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quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

"Re-examine tudo o que foi dito..." A ode à natureza de Leaves of Grass




Obra exaltava a vida em todas as suas formas e é considerada a mais emblemática de Walt Whitman - Em 4 de julho de 1855, o poeta humanista estadunidense Walt Whiman publicou “Leaves of Grass, um livro muito barato dado a sua grandiosidade reflexiva. Logo na primeira leitura faz qualquer pessoa se questionar sobre o desespero da humanidade em meio ao consumismo e materialismo, embora não seja algo tão direto ou explícito.

É uma obra transcendental que mergulha no simbolismo para construir alegorias que de forma sorrateira ou até arrebatadora subtraem o homem da sua leniência, torpor e preguiça existencial – aqui me refiro ao viver para além de si mesmo e do próprio bolso. No livro, não há moralidade, assim como não há imoralidade, o próprio título faz menção a uma relva que incorporada na natureza carrega também a essência e o espírito dos homens e dos animais.

Em Leaves of Grass, Whitman exalta a vida em todas as suas formas, ressaltando que a poesia já nasce embutida não apenas na natureza, mas também no ser humano, embora interpreto que nos dias atuais, com o emergir do individualismo, não seja nada difícil encontrar quem negue o tempo todo a si mesmo o direito à existência poética e harmoniosa. Em um mundo caótico e intolerante, de grande desenvolvimento de males psicológicos, ler Walt Whitman é mais salutar que um medicamento, com o bônus de que não há colaterais negativos.

Abaixo cito um fragmento do meu exemplar de Leaves of Grass:

“Ame a terra, o sol e os animais. Despreze as riquezas, dê esmolas a todos aqueles que lhe pedem. Levante-se para o burro e também para o louco. Dedique também sua renda e trabalho aos outros. Odeie tiranos e não discuta sobre religião. Tenha paciência e indulgência para com o povo e sempre tire o chapéu para conhecidos ou desconhecidos. Leia estas folhas ao ar livre em cada estação de cada ano da sua vida e reexamine tudo o que foi dito na escola, igreja, livro ou qualquer outro lugar. Rejeite tudo aquilo que ofende a sua alma e carne e será um grande poema. Terá uma fluência mais rica não apenas em palavras, mas nas linhas silenciosas de seus lábios e rosto, e ainda entre os cílios de seus olhos e cada movimento e articulação do seu corpo.”

― Walt Whitman, do prefácio de “Leaves of Grass”, ou “Folhas de Relva
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Fonte: A ode à natureza de Leaves of Grass: David Arioch – Jornalismo Cultural | eBook Kindle


Produtos orgânicos e meio ambiente




Os produtos orgânicos ajudam a proteger e regenerar o meio ambiente


Ao comprar produtos orgânicos, os consumidores apesar de não sentirem ou terem consciência da sua ação benéfica para o meio ambiente, estão na verdade adquirindo, um conjunto de dois produtos: os alimentos em si e um produto ambiental (a proteção/regeneração do meio ambiente). E esse produto ambiental que parece abstrato à primeira vista, que apesar de adquirido, não é consumido fisicamente por quem o adquire, pode até ser quantificado e valorado. Basta que sejam medidas nos estabelecimentos agrícolas, a melhoria da qualidade da água, a intensificação da vida microbiológica do solo, o aumento da biodiversidade, o retorno dos pássaros e outros pequenos animais ao espaço agrícola, apesar de eventuais pequenos "prejuízos" que possam causar às atividades agrícolas no curto prazo. 

Por outro lado no longo prazo, os métodos orgânicos de produção, ao equilibrar o meio ambiente e trabalhar de modo harmônico e convergente em relação ao tempo, ritmo, ciclos e limites da natureza, tende a reduzir substancialmente seus custos, podendo até mesmo competir com o agroquímico em termos de produtividade e resultados econômicos, sem entretanto apresentar os aspectos negativos já conhecidos desse sistema de produção. Em produtos para os quais as dificuldades para a produção orgânica já estão totalmente equacionadas, como no das folhosas, os preços chegam a ser mais baixos do que o dos produto convencionais, enquanto que para outros como, tomate, batata e morango ainda persistem dificuldades técnicas, principalmente pela quase total ausência de pesquisas nesse campo.

Todo processo de produção agrícola, obrigatoriamente interfere com a natureza. Entretanto pode haver em relação a esse fato inexorável, dois tipos de posição: uma primeira, mais tradicional e dominante ( própria dos agricultores "modernos" ), é a de considerar que a natureza tem que ser dominada, e para tanto utiliza-se qualquer meio disponível para destruir o mato, os insetos, fungos e qualquer outro predador que ameace suas atividades agrícolas. A natureza é simplesmente considerada um obstáculo à produção, e portanto idealmente, deve ser dominada e se possível eliminada como variável na produção agrícola. 

As metas do desenvolvimento agrícola e as tecnologias tradicionais tem por base esse pressuposto teórico. É uma agricultura feita por agricultores que tem pressa, que não prestam atenção no que está acontecendo a seu redor quando promovem o processo de produção. Querem, e impõem os seus tempos e espaços. Buscam reduzir os ciclos naturais de desenvolvimento de plantas e animais com a mais absoluta "certeza", de que não haverá conseqüência alguma em termos ecológicos. Tudo é considerado válido, desde que esteja dentro dos cânones da racionalidade econômica que "garanta" maiores lucros e menos trabalho. Não há limites naturais e/ou éticos estabelecidos. 

Daí chega-se rapidamente à hidroponía (nutrição artificial de plantas em soluções químicas "perfeitamente" balanceadas, sem solo, sem a luz natural do Sol). Essa agricultura busca primordialmente, não importa a que custo social ou ambiental, os processos mais simples e economicamente racionais de produzir. Apesar de "desprezar" as plantas e animais como seres ( vêem-nas apenas como coisas, pés, números, cabeças ou hectares ), alimentam - as ou nutrem - nas mecanicamente e se dispõem a adotar qualquer tipo de semente, muda ou animais de criação geneticamente modificados, desde que aumentem a produtividade e os lucros. Não considera sequer a possibilidade da ocorrência de efeitos colaterais desses avanços tecnológicos. 

