Translate

quarta-feira, 31 de outubro de 2018

A metafísica de Parmênides – Bertrand Russell




"Parmênides divide seu ensinamento em duas partes, respectivamente denominadas “caminho da verdade” e “caminho da opinião”. (…) Eis, em seus pontos essenciais, o que se conservou de suas afirmações sobre o caminho da verdade:
“Não podes saber o que não é – é impossível – nem proferi-lo; pois é um só o que pode ser pensado e o que pode existir. Como, no entanto, pode aquilo que é vir a ser? Ou como poderia ganhar existência? Se passou a ser, não é; tampouco é se vier a ser no futuro. O devir, assim, se extingue, e não se deve falar em desaparecer. Aquilo que pode ser pensado e aquilo porque o pensamento existe são o mesmo; pois não é possível encontrar pensamento sem algo que exista e a respeito do qual ele se exprime.”
Eis a essência desse raciocínio: quando pensa, você pensa em algo; quando usa um nome, deve ser o nome de algo. Por conseguinte, tanto o pensamento quanto a linguagem exigem objetos que lhes sejam extrínsecos. 

Uma vez que é possível pensar e falar em algo tanto num momento quanto em outro, tudo aquilo em que podemos pensar e falar deve existir em todos os tempos. Não pode haver, portanto, mudança, uma vez que a mudança consiste em coisas ganhando ou perdendo existência.

Esse é o primeiro caso, na filosofia, em que um argumento referente ao pensamento e à linguagem é aplicado ao mundo como um todo."
____
Bertrand Russell
Fonte: História da filosofia ocidental – Bertrand Russell

Bertrand Arthur William Russell, 3.º Conde Russell foi um dos mais influentes matemáticos, filósofos e lógicos que viveram no século XX. 

Em vários momentos na sua vida, ele se considerou um liberal, um socialista e um pacifista. Mas, também admitiu que nunca foi nenhuma dessas coisas em um sentido profundo. 


domingo, 28 de outubro de 2018

Dia do Servidor Público




O Dia do Servidor Público é celebrado anualmente em 28 de outubro. Também conhecido como Dia do Funcionário Público, esta data não é um feriado nacional, mas sim um ponto facultativo, ou seja, os profissionais do serviço público não são obrigados a gozar de folga.

A data celebra o profissional que trabalha nas mais variadas áreas do Poder Público, seja em hospitais, escolas, escritórios e demais repartições públicas.

Existem três principais tipos de servidores públicos: municipal, estadual e federal.

Os servidores municipais pertencem à Prefeitura de uma cidade; os estaduais ao Governo de um estado e os federais são subordinados à União da República. Os salários dos servidores públicos são pagos com o dinheiro dos Cofres Públicos.

No Brasil, ser servidor público é sinal de estabilidade financeira para muitas pessoas, pois não podem ser dispensados facilmente de seus cargos depois de consolidado o período de estágio probatório.

Para entrar no serviço público, normalmente, o cidadão deve participar de um concurso público ou processo seletivo e ser aprovado.

O santo padroeiro dos Funcionários públicos é São Judas Tadeu, que tem sua data comemorada no mesmo dia que é também dia do Flamenguista, comemorado em 28 de outubro por ser este o dia do padroeiro do time, São Judas Tadeu, conhecido por ser o "santo das causas impossíveis".

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Nietzsche: "A Sombra de Deus"


"Depois que Buda morreu, sua sombra ainda foi mostrada numa caverna durante séculos — uma sombra imensa e terrível. 

Deus está morto; mas, tal como são os homens, durante séculos ainda haverá cavernas em que sua sombra será mostrada. 

Quanto a nós — nós teremos que vencer também a sua sombra!"
____
Fonte: Friedrich Wilhelm Nietzsche A Gaia Ciência. São Paulo: ed. Companhia das Letras, aforismo 108, 2001.

sábado, 20 de outubro de 2018

Carl Sagan: a ciência e a democracia




“A ciência é muito mais do que um corpo de conhecimento. É uma forma de pensar. Isso é central para o seu sucesso.

A ciência nos convida a ficar com os fatos, mesmo quando eles não estão em conformidade com nossos conceitos.

Ela nos aconselha a levantar hipóteses alternativas em nossas cabeças e ver qual delas melhor corresponde aos fatos.

Ela nos exorta a um balanço entre uma abertura sem barreias a novas ideias, mesmo heréticas, e a investigação cética mais rigorosa de tudo – novas ideias e sabedoria estabelecida.

Nós precisamos de uma ampla valorização desse tipo de pensamento.

Ele funciona.

É uma ferramenta essencial para a democracia em uma era de mudanças.

Nossa tarefa é não apenas treinar mais cientistas mas também aprofundar uma compreensão pública da ciência.”


____
Carl Sagan em 1980
Carl Edward Sagan foi um cientista, astrônomo, astrofísico, cosmólogo, escritor e divulgador científico norte-americano. Sagan é autor de mais de 600 publicações científicas, e também autor de mais de 20 livros de ciência e ficção científica.

