso estio.

- "Amiga", diz a cigarra,
- "Prometo, à fé d'animal,
Pagar-vos antes d'agosto
Os juros e o principal."

A formiga nunca empresta,
Nunca dá, por isso junta.
- "No verão em que lidavas?"
À pedinte ela pergunta.

Responde a outra: - "Eu cantava
Noite e dia, a toda a hora."
- "Oh! bravo!", torna a formiga.
- "Cantavas? Pois dança agora!"

Moral da história: Trabalhemos para nos livrarmos do suplício da cigarra, e não aturarmos a zombaria das formigas.
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Fonte: Texto adaptado da Wikipédia: "A Cigarra e a Formiga" - Imagem: Versão com o gafanhoto e a formiga, de 1919 (Milo Winter/Projeto Gutenberg)

sexta-feira, 26 de abril de 2019

Fábula de Esopo: "A Lebre e a Tartaruga"

A fábula a seguir é um clássico de Esopo que foi recontado por La Fontaine, outro grande fabulista da história. A lebre e a tartaruga é uma típica fábula: não se sabe quando o evento se passou, nem onde, e os personagens centrais são animais com características humanas - têm sentimentos, falam, possuem consciência...

"— Tenho pena de você —, disse uma vez a lebre à tartaruga: — obrigada a andar com a tua casa às costas, não podes passear, correr, brincar, e livrar-te de teus inimigos.

— Guarda para ti a tua compaixão — disse a tartaruga — pesada como sou, e tu ligeira como te gabas de ser, apostemos que eu chego primeiro do que tu a qualquer meta que nos proponhamos a alcançar.

— Vá feito, disse a lebre: só pela graça aceito a aposta.

Ajustada a meta, pôs-se a tartaruga a caminho; a lebre que a via, pesada, ir remando em seco, ria-se como uma perdida; e pôs-se a saltar, a divertir-se; e a tartaruga ia-se adiantando.

— Olá! camarada, disse-lhe a lebre, não te canses assim! Que galope é esse? Olha que eu vou dormir um pouquinho.

E se bem o disse, melhor o fez; para escarnecer da tartaruga, deitou-se, e fingiu dormir, dizendo: sempre hei de chegar a tempo. De súbito olha; já era tarde; a tartaruga estava na meta, e vencedora lhe retribuía os seus deboches:

— Que vergonha! Uma tartaruga venceu em ligeireza a uma lebre!

MORAL DA HISTÓRIA: Nada vale correr; cumpre partir em tempo, e não se divertir pelo caminho, ou, quem corre cansa, mas devagar se vai longe."

Esopo (620/564 a.C.) foi um escritor da Grécia Antiga a quem são atribuídas várias fábulas populares. A ele se atribui a paternidade das fábulas como gênero literário. Malgrado sua existência permaneça em dada medida incerta e pouco se saiba quanto à origem de várias de suas obras, seus contos se disseminaram em muitas línguas pela tradição oral. Em muitos de seus escritos, os animais falam e têm características humanas. As fábulas de Esopo serviram como base para recriações de outros escritores ao longo dos séculos, como Fedro e La Fontaine. 
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Imagem: ilustração de Milo Winter/Projeto Gutemberg (domínio público)

quinta-feira, 25 de abril de 2019

Ronald Sanson: 'Ano Novo'

"Luz vindoura do sempre, Cegando o passado como o sol, Nada se pode ver, Tenho colírio nos olhos.  Enxergo o porvir, O futuro não se pode tocar, Temos em nossas mãos o que fazer, Fabricando o que será amanhã.  Vida cheia de surpresas, Amargurados pelos sentidos, Não sentimos mais nada, Fabricamos o futuro.  Nada adianta com o destino traçado, Desviamos do caminho, Estradas sem encruzilhadas, Feliz ano novo que vai nascer." - Curitiba, 19 de novembro de 1996 -  Ronald Sanson Stresser Junior

"Luz vindoura do sempre,
Cegando o passado como o sol,
Nada se pode ver,
Tenho colírio nos olhos.

Enxergo o porvir,
O futuro não se pode tocar,
Temos em nossas mãos o que fazer,
Fabricando o que será amanhã.

Vida cheia de surpresas,
Amargurados pelos sentidos,
Não sentimos mais nada,
Fabricamos o futuro.

Nada adianta com o destino traçado,
Desviamos do caminho,
Estradas sem encruzilhadas,
Feliz ano novo que vai nascer."

Curitiba, 19 de novembro de 1996

Ronald Sanson, em ‘DESPROGRAME-SE

poemas, frases e pensamentos para libertar a sua mente

© 2021 - Ronald Sanson Stresser Junior


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quarta-feira, 24 de abril de 2019

Ronald Sanson: 'Ventania'



"Silfos que comandados comandam,
Esteja meu peito soprando,
Brisas de verão ventando,
Transforma-se o furacão em tormenta.

Por referendo celestial,
As nuvens quebram-se em tempestade,
O peito rasga e um tornado surge,
Sopra suave na praia.

Litoral da existência,
Suave e benevolente como criança,
Bate em desespero arrancando a vegetação,
Da garoa vem uma tempestade.

Prenuncio do tempo,
Não sabemos o que virá,
O firmamento escurece como breu,
Novamente o sol brilha sem ofuscar, dentro do peito."

Curitiba, 19 de novembro de 1996

Ronald Sanson, em ‘DESPROGRAME-SE

poemas, frases e pensamentos para libertar a sua mente

© 2021 - Ronald Sanson Stresser Junior


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terça-feira, 23 de abril de 2019

São Jorge, William Shakespeare e Miguel de Cervantes


O que tem em comum William Shakespeare e Miguel de Cervantes não é muito difícil de se perceber: ambos são escritores e autores de grandes clássicos da literatura mundial. Mas um fato curioso, que nem todos sabem, é que no dia 23 de abril de 1616 os dois autores faleciam, o primeiro na Inglaterra e o segundo na Espanha. 

Mas, e São Jorge? 

O que o Santo guerreiro, que no imaginário popular é habitante da Lua, tem em comum com os outros dois? 

Bem, além de lutar contra um dragão assim como imagina lutar o personagem Dom Quixote de Cervantes, São Jorge faleceu exatos 1313 anos antes da morte dos escritores, num também dia 23 de abril, em 303. 

William Shakespeare foi um poeta, dramaturgo e ator inglês, tido como o maior escritor do idioma inglês e o mais influente dramaturgo do mundo. É chamado frequentemente de poeta nacional da Inglaterra e de "Bardo do Avon". Então, não existe como falar em Shakespeare sem falar na Inglaterra, país este que também tem como seu padroeiro o glorioso São Jorge.
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Imagem: "São Jorge e o Dragão", de Carpaccio (1502)

segunda-feira, 22 de abril de 2019

Schopenhauer: "Ruído"


"O ruído é a mais impertinente de todas as interrupções, uma vez que interrompe, ou melhor, quebra até mesmo nossos pensamentos. No entanto, onde não há nada a ser interrompido, certamente ele não chega a incomodar."
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Fonte: Arthur Schopenhauer, in "A Arte de Insultar" - Imagem: Obra de Paul Rumsey.

domingo, 21 de abril de 2019

Nietzsche: "Bondade Materna"


"Algumas mães necessitam de filhos felizes e respeitados; outras, de filhos infelizes: senão, sua bondade de mãe não pode se mostrar."
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Fonte: Friedrich Wilhelm Nietzsche, in Humano, Demasiado Humano - aforismo 387 - Imagem: Obra de arte por Hugues Merle (1871)

sábado, 20 de abril de 2019

Nietzsche: "Diante do Abismo"


"Quem deve enfrentar monstros deve permanecer atento para não se tornar também um monstro. Se olhares demasiado tempo dentro de um abismo, o abismo acabará por olhar dentro de ti."
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Fonte: Friedrich Wilhelm Nietzsche. Além do Bem e do Mal. São Paulos: Vozes, 2016, aforismo 146 - Imagem: Obra de arte por Lesley Oldaker Fine Art.

sexta-feira, 19 de abril de 2019

20 Sábios provérbios orientais antigos

Angkor Wat, por Sam Garza (CC BY 2.0)

1. "Com pequenas batidas uma grande árvore é derrubada." -Provérbio Japonês
Significado: Pequenas ações geram grandes resultados

2. "Um tigre não tem que proclamar sua ferocidade." -Provérbio Africano
Significado: Os fortes não precisam se vangloriar de sua força, apenas fracos e inseguros fazem isso.

3. "O miado (choro) do gato não atrai camundongos." -Provérbio Japonês
Significado: Choros, lamentações e reclamações não resolvem os problemas.

4. "Um pouco de perfume sempre fica nas mãos de quem oferece flores." -Provérbio Chinês
Significado: Faz bem fazer o bem para os outros, sempre ficarão conosco a lembrança das boas ações que fizemos.

5. "A lata que não contém nada é ruidosa." -Provérbio Filipino
Significado: O que chama mais atenção nem sempre é o que mais vale.

6. "Após a chuva, a terra endurece." -Provérbio Japonês
Significado: As adversidades nos fortalecem e constroem o nosso caráter.

7. "Não há árvore que o vento não tenha balançado." -Provérbio Hindu
Significado:  Nada nem ninguém escapa da adversidade.

8. "Se não tampar os buracos, terá que reconstruir as paredes." -Provérbio Africano
Significado: Quem não cuida dos pequenos problemas hoje, terá que resolver problemas muito maiores amanhã.

9. "Observe o comportamento de uma pessoa e corrija seu próprio comportamento." -Provérbio Japonês
Significado: Às vezes temos os mesmos defeitos das pessoas que criticamos.

10. "Nós não herdamos o mundo de nossos antepassados, nós o pegamos emprestado dos nossos filhos." -Provérbio Chinês
Significado: A terra não é nossa, é de quem vem pela frente ou seja; nos estamos em terra depois estarão nossos filhos e depois de nossos filhos os filhos de nossos filhos e assim sucessivamente. Precisamos entregar um bom lugar para eles.

11. "Não se pode esconder a fumaça se você acendeu um fogo." -Provérbio Africano
Significado: Indica que as ações sempre têm consequências visíveis, por mais que tentemos ocultá-las.

12. "Se empurrar não funcionar, tente puxar." -Provérbio Japonês
Significado: Se da forma que está fazendo não está dando certo, melhor mudar a estratégia.

13. "A árvore que dá frutos é maltratada com frequência." -Provérbio Filipino
Significado: Quem toma a iniciativa ou propõe algo novo recebe como primeira resposta um questionamento. Também significa que aqueles que são mais produtivos são, também, mais solicitados.

14. "Se você pensa sobre algo, decida. Se você decidiu, não pense nisso." -Provérbio Japonês
Significado: Não ocupe sua cabeça com pensamentos improdutivos, decida ou siga em frente.

15. "Lembre-se de cavar o poço bem antes de sentir sede." -Provérbio Chinês
Significado: Pense a frente nas soluções para os problemas de amanhã ou poderá ser tarde demais.

16. "A língua resiste porque é mole; os dentes cedem porque são duros…" -Provérbio Chinês
Significado: É mais importante ser flexível do que ser forte.

17. "Grandes almas têm vontades; o fraco tem apenas desejos." -Provérbio Chinês
Significado: As pessoas que realizam grandes coisas não apenas desejam, elas fazem o que imaginam.

18. "Lembre-se, se existe tormenta, haverá arco íris." -Provérbio Africano
Significado: Momentos difíceis podem anteceder momentos melhores.

19. "Não existem cascas amargas para uma pessoa faminta." -Provérbio Filipino
Significado: Em condições de necessidade, neste caso de “fome” no seu sentido simbólico, não há críticas para aquilo que satisfaz.

20. "As más companhias são como um mercado de peixe; acabamos por nos acostumar ao mau cheiro." - Provérbio Chinês
Significado: Conviver com pessoas ruins nos faz aceitar com mais naturalidade comportamentos amorais.

quinta-feira, 18 de abril de 2019

14 frases de Platão atuais até hoje

Cópia em mármore do busto de Platão feito por Silanião, ca.370

Platão (427/347 a.C.) foi um filósofo, matemático, racionalista, realista, idealista e dualista do período clássico da Grécia Antiga, autor de diversos diálogos filosóficos e fundador da Academia em Atenas, 1ª instituição de educação superior do mundo ocidental.

Juntamente com seu mentor, Sócrates, e seu pupilo, Aristóteles, Platão ajudou a construir os alicerces da filosofia natural, da ciência e da filosofia ocidental. Acredita-se que seu nome verdadeiro tenha sido Arístocles. Quase 2500 anos após sua passagem pela Terra, seus ensinamentos ainda são atuais até os dias de hoje.

"Muitos odeiam a tirania apenas para que possam estabelecer a sua."

"Não eduques as crianças nas várias disciplinas recorrendo à força, mas como se fosse um jogo, para que também possas observar melhor qual a disposição natural de cada um."

"Não é permitido irritarmo-nos com a verdade."

"Não deverão gerar filhos quem não quer dar-se ao trabalho de criá-los e educá-los."

"O corpo humano é a carruagem. Eu, o homem que a conduz. O pensamento, as rédeas. Os sentimentos, os cavalos."

"O sábio que tudo sabe é aquele que sabe que nada sabe."

"Pessoas normais falam sobre coisas, pessoas inteligentes falam sobre ideias, pessoas mesquinhas falam sobre pessoas."

"Boas pessoas não precisam de leis para obrigá-las a agir responsavelmente, enquanto as pessoas ruins encontrarão um modo de contornar as leis."

"O homem sábio vai querer estar sempre com aquele que é melhor do que ele."

"Tudo que ilude, encanta!"

"Calarei os maldizentes continuando a viver bem; eis o melhor uso que podemos fazer da maledicência."

"Aprender é mudar posturas."

"A velhice é um estado de repouso e de liberdade no que respeita aos sentidos. Quando a violência das paixões se relaxa e o seu ardor arrefece, ficamos libertos de uma multidão de furiosos tiranos."

"O que faz andar o barco não é a vela enfunada, mas o vento que não se vê."

quarta-feira, 17 de abril de 2019

A Mala de Viagem


"Conta-­se uma fábula sobre um homem que caminhava vacilante pela estrada, levando uma pedra numa mão e um tijolo na outra. Nas costas carregava um saco de terra; em volta do peito trazia vinhas penduradas. Sobre a cabeça equilibrava uma abóbora pesada.

Pelo caminho encontrou um transeunte que lhe perguntou:

– Cansado viajante, por que carrega essa pedra tão grande?

– É estranho, respondeu o viajante, mas eu nunca tinha realmente notado que a carregava.

Então, ele jogou a pedra fora e se sentiu muito melhor.

Em seguida veio outro transeunte que lhe perguntou:

– Diga­me, cansado viajante, por que carrega essa abóbora tão pesada?

– Estou contente que me tenha feito essa pergunta, disse o viajante, porque eu não tinha percebido o que estava fazendo comigo mesmo.

Então ele jogou a abóbora fora e continuou seu caminho com passos muito mais leves. Um por um, os transeuntes foram avisando-­o a respeito de suas cargas desnecessárias. E ele foi abandonando uma a uma.

Por fim, tornou-­se um homem livre e caminhou como tal.

Qual era na verdade o problema dele?

A pedra e a abóbora?

Não!

Era a falta de consciência da existência delas. Uma vez que as viu como cargas desnecessárias, livrou­-se delas bem depressa e já não se sentia mais tão cansado. Esse é o problema de muitas pessoas. Elas estão carregando cargas sem perceber. Não é de se estranhar que estejam tão cansadas!

O que são algumas dessas cargas que pesam na mente de um homem e que roubam as suas energias?

– Pensamentos negativos.

– Culpar e acusar outras pessoas.

– Permitir que impressões tenebrosas descansem na mente.

– Carregar uma falsa carga de culpa por coisas que não poderiam ter evitado.

– Auto­piedade.

– Acreditar que não existe saída.

Todo mundo tem o seu tipo de carga especial, que rouba energia. Quanto mais cedo começarmos a descarregá-­la, mais cedo nos sentiremos melhor e caminharemos mais levemente."
Autor desconhecido
Imagem: Rüdiger Wenzel/Wikimedia Commons  (CC BY-SA 3.0 DE)

terça-feira, 16 de abril de 2019

A Folha Amassada

"Quando criança, por causa de meu caráter impulsivo, reagia à menor provocação.

Na maioria das vezes, depois de um desses incidentes, sentia­-me envergonhado e me esforçava por consolar a quem tinha magoado.

Um dia, meu professor me viu pedindo desculpas, depois de uma explosão de raiva, e entregou­-me uma folha de papel lisa e me disse:

– Amasse-­a!

Com medo, obedeci e fiz com ela uma bolinha.

– Agora, deixe­-a como estava antes. Voltou a dizer-­me.

Óbvio que não pude deixá-­la como antes. Por mais que tentasse, o papel continuava cheio de pregas.

O professor me disse, então:

– O coração das pessoas é como esse papel. A impressão que neles deixamos será tão difícil de apagar como esses amassados.

Assim, aprendi a ser mais compreensivo e mais paciente. Quando sinto vontade de estourar, lembro-­me daquele papel amassado."
Autor desconhecido
Imagem: Web (Imagem Gratuita)

segunda-feira, 15 de abril de 2019

A Carroça vazia


"Certa manhã, meu pai, muito sábio, convidou­-me para dar um passeio no bosque e eu aceitei com prazer.

Após algum tempo, ele se deteve numa clareira e, depois de um pequeno silêncio, me perguntou:

– Além do canto dos pássaros, você está ouvindo mais alguma coisa?

Apurei os ouvidos alguns segundos e respondi:

– Estou ouvindo um barulho de carroça.

– Isso mesmo – disse meu pai – e é uma carroça vazia!

Perguntei a ele:

– Como pode saber que a carroça está vazia, se ainda não a vimos?

– Ora – respondeu meu pai – é muito fácil saber que uma carroça está vazia por causa do barulho.

Quanto mais vazia a carroça, maior é o barulho que faz.

Tornei­-me adulto e até hoje, quando vejo uma pessoa falando demais, gritando (no sentido de intimidar), tratando o próximo com grosseria inoportuna, prepotente, interrompendo a conversa de todo mundo e querendo demonstrar ser o dono da razão e da verdade absoluta, tenho a impressão de ouvir a voz do meu pai dizendo:

– Quanto mais vazia a carroça, mais barulho ela faz!"
Autor desconhecido
Imagem: Pixabay (Imagem Gratuita)

domingo, 14 de abril de 2019

A Torrada Queimada

"Quando eu ainda era um menino, minha mãe gostava de fazer um lanche, tipo café da manhã, na hora do jantar. 

E eu me lembro especialmente de uma noite, quando ela fez um lanche desses, depois de um dia de trabalho muito duro.

Naquela noite distante, minha mãe colocou um copo com leite e um prato com torradas bastante queimadas, para o meu pai. Eu me lembro de ter esperado um pouco, para ver se alguém notava o fato. Tudo o que meu pai fez foi pegar a sua torrada, sorrir para minha mãe, e me perguntar como tinha sido o meu dia na escola.

Eu não me lembro do que respondi, mas me lembro de ter olhado para ele lambuzando a torrada com manteiga e geléia e engolindo cada pedaço.

Quando eu deixei a mesa naquela noite, ouvi minha mãe se desculpando por ter queimado a torrada. E eu nunca esquecerei o que ele disse:

– Amor, eu adoro torrada queimada.

Mais tarde, naquela noite, quando fui dar um beijo de boa noite em meu pai, eu lhe perguntei se ele realmente gostava de torrada queimada. Ele me envolveu em seus braços e me disse:

– Filho, sua mãe teve um dia de trabalho muito pesado e estava realmente cansada. Além disso, uma torrada queimada não faz mal a ninguém. A vida é cheia de imperfeições e as pessoas não são perfeitas. E eu também não sou o melhor cozinheiro do mundo.

O que tenho aprendido através dos anos é que saber aceitar as falhas alheias, relevando as diferenças entre uns e outros, é uma das chaves mais importantes para criar relacionamentos saudáveis e duradouros. E essa lição serve para qualquer tipo de relacionamento: entre marido e mulher, pais e filhos, irmãos e amigos.”
Autor desconhecido
Imagem: Public Domain Pictures

sábado, 13 de abril de 2019

A Árvore dos Problemas



"Esta é uma história de um homem que contratou um carpinteiro para ajudar a arrumar algumas coisas na sua fazenda.

O primeiro dia do carpinteiro foi bem difícil.

O pneu do seu carro furou, a serra elétrica quebrou, cortou o dedo, e ao final do dia o seu carro não funcionou. 

O homem que contratou o carpinteiro ofereceu uma carona para casa.

Durante o caminho, o carpinteiro não falou nada.

Quando chegaram à sua casa, o carpinteiro convidou o homem para entrar e conhecer a sua família.

Quando os dois homens estavam caminhando para a porta da frente, o carpinteiro parou junto a uma pequena árvore e gentilmente tocou as pontas dos galhos com as duas mãos. Depois de abrir a porta da sua casa, o carpinteiro transformou­-se. Os traços tensos do seu rosto transformaram-­se em um grande sorriso, e ele abraçou os seus filhos e beijou a sua esposa.

Um pouco mais tarde, o carpinteiro acompanhou a sua visita até o carro. Assim que eles passaram pela árvore, o homem perguntou:

– Por que você tocou na planta antes de entrar em casa?

O carpinteiro respondeu:

– Ah! Esta é a minha Árvore dos Problemas. Eu sei que não posso evitar ter problemas no meu trabalho, mas estes problemas não devem chegar até os meus filhos e minha esposa. Então, toda noite, eu deixo os meus problemas nesta árvore quando chego em casa, e os pego no dia seguinte; e você quer saber de uma coisa? Toda manhã, quando eu volto para buscar os meus problemas, eles não são nem metade do que eu me lembro de ter deixado na noite anterior."
Autoria desconhecida
(Imagem: PxHere/Free image)

sexta-feira, 12 de abril de 2019

Nietzsche: "O Casamento Como uma Longa Conversa"




"Ao iniciar um casamento, o homem deve se colocar a seguinte pergunta: você acredita que gostará de conversar com esta mulher até na velhice? Tudo o mais no casamento é transitório, mas a maior parte de tempo é dedicada à conversa."
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Fonte: Friedrich Wilhelm Nietzsche, in Humano, Demasiado Humano - aforismo 406 - Imagem: Obra de arte por James Tissot (web)

quinta-feira, 11 de abril de 2019

Nietzsche: "Vaidade Residual"





"A vaidade de algumas pessoas que não necessitariam ser vaidosas é o hábito, conservado e desenvolvido, de um tempo em que elas não tinham o direito de acreditar em si, e mendigavam dos outros a pequena moeda dessa crença." 
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Fonte: Friedrich Wilhelm Nietzsche, in "Humano, Demasiado Humano" - aforismo 583 - Imagem: Obra de arte por Pieter Bruegel (web)

quarta-feira, 10 de abril de 2019

Schopenhauer: "A Mosca"




"Como símbolo da ousadia e da impertinência, dever-se-ia escolher a mosca. Pois, enquanto todos os animais temem o homem mais do que tudo e voam antes mesmo que este se aproxime, a mosca pousa em seu nariz."
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Fonte: Arthur Schopenhauer, in A Arte de Insultar - Imagem: Obra de arte por Albert Guasch (web)

terça-feira, 9 de abril de 2019

A rosa e o sapo





"Era uma vez uma rosa muito bonita, a mais linda do jardim. Mas começou a perceber que as pessoas somente a observavam de longe. Acabou se dando conta de que, ao seu lado, sempre havia um sapo e por essa razão ninguém se aproximava.

Irritada com a descoberta, ordenou ao sapo que fosse embora.

O sapo, humildemente, disse:

– Está bem, se é o que deseja.

Algum tempo depois o sapo passou por onde estava a rosa, e se surpreendeu ao vê­la acabada, sem folhas nem pétalas.

Penalizado, disse:

– Que coisa horrível, o que aconteceu com você?

A rosa respondeu:

– As formigas começaram a me atacar dia após dia, e agora nunca voltarei a ser bela como era antes.

O sapo respondeu:

– Quando eu estava por aqui, comia todas as formigas que se aproximavam de ti. Por isso é que eras a rosa mais bonita do jardim.

Muitas pessoas desvalorizam os outros por acharem que são superiores, mais bonitas ou mais ricas.

Deus não fez ninguém para “sobrar” neste mundo. Ninguém deve desvalorizar ninguém. Na escola da vida, todos têm algo a aprender ou a ensinar."

- Autor Desconhecido
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Fonte: Web/Autor Desconhecido - Imagem: Pixabay (Imagem Gratuita)

segunda-feira, 8 de abril de 2019

C. S. Lewis: "Cristianismo Puro e Simples"




"O problema real da vida cristã aparece onde as pessoas normalmente não o procuram. Ele aparece no instante em que você acorda cada manhã. Todos os desejos e esperanças para o dia correm para você como animais selvagens. E a primeira tarefa de cada manhã consiste simplesmente em empurra-los todos para traz; em dar ouvidos a outra voz, tomando aquele outro ponto de vista, deixando aquela outra vida mais ampla, mais forte e mais calma entrar como uma brisa. E assim por diante, todos os dias. 

Mantendo distância de todas as inquietações e de todos os aborrecimentos naturais, protegendo-se do vento.

No começo, somos capazes de faze-lo somente por alguns momentos. Mas então o novo tipo de vida estará se propagando por todo o nosso ser, porque então estamos deixando Cristo trabalhar em nós no lugar certo. Trata-se da diferença entre a tinta, que está simplesmente deitada sobre a superfície, e uma mancha que penetra naquela superfície.

Quando Cristo disse “sede perfeitos”, quis dizer isso mesmo. Ele quis dizer que temos que entrar no tratamento completo. Pode ser duro para um ovo se transformar em um pássaro; seria uma visão deveras divertida, e muito mais difícil, tentar voar enquanto ainda se é um ovo. Hoje nós somos como ovos. Mas você não pode se contentar em ser um ovo comum, ainda que decente. Ou sua casca se rompe ou você apodrecerá."

Clive Staples Lewis (1898/1963), comumente referido como C. S. Lewis, foi um renomado professor universitário, escritor, romancista, poeta, crítico literário, ensaísta e apologista cristão irlandês.
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Imagem: Peter Carl Fabergé - Ovo Cruz Vermelha, 1915

domingo, 7 de abril de 2019

Fábula de Esopo: "O Rato do Campo e o Rato da Cidade"




Os ratos na cidade
"Um rato que morava na cidade foi, uma vez, visitar um primo que vivia no campo. Este era um pouco arrogante e espevitado, mas queria muito bem ao primo, de maneira que o recebeu com muita satisfação. Ofereceu-lhe o que tinha de melhor: feijão, toucinho, pão e queijo.

O rato da cidade torceu o nariz e disse: 
- Não posso entender, primo, como você consegue viver com estes pobres alimentos. Naturalmente, aqui no campo, é difícil obter coisa melhor. Venha comigo e eu lhe mostrarei como se vive na cidade. Depois que passar lá uma semana, você ficará admirado de ter suportado a vida no campo.

Os dois pusseram-se, então, a caminho. Tarde da noite, chegaram à casa do rato da cidade.
- Certamente você gostará de tomar um refresco, após esta caminhada, disse ele polidamente ao primo.

Conduziu-o à sala de jantar, onde encontraram os restos de uma grande festa. Puseram-se a comer geléias e bolos deliciosos. De repente, ouviram rosnados e latidos.
- O que é isto? Perguntou, assustado, o rato do campo.
- São, simplesmente, os cães da casa, respondeu o da cidade.
- Simplesmente? Não gosto desta música, durante o meu jantar.

Neste momento, a porta se abriu e apareceram dois enormes cães. Os ratos tiveram que fugir a toda pressa.

- Adeus, primo, disse o rato do campo. Vou voltar para minha casa no campo.
- Já vai tão cedo? perguntou o da cidade.
- Sim, já vou e não pretendo voltar, concluiu o primeiro.

Moral: Mais vale o pouco certo, que o muito duvidoso."

O Rato do Campo e o Rato da Cidade é uma fábula atribuída a Esopo. No decorrer do tempo, a história foi recontada com algumas alterações, mas o sentido permaneceu.

Esopo (620/564 a.C.) foi um escritor da Grécia Antiga a quem são atribuídas várias fábulas populares. A ele se atribui a paternidade das fábulas como gênero literário. Malgrado sua existência permaneça em dada medida incerta e pouco se saiba quanto à origem de várias de suas obras, seus contos se disseminaram em muitas línguas pela tradição oral. Em muitos de seus escritos, os animais falam e têm características humanas. As fábulas de Esopo serviram como base para recriações de outros escritores ao longo dos séculos, como Fedro e La Fontaine. 
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Imagem: "Os ratos na cidade", fábulas de Esopo, Projeto Gutemberg/Wikimedia Commons (Domínio Público).

sábado, 6 de abril de 2019

Contos Árabes: "O Banho de Minchabe"


"Disseram a alguém quando estava para morrer:

- Diz, não há outro Deus senão Alá

Mas ele pôs-se a dizer:

- É este o caminho para o banho de Minchabe?

Esta frase tem a sua história. Estava um homem parado diante da sua própria casa cuja porta se assemelhava à de um banho. Passou junto dele uma donzela muito formosa que ia dizendo:

- É este o caminho para o banho de Minchabe?

E o homem disse:

- Este é o banho de Minchabe – e indicou-lhe a sua própria casa.

A donzela entrou na casa e ele entrou atrás dela. Mas mal se viu só com ele dentro de uma casa que não era um banho, compreendeu que a enganara traiçoeiramente. Dando-lhe mostras exteriores de alegria e contentamento por estar junto dele na solidão daquela casa, disse-lhe:

- Conviria que tivéssemos aqui conosco alguma coisa de comer e de beber para passar o tempo agradável e tranquilamente.

Ele respondeu:

- Agora mesmo te vou trazer quanto queiras e te apeteça. – E saiu deixando-a em casa sem a encerrar, livre como estava. E tomando o que julgou conveniente para ambos, regressou, e entrou na casa, e viu que a donzela tinha fugido. E não achando rasto dela, o homem enlouqueceu do amor que por ela sentia. 

Pensando nela constantemente e dominado pela tristeza e pela impaciência, pôs-se a caminhar pelas ruas e as praças dizendo:

- Ah que se eu encontrasse uma mulher que, tendo-se extraviado, perguntava: é este o caminho para o banho de Minchabe?

Passados meses passava numa rua e ia recitando este mesmo verso, segundo o seu costume, quando de uma janela, eis que uma donzela lhe respondeu dizendo:

- E porque não puseste um amuleto na casa quando a tinhas segura ou um ferrolho na porta para que ta conservasse?

Aumentou com isto a sua excitação e a paixão tornou-se mais intensa. E assim continuou até que por fim lhe aconteceu o que já se disse.

Livre-nos Deus das provas e das tentações."

Abú Mohâmed Abde Alhaque, natural de Sevilha, viveu de 1116 a 1185. O banho de Minchabe constitui uma versão do conto oriental "Os Banhos de Zarieb" 

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Fonte: 1- Trecho do livro "Portugal na Espanha Árabe", vol. 1, de António Borges Coelho, 2ª edição, Ed. Caminho SA – 1989 (via blog "O baú da história") - Imagem: Pixabay (Imagem Gratuita)


sexta-feira, 5 de abril de 2019

Sêneca: "A Sabedoria e a Alegria"




"Vou ensinar-te agora o modo de entenderes que não és ainda um sábio. O sábio autêntico vive em plena alegria, contente, tranquilo, imperturbável; vive em pé de igualdade com os deuses. 

Analisa-te então a ti próprio: se nunca te sentes triste, se nenhuma esperança te aflige o ânimo na expectativa do futuro, se dia e noite a tua alma se mantém igual a si mesma, isto é, plena de elevação e contente de si própria, então conseguiste atingir o máximo bem possível ao homem! 

Mas se, em toda a parte e sob todas as formas, não buscas senão o prazer, fica sabendo que tão longe estás da sabedoria como da alegria verdadeira.

Pretendes obter a alegria, mas falharás o alvo se pensas vir a alcançá-la por meio das riquezas ou das honras, pois isso será o mesmo que tentar encontrar a alegria no meio da angústia; riquezas e honras, que buscas como se fossem fontes de satisfação e prazer, são apenas motivos para futuras dores."

Lúcio Aneu Sêneca (4 a.C./65), foi um dos mais célebres advogados, escritores e intelectuais do Império Romano. Conhecido também como Sêneca, o Moço, o Filósofo, ou ainda, o Jovem, sua obra literária e filosófica, tida como modelo do pensador estoico durante o Renascimento, inspirou o desenvolvimento da tragédia na dramaturgia europeia renascentista. Sêneca ocupava-se da forma correta de viver a vida (ou seja, da ética), da física e da lógica. Sêneca foi simultaneamente dramaturgo de sucesso, uma das pessoas mais ricas de Roma, estadista famoso e conselheiro do imperador. Foi um homem de grandes feitos.