A maior produtividade como decorrência do domínio da racionalidade econômica, tem sido buscada pelas pesquisas da ciência normal e apresentada nas últimas décadas, como uma "panacéia" para todos os males da agricultura e do abastecimento alimentar. O tempo entretanto, encarregou-se de demonstrar a falsidade desse argumento pois a maioria dos agricultores continuou com os mesmos problemas e as crises se sucedem, enquanto as agro-indústrias produtoras de insumos "modernos" (responsáveis pela viabilização da poluição) e processadora de matéria prima, enriqueceram enormemente no mesmo período. 

Esse tipo de agricultura e agricultor leva em consideração apenas o presente, sem qualquer consciência dos males que causam ao meio ambiente ou então fazem de conta, de que na natureza não ocorrem processos complexos e inter-relacionados. Reduzem tudo, a esquemas ou modelos simplificados e consideram-se modernos. E para que essas idéias dominem o imaginário dos agricultores e da opinião pública, toda uma estrutura comercial e de publicidade as reforçam. Por outro lado a estrutura institucional de pesquisa e extensão mantida pelo Estado, tem se apresentado fortemente comprometida e dirigida para a validação cientifica desse modelo, de modo a convencer técnicos e público em geral, reafirmando essa verdadeira ideologia que conforma o pensamento dominante entre os agricultores que denominamos convencionais, por seguirem as "normas" ou procedimentos "corretos", "modernos", "não atrasados".

Uma segunda posição, é a do agricultor orgânico, que considera a natureza sua aliada, amiga, observa-a, e está sempre apreendendo com ela, respeita seu tempo, suas limitações de solo, água, clima, etc. Percebe as inter-relações que existem entre todos os elementos que compõem o meio ambiente. Enfrentando as dificuldades, impostas pelos limites naturais e éticos em relação a esse processo de produção, este agricultor, com satisfação e acreditando na proposta, procura produzir economicamente, mas acompanhando e respeitando o ritmo da natureza atuando e procurando encontrar um máximo de equilíbrio com a mesma.

Entre essas duas concepções ou maneiras de produzir, o principal divisor de águas, é representado pelo fato de que, a agricultura orgânica leva em consideração outras racionalidades além da econômica, ao passo que na agricultura convencional, essa última é a única admissível. No sistema orgânico, muitas vezes a racionalidade econômica não pode ser prioritária, como ocorre por exemplo, no caso da necessidade de preservação de outras espécies, qualidade da água, recuperação da vida microbiológica do solo e de sua estrutura.
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Fonte: Richard Domingues Dulley | Vice-presidente da AAO (Associação de Agricultura Orgânica) e pesquisador do IEA (Instituto de Economia Agrícola) - via Planeta Orgânico (reprodução)

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Água Subterrânea, um recurso esgotável




Água Subterrânea e Meio Ambiente

Problemas ambientais com as águas subterrâneas são comuns, variando quanto ao tipo e grau de gravidade. Podem ser agrupados em duas principais categorias: os causados por contaminação e aqueles causados por superexploração.

As águas subterrâneas e as superficiais são partes integrantes do ciclo hidrológico e do meio ambiente. Freqüentemente, as áreas de descarga da água subterrânea localizam-se em brejos, lagos ou rios, alimentando seus níveis de base e ecossistemas aquáticos. Em outros casos, são esses corpos d'água superficial muitas vezes varia sazonalmente: durante a estação chuvosa, a água flui dos corpos d'água superficiais para a água subterrânea, enquanto na estiagem a direção do fluxo se inverte.

Problemas ambientais com as águas subterrâneas são comuns, variando quanto ao tipo e grau de gravidade. Podem ser agrupados em duas principais categorias: os causados por contaminação e aqueles causados por superexploração.

Poluição

A poluição das águas subterrâneas é geralmente difícil de detectar, de monitoramento dispendioso e muito prolongado. Na maioria das vezes, a contaminação só é descoberta no momento em que substâncias nocivas aparecem nos reservatórios de água potável, quando a poluição já se espalhou sobre uma grande área. A despoluição da água subterrânea é particularmente demorada e cara, através de sofisticadas tecnologias. Os Estados Unidos possuem um fundo estimado de 20 a 100 bilhões de dólares para ações nesse setor.

A qualidade da água subterrânea vem declinando muito lentamente, mas com certeza, em todos os lugares. A maior parte dos contaminantes são provenientes dos usos urbanos, industriais e da agricultura. Muitas soluções técnicas foram desenvolvidas para recuperar ou no mínimo conter os tipos de poluição.

Hoje torna-se evidente que as fontes de poluição da água subterrânea são muito mais disseminadas e relacionadas a uma variedade muito maior de atividades. A poluição em áreas não industrializadas pode ser atribuída a origens diversas tais como fertilizantes, pesticidas, fossas sépticas, drenagens urbanas e poluição do ar e das águas de superfície. O único método eficaz de controle desse tipo de poluição é o manejo inteirado dos usos do solo e da água. 

Superexploração

A água subterrânea sempre foi vista como uma fonte inesgotável de abastecimento. Com o desenvolvimento das modernas técnicas de prospecção, perfuração e extração, essa atitude não pode mais continuar. Embora seja um recurso renovável, poucos aqüíferos podem suportar enormes e indefinidas taxas de extração, na maior parte do mundo. Para assegurar suprimentos de água subterrânea para as gerações futuras, a filosofia do desenvolvimento sustentável preconiza que a extração de água de um aqüífero nunca deve exceder sua recarga.

Quando a extração de água subterrânea ultrapassa a recarga natural, por longos períodos de tempo, os aqüíferos sofrem depleção e o lençol freático começa a baixar. Nessa situação, os seguintes problemas são ocasionados:

  • poços rasos, usados para abastecimentos locais e irrigações, secam;
  • poços de produção tem que ser perfurados a profundidades cada vez maiores, despendendo mais energia para bombeamento;
  • aqüíferos litorâneos podem sofrer contaminação por intrusão da água do mar; e
  • compactação gradual do subsolo, provocando subsidência de terrenos.