Foi durante a vida um grande defensor do ceticismo e do uso do método científico, promoveu a busca por inteligência extraterrestre através do projeto SETI e instituiu o envio de mensagens a bordo de sondas espaciais, destinados a informar possíveis civilizações extraterrestres sobre a existência humana.

Mediante suas observações da atmosfera de Vênus, foi um dos primeiros cientistas a estudar o efeito estufa em escala planetária. Também fundou a organização não-governamental Sociedade Planetária e foi pioneiro no ramo da ciência exobiologia. Sagan passou grande parte da carreira como professor da Universidade Cornell, onde foi diretor do laboratório de estudos planetários. Em 1960 obteve o título de doutor pela Universidade de Chicago.

Sagan é conhecido por seus livros de divulgação científica e pela premiada série televisiva de 1980 Cosmos: Uma Viagem Pessoal, que ele mesmo narrou e co-escreveu. O livro Cosmos foi publicado para complementar a série. Sagan escreveu o romance Contact, que serviu de base para um filme homônimo de 1997. Em 1978, ganhou o Prémio Pulitzer de Não Ficção Geral pelo seu livro The Dragons of Eden. Morreu aos 62 anos, de pneumonia, depois de uma batalha de dois anos com uma rara e grave doença na medula óssea (mielodisplasia).

Ao longo de sua vida, recebeu vários prêmios e condecorações pelo seu trabalho de divulgação científica. Sagan é considerado um dos divulgadores científicos mais carismáticos e influentes da história, graças a sua capacidade de transmitir as ideias científicas e os aspectos culturais ao público não especializado. (Wikipédia: Carl Sagan)


sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Brasil terá 18 mil km de trilhas




Rede de trilhas de 18 mil km começa a ser construída no Brasil - Sistema motiva esportes, preservação natural e economias locais - Agência Brasil*

O governo federal cria hoje (19) a Rede Nacional de Trilhas de Longo Curso e Conectividade (Rede Trilhas), formada por quatro grandes corredores interligando paisagens naturais no país por onde milhões de pessoas poderão transitar. O documento que oficializa o início do projeto será assinado em São Paulo, durante uma feira de esportes.

A expectativa é de que, em 20 anos, sejam construídas rotas ao longo de unidades de conservação e ecossistemas que, juntas, somarão 18 mil quilômetros. Pouco mais de 10% desse trecho já estão concluídos, com a sinalização feita com desenhos de uma pegada amarela sobre uma base preta, indicando o sentido a ser percorrido.

Trilha, Floresta da Tijuca - Tânia Rêgo/Arquivo Agência Brasil

Entre as trilhas prontas estão o Caminho da Serra do Mar (RJ), a Transcarioca (RJ), a Transespinhaço (MG), a Rota Darwin (RJ-PE) e o Caminho das Araucárias (RS/SC), que integram o corredor Litorâneo.

Outras são o Caminho de Cora Coralina (GO) e o Caminho da Floresta Nacional de Brasília, que fazem parte do Caminhos dos Goyases; a Trilha Chico Mendes (AC); e a Transmantiqueira (RJ, MG e SP).

Os outros circuitos são o Litorâneo, do Oiapoque (AP) ao Chuí (RS); o Caminhos Coloniais, do Rio de Janeiro a Goiás Velho (GO); o Caminhos dos Goyases, entre Goiás Velho e a Chapada dos Veadeiros (GO); e o Caminhos do Peabiru, ligando o Parque Nacional do Iguaçu (PR) ao litoral paranaense.

O sistema funcionará como uma alternativa de esporte na natureza, contribuindo para o fluxo da fauna e preservação vegetal com a conexão das unidades de conservação federais, estaduais e municipais.

Outro resultado esperado com a rede é o aquecimento das economias locais nas cidades ao longo dos percursos. Isto porque moradores poderão explorar serviços de hospedagem, camping, guias e alimentação, além do comércio de equipamentos para as caminhadas.
____
Fonte: *por Carolina Gonçalves/Kleber Sampaio/Agência Brasil - Imagem: Trilha, Floresta da Tijuca - Tânia Rêgo/Arquivo Agência Brasil (reprodução permitida citando a fonte)


quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Os ataques “pós-modernos” à ciência e à realidade




por Victor J. Stenger*

Tendências recentes em alguns círculos acadêmicos têm posto em causa noções convencionais de verdade e realidade. A reivindicação feita nesses círculos é que toda declaração, seja na ciência ou na literatura, são simples narrativas – histórias e mitos que não fazem nada mais do que articular os preconceitos culturais do narrador. 

Nessa visão, uma narrativa é tão boa quanto outra, uma vez que cada uma é expressa na linguagem de sua cultura particular e, portanto, contém todas as suposições sobre a verdade e a realidade incorporadas nessa cultura. Textos não tem significados intrínsecos. Em vez disso, os seus significados são criados pelo leitor. As conclusões que se tiram é que nenhuma narrativa pode ter validade universal e a ciência “ocidental” não é exceção.

