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quarta-feira, 12 de outubro de 2022

Adherbal Stresser, pioneiro da imprensa independente no Paraná

O jornalismo independente, comprometido com os valores do campo democrata e progressista, está promovendo uma verdadeira revolução das comunicações em nosso país, e é importante reconhecer que todos temos um ancestral em comum. Sou neto do pioneiro da imprensa livre no estado do Paraná, o estimado jornalista Adherbal Gaertner Stresser.

Em 1929, meu querido avô, com apenas 21 anos de idade, publicou duas edições de seu primeiro jornal, o "Vanguarda", veículo corajoso que denunciou uma dinastia de plutocratas tiranos que, naquela época, dominavam o estado do Paraná sem qualquer oposição da imprensa subserviente.

Essas publicações foram o primeiro libelo a revelar as até então ocultas ligações entre as famílias tradicionais que governavam o Paraná no início do século passado. Adherbal não era um jornalista amador, já havia trabalhado na sucursal do "Estado de São Paulo" no Rio de Janeiro, antes de retornar a Curitiba em 1929, convidado para trabalhar no jornal "Diário da Tarde".

Em 1930, ele deixou a redação do "Diário da Tarde" para se tornar editor-chefe da "Gazeta do Povo", cargo que deixou voluntariamente em 1932 para fundar seu próprio jornal diário, o "Correio do Paraná".

A biografia desse homem, que até hoje é considerado o maior nome da imprensa paranaense, é verdadeiramente um norte para ser seguido por qualquer jornalista da atualidade e uma grande fonte de inspiração para mim. Sou a quarta geração consecutiva de jornalistas da família Stresser, bisneto do Augusto Stresser, que iniciou essa tradição na família, seguido por meu avô Adherbal, pelo meu pai, Ronald, profissão que hoje também exerço convicto de que não há poder maior do que o da verdade.

Adherbal é descrito por historiadores e seus colegas de redação como um homem combativo e notável. Além de sua carreira no jornalismo ele foi deputado estadual (cassado pelo golpe de 1937) e ocupou cargos governamentais de extrema confiança do grande estadista Bento Munhoz da Rocha Netto, por quem sempre nutriu grande estia e admiração. Adherbal também foi diretor-presidente da sucursal dos Diários Associados nos estados do Paraná e Santa Catarina, sócio majoritário e diretor-presidente do jornal "Diário do Paraná" e das emissoras de televisão "TV Paraná Canal 6" em Curitiba e "TV Coroados Canal 3" em Londrina. Além disso, foi professor catedrático do curso de jornalismo na UFPR e na PUC Paraná, para os quais ministrou a aula magna.

Ao retornar do Rio de Janeiro, meu avô constatou que pouco ou nada havia mudado em nosso estado. Como um verdadeiro democrata e progressista, ele fundou corajosamente o jornal "Vanguarda" e revelou quem eram os "donos do poder" no Estado do Paraná, que na época era governado pelo clã do Affonso de Camargo, que foi presidente do estado (1916-1920) e governador (1928-1930). O "Vanguarda", sob a direção de Adherbal Stresser, é a semente do jornalismo combativo, livre e independente em nosso amado estado do Paraná. 

Jornalista: 0012713/PR




















quarta-feira, 7 de setembro de 2022

Como resolver a questão das ocupações urbanas irregulares?

Foto: iStock/Carta Capital

As soluções para ocupações urbanas e rurais são complexas e exigem um estudo sério e minucioso para o planejamento de abordagens multidisciplinares, soluções integradas, estudos de impacto socioeconômico e ambiental, colocando sempre em primeiro lugar o fator humano. Abaixo enumeramos apenas algumas medidas básicas, que devem ser sempre consideradas para a implantação de programas habitacionais, e na resolução de conflitos fundiários derivados de ocupações populares:

Regularização fundiária: Uma das estratégias é implementar programas de regularização fundiária que buscam legalizar e regularizar áreas ocupadas de maneira ilegal ou irregular. Esses programas envolvem a identificação dos ocupantes, das  necessidades de cada grupo, a definição de critérios para regularização, perícias para desapropriação das áreas ocupadas por comunidades, concessão de títulos de propriedade, provisão de infraestrutura e serviços básicos. O programa Minha Casa Minha Vida, do Governo Federal, é referência, e torna possível o investimento necessário ao financiamento e construção de conjuntos habitacionais destinados àqueles que ainda não possuem a casa própria. A desapropriação de áreas somada so financiamento público dos mutirões também é viável, dependendo da análise e do estudo de soluções viáveis para resolução de eventuais demandas jurídicas para regularização de  áreas ocupadas.

Planejamento urbano adequado: É fundamental adotar um planejamento urbano eficiente, com zoneamentos claros e regulamentos de uso do solo bem definidos. Isso pode ajudar a evitar novas ocupações ilegais, direcionando o crescimento urbano de forma sustentável e fornecendo opções habitacionais acessíveis que atendam à população e os critérios dos programas habitacionais.

Melhoria das condições habitacionais: Investimentos em habitação social e programas de moradia de interesse social podem ajudar a oferecer opções habitacionais adequadas para famílias de baixa renda, reduzindo a pressão por ocupações irregulares. Essas iniciativas devem ser acompanhadas pela provisão de infraestrutura básica, como água potável, eletricidade, saneamento e transporte público.

Participação comunitária e educação: O investimento na conscientização e na educação da comunidade é fundamental para as iniciativas de educação cívica e participação comunitária, que podem ajudar a informar os cidadãos sobre os riscos e consequências das invasões, promovendo uma política de locação e relocação daqueles que se encontram em vulnerabilidade social, até que o Estado possa lhes fornecer a tão sonhada moradia com endereço fixo.

Integração de políticas e atores: É importante promover a integração de políticas e a cooperação entre diferentes atores, como governos municipais, estaduais e federal, organizações não governamentais, comunidades locais e setor privado. A abordagem colaborativa pode ajudar a desenvolver soluções mais eficazes e sustentáveis para lidar tanto com as ocupações ocupações urbanas quanto com as rurais.

Investimentos em desenvolvimento socioeconômico: A falta de opções de emprego e oportunidades socioeconômicas é um fator que contribui para a ocupação de áreas não demarcadas. Portanto, os investimentos no desenvolvimento econômico local, geração de empregos, capacitação profissional e inclusão social são formas de abordar de maneira inteligente e sustentável as causas subjacentes que são geradoras das ocupações irregulares.

É importante destacar que cada contexto urbano é único. As soluções variam e devem ser adaptadas às características específicas de cada região. Além disso, o envolvimento e o diálogo contínuo com as comunidades afetadas é a melhor maneira de  entender suas necessidades e buscar as soluções adequadas.

Acreditamos ser importante frisar que sempre que houver condição devem ser adotadas políticas de Despejo Zero, salvo em áreas de risco fluvial ou geológico - como é o caso de imóveis interditados por órgãos como o Corpo de Bombeiros e/ou a Defesa Civil - casos que requerem relocação imediata dos indivíduos e/ou famílias até que seja viabilizada a transferência dos mesmo para a tão sonhada casa própria.

domingo, 14 de agosto de 2022

Quais as vantagens do uso do VLT em grandes centros urbanos?

Viagem inaugural do VLT Carioca, no centro da cidade. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A implantação do sistema de veículo leve sobre trilhos (VLT) é uma solução inteligente para grandes centros urbanos. Existe uma série de vantagens, sendo que se destaca se tratar de um transporte coletivo  com emissão zero, ou seja, é um veículo que não emite CO² (gás carbônico). Enumeramos abaixo o que são amplamente reconhecidas como as principais vantagens do uso desta tecnologia:

  1. Capacidade de transporte: Os VLTs possuem uma capacidade de transporte significativa, podendo transportar um grande número de passageiros em cada viagem. Eles podem ser configurados com várias composições de carros, permitindo aumentar ou diminuir a capacidade de acordo com a demanda.
  2. Eficiência energética: Os VLTs são mais eficientes em termos de energia em comparação com os veículos movidos a combustíveis fósseis, pois geralmente são alimentados por eletricidade. Isso ajuda a reduzir a poluição do ar e as emissões de gases de efeito estufa.
  3. Redução do tráfego: Ao proporcionar uma alternativa de transporte público confiável e eficiente, os VLTs podem ajudar a reduzir o número de veículos particulares nas estradas. Isso contribui para a diminuição do congestionamento e melhora a fluidez do tráfego nas grandes cidades.
  4. Menor espaço necessário: Os VLTs ocupam menos espaço em comparação com outras formas de transporte, como o metrô. Eles podem ser integrados ao ambiente urbano existente, com linhas que passam por ruas compartilhadas com outros veículos. Isso facilita a expansão e a adaptação do sistema de transporte em áreas urbanas densas.
  5. Acessibilidade: Os VLTs são projetados para serem acessíveis a todos os passageiros, incluindo pessoas com mobilidade reduzida. Eles geralmente possuem plataformas niveladas com as estações, facilitando o acesso para cadeiras de rodas, carrinhos de bebê e pessoas com dificuldades de locomoção.
  6. Confiabilidade e regularidade: Os sistemas de VLT são conhecidos por sua confiabilidade e regularidade. Eles geralmente operam em horários fixos e têm menor probabilidade de atrasos causados por congestionamentos de tráfego, uma vez que têm faixas exclusivas ou prioridade de passagem em relação aos outros veículos.
  7. Desenvolvimento urbano sustentável: A implementação de um sistema de VLT pode ter um impacto positivo no desenvolvimento urbano sustentável. As linhas de VLT podem servir como catalisadores para a revitalização de áreas urbanas, atraindo investimentos e estimulando o comércio local ao longo do seu percurso.

É importante ressaltar que as vantagens específicas podem variar dependendo do contexto urbano, como o relevo, a densidade de área construída, o espaço de circulação e fluxo de usuários do sistema. 

Antes da implementação do sistema de VLT é primordial um levantamento completo, como tecnologias de mapeamento com drones, imagens de satélite, levantamento topográfico e sistemas de informações geográficas (SIG).

Apenas após a coleta das informações demográficas, geográficas, estruturais, econômicas e sociais é possível calcular e avaliar a relação custo/benefício da implantação dos VLTs em sua cidade.

sexta-feira, 1 de julho de 2022

A responsabilidade de Mantega e Cardozo no Golpe de 2016

Sem Dilma, novos ministros investem em discurso de continuidade - Política - iG (Acessado em 12/06/23)

Guido Mantega e José Eduardo Cardozo desempenharam papéis diferentes durante o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, que ocorreu no Brasil em 2016.

Guido Mantega foi Ministro da Fazenda durante o governo de Dilma Rousseff. Ele foi um dos principais responsáveis pela política econômica implementada durante o segundo mandato de Dilma, que foi marcado por uma grave crise econômica no país. Mantega enfrentou críticas por suas decisões relacionadas à gestão fiscal e à condução da economia, o que contribuiu para o desgaste do governo Dilma e o aumento do apoio ao impeachment.

José Eduardo Cardozo, por sua vez, ocupava o cargo de Advogado-Geral da União durante o processo de impeachment. Ele foi responsável por defender juridicamente o governo Dilma durante as etapas iniciais do processo. Cardozo apresentou a defesa da presidente perante a Câmara dos Deputados e também perante o Senado Federal. No entanto, o impeachment acabou sendo aprovado tanto na Câmara quanto no Senado, resultando no afastamento de Dilma Rousseff da presidência.

É importante destacar que o impeachment de uma presidente é um processo político e jurídico complexo, envolvendo diversos atores e fatores. Mantega e Cardozo desempenharam seus respectivos papéis dentro desse contexto, mas é difícil atribuir a eles uma responsabilidade direta no resultado final do impeachment, pois o desfecho dependeu de votações parlamentares e de uma série de outros fatores políticos e sociais que influenciaram o processo. O importante é lembrar para não repetir.

terça-feira, 7 de junho de 2022

Qual é a importância da Liberdade de Imprensa?

A liberdade de imprensa é considerada um pilar fundamental da democracia e desempenha um papel crucial na promoção do debate aberto, na disseminação de informações e na troca de ideias na sociedade. Existem várias razões pelas quais a liberdade de imprensa é vista como positiva:

Difusão de múltiplos pontos de vista: A liberdade de imprensa permite que uma ampla gama de perspectivas e opiniões seja expressa e divulgada. Os meios de comunicação independentes têm o poder de questionar o status quo, investigar questões importantes e fornecer diferentes ângulos sobre assuntos de interesse público. Isso enriquece o discurso público e incentiva os cidadãos a considerar várias perspectivas antes de formar suas próprias opiniões.

Acesso à informação: A liberdade de imprensa desempenha um papel crucial na garantia do acesso à informação. Os meios de comunicação têm a responsabilidade de informar os cidadãos sobre eventos atuais, questões políticas, sociais e econômicas, escândalos, violações de direitos humanos e outros assuntos de interesse público. Ao fornecer informações precisas e confiáveis, a imprensa permite que as pessoas tomem decisões informadas e participem ativamente da vida democrática.

Fiscalização do poder: A liberdade de imprensa desempenha um papel essencial na fiscalização dos governos e das autoridades. Os meios de comunicação têm o poder de investigar e expor irregularidades, corrupção e abusos de poder. Isso ajuda a prevenir a impunidade, a responsabilizar os governantes e a garantir que os direitos dos cidadãos sejam protegidos. A imprensa independente atua como um contrapeso ao poder e contribui para a transparência e a prestação de contas.

Prevenção de tensões e conflitos: A liberdade de imprensa desempenha um papel importante na prevenção de tensões e conflitos. Ao permitir que diferentes perspectivas sejam ouvidas e debatidas, os meios de comunicação podem ajudar a resolver mal-entendidos, reduzir estereótipos e promover a compreensão mútua. A imprensa também pode servir como um espaço para o diálogo e a reconciliação em sociedades divididas ou pós-conflito.

Em suma, a liberdade de imprensa é considerada positiva porque contribui para a diversidade de opiniões, o acesso à informação, a fiscalização do poder e a prevenção de tensões e conflitos. Ela desempenha um papel fundamental na construção de sociedades informadas, participativas e democráticas. 

sábado, 23 de abril de 2022

Turbinas hidrelétricas urbanas

A mini turbina desenvolvida pela empresa Smart Hydro Power apresenta diversas vantagens e benefícios como uma alternativa às grandes usinas hidrelétricas. Suas características compactas e facilidade de instalação permitem que ela seja utilizada em canais com profundidade e largura mínima de dois metros, tornando-a versátil e aplicável em diferentes cenários.

A proteção reforçada contra detritos flutuantes, por meio do uso de cabos de aço inoxidável, garante que a turbina não seja danificada ou obstruída por resíduos presentes na água. Isso aumenta a durabilidade do dispositivo e evita interrupções na geração de energia.

A mini turbina também oferece a vantagem de uma produção constante de eletricidade, variando de acordo com o fluxo de água em cada local. Quanto maior a velocidade da corrente, maior será a quantidade de energia gerada. Essa característica permite aproveitar eficientemente a energia cinética das águas correntes, maximizando a geração elétrica.

Além disso, a tecnologia apresenta baixos custos de infraestrutura em comparação às grandes usinas hidrelétricas, que geralmente requerem a construção de barragens. A manutenção necessária é mínima, o que contribui para a redução dos custos operacionais e de manutenção a longo prazo.

A mini turbina da Smart Hydro Power é uma solução "fora da rede", o que significa que pode operar de forma totalmente independente da concessionária de energia. Isso a torna especialmente útil para áreas remotas ou regiões onde não há acesso à rede elétrica convencional. No entanto, a tecnologia também pode ser conectada à rede, possibilitando a venda de energia excedente ou o fornecimento adicional em momentos de alta demanda.

Uma única turbina pode gerar aproximadamente 8.500 kWh por ano, o suficiente para atender às necessidades energéticas de cerca de 30 residências. Essa capacidade de geração torna a mini turbina uma excelente opção para comunidades remotas ou áreas com instabilidade no fornecimento de energia.

No geral, a mini turbina da Smart Hydro Power representa uma solução inovadora e sustentável para a geração de energia elétrica a partir do movimento de correntes de rios. Com suas características técnicas e vantagens econômicas e ambientais, ela tem o potencial de fornecer energia limpa e acessível para comunidades que de outra forma não teriam acesso a uma fonte confiável de eletricidade.