Alguns desses problemas podem ser controlados ou revertidos pela redução das extrações, mas, a contaminação pela água do mar persiste por muitos anos, enquanto a subsidência de terrenos costuma ser irreverssível. A solução mais eficaz e menos onerosa é o estabelecimento de um programa de proteção das águas subterrâneas. 
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Fonte: "Poços Tubulares e outras Captações de Águas Subterrâneas - Orientação aos Usuários" SEMADS - Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável SEINPE - Secretaria de Estado de Energia da Indústria Naval e do Petróleo Departament - via Ambiente Brasil

sábado, 24 de fevereiro de 2018

Ernest Hemingway, "O Velho e o Mar"

Ernest Hemingway, a bordo de seu iate, por volta de 1950
Resenha, por Mayra Corrêa e Castro ¹
(siga os links para acessar as obras)

"Embora seja um dos romances mais famosos de Hemingway (1899-1961), escrito em Cuba, publicado em 1952 nos EUA, O Velho e o Mar parece não ser uma unanimidade, mesmo tendo ganhado o Pulitzer de 1953. Dois anos depois, o romancista ganhava o Nobel de Literatura, tornando-se o sexto norte-americano laureado de um grupo que inclui William Faulkner e T. S. Eliot.

Já consagrado por O Sol Também se Lavanta (1926), Por Quem os Sinos Dobram (1940) e As Neves do Kilimanjaro (1932), que tiveram, juntamente com O Velho e o Mar, versões cinematográficas, Hemingway fez parte da festejada geração de escritores estadunidenses que residiu em Paris no entre guerras. O último livro em que trabalhou narra esse período – Paris É uma Festa (1964) – mas ele não chegou a vê-lo publicado, suicidando-se antes.

Qualquer livro de Hemingway tem mais graça se você estiver pensando que é ele mesmo quem o está narrando. Conhecido por um físico vigoroso e pela predileção por “esportes” brutos, como o pugilismo, a tourada e a própria pesca, sua narrativa é objetiva, contundente, de sensibilidade viril e ancorada em sensações que podem ser verbalizadas. O Velho e o Mar conta a história de Santiago, um pescador idoso na costa cubana do Golfo do México, que se encontra a 84 dias sem conseguir voltar para casa com um único peixe. Viúvo, dorme num casebre fazendo as calças de travesseiro numa cama de jornal e tem como distrações as notícias da Liga de Beisebol dos Estados Unidos e as conversas com o menino Manolin, seu aprendiz que, infelizmente, foi impedido pelos pais de ir para o mar com o velho devido à má sorte deste.

O menino sabe que Santiago é o melhor pescador da região e Santiago, embora muito modesto, é conhecedor de sua própria força e valentia. Seu herói, o lendário jogador de beisebol Joe DiMaggio, é alguém para quem ele gostaria de contar seus feitos, seja quando, ainda jovem, navegava em mares africanos em navios que pescavam tartarugas e podia, da proa, avistar leões em terra, seja quando era conhecido como El Campéon na luta de braços. 

No 85º dia, querendo arriscar a sorte, ou provar-se, ou apenas, realmente, exercer seu ofício de pescador com um mínimo de êxito, Santiago resolve navegar longe da costa, em mares mais profundos, e seu anzol pesca um grande peixe-espada – na verdade, o maior que ele já tinha visto. Santiago deve vencer o peixe se quiser voltar para a casa com sua auto-estima intacta, ao mesmo tempo que precisa lutar contra o peixe por dois dias em alto-mar. Essa luta é a de um homem que prefere chamar o mar de la mar, no feminino, porque entende que tanto ele, quanto os peixes que pescam, são todos elementos da natureza e cumprem, cada qual, seu destino.

O final da história não é comovente, nem óbvio, nem simplório, nem heroico – é apenas o final possível, como cabe a um homem, que se preze como tal, realizar. Abaixo transcrevo as minhas melhores partes."

PS: Se possível, compre um O Velhor e o Mar ilustrado. O que tive em mãos tinha desenhos lindíssimos de C.F. Tunniclife. Imagino que a maior parte das edições ilustradas contem com o mesmo desenhista

O velho
“A vela fora remendada em vários pontos com velhos sacos de farinha e, assim, enrolada, parecia a bandeira de uma derrota permanente.” (p. 7)
- Tanto quanto o velho se enxerga como um derrotado, o narrador força para que o enxerguemos da mesma forma. Mas é impossível. O menino Manolin julga Santiago o melhor pescador de todos, nós o julgamos uma espécie de heroi também. Em realidade, as tentativas do narrador de enfatizar a miséria do pescador servem apenas para ressaltar suas qualidades morais.
“Tudo que nele existia era velho, como exceção dos olhos, que eram da cor do mar, alegres e indomáveis.” (p. 8)
- É uma imagem que se forma instantaneamente: um pescador curtido de sol, cabelos brancos, maltrapilho, olha-nos com aquelas cores do mar de Cancun. Ao mesmo tempo, pelos olhos conhecemos sua verdadeira natureza. Hemingway deve ter ficado excitadíssimo com as praias cubanas.

Virilidade
“O velho dirigiu-se para a porta e o garoto seguiu-o. Estava estremunhado de sono e o velho passou-lhe o braço pelos ombros.
- Sinto muito – disse.
- Qué va! – respondeu o garoto. - É o que um homem tem de fazer.” (p. 22)
- Era apenas um garoto, mas já tinha que acordar de madrugada para pescar. Em tempos plurigênero, demonstrações inequívocas de sexualidade não-binária têm o efeito de uma ducha gelada no calor.
“ – E a dor não tem importância para um homem.” (p. 73)
- As mulheres sempre se gabam de suportar melhor a dor que os homens. Não acho que aconteça de fato. Acho que suportar a dor é uma estrutura psíquica que se adquire, independente do sexo. E, finalmente, em se tratando de dor, tem gente com mais talento para suportá-la no físico, enquanto outros a suportam ad eternum na alma. Mas, sim, todos ficamos admirados com aqueles que voluntariamente se expõem à dor. Decorre daí a admiração que direcionamos ao protagonista.
“ – Mas o homem não foi feito para a derrota – disse em voz alta. – Um homem pode ser destruído, mas nunca derrotado.” (p. 89)
- É um frase de evidências frágeis para o atual estado da humanidade… Me admira muito ela ter sido escrita em 1952. Ah, sim, claro, compreendo agora: Hemingway estava em Cuba, fumando em companhia de Fidel, ambos com bastante barba.

O mar
“Entretanto, o velho pescador pensava sempre no mar no feminino e como se fosse uma coisa que concedesse ou negasse grandes favores; mas se o mar praticasse selvagerias ou crueldades era só porque não podia evitá-lo. ‘A lua afeta o mar tal como afeta as mulheres’.” (p. 25)
- Gosto dessa passagem e me lembrei de uma curiosidade que aprendi no livro A História Secreta de Paris: após 1830, Paris passou a ser comumente descrita em termos mais masculinos, enquanto Balzac seguia a velha tradição de chamar a cidade de ela.

O embate
“Não havia nenhuma parte do anzol que um peixe grande pudesse sentir que não tivesse um aroma agradável ou um sabor delicioso.” (p. 26)
- Uma das conclusões a que chega o pescador é que a única diferença entre ele e o espadarte é que ele pensava. Por pensar, pôde pegar o peixe com uma traição (a isca no anzol).
“ ‘A sua escolha inicial [do peixe-espada] fora se esconder nas água escuras e profundas, para além de todos os laços, armadilhas e traições. A minha escolha fora procurá-lo onde jamais alguém ousara ir.’ Sim, onde jamais alguém ousara ir. E agora estavam ligados um ao outro e assim se encontravam desde o meio-dia. E não havia ninguém para ajudar nem a um nem a outro.” (p. 44)
- “O velho e o peixe” não daria um bom título, além de poder ser confundido com a história de uma refeição. Gosto de pensar que Hemingway escolheu a palavra mar porque se trata da relação de duas criaturas com a sobrevivência no e do mar, sendo que, o tempo todo, o velho afirma que ele e o peixe são irmãos. Bem, somos todos irmãos neste planeta. Gostaria de perguntar aos meus amigos veganos se eles considerariam o livro um libelo especista ou, talvez, o primeiro manifesto proto-abolicionista. O que você acha?
“ – Peixe – falou ele – , não o largo enquanto viver.” (p. 46)
“ – Peixe – disse o velho – , eu gosto muito de você e o respeito muito. Mas vou matá-lo antes do fim do dia.” (p. 47)
“ – Se ainda não está cansado, peixe – disse em voz alta – , você é, na verdade, um peixe muito estranho.” (p. 59)
“ – Peixe! – gritou-lhe o velho. – Peixe, de qualquer modo você tem de morrer. Acha que precisa matar-me também?” (p. 79)
“ – Não devia ter vindo tanto para o largo, peixe – falou o velho. – Nem você nem eu. Desculpe-me, peixe.” (p. 95)
- O pescador dialoga com o espadarte. No início, é apenas um caçador querendo cansar sua presa. Na terceira fala, ele se coloca de igual pra igual – o pescador também se considerava um homem muito estranho. Finalmente, incapaz de dar um fim digno à sua caça, pede-lhe desculpas.  Todas essas falas, quando aparecem na narrativa, pontuam momentos de devaneio do velho, em que ele chega a duvidar da validade de sua existência. Mas, então, cumprir o que lhe cabe cumprir sendo pescador a reafirma. É muito impactante.
“ ‘É um peixe enorme e tenho de dominá-lo. Não posso deixar que compreenda a força que possui, nem o que poderia fazer se aumentasse a velocidade.” (p. 55)
- O princípio do abolicionismo animal é que temos tanto direito à vida quanto qualquer outro animal. Entretanto, por termos consciência, podemos escolher não matá-los. Deixando este papo militante de lado, no livro o pescador precisa, a todo custo, ceder à força do animal, até que ache o momento certo de abatê-lo. É um jogo de paciência, tanto para um, quanto para outro.
“ ‘A minha, não importa. A minha, eu posso suportar. Mas a dor dele pode enlouquecê-lo.” (p. 76)
- Em todos os sentidos, acho essa frase genial. Ela resume toda a tensão do jogo entre o velho e o espadarte.
“Então o peixe voltou à vida já com a morte nele (…)” (p. 81)
“O velho sabia que o tubarão estava bem morto, mas o tubarão, ele mesmo, não queria acreditar.” (p. 88)
- Acho que é uma das obsessões do autor: a vida vive na morte."


Bibliografia: HEMINGWAY, Ernest. O velho e o mar.
Fonte: 1 - http://asmelhorespartes.blogspot.com.br - revisto por Mayra Corrêa e Castro (reprodução)
Hemingway é ótimo! Ele consegue despertar em nós o verdadeiro prazer da leitura. Seu universo é mágico.

       


sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Reciclagem de Metais




Os metais são 100% recicláveis, por exemplo, para fabricação de uma tonelada de alumínio são necessárias 5 toneladas de bauxita. A reciclagem de uma tonelada de sucata de alumínio economiza 5 toneladas de bauxita, um recurso natural não-renovável. A metalurgia e a reciclagem se confundem ao longo da História, pois as sucatas são geralmente as matérias-primas mais convenientes na fundição, não havendo também perdas de qualidade no processo.

Os metais são muito utilizados em equipamentos, estruturas, embalagens, etc. devido à sua elevada durabilidade, resistência e facilidade de conformação. 

Separam-se magneticamente as sucatas em ferrosas e não-ferrosas e ainda em:

  • Sucatas pesadas: geralmente encontradas nos "ferros-velhos" (vigas, equipamentos, chapas, grelhas etc.).
  • Sucatas de processo: cavacos, limalhas e rebarbas, além de peças defeituosas que voltam ao processo industrial.
  • Sucatas de obsolescência: materiais destinados ao lixo após o uso.

O cobre é muito utilizado para ligas: latão e bronze e revestimento de artefatos metálicos. O estanho é utilizado para revestir internamente latas de aço (folhas-de-flandres) no setor de embalagens, principalmente para alimentos, para evitar a corrosão pelo alimento. Crômio é utilizado para revestir latas e vários artefatos metálicos. O zinco e o níquel são utilizados também para revestir artefatos metálicos. Aço é uma liga de ferro com carvão e baixíssimas quantidades de outros metais (molibdênio, crômio, níquel, tungstênio, nióbio, etc). Dependendo deste outro metal, temos os diferentes tipos de aços.

Os metais são 100% recicláveis, por exemplo, para fabricação de uma tonelada de alumínio são necessárias 5 toneladas de bauxita. A reciclagem de uma tonelada de sucata de alumínio economiza 5 toneladas de bauxita, um recurso natural não-renovável.

As latas, tanto as de folhas-de-flandres quanto as de alumínio, são as principais sucatas metálicas desprezadas hoje em dia e que podem ser recuperadas em grandes quantidades pela coleta seletiva.