Os estudantes universitários de hoje, nos Estados Unidos e outros lugares, escutam essa linha de raciocínio de vários dos seus professores de ciências sociais e humanidades. Defensores da “medicina alternativa” costumam usar argumentos similares para rejeitar a ciência como um método de determinação de verdades relacionadas à saúde.

A afirmação de que a ciência “ocidental” é corriqueira começa com uma plausível  mas enganosa noção de que nós humanos carecemos de acesso a qualquer mecanismo em que possamos conhecer a verdade sobre uma realidade objetiva que exista independente do processo de pensamento humano. Certamente, a ciência confia em processos de pensamento e não segue sempre um caminho claro e lógico para as conclusões que faz sobre a realidade. 

É verdade, ela nunca prova a justeza de suas conclusões. A ciência não tem nenhuma certeza sobre o mundo e deve ser conceber esses resultados em termos de probabilidades e possibilidades.  Geralmente a escolha entre teorias científicas concorrentes é baseada no gosto, moda ou noções subjetivas de simplicidade ou apelo estético.

Concordo. Cientistas nunca podem ter certeza sobre a “verdade” de suas teorias. Mesmo assim, as previsões das teorias científicas estão muitas vezes tão suficientemente perto da certeza que nós tamos apostamos nossa vida nisso, como quando nós estamos em um avião ou em uma mesa de operações. Quando previsões são confiáveis assim, nós podemos concluir racionalmente, se não provar, que os conceitos nos quais elas são baseadas tem que ter alguma validade universal. Ou seja, eles devem de alguma forma estar ligados à forma como as coisas realmente são.

Por exemplo, nós não podemos predizer com completa certeza o que vai acontecer se nós pularmos de um prédio alto. É sempre possível que nós pousemos em uma caixa de penas que, por sorte, apenas aconteceu de estar saindo pela janela do andar de baixo. Entretanto, baseado na lei da gravidade, nós podemos prever com grande probabilidade que nós vamos passar por esse piso e atingir o chão com um som mórbido. A lei da gravidade tem sido testada com experimentos suficientes para concluir seguramente que o conceito de gravidade é “real”.

A realidade  age para restringir nossas observações sobre o mundo, prevenindo pelo menos algumas dessas observações de serem completamente aleatórias, arbitrárias ou apenas o que forçamos que elas sejam. Embora muito do que nós observamos seja de fato aleatório – muito mais do que a maioria das pessoas percebe – nem tudo é.  Enquanto nós humanos podemos exercer um certo grau de controle sobre a realidade, essa realidade não é meramente a criação de nossos processos mentais. 


Em um sonho sobre pular de um prédio, nós podemos flutuar até o chão ilesos. Ao pensar sobre pular de um prédio, nós podemos i maginar qualquer coisa que quisermos sobre o resultado. O Super-Homem pode vir voando e nos resgatar, em nossas fantasias. Um avião com um colchão em suas asas pode aparecer bem a tempo. Mas, na realidade, nós cairemos até o chão não importa o quanto nós possamos querer o contrário.

Sem ser muito pedante sobre a definição da realidade, me deixe só dizer que nossas próprias observações todos os dias da vida tornam muito claro que nós e os objetos ao nosso redor são sujeitos a limitações impostas externamente que nem nós nem esses objetos podem controlar completamente. 

Se eu pudesse controlar a realidade com meus pensamentos, eu pareceria como eu era há vinte anos e ainda seria tão esperto como agora. Eu não. Na ciência nós usamos nossas observações sobre o que acontece quando nós não estamos dormindo ou fantasiando para fazer inferências razoáveis sobre a natureza  para o que supre o ímpeto para as limitações que nós registramos com nossos aparelhos de medição.

A Física moderna sugere fortemente uma surpreendentemente descomplicada e não-misteriosa “realidade irrevogável” que pode não ser o que nós queremos que seja, mas é suportada por todos os dados conhecidos. Além disso, essa realidade é muito mais parecida com o que foi inferido por alguns pensadores notáveis no mundo ancestral: um universo composto por objetos elementares que se move em torno de um deserto de outra maneira vazio. Eu chamo isto de realidade atômica.

Esta proposta bate de cara com a moda corrente. A moda repudia todas as tentativas, dentro ou fora da ciência, de descrever uma realidade objetiva, universal. Eu repudio essa moda. Onde a validade de certos conceitos antigos e modernos de verdade e realidade são negados, eu os afirmo. Onde se argumenta que a ciência ocidental não nos diz nada de profundamente significativo, eu afirmo que continua sendo nossa ferramenta mais importante para a descoberta da verdade fundamental.

Muitos professores de ciências naturais, com suas cabeças enterradas principalmente em pesquisa, tem ignorado os ataques à ciência e ao pensamento racional. Quando acontece de eles ouvirem afirmações de que a ciência é apenas outro conto de fadas, eles tipicamente repudiam a ideia como absurