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domingo, 30 de setembro de 2018

Igualdade de gêneros: USP apresenta ações na ONU




USP apresenta ações voltadas à igualdade de gêneros na ONU - Universidade é uma das instituições mundiais que faz parte da campanha “ElesPorElas”, promovida pelo programa ONU Mulheres - Jornal da USP*


“Temos desenvolvido e utilizado as atividades culturais e esportivas como importantes ferramentas para socializar nossos estudantes e desenvolver o respeito mútuo. A ideia é mudar a cultura dentro da Universidade de forma a promover a igualdade de gêneros”.

Assim, o reitor da USP, Vahan Agopyan, resumiu uma das principais ações desenvolvidas no âmbito acadêmico e que fazem parte da campanha “ElesPorElas” [HeForShe], promovida pela ONU Mulheres, entidade dedicada a projetos na área de igualdade de gêneros e empoderamento das mulheres.

A apresentação foi realizada no dia 26 de setembro, em evento realizado em Nova Iorque, paralelamente aos debates da 73ª Assembleia Geral das Nações Unidas.

A USP foi uma das dez universidades escolhidas internacionalmente para fazer parte do movimento, sendo a única da América do Sul a participar do projeto, que convoca pessoas de todo o mundo para desenvolver iniciativas e advogar pela igualdade de gêneros. Lançada em 2015, a iniciativa “ElesPorElas Impacto 10x10x10” reúne dez chefes de Estado, dez presidentes de empresas e dez presidentes de universidades.

Além da USP, fazem parte da campanha a Universidade de Georgetown (EUA), Sciences Po (França), Universidade de Nagoia (Japão), Universidade de Stony Brook (EUA), Universidade de Hong Kong (China), Universidade de Leicester (Reino Unido), Universidade Kenyatta (Quênia), Universidade de Waterloo (Canadá) e Universidade de Witwatersrand (África do Sul).

Paridade 

Durante o encontro, foram lançadas três publicações fundamentadas nas experiências apresentadas pelos líderes mundiais, empresários e representantes das universidades.

Uma delas é um roteiro para as organizações sobre paridade na liderança global, que teve como base o trabalho da empresa PwC Network, que passou de 18% de representação feminina em sua equipe de liderança global para 47% em apenas 15 meses.

A segunda é o Relatório “ElesPorElas” sobre Soluções Emergentes para a Igualdade de Gênero, contendo 34 propostas que abordam uma ampla gama de questões, incluindo a diminuição das disparidades salariais entre homens e mulheres, o fim da violência sexual e baseada em gênero e a obtenção da paridade em toda a sociedade.

Por último, foi apresentado o primeiro Guia Masculino “ElesPorElas” para Igualdade de Gênero – Dicas para Entender e Gerenciar Suas Emoções, baseado em um programa pioneiro do Governo da Finlândia (as publicações estão disponíveis neste link).

Além do dirigente, a USP foi representada no evento pela coordenadora do Escritório USP Mulheres, Eva Alterman Blay, e pelo presidente da Agência USP de Cooperação Acadêmica Nacional e Internacional (Aucani), Raul Machado Neto.
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Fonte: *por Adriana Cruz - Editorias: Institucional, Sala de Imprensa/USP - URL Curta: jornal.usp.br/?p=198804 - Imagem: USP/Divulgação 

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Schopenhauer: "A noite escura da existência"





"De cada evento em nossa vida, é apenas por um momento que podemos dizer que este "é"; após isso devemos dizer para sempre que este foi. Cada noite nos empobrece, dia a dia. Provavelmente nos deixaria irritados ver este curto espaço de tempo esvaecendo, se não fôssemos secretamente conscientes, nas maiores profundezas de nosso ser, de que compartilhamos do inexaurível manancial da eternidade, e de que nele podemos sempre ter a vida renovada.

Reflexões com a natureza das acima podem, de fato, nos levar a estabelecer a crença de que gozar o presente e fazer disso o propósito da vida é a maior sabedoria; visto que somente o presente é real, todo o mais é representação do pensamento. Mas tal propósito poderia também ser denominado a maior tolice, pois aquilo que, no próximo instante, não mais existe e desaparece completamente como um sonho, jamais poderá merecer um esforço sério."

— Arthur Schopenhauer, in "O Vazio da Existência" - Editora Martins Fontes - pág. 1 - Imagem: Obra de George Innes (1866)

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

"Elogio do Aprendizado", por Bertold Brecht




Aprenda o mais simples!
Para aqueles
Cuja hora chegou
Nunca é tarde demais!

Aprenda o ABC; não basta, mas
Aprenda! Não desanime!
Comece! É preciso saber tudo!
Você tem que assumir o comando!

Aprenda, homem no asilo!
Aprenda, homem na prisão!
Aprenda, mulher na cozinha!
Aprenda, ancião!
Você tem que assumir o comando!

Frequente a escola, você que não tem casa!
Adquira conhecimento, você que sente frio!
Você que tem fome, agarre o livro: é uma arma.
Você tem que assumir o comando.

Não se envergonhe de perguntar, camarada!
Não se deixe convencer
Veja com seus olhos!
O que não sabe por conta própria
Não sabe.

Verifique a conta
É você que vai pagar.
Ponha o dedo sobre cada ítem
Pergunte: O que é isso?
Você tem que assumir o comando.
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Fonte: *Bertolt Brechet, Elogio do Aprendizado, in Poemas 1913 – 1956, São Paulo, Brasiliense, 1986, p. 121. - Imagem: Daiana Holz (Facebook)

sábado, 22 de setembro de 2018

Dia Mundial sem Carro




Dia Mundial Sem Carro de 2015 em Brasília
Marcello Casal Jr./ABr (CC BY 3.0 BR)
No dia 22 de setembro é celebrado o Dia Mundial sem Carro - Sulpost*

É uma data internacional que tem como objetivo estimular uma reflexão sobre o uso excessivo do automóvel, além de propor às pessoas que dirigem todos os dias que revejam a dependência que criaram em relação ao carro ou moto. 

Criado pelo movimento "Car Free", tem como fundamento que as pessoas experimentem, pelo menos nesse dia, formas alternativas de mobilidade, descobrindo que é possível se locomover pela cidade sem usar o automóvel e que há vida além do para-brisa. 

Neste dia são realizadas atividades em defesa do meio ambiente e da qualidade de vida nas cidades, no que passou a ser conhecido como Dia Mundial Sem Carro. 

Na Europa, a semana toda é recheada de atividades, no que chamam de Semana Europeia da Mobilidade, que vai de 16 a 22 de setembro. A data foi criada na França, em 1997, sendo adotada por vários países europeus já no ano 2000. Em Portugal, a edição de 2014 da Semana Europeia da Mobilidade, que teve como tema "As nossas ruas, a nossa escolha", contou com a participação de 62 municípios e de 71 localidades. O Dia Europeu sem Carros registou a adesão de 30 municípios portugueses

Brasil

No Brasil o movimento "Na cidade sem meu carro" é apoiado por várias comunidades e coordenado por organizações não governamentais como Transporte Ativo e Movimento Cidade Futura, dependendo da localidade.

Em 2007, os então vereadores Chico Macena e Soninha tiveram um projeto de lei aprovado na Câmara Municipal de São Paulo que criava uma rótula em torno do centro da cidade, proibindo o tráfego de veículos automotores e incentivando o uso da bicicleta no Dia Municipal Sem Carro, o projeto foi aprovado como lei 15.035 de 23/11/2009 mas teve seus artigos que criariam a rótula central e restringia o tráfego de veículos automotores no centro vetados pelo prefeito Gilberto Kassab.

As iniciativas dos ciclistas continuaram ocorrendo em 2007, 2008, 2009 e 2010. Desde 2007 o Movimento Nossa São Paulo e outras entidades engrossaram o coro com novas atividades e eventos e, junto com o aumento dos congestionamentos e da percepção do problema, trouxeram mais visibilidade para a data.
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Fonte: *SULPOST, com informações de Wikipédia - Imagem: Dia Mundial Sem Carro de 2015 em Brasília - Marcello Casal Jr./ABr (CC BY 3.0 BR)

quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Racismo e xenofobia: o cristão vai além da tolerância, diz o Papa





O Papa Francisco recebeu hoje (20/09), no Vaticano, os participantes de um evento ecumênico mundial sobre a “xenofobia, racismo e nacionalismo populista no contexto das migrações mundiais”.

Trata-se de um evento ecumênico que se encerra esta quinta-feira, em Roma, e que foi organizado pelo Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral, o Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos e o Conselho Mundial de Igrejas.

No seu pronunciamento, o Pontífice afirmou que, infelizmente, algumas vertentes políticas cedem à tentação de instrumentalizar sentimentos como o medo e o ódio para “míopes interesses eleitorais”. A quem tira vantagem econômica desse clima de desconfiança, explorando as vítimas em novas formas de escravidão, o Papa Francisco pede um “profundo exame de consciência”.

Leia a matéria e ouça a reportagem completa, no portal Vatican News...
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Fonte: *Vatican News - Imagem: Vatican News/Divulgação

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Restauração do Museu Nacional pode levar 10 anos




Unesco estima em 10 anos prazo para restauração do Museu Nacional - Ag. Br.*

A chefe da missão da Unesco, Cristina Menegazzi (de vestido), e o gestor de projetos de conservação José Luiz Perdessoli Junior (camisa azul clara), visitaram o Museu Nacional do Rio de Janeiro. - Fernando Frazão/Agência Brasil

A diretora e representante da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no Brasil, Marlova Jovchelovitch Noleto, ressaltou hoje (18) que o trabalho de conclusão da restauração do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, será bastante longo. “Estimamos algo como cerca de 10 anos a partir do exemplo de situações, não iguais de incêndio, mas similares a essa”. Um incêndio de grandes proporções destruiu o interior do edifício e boa parte do acervo de 20 milhões de peças, no dia 2 de setembro.

“É um trabalho de muitos anos. Não existe neste momento nenhuma solução mágica que permita reconstruir o museu em alguns meses. Temos um longo trabalho de identificação dos escombros, o que são fragmentos de itens do museu”, afirmou, após entrevista coletiva ao lado da chefe da Missão de Emergência da Unesco para o Museu Nacional, a italiana Cristina Menegazzi, e do consultor do Centro Internacional de Estudos para a Conservação e Restauro de Bens Culturais, José Luiz Pedersoli Junior, que integra a missão.

“A questão da reconstrução do prédio histórico em si também demanda tempo de identificação dos metais, dos materiais arquitetônicos, das pinturas murais. Acreditamos que é um trabalho que será gradativo, e que, em várias etapas, se poderá ir gradualmente abrindo o museu novamente para visitação da população”, acrescentou Marlova.

A missão, que também é composta por dois especialistas de Colônia, na Alemanha, está no Brasil desde o último dia 13 onde ficará por dez dias. A Unesco está trabalhando em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro, o Instituto Brasileiro de Museus e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. A partir das visitas técnicas ao museu, Pedersoli Junior informou que as ações emergenciais concentram-se em garantir a estabilidade estrutural do prédio para evitar o colapso e o resgate tanto da coleção quanto dos elementos arquitetônicos que estão entre os escombros.

“É necessário criar rotas de acesso às diferentes salas porque as coleções estavam distribuídas em três pisos para iniciar a operação de resgate. No momento, há uma rota de acesso”, disse o consultor.

A chefe da Missão de Emergência da Unesco para o Museu Nacional informou que umas das possibilidades é empregar tecnologias avançadas como a 3D para a recuperação do acervo. “É uma coleção muito variada. Alguns objetos são únicos e outros são duplicatas, há muitos objetos do mesmo tipo.O acervo poderia ser reconstituído com doações de outros museus com coleções similares às que estavam no Museu Nacional”, avaliou. “A maioria da coleção está inventariada o que é um aspecto muito importante para saber o que realmente se perdeu”, acrescentou Cristina.

Recursos

A diretora e representante da Unesco no Brasil informou que o trabalho de recuperação está sendo apoiado com três fontes de recursos: o Fundo de Emergência da Unesco criado em 2015, o aporte do Ministério da Educação de R$ 10 milhões para os esforços iniciais de sustentação do prédio do museu e doações de outros países. “Temos uma grande solidariedade internacional, com recursos que vêm de vários países, como, por exemplo, a Alemanha que já sinalizou 10 milhões de euros. Vários países estão sinalizando com doação de acervos e recursos”.
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Fonte: *por Ana Cristina Campos/Repórter da Agência Brasil/Edição: Denise Griesinger - Imagem: Fernando Frazão/Agência Brasil

terça-feira, 18 de setembro de 2018

As aves ajudam no reflorestamento?




O processo de nucleação: Uma árvore é plantada por sementes na titica da ave, então nasce uma árvore que atrai mais pássaros que semeiam, de forma sustentável, as árvores seguintes.
O processo de nucleação: Uma árvore é plantada por sementes
na titica da ave, então nasce uma árvore que atrai mais pássaros
que semeiam, de forma sustentável, as árvores seguintes.
Ajudam e muito! Tanto as aves quanto outros animais (como morcegos) ajudam no processo de reflorestamento: elas transportam o pólem e sementes para outras localidades da floresta e deixam que a natureza faça o resto. Porém é um processo demorado. Se o Homem não interferir na propagação das espécies vegetais e animais, pode-se dizer que em alguns anos haverá uma nova floresta e com novas biodiversidades de animais e vegetais.

Como funciona?

De uma maneira geral, quando as aves se alimentam de frutos ela saem distribuindo as sementes por uma área bem grande com a mistura de fertilizante natural que é o próprio esterco do animal, a titica do passarinho. 

No caso da erva mate - por exemplo - as aves tem um papel ainda mais importante, pois elas comem a sementinha da erva e o seu estômago tem uma substância que ajuda na fertilização desta semente, sem contar ainda com o esterco como adubo natural.

Com o pinheiro do Paraná (Araucária) a gralha-azul come a castanha do pinhão, quando satisfeita ela esconde mais alguns pinhões, enterrando-os para comer depois. Acontece que ela acaba esquecendo onde enterrou alguns dos pinhões que guardou para comer depois e a muda nasce.

Ou seja, as aves tem papel fundamental na manutenção da biodiversidade nas florestas, fazendo seu reflorestamento de forma natural.

Nucleação

O nome assusta um pouco, mas é uma técnica de reflorestamento simples e relativamente barata. Não se baseia só no plantio de árvores, mas também na ideia de contar com os pássaros, um ajudante fundamental para o sucesso do empreendimento.

O processo consiste em induzir um determinado ecossistema a reagir e se recompor. Isso acontece através da geração de pequenos núcleos que passam a gerar conectividade entre si e se expandir. 


A nucleação pode se dar, por exemplo, pela implantação de poleiros e abrigos que atraiam pássaros e morcegos para uma determinada região. Os animais vão acabar deixando sementes e possibilitar que árvores passem a nascer sozinhas e não por plantação.

Outra técnica é buscar pequenos blocos de terra em áreas não degradadas e implantá-los em áreas degradadas. Junto com os blocos de terra, os locais que necessitam de recuperação recebem minhocas, microorganismos, larvas de insetos e sementes, que passam a se irradiar pelos espaços abertos. As técnicas de nucleação são consideradas mais baratas e ecologicamente mais eficientes, tendo mais sustentabilidade.

Curtiu? Então cuide muito bem das árvores e dos pássaros, eles são essenciais para nossos ecosistemas. Nã permita desmatamento ou corte de ilegal de árvores. Proteja também a vida silvestre cuidando dos pássaros, pois as aves desempenham importantes funções nos ecossistemas e contribuem ativamente para o equilíbrio ambiental. 

Conclusão

As aves, relembrando, interagem com a vegetação, nos processos de polinização e dispersão de inúmeras plantas. Muitas espécies de aves se alimentam de invertebrados, neste sentido, atuam controlando populações de insetos e outros pequenos animais, que poderiam tornar-se muito abundantes e de alguma forma desequilibrar o ambiente. 

Além disso, sua presença torna o ambiente mais agradável para o ser humano, pois tanto adultos quanto crianças geralmente consideram prazeroso, e sente-se bem ao observar as aves, principalmente devido a grande variedade de cores que estas possuem e aos sons que produzem, que agradam olhos e ouvidos.
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Fonte: *com informações de CMB, IPEVS, UFPR, UFSC e Yahoo Respostas - Imagem: SAMAE - Ibiporã (Divulgação)

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Outra esfinge é descoberta no Egito




A esfinge encontrada em Aswan ( وزارة الآثار)
Esfinge descoberta no Egito remonta ao período de 305 e 30 a.C

Arqueólogos descobriram, na cidade de Aswan, no oeste do Egito, uma esfinge de arenito, que remonta ao período de 305 e 30 a.C. A descoberta foi confirmada pelo Ministério de Antiguidades do Egito, no domingo (16). Porém, a idade da peça é apenas estimada.

A escultura do ser mitológico da cabeça humana e do corpo de leão será cuidadosamente estudada pela missão arqueológica para obter mais informações sobre sua origem.

Os especialistas identificaram a escultura enquanto faziam um projeto para reduzir as águas subterrâneas no Templo Kom Ombo.

O secretário geral do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito, Mostafa Waziri, disse que a peça provavelmente data da época da dinastia de Ptolomeus, que governou de 305 e 30 a.C.

Waziri explicou que no local onde a esfinge foi encontrada há dois relevos de arenito do rei Ptolomeu V.
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Fonte: *com informações da Prensa Latina, agência pública de notícias de Cuba/por Ag. Brasil/Edição: Fernando Fraga - Imagem: Facebook/ وزارة الآثار

domingo, 16 de setembro de 2018

A Filosofia - o foro íntimo do solitário de espírito livre




Quando temos verdadeiros amigos, ignoramos o que é verdadeiramente a solidão, mesmo que tivéssemos o mundo contra nós. Infelizmente percebo, contudo, que realmente se ignora o que é ver a solidão crescendo em torno de alguém.  

Em toda parte onde houve sociedade, autoridades, religiões, opiniões públicas poderosas, em resumo, em toda parte onde houve uma tirania, ela perseguiu com ódio o filósofo solitário, pois, a filosofia oferece ao homem um asilo onde nenhuma tirania pode penetrar, o foro íntimo, o labirinto do coração; e é isso o que indispõe os tiranos. 

É o refúgio dos solitários, mas é ali também que o maior dos perigos os espia. Esses homens que abrigaram sua liberdade no fundo de si mesmos são obrigados a ter uma vida exterior, a se mostrar, a se deixar ver; pelo fato de seu nascimento, de seu domicílio, de sua educação, de sua pátria, do acaso, da indiscrição dos outros, eles se veem empenhados em inúmeras relações humanas; a eles é conferida toda espécie de opiniões, pelo simples fato de que são opiniões reinantes; toda expressão fisionômica que não for negativa passa como aprovação; todo gesto que não destrói nada é interpretado como adesão.

Sabem muito bem, esses solitários de espírito livre, que parecem constantemente, de uma maneira ou de outra, aquilo que realmente são; quando pretendem senão ser verdadeiros e sinceros, em torno deles é tecida uma rede de mal-entendidos; a descrição de seu violento desejo, sentem passar sobre seus atos um vapor de opiniões falsas, de acomodações, de meias concessões, de silêncios complacentes, de interpretações errôneas. É isso que acumula em sua fronte uma nuvem de melancolia, pois, semelhantes naturezas odeiam mais que a morte a necessidade de fingir.
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Fonte: *Friedrich Wilhelm Nietzsche, in Schopenhauer O Educador, pág. 37 - primeiro capítulo - Imagem: Obra de Blemished.

sábado, 15 de setembro de 2018

Caça comercial de baleias fica proibida




Baleia-azul, uma das mais ameaçadas do mundo,
é também o maior mamífero da Terra (até 33 metros)
Vitória: caça comercial de baleias fica proibida - por Warner Bento Filho*

A moratória da caça às baleias está mantida. A proposta apresentada pelo Japão na manhã desta sexta-feira (14), para liberar a caça comercial das baleias, foi rejeitada pela Comissão Baleeira Internacional, que está reunida em Florianópolis.

O Japão precisava do apoio de 60 dos 80 países que compõem a Comissão, mas a proposta recebeu apenas 27 votos favoráveis. Foram 41 votos contrários, incluindo os do Brasil, Estados Unidos e Argentina; e duas abstenções, da Coreia do Sul e da Rússia.

A caça comercial da baleia está suspensa há 32 anos, desde 1986.  

“É uma notícia a ser comemorada”, disse o coordenador de Políticas Públicas do WWF-Brasil, Michel Santos. “Com a manutenção da moratória, a curva de diminuição das populações de baleias pode se inverter, apesar dos outros problemas. Sinal claro que os países dão sobre a importância da biodiversidade e da vida marinha, num momento de profunda crise climática, que pode afetar drasticamente a vida no planeta”, completou.

"É uma decisão importante", afirma a coordenadora dos programas Mata Atlântica e Marinho do WWF-Brasil, Anna Carolina Lobo. "Apenas o fato de haver uma proposta de fim dessa moratória reflete a falta de compromisso de uma  parcela da sociedade com a conservação dos oceanos".

O diretor de Políticas para a Vida Silvestre do WWF-Estados Unidos, Leigh Henry, afirmou: "A iniciativa para mitigação dessas capturas é um dos esforços de conservação mais concretos da CBI até hoje. Estamos felizes em ver a comissão intensificar seu apoio para ajudar a reduzir a maior ameaça às baleias e golfinhos do mundo".

Declaração

Na manhã de quinta-feira (13), a Comissão havia aprovado a “Declaração de Florianópolis”, que reafirmava a importância de manter a moratória da caça comercial. 

Mas Japão e países como Islândia e Noruega insistiram em analisar proposta para rever a proibição. Eles defendem que a moratória já permitiu que as espécies se recuperassem e que a caça comercial já poderia ser liberada.

Os países têm permissão para caçar baleias para fins científicos e todos os anos abate centenas de exemplares com essa justificativa, embora a carne seja, depois, comercializada. Nesta sexta-feira, nenhum representante da delegação japonesa quis dar entrevista.

*Com WWF Internacional
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Fonte: *Sala de Imprensa | WWF Brasil | Texto disponível sob licença Creative Commons -Imagem: © naturepl.com / Franco Banfi / WWF

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Viver Apesar dos Pesares




Schopenhauer escreveu seus aforismos em 1851,
dentro da obra intitulada 'Parerga e paralipomena'
"As cenas de nossa vida são como imagens em um mosaico tosco; vistas de perto, não produzem efeitos – devem ser vistas à distância para ser possível discernir sua beleza. Assim, conquistar algo que desejamos significa descobrir quão vazio e inútil este algo é; estamos sempre vivendo na expectativa de coisas melhores, enquanto, ao mesmo tempo, comumente nos arrependemos e desejamos aquilo que pertence ao passado. 

Aceitamos o presente como algo que é apenas temporário e o consideramos como um meio para atingir nosso objetivo. Deste modo, se olharem para trás no fim de suas vidas, a maior parte das pessoas perceberá que viveram-nas ad interim (provisoriamente): ficarão surpresas ao descobrir que aquilo que deixaram passar despercebido e sem proveito era precisamente sua vida – isto é, a vida na expectativa da qual passaram todo o seu tempo. 

Então se pode dizer que o homem, via de regra, é enganado pela esperança até dançar nos braços da morte! Novamente, há a insaciabilidade de cada vontade individual; toda vez que é satisfeita um novo desejo é engendrado, e não há fim para seus desejos eternamente insaciáveis.

Isso acontece porque a Vontade, tomada em si mesma, é a soberana de todos os mundos: como tudo lhe pertence, não se satisfaz com uma parcela de qualquer coisa, mas apenas como o todo, o qual, entretanto, é infinito. 

Devemos elevar nossa compaixão quando consideramos quão minúscula a Vontade – essa soberana do mundo – torna-se quando toma a forma de um indivíduo; normalmente apenas o que basta para manter o corpo. Por isso o homem é tão miserável."
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Fonte: Arthur Schopenhauer - Aforismos Para Sabedoria de Vida

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Dia Mundial da Prevenção do Suicídio




O Setembro Amarelo, alerta contra o suicídio (CVV, CMF e ABP)

"O Dia Mundial da Prevenção do Suicídio é um dia de conscientização no dia 10 de setembro de cada ano, com o objetivo de promover o empenho e ações mundiais para prevenir suicídios, com várias atividades em todo o mundo desde 2003. Segundo dados da OMS, anualmente cerca de 800 mil mortes são ocasionadas por suicídio no mundo, trata-se da 13º causa de morte mais comum.

Este dia foi criado pela Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio e pela Organização Mundial de Saúde (OMS), com o objetivo de prevenir o ato do suicídio, através da adoção estratégias pelos governos dos países. 

Neste dia realizam-se cerca de 600 atividades em 70 países do mundo para se conseguir salvar vidas. Em Portugal a Sociedade Portuguesa de Suicidologia organiza colóquios com a colaboração da Direção Geral de Saúde. No Brasil, a campanha "Setembro Amarelo" alerta para a prevenção ao suicídio.

Todos os anos morre um milhão de pessoas por suicídio no mundo e ocorrem entre 10 a 20 milhões de tentativas de suicídio por ano. Por cada pessoa que morre, outras vinte tentam o mesmo caminho. A Organização Mundial de Saúde estima que o suicídio é a 13ª causa de morte no mundo, sendo uma das principais entre adolescentes e adultos até aos 35 anos. A taxa de suicídio é maior nos homens do que nas mulheres.

Setembro Amarelo

As ações do Setembro Amarelo são uma iniciativa da Associação Internacional para Prevenção do Suicídio (Iasp) e foram trazidas ao Brasil pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), referência no atendimento – inclusive remoto – a pessoas em crise, e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). 

O Setembro Amarelo caminha junto com a campanha Janeiro Branco, que, em um mês em que as pessoas estão mais propensas a renovações, busca vivificar reflexões sobre saúde mental e valorização da vida.


A OMS estima que ocorram, no Brasil, 12 mil suicídios por ano. No mundo, são mais de 800 mil ocorrências, isto é, uma morte por suicídio a cada 40 segundos, conforme o primeiro relatório mundial sobre o tema, divulgado pela OMS, em 2014.

Neste dia pode estender a mão a quem se tenha isolado ou acender uma vela pelas almas perdidas para o suicídio. Em geral, a vontade de acabar com a própria vida é provocada pela falta absoluta de perspectiva e uma enorme sensação de desamparo e angústia. O que não se destaca é que, na maioria dos casos, o radical desejo é gerado por um quadro de transtorno mental tratável, como depressão, transtorno bipolar afetivo, esquizofrenia, quadros psicóticos graves e transtornos de personalidade, como o borderline.

Alguns mitos sobre o suicídio

Segundo o psicólogo paulista Yuri Busin:

  • “As pessoas, que, ameaçam se matar, estão apenas querendo chamar a atenção”. Falso, pois a pessoa pode sim estar passando por um período difícil de sua vida e estar solicitando ajuda. Toda e qualquer ameaça a de suicídio deve ser levada a sério.
  • “O suicídio acontece sem aviso”. Falso. Apesar de muitos pensarem ser um ato impulsivo, isso nem sempre é verdade. Muitas pessoas pensam em suicídio constantemente. Além disso, muitos suicidas comunicam seu sofrimento diariamente a outras pessoas.
  • “O suicídio só acontece com os outros.” Falso. O suicídio pode ocorrer com quaisquer pessoas que estejam em um alto grau de sofrimento. Aqui vale lembrar que o sofrimento independe de dinheiro, classe social, etc…
  • “Uma pessoa que tentou cometer suicídio uma vez, não voltará a tentar.” Falso. Na verdade, as tentativas de suicídio são um um indicador de que o suicídio pode realmente ocorrer."

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Fonte: *com info. de Wikipédia, Ministério da Saúde e Ag. Brasil - Imagem: Símbolo da camapnha de prevenção ao suicídio/CVV, CMF e ABP

domingo, 9 de setembro de 2018

Diversidade de árvores na Amazônia é 3 vezes maior do que se pensava




Igapó em arquipélago fluvial das Anavilhanas, Rio Negro
(Foto: Andre Xumak / Wikicommons)
Diversidade de árvores é 3 vezes maior do que se pensava nas áreas úmidas da Amazônia - via (o) eco*

A floresta amazônica é muito antiga. As evidências mais remotas da existência de uma floresta tropical "moderna" na porção setentrional da América do Sul remontam há 60 milhões de anos. 

Por moderna, entenda-se uma floresta tropical com a mesma composição de grupos de plantas da floresta amazônica contemporânea. 

No norte da Colômbia, mais precisamente numa região árida chamada Cerrejón, havia naquele passado distante uma grande floresta alagada. No local fica hoje um imensa mina de carvão a céu aberto. O minério de lá extraído se formou a partir da mineralização da matéria vegetal daquela antiga floresta. Na mina, também vêm sendo achadas nos últimos anos milhares de folhas petrificadas, testemunhos fósseis dos grupos de plantas que lá cresciam há 60 milhões de anos.

A partir de 2008, paleobotânicos colombianos começaram a identificar entre aqueles fósseis exemplares de praticamente todos os grupos de árvores presentes na Amazônia atual. Há 60 milhões de anos, na floresta alagada de Cerrejón cresciam árvores das famílias das jaqueiras, figueiras e amoreiras (moráceas), da massaranduba (sapotáceas), dos ingás e angicos (fabáceas), da peroba (apocináceas), do salgueiro (salicáceas), das paineiras (malváceas) e da seringueira (euforbiáceas).

Aos animais de Cerrejón não faltava alimento, sob a forma dos frutos de árvores das famílias dos cacaueiros e cupuazeiros (malváceas), dos abacateiros (lauráceas), dos cajueiros (anacardiáceas), das gravioleiras (anonáceas), pitangueiras, goiabeiras e jabuticabeiras (mirtáceas), além dos cocos e coquinhos das palmeiras (arecáceas).

Como se percebe, há 60 milhões de anos as sementes da Amazônia moderna já haviam germinado e fincado raízes na floresta alagada de Cerrejón. Todas aquelas famílias de árvores, tão comuns na floresta amazônica atual, já se encontravam presentes. O que lhes faltava era diversidade. As folhas fósseis retiradas do fundo da mina de carvão pertencem a uma abundância de famílias de plantas, porém sua diversidade, em termo de gêneros, ainda era baixa. A seleção natural precisou operar por 60 milhões de anos para que os diversos grupos de plantas amazônicas atingissem a sua incrível diversidade atual.


Igapó ilha do Severino Urucurituba Amazonas.
(Foto: James Martins/Wikicommons)
Quanto mais se estuda tal diversidade, mais surpresas ela suscita. Veja por exemplo o caso das árvores. 

Um levantamento publicado em 2006 dava conta da existência de 1.119 espécies de árvores crescendo nas áreas úmidas amazônicas. Na verdade, este total é três vezes superior. 

As áreas úmidas da Amazônia são lar de 3.615 espécies arbóreas, ou seja, mais da metade (53%) das 6.727 espécies arbóreas contabilizadas para todas as terras baixas da Amazônia. É o que revela um estudo publicado na semana passada por ecólogos da Universidade Estadual Paulista (UNESP).

A floresta amazônica se espalha por 7 milhões de km2, distribuídos entre noves países. O Brasil possui a maior parte deste patrimônio natural, ou 60% da floresta. O restante está distribuído entre Peru, Colômbia, Bolívia, Equador, Suriname, Venezuela, Guiana e Guiana Francesa. Neste levantamento, os autores combinaram dados disponíveis em inventários florestais e coleções biológicas de todos os nove países da bacia amazônica.

As terras baixas são as áreas que estão abaixo da cota de 500 metros de elevação, isto é, de zero até 500 metros acima do nível do mar.

"80% da floresta amazônica (5,6 milhões de km2) estão situados em terras baixas, que reúnem grande variedade de ambientes, como florestas densas, florestas abertas, cerrados, campinas, rios com diferentes tipos de águas (escuras ou claras), lagos, etc" explica Bruno Garcia Luize, o principal investigador por trás do estudo publicado na revista científica PLOS ONE.

As áreas úmidas amazônicas são as porções de terras baixas que passam quase metade do ano alagadas. As áreas úmidas se espalham por uma área de pouco menos de 2 milhões de km2, o que corresponde a 30% das terras baixas.


As áreas úmidas compreendem diversos tipos de vegetação, como igapós (terrenos frequentemente inundados), pântanos, campinas, mangues e várzeas que margeiam rios, lagos e igarapés..

"Cerca de 53% das espécies de árvores das terras baixas da Amazônia crescem em áreas úmidas, ou seja, o triplo da diversidade estimada anteriormente. Esta grande proporção é provavelmente o resultado do intercâmbio significativo de espécies entre hábitats florestais dentro da região amazônica, bem como resultado de processos de especiação localizados," diz Luize.

As 3.615 espécies arbóreas de áreas úmidas da Amazônia estão compreendidas em 104 famílias botânicas, por sua vez distribuídas em 689 gêneros. As famílias arbóreas mais diversificadas são as leguminosas (578 espécies arbóreas),seguidas pelas rubiáceas (220), anonáceas (182), lauráceas (175) e mirtáceas (155 espécies arbóreas). As dez famílias com maior diversidade são responsáveis por 53% do conjunto de espécies arbóreas das zonas úmidas da Amazônia.


Rio Solimões no final da época da cheia.
(Foto: Wikicommons)
"Embora 69 famílias de árvores contem com metade ou mais de seus táxons amazônicos ocorrendo em áreas úmidas, não encontramos nenhum registro em zonas úmidas para 15 famílias com ocorrência conhecida na Amazônia," explica Luize. 

"Ou seja, tais famílias são exclusivas das terras secas. 

Não toleram a vida em terrenos alagados, que demandam um metabolismo diferente das árvores."

Quando se analisa a lista de 3.615 espécies arbóreas ao nível de gênero, o gênero mais rico nas zonas úmidas da Amazônia é Inga, com 85 espécies de árvores, entre as quais o homônimo ingá (ou ingazeiro), seguido por Licania (69 espécies), Miconia (69 espécies), Pouteria (69 espécies) e Eugenia (59 espécies, como jabuticabeiras e pitangueiras).

Se, em 2006, eram reconhecidas 1.119 espécies arbóreas para as áreas úmidas amazônicas, e agora este número mais que triplicou, ainda resta muito por descobrir?

Segundo Luize, "o número de espécies de árvores nas áreas úmidas pode vir a aumentar, se houver descrições de novas espécies, através da coleta ou da análise de material guardado nas coleções dos museus, e se houverem novos registros de ocorrências de espécies para as áreas úmidas e que atualmente só conhecemos como ocorrendo nas terras firmes ou mesmo em outros biomas. As estimativas que o estudo apresenta indicam que conhecemos cerca de 75% das espécies que podem ocorrer em áreas úmidas."

Quais teriam sido os principais fatores que possibilitaram a grande especiação de árvores nas áreas úmidas da Amazônia? "Para entender isso precisamos pensar em um tempo geológico bastante grande, precisamos recuar ao Mioceno (entre 23 e 5 milhões de anos atrás) e, e lá, vir caminhando através do tempo geológico até os dias atuais," pondera Luize.

Aqui, o biólogo faz referência ao chamado lago Pebas, um imenso pantanal que havia no oeste da Amazônia entre 20 milhões e 10 milhões de anos atrás. O pantanal foi formado pelo represamento das águas da bacia amazônica, em função da progressiva elevação dos Andes. Naquele ambiente alagado, diversos grupos de árvores tiveram que se adaptar para sobreviver.

"Também precisamos pensar no tempo de vida de cada indivíduo. Há espécies de árvores que podem viver mais de 1.000 anos! De modo bem simples, pequenas mudanças nos locais onde as árvores crescem em relação aos locais onde seus pais cresceram, associado à herança ou não da capacidade de viver nesses locais diferentes, pode ter levado um grande número de espécies a acumular adaptações ao longo do tempo que acabaram por permitir que vivessem em florestas alagáveis," explica Luize.

Uma grande parte da diversidade de plantas neotropicais é composta por táxons centrados na Amazônia. "A compreensão de suas histórias evolutivas e ecológicas pode melhorar nosso conhecimento sobre o desenvolvimento desse reino biogeográfico hiperdiverso."

Para Luize, "a lista com o nome das 3.615 espécies é a grande contribuição desse trabalho". Com ela, será possível avançar em estudos futuros, pois há um vazio de conhecimento botânico sobre as áreas úmidas, principalmente nos afluentes dos rios Solimões e Amazonas.
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Fonte: *por Peter Moon/oeco.org.br (reprodução) - Imagens: Andre Xumak/James Martins/Wikimedia Commons

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Precisamos educar o coração




Sábias palavras de Tenzin Gyatso, o 14º Dalai Lama, líder religioso do Tibete: “O meu desejo é que, um dia, a educação formal preste atenção à educação do coração, ensinando amor, compaixão, justiça, perdão, atenção plena, tolerância e paz. Esta educação é necessária, desde o pré-escolar até ao ensino secundário e universitário. 

O que quero dizer é que precisamos da aprendizagem social, emocional e ética. Precisamos de uma iniciativa mundial para educar o coração e a mente nesta era moderna.

Atualmente, os nossos sistemas educativos são orientados principalmente para valores materiais e para o treino do nosso conhecimento. Mas a realidade ensina-nos que não chegamos à razão somente pela compreensão. Devemos colocar maior ênfase nos valores internos.

A intolerância leva ao ódio e à divisão. Os nossos filhos devem crescer com a ideia de que o diálogo, não a violência, é a melhor forma de resolver conflitos. As gerações mais jovens têm uma grande responsabilidade de garantir que o mundo se torne num lugar mais pacífico para todos. Mas isso só se pode tornar realidade se educarmos não apenas o cérebro, mas também o coração. Os sistemas educativos do futuro deveriam dar maior ênfase ao fortalecimento das competências humanas, tais como o calor humano, o sentido de unidade, humanidade e amor.

Vejo com maior clareza que nosso bem-estar espiritual não depende da religião, mas da nossa natureza humana inata – a nossa afinidade natural pela bondade, compaixão e cuidado pelos outros. Independentemente de pertencermos a uma religião, todos nós temos uma fonte fundamental e profundamente humana de ética dentro de nós mesmos. Precisamos de cultivar esta base ética partilhada.

A ética, está fundamentada na natureza humana. Através da ética, podemos trabalhar na preservação da humanidade. A empatia é a base da coexistência humana. Acredito que o desenvolvimento humano depende da cooperação e não da concorrência. A ciência nos diz isso.

Precisamos de aprender que a humanidade é uma grande família. Somos todos irmãos e irmãs: fisicamente, mentalmente e emocionalmente. Mas ainda damos muita atenção às nossas diferenças, em vez darmos atenção às nossas semelhanças. Afinal, cada um de nós nasce da mesma maneira e morre da mesma maneira.”
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Fonte: *textos públicos de S.S. o Dalai lama disponíveis na web "Precisamos educar o coração" 

terça-feira, 4 de setembro de 2018

Reconstrução do Museu Nacional se dará em 4 etapas




Prédio do Museu Nacional será reconstruído em quatro etapas - Além das obras, há possibilidade de campanha de doação para o acervo - Agência Brasil*


A reconstrução do Museu Nacional no Rio de Janeiro será feita em quatro etapas, incluindo a possibilidade de cessão de um terreno próximo ao local para que as atividades acadêmicas sejam mantidas. Após reunião no Palácio do Planalto do presidente Michel Temer com ministros nesta terça-feira (4), foi confirmada a liberação, via Ministério da Educação, de R$ 10 milhões para a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O museu é vinculado à instituição.

No decorrer das quatro etapas, há ainda a proposta de uma campanha internacional para a doação e aquisição de acervos para o Museu Nacional do Rio de Janeiro.

O ministro da Cultura, Sérgio de Sá Leitão, adiantou que a primeira estapa será dedicada à realização de intervenções emergências, como instalação de um toldo, escoramento de paredes, levantamento da estrutura, inventário do acervo e separação do que é possível encontrar nos escombros.

A segunda etapa depende da conclusão da perícia da Polícia Federal no local. Depois de realizada, será contratado um projeto básico e, com base nele, será implementado o projeto executivo da reconstrução do museu.

A terceira etapa é a da reconstrução. A ideia é usar a lei federal de incentivo à cultura, a Lei Rouanet. “Vamos fazer a mobilização de parceiros privados e da sociedade civil para reunir os recursos necessários”, disse Leitão, acrescentando que o custo da reconstrução do museu só poderá ser estimados após a elaboração do projeto executivo.

O ministro da Cultura disse que a quarta fase pode ocorrer em paralelo com a obra de construção. É a de recomposição do acervo. O governo pretende fazer uma campanha internacional para a doação e aquisição de acervos para o Museu Nacional.

“Óbvio que sobre o acervo perdido não é possível fazer nada. Mas no menor prazo possível, a ideia é que a gente possa recuperar o edifício e fazer a recomposição do acervo”, ressaltou Sá Leitão.

Parceiros

De acordo com Sá Leitão, ainda hoje (4) deverá ocorrer uma reunião do comitê gestor, que está a frente do trabalho, com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), parceira, ao lado da UFRJ, e entidades como o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e o Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan).

O ministro da Educação, Rossieli Soares, estima que esse comitê trabalhe por aproximadamente 12 meses. “Não é um tempo de espera. É um tempo de organização. Nesse sentido, o fundo patrimonial é importante”.

Responsabilidades

Ao criticar o modelo atual de gestão da maioria dos museus federais, o ministro da Educação disse que, tão estratégico como a recuperação do museu, é a mudança do modelo de gestão.

“Esse assunto será discutido no âmbito do comitê. A ideia é uma proposição legislativa para adoção de Organizações Sociais no âmbito do governo federal”, adiantou Rossieli, lembrando que o Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, é gerido nesse modelo.

Em 2017, segundo dados oficiais, houve o empenho de mais de R$ 3 bilhões para a UFRJ. Segundo o governo federal, o reitor Roberto Leher não apresentou projetos nem solicitação de recursos para aprimorar o sistema de segurança e combate a incêndios no Museu Nacional.

“O que foi tratado foi [apenas] apoio para os recursos via BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] e a situação do terreno ao lado para ampliação”, afirmou o ministro da Educação, Rossieli Soares. “Do total [para a UFRJ], apenas R$ 373 mil foram destinados ao Museu Nacional”, acrescentou o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.
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Fonte: *por Karine Melo/Repórter da Agência Brasil/Edição: Fernando Fraga - Imagem: Tânia Rêgo/Agência Brasil/Agência Brasil

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Criptomoedas, o que são, para que servem e como comprar




O que é criptomoeda, para que serve e como investir - via FinanceOne*

Se você acompanha o mercado financeiro, já deve ter notado a ascensão da criptomoeda. Mas você sabe o que realmente é isso e como é possível tirar proveito desse recurso monetário? Antes de mais nada, você precisa entender o que é criptomoeda. E, acredite, ela vai muito além de somente uma moeda digital.

Da mesma forma que a moeda física possui números de série, marca d´água e outros dispositivos de segurança, a criptomoeda utiliza criptografia, ou seja, códigos difíceis de quebrar, para garantir transações muito mais seguras.

A criptomoeda é um código virtual que pode ser convertido em valores reais. Sua negociação se dá pela internet, sem burocracias, sem intermediários, caracterizada pela ausência de um sistema monetário regulamentado e da submissão a uma autoridade financeira (por exemplo, o Banco Central do Brasil).

Como funciona a criptomoeda?

A cotação, compra e venda acontece anonimamente pela internet. A moeda digital é armazenada em uma carteira e administrada em um computador pessoal ou dispositivo móvel.

A inovação tecnológica por trás da criptomoeda é conhecida como blockchain ou “protocolo da confiança”. Consiste em bases de registros e dados compartilhados, tendo como principal medida de segurança a descentralização.

No blockchain, cria-se um índice global para todas as transações dentro do mesmo mercado. É uma espécie de livro-razão, totalmente público e compartilhado. A ausência da mediação de terceiros cria o senso de confiança na comunicação direta entre as partes da transação.

A moeda virtual já é uma realidade de investimento de grandes players como a Microsoft e a IBM, além de governos como os Emirados Árabes, Estônia e Singapura. Muitos julgam a criptomoeda como uma onda passageira, mas, ao contrário, os dados tem mostrado que ela pode ter chegado para ficar.

Quer um exemplo? O bitcoin, criptomoeda mais popular do mundo, tem batido recordes de cotação.


Essencialmente, criptomoeda, moeda virtual e moeda digital são termos com o mesmo significado. O primeiro refere-se à criptografia, enquanto as expressões “digital” e “virtual” remetem ao caráter intangível e abstrato do dinheiro online.

Para que serve a criptomoeda?

A lógica da moeda digital é a mesma do dinheiro em espécie. Sua função é, basicamente, permitir transações de compra e venda de bens e serviços.

Grandes empresas, como WordPress, DELL e Soundcloud, já aceitam pagamento com criptomoeda.

Outra possibilidade é a transferência de valores pela internet, sem a necessidade de taxas comumente cobradas por instituições financeiras e bancárias.

Como comprar e vender moedas virtuais?

A compra e venda é bem simples, pela internet. No mercado brasileiro das criptomoedas, chamado ecoins, há opções como o Mercado Bitcoin e a Braziliex. É preciso criar uma conta, gratuitamente, e informar o valor em reais ou a quantidade de moedas virtuais desejada para comprar ou vender.

Empresas internacionais como a Poloniex, Bittrex e Bitfinex permitem que qualquer pessoa invista em criptomoedas utilizando dólares. Na Braziliex, o usuário pode solicitar o saque para suas carteiras digitais, no caso de criptomoedas, ou para sua conta corrente, no caso de saques em real.

Como investir em criptomoedas?

Imagine esse cenário: uma criptomoeda que valoriza 276% da divisa no ano, enquanto a bolsa brasileira apresenta alta de 25% no mesmo período. Onde você investiria? Parece fácil, mas exige cuidado!

Estar atento às oscilações dessa moeda, com quedas e altas diárias, e não investir mais do que 5% do patrimônio são algumas dicas de especialistas na área. Caso opte pelo serviço de uma corretora, que intermedeia essas transações, você vai precisar atender a requisitos geralmente cobrados no mercado financeiro comum.

Além disso, nesses casos há cobrança de uma taxa sobre o valor da operação. Confira vantagens e desvantagens de investir em criptomoedas e tenha mais informações lendo o artigo completo no portal FinanceOne...
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Fonte: *reprodução parcial de artigo publicado originalmente no site FinanceOne - Imagem: Pixabay