Cada tonelada de aço reciclado representa uma economia de 1.140 kg de minério de ferro, 154 kg de carvão e 18 kg de cal. Já na reciclagem do alumínio, a economia de energia é de 95% em relação ao processo primário, economizando a extração de 5 toneladas de bauxita (matéria prima para se fabricar o alumínio) por tonelada reciclada, sem contar toda a lama vermelha (resíduo da mineração) que é evitada.

Geralmente os metais ferrosos são direcionados para as usinas de fundição, onde a sucata é colocada em fornos elétricos ou a oxigênio, aquecidos a 1.550 graus centígrados. Após atingir o ponto de fusão e chegar ao estado líquido, o material é moldado em tarugos e placas metálicas, que sero cortados na forma de chapas de aço. A sucata demora somente um dia para ser reprocessada e transformada novamente em lâminas de aço usadas por vários setores industriais - das montadoras de automóveis às fábricas de latinhas em conserva.

O alumínio também é encaminhado para a fundição, obedecendo parâmetros específicos de processamento. O alumínio reciclado está presente na indústria de autopeças, na fabricação de novas embalagens, entre outros.

Pode-se concluir que os benefícios da reciclagem de metais são:

- economia de minérios;
- economia de energia;
- economia de água;
- aumento da vida útil dos lixões;
- diminuição das áreas degradadas pela extração do minério;
- diminuição da poluição;
- geração de empregos e recursos econômicos para os intermediários.

Fonte: ambientebrasil.com.br (reprodução)


quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Motor Diesel vs Gasolina: qual poluí mais?




Os gases de escape são definidos por substancias solidas, liquidas ou gasosas que se combinam com o meio ambiente, alterando a composição natural do ar.

Os poluentes são substâncias libertadas pelo homem que prejudicam o meio ambiente de uma ou de outra forma. Podem classificar-se de acordo com vários critérios, por exemplos:


  • Altamente tóxicos: Substâncias que causam danos directos ao Homem animais ou plantas;
  • Tóxicos: Substâncias que causam danos quando em certas concentrações;
  • Perigosos: Substancias que são perigosas em apenas certas condições e concentrações;
  • Cancerígenos: Substâncias que causam cancro aquando contactos permanentes.


A maior parte das emissões ocorre durante a combustão do combustível e escapam-se para a atmosfera pelo sistema de escape. No entanto podem ocorrer emissões gasosas provenientes do cárter, devido à passagem de parte dos gases de combustão da câmara de combustão para o cárter e à evaporação dos lubrificantes.

Alguma quantidade de combustível evapora-se do depósito de combustível, dependendo da temperatura exterior.

EMISSÕES DE POLUENTES

Os poluentes incluem basicamente as seguintes substâncias:


  • Monóxido de carbono (CO): É uma toxina que ao ser inspirada, conduz à asfixia por falta de oxigenação das célula, tanto do Homem como nos animais mesmo em pequenas concentrações;
  • Óxidos de Azoto (NO, NO2): São toxinas perigosas quando inspiradas. Contribuem para as chuvas ácidas e juntamente com os hidrocarbonetos ao origem a produtos agressivos como por exemplo, Ozono (O3). Esta substância produz uma camada protectora contra os perigosos raios solares na atmosfera superior, mas no nosso meio ambiente imediato, actua como uma toxina das células.
  • Dióxido de Enxofre (SO2): É uma toxina perigosa quando inspirada. A sua proporção depende do petróleo em bruto utilizado na refinação para produzir o combustível.


Existem outros tipos de poluentes menos prejudiciais para a saúde que não iremos abordar.

MAIS EMISSÕES NOS MOTORES A GASOLINA OU NOS MOTORES A DIESEL?

Esta foi a principal razão de eu ter feito este artigo. A resposta é fácil, explicar-la é que se pode tornar mais complicado quando é assunto de discussão.

A gasolina utilizada nos motores é constituída quase exclusivamente por hidrocarbonetos. Devido aos diferentes graus de petróleo em bruto utilizado e dos aditivos sintéticos, contém também enxofre, chumbo ou outros compostos em pequenas percentagens. A gasolina é também muito volátil e evapora-se a temperaturas ambientes, como já tínhamos falado. O consumo de combustível nos carros a gasolina também é maior, logo irá original mais poluição.

Nos carros a diesel necessitam de mais ar para o seu funcionamento, do que os motores a gasolina. Este facto limita o valor da pressão efectiva mas por outro lado diminui a emissão de poluentes. Estes poluentes correspondem apenas - em média - a 5% dos ofensivos. Os restantes 95% são praticamente constituídos por dióxido de carbono, vapor de água, azoto e sulfatos. Para alem disso, hoje em dia os automóveis a diesel possuem sistemas de analise e tratamento de gases muito avançado que reduz em grande escala as emissões.

CONCLUSÃO

Sem margens para dúvidas que os carros a diesel são menos poluentes que os carros a gasolina. Cada vez mais se procuram soluções para combater as enormes emissões de gases que os carros provocam. Como os carros a diesel são mais procurados pelos condutores, a tecnologia aliada à necessidade de fazer carros amigos do ambiente torna os motores a diesel nisso mesmo.

Fonte: Quatro Tempos | Crédito/Imagem: Conserva tu Coche


terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Dia Mundial da Justiça Social




Reconhecendo a necessidade de promover os esforços para enfrentar questões como a pobreza, a exclusão e o desemprego, a Assembleia Geral das Nações Unidas decidiu observar todos os anos, a 20 de Fevereiro, o Dia Mundial da Justiça Social. 

A data foi criada pela Organização das Nações Unidas – ONU, em 26 de novembro de 2007, sendo comemorada pela primeira vez em 2009. Ao designar o Dia Mundial, a Assembleia “reconhece a necessidade de consolidar os esforços da comunidade internacional no domínio da erradicação da pobreza e no que se refere a promover o pleno emprego e o trabalho digno, a igualdade de gênero e o acesso ao bem-estar social e à justiça para todos”. 

Esta data é de extrema importância para ajudar a fortalecer a luta contra a pobreza, exclusão, preconceito e desemprego, em busca do desenvolvimento social dos países. Alcançar a justiça social significa promover uma convivência pacífica e saudável entre as nações, eliminando barreiras do preconceito, seja por motivos de raça, etnia, religião, idade ou cultura, por exemplo.

“A justiça social é um princípio fundamental de coexistência pacífica e próspera entre as nações. Defendemos os princípios da justiça social quando promovemos a igualdade de gênero ou os direitos dos povos indígenas e dos migrantes.” - Ban Ki-moon, 8º secretário-geral da Organização das Nações Unidas.

O Dia Mundial da Justiça Social foi criado como um reforço para o estabelecimentos das metas propostas pela ONU na Cimera Mundial do Desenvolvimento Social, em 1995, Cúpula Social de Copenhagen e na Cúpula do Milênio, entre outros fóruns da Organização.

Para assegurar a estabilidade e a prosperidade mundiais, temos que garantir a todos um nível de vida aceitável e a igualdade de oportunidades. A ausência de justiça social para todos deveria constituir uma afronta a todos nós. Nesta primeira celebração, reiteremos nossa adesão aos princípios da justiça social e nosso empenho na procura enérgica de estratégias e políticas que permitam a sua concretização.

Entre as principais ações a serem atingidas com esta iniciativa está a eliminação da pobreza, o bem estar da população e o fim de qualquer tipo de descriminação dentro da sociedade. A cada Dia Mundial da Justiça Social, reforçamos nosso compromisso por um mundo mais justo e pleno de direitos.

Fonte: Com informações de: UNRIC, ONU BR e INESC


domingo, 18 de fevereiro de 2018

Esclarecendo dúvidas sobre Filtros Solares




O que são filtros solares ?  

São substâncias que aplicadas sobre a pele protegem a mesma contra a ação dos raios ultra-violeta (UV) do sol. 

Os filtros solares podem ser químicos (absorvem os raios UV) ou físicos (refletem os raios UV). É comum a associação de filtros químicos e físicos para se obter um filtro solar de FPS mais alto. 

O que é FPS ?  

FPS significa Fator de Proteção Solar. Todo filtro solar tem um número que determina o seu FPS, que pode variar de 2 a 60 (até agora, nos produtos comercializados no Brasil). O FPS mede a proteção contra os raios UVB, responsáveis pela queimadura solar, mas não medem a proteção contra os raios UVA. 

O que significa o valor do FPS ?  

A pele, quando exposta ao sol sem proteção, leva um determinado tempo para ficar vermelha. Quando se usa um filtro solar com FPS 15, por exemplo, a mesma pele leva 15 vezes mais tempo para ficar vermelha. 

A partir do FPS 15 todos os filtros são iguais ?   

Não. Esta é uma idéia que foi divulgada de forma errada. O filtro solar com FPS 15 bloqueia a maior parte dos raios UV e o aumento do FPS aumenta pouco o bloqueio destes raios. No entanto, o tempo em que o filtro solar continuará a absorver os raios UV será maior quanto maior for o FPS, diminuindo a frequência da reaplicação. 

Como devo escolher o FPS do meu filtro solar?  

O filtro solar deve proteger a pele evitando o dano causado pela radiação solar. Se o filtro que você utiliza permite que sua pele fique vermelha após a exposição ao sol, isto é sinal de que a proteção não está sendo eficaz. Neste caso, você deve aumentar o FPS ou então reaplicar o filtro solar com um intervalo menor.

O fator mínimo para uma proteção adequada é o FPS 15, aplicando o filtro generosamente sempre 20 a 30 minutos antes de se expor ao sol e reaplicando a cada 2 horas. Entretanto, como o FPS é determinado em laboratórios, sob condições especiais, minha recomendação pessoal é dar uma margem de segurança, usando sempre um filtro solar com FPS igual ou maior que 25. 

"Oil free"? Hipoalergênico? Entenda seu filtro solar.

A linguagem utilizada nos rótulos dos filtros solares muitas vezes deixa o consumidor confuso na hora da compra. Aprenda abaixo o que significam os termos mais frequentes e escolha aqueles mais indicados ao seu tipo de pele:

  • Anti UVA e UVB: filtros que protegem contra os raios ultravioleta A e ultravioleta B.
  • Hipoalergênico: utiliza substâncias que geralmente não provocam alergias.
  • Livre de PABA ou "PABA Free": filtros que não contém a substância PABA, que tem alto poder de causar alergias.
  •  Livre de óleo ou "oil free": filtros cujos veículos não contém substâncias oleosas. São os mais indicados para pessoas de pele oleosa ou com tendência à formação de cravos e espinhas.
  • Não comedogênico: filtros que não obstruem os poros, evitando assim a formação de cravos. São também indicados para pessoas de pele oleosa e com tendência à formação de cravos e espinhas. 

Atenção: filtro solar que protege não deixa queimar. Se você usou o filtro solar e mesmo assim se queimou, ou usou um FPS menor do que deveria, ou não aplicou o filtro da forma correta.

Fonte: http://www.dermatologia.net/cat-a-pele/entenda-os-filtros-solares/


sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

A grande verdade da agropecuária global




A cientista, autora e ativista Vandana Shiva
Herbicidas - Pesticidas - Suicidas: A grande verdade da agropecuária global. Os comerciantes de sementes prosperam e os agricultores enfraquecem - Vandana Shiva disse a verdade... 

Os negócios agropecuários estão forçando agricultores do mundo inteiro a dedicarem-se à monocultura, muitas vezes usando safras híbridas, cujas sementes têm que ser compradas a cada ano. 

A monocultura destrói a biodiversidade e, enquanto aumenta o volume de determinada safra, no todo acaba diminuindo a produção de alimentos. Além disso, torna os agricultores dependentes de um processo de distribuição que força continuamente os preços dos produtos agrícolas para baixo, transferindo o lucro para os comerciantes de sementes, herbicidas e pesticidas. Os pesticidas, por sua vez, matam os insetos que polinizam as plantas nativas, aumentando ainda mais a relação de dependência que liga o agricultor à máquina global. 

Como se não bastasse, temos ainda a nova onda de "melhorias" tecnológicas, as safras geneticamente modificadas que, supostamente, deverão livrar o mundo da fome. Além da ameaça que essas safras representam para os ecossistemas e para a vida selvagem que os habita, elas já vêm patenteadas. No início, o lucro será elevado, mas o comerciante de sementes vai reter um direito permanente sobre as mesmas. 

As safras geneticamente modificadas vão seguir o padrão estabelecido pela agroindústria em toda a parte: rápida transferência da margem de lucro do agricultor para o fabricante das sementes e dos produtos químicos, expulsando gradativamente as pessoas da terra em que vivem. 

Vandana Shiva mostrou gráficos expressivos dos danos sociais e ecológicos causados pela indústria alimentícia global na Índia. No entanto, os mecanismos que ela identificou - tratados que permitem o dumping de excedentes, regulamentos de higiene que impõem a necessidade de processamento industrial dos alimentos, os quase monopólios e leis sobre patentes, os constantes e nefastos experimentos com sementes e produtos químicos - estão causando aos agricultores em outras partes do mundo os mesmos prejuízos como a seus colegas asiáticos e africanos. 

O bem mais importante de um país é sua agricultura. Nenhum acordo deveria ser assinado, por maior que sejam os benefícios pretendidos, quando o preço é a perda da agricultura nativa, sustentável e biodiversificada.
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Roger Scrutton
Fonte: Extraído de artigo publicado no Financial Times e na revista Resurgence, nº 203

Veja também o Pesticide Action Network, PAN no site http://www.pan-international.org/ (inglês, francês e espanhol)


quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Cigarro e Cirurgia Plástica




Especialista adverte: Fumo interfere na cicatrização - Certamente você já ouviu dizer que é preciso parar de fumar duas ou três semanas antes de se submeter a uma cirurgia plástica. A Médica Audrey Worthington, especialista em Cirurgia Plástica, recomenda aos pacientes que discutam o assunto com seus médicos antes de marcar o procedimento cirúrgico. “A paciente deve relatar corretamente seu histórico de tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas, uso de medicamentos, reações alérgicas e histórias de cicatrização difícil. Tudo tem que ser levado em conta para que o resultado seja o esperado.”

No caso do tabagismo, o risco é comprometer uma boa cicatrização pós-cirúrgica. “O paciente fumante corre mais riscos, pois a nicotina tem efeito vasoconstritor, que diminui o calibre dos vasos sangüíneos e restringe o aporte de sangue. Conseqüentemente, ocorre a diminuição do fornecimento de oxigênio para a ferida operatória, podendo causar necroses (morte do tecido) e infecções”, revela a Cirurgiã Plástica. 

Segundo Audrey, há trabalhos científicos mostrando que apenas a inalação da fumaça de um cigarro prejudica células formadoras de colágeno, os fibroblastos fundamentais para a cicatrização. “A fumaça contém substâncias como a acroleína e o acetaldeido que prejudicam a adesão entre as células”, explica. Quando há uma incisão (corte) ou qualquer traumatismo, todo o organismo se mobiliza para tentar resolver o problema por meio de um processo inflamatório. “Este processo é bom e necessário para uma adequada cura do tecido lesado. No entanto, o fumo inibe a migração das células que iniciam a inflamação, como os leucócitos, e isso dificulta ainda mais o processo cicatricial”, justifica.

O uso do tabaco também inibe a migração dos fibroblastos, que acabam ficando nas bordas da ferida e ela demora mais para fechar, além de aumentar as chances de uma cicatriz hipertrófica e até queloideana. O quelóide é uma espécie de tumor de cicatriz e ocorre quando há excesso da produção de fibras colágenas, o que dá aquele aspecto volumoso e endurecido, muitas vezes doloroso.

Pacientes fumantes têm maior predisposição à formação de pequenos coágulos que podem obstruir capilares e alterar a cura das feridas cirúrgicas. O fumo também afeta o sistema imunológico, diminui as defesas do organismo e ocasiona o envelhecimento precoce. Segundo a Dra. Audrey, todos esses fatores se somam durante uma cirurgia e devem ser levados em conta pelo paciente e seu cirurgião, já que interferem diretamente nos resultados e, principalmente, na saúde como um todo. Leia mais...

Autor: Clarice Pereira - Fonte: Universo da Mulher


quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Quarta-feira de Cinzas




A bênção e imposição das cinzas constituem uma prática penitencial muito antiga que remonta aos rituais de expiação executados pelos romanos e a práticas referidas no Antigo Testamento.

Através da cerimónia simbólica da imposição das cinzas, feitas a partir dos ramos de oliveira benzidos no Domingo de Ramos do ano anterior, a Igreja quer que reconheçamos a nossa condição de pecadores e que aceitemos humildemente a morte temporal como consequência do pecado. 

Os fiéis comprometem-se, na Eucaristia de Quarta-feira de Cinzas, a combater o pecado durante a Quaresma, através do jejum, da oração e da esmola. Inicia-se o processo de conversão e de preparação para a Páscoa do Senhor. 

"O gesto das cinzas lembra-nos a nossa condição original: fomos tirados da terra, somos feitos de pó".  ~Papa Francisco

Reflexão para o dia:

Podemos estar a levar os outros a não dar esmola. O leitor já viu que no cestinho do peditório da missa, normalmente, só há moedas? As pessoas só poderão dar uma moeda e, muitas vezes, pequena? Porque será? Porque todos fazem assim? Lá está, é o valor do exemplo. Como eu faço assim, o meu irmão também faz assim. Não diga «porque todos fazem assim, eu também faço». A responsabilidade não é do outro. É do leitor.

Veja também: Oração da Quarta-feira de Cinzas ✝ Para o início da Quaresma

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Terça-feira de Carnaval



Esta é uma celebração de data móvel, mas que é obrigatoriamente comemorada numa terça-feira.

Apesar de tradicionalmente esse ser um dia de folga, o Carnaval não é um feriado nacional. No Rio de Janeiro, sim, é feriado estadual, conforme Lei nº 5246, de 14 de maio de 2008.

A festa de Carnaval dura três dias, e sua data varia a cada ano, uma vez que ocorre sempre 47 dias antes da Páscoa.

No Carnaval, as pessoas se vestem de maneira diferente da habitual, com trajes mais divertidos e inusitados, e comemoram a data indo aos bailes e desfiles específicos da época.

O Brasil é mundialmente conhecido por essa comemoração, que é festejada em todo país, em especial nos estados do Rio de Janeiro, Pernambuco, Bahia e São Paulo, que fazem grandes desfiles de fantasias com temas variados.

A cidade de Recife, nordeste do Brasil, também se destaca por ter o maior bloco de Carnaval do mundo, chamado "Galo da Madrugada".

História do Carnaval

Originalmente, o termo “carnaval” significa “adeus à carne” (carnis levale, em latim), pois representava, na Idade Média, uma época de festas populares que antecediam um período de grande jejum.

O Carnaval passou a ser adotado pela Igreja Católica como o marco inicial da Quaresma a partir de 590 d.C.

No Brasil, esta festa popular começou a ser comemorada em meados do século XVII, por influência dos europeus, que já festejavam muito antes, principalmente na França e na Itália.

Foi apenas no século XX que o Carnaval no Brasil se consolidou com o formato conhecido contemporaneamente. O samba e as marchinhas carnavalescas foram grandes impulsionadores desta festa popular entre os brasileiros.

Veja também: A verdadeira origem do carnaval - O Carnaval Pagão

Quando será o Carnaval nos próximos anos?

Como dito, o Carnaval é uma festa móvel e, por este motivo, todos os anos é comemorado numa data diferente. Para já ir se programando, saiba quais são as datas do Carnaval para os próximos 5 anos!

  • Carnaval 2019 - 5 de março de 2019
  • Carnaval 2020 - 25 de fevereiro de 2020
  • Carnaval 2021 - 16 de fevereiro de 2021
  • Carnaval 2022 - 1 de março de 2022
  • Carnaval 2023 - 21 de fevereiro

Fonte: https://www.calendarr.com/brasil/carnaval/

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Bebidas falsificadas podem causar sérios danos à saúde




O hepatologista Juvenal Gomes
Perigo no Carnaval: bebidas falsificadas podem causar sérios danos à saúde

As festas carnavalescas já começaram e os foliões podem enfrentar um grande perigo, as bebidas alcoólicas produzidas de forma ilegal. Elas são prejudiciais à saúde, pois podem conter substâncias químicas nocivas ao organismo, como o metanol, cobre e carbonato de etila, que são muito utilizadas na fabricação dessas bebidas.

De acordo com o hepatologista Juvenal Gomes, a bebida falsificada causa alguns danos à saúde. “Podem ocasionar vômitos, dores abdominais, tontura, sonolência ou em casos específicos danos mais graves. O metanol, por exemplo, usado para fabricação de vodkas falsificadas pode causar cegueira permanente”, ressalta o médico.

Algumas dicas ajudam a identificar quando uma bebida é falsa, como conferir o lacre. No Brasil, as bebidas alcoólicas precisam necessariamente ter o selo do IPI, que é o “Imposto sobre Produto Industrializado”, se a garrafa em questão não possuir esse selo, em específico, significa que ela não foi fiscalizada por autoridades brasileiras. Desconfie sempre de preços muito baixos e escolha sempre locais confiáveis para realizar a compra das bebidas.

Outra forma simples de identificar se a bebida está adultera consiste em apenas pingar o líquido em uma fatia de pão. Se a bebida tiver sido colorizada com iodo, o pão adquire uma coloração preta. Isso acontece porque o amido presente no pão entra em contato com o iodo e altera a estrutura formada pela molécula.

Vale ressaltar ainda que ao sentir os desconfortos decorrentes desse tipo de bebidas é importante procurar um médico para analisar os danos causados no organismo.

Fonte: Bruna Martins | Portal AZ


domingo, 4 de fevereiro de 2018

5 Plantas para Purificar o Ar Ambiente




Além de deixarem o ambiente de qualquer casa mais alegre, as plantas são ideias para filtrar o ar do local. Mas nem todas cumprem essa tarefa com a mesma eficácia.


Uma única planta é capaz de purificar o ar de uma sala de 9 m2. Algumas espécies podem combater até a poluição existente dentro de casas e escritórios (gerada por verniz, tintas, colas, fibras sintéticas e fumaça de cigarro). Os poluentes mais comuns e que as plantas se encarregam de filtrar são: benzeno, xileno, amoníaco, tricloroetileno e formaleído.

Um estudo realizado em 1989, conduzido pelo cientista americano Bill Wolverton, na época da Nasa e que hoje dirige a ONG Wolverton Environmental Services, comprovou que os poluentes são absorvidos por bactérias que vivem nas raízes e nas folhas de plantas como jibóia, palmeira areca, ligustro-chinês, comigo-ninguém-pode, espada-de-são-jorge e bambuzinho.

Ele resumiu a lista e recomendou as cinco melhores plantas para limpar o ar de um casa. E também sugeriu “ter variedade, já que algumas são melhores que outras para eliminar substâncias químicas específicas do ar”.

Essa é a seleção feita por Wolverton:

1) Jibóia (Epipremnum aureum) - Um planta folhosa bem popular e fácil de ser obtida. É muito resistente e não requer grandes cuidados. Por isso é bastante utilizada em escritórios, comércio e outros locais públicos.

Se adapta facilmente a temperaturas entre 17ºC e 30ºC, e só é preciso regá-la quando a terra estiver seca. É eficaz na absorção de formaleído, xileno e benzeno.

2) Lírio da paz (Spathiphyllum) - É uma planta que sobrevive com pouca luz e pouca água. Ela cresce em temperaturas superiroes a 18ºC e é bastante longeva.

Se recomenda que ela seja mantida longe de correntes de ar. Ela absorve os cinco contaminantes de ar analisados pela Nasa.

3) Palmeira-dama (Raphis excels) - Também conhecida como palmeira-ráfis, ela é originária da Ásia e pode chegar a até 3 metros de altura.

Seu cultivo é melhor em áreas com temperaturas medianas e sem luz direta. De acordo com a agência especial Americana, ela se encarrega de eliminar do ar o formaleído, xileno e amoníaco.

4) Espada-de-São-Jorge (Sansevieria trifasciata) - De origem africana, é bastante utilizada na decoração de interiores, até por ter a vantage de sobreviver bem em condições desfavoráveis.

Pode aguentar temperaturas bem altas (até 40ºC) e bem baixas (-5ºC), se esses extremos ocorrerem de maneira esporádica. É boa para eliminar benzeno, xileno, formaleído e também o toluene e o tricloroetileno.

5) Árvore-da-borracha (Ficus elastica) - É muito resistente e, como tem um alto índice de transpiração, ajuda a manter a umidade do ar.

Em poucos anos, ela pode crescer muito rápido. É eficiente na eliminação do benzeno, xileno e toluene e também age contra o formaleído e o tricloroetileno.

Com informações de BBC Brasil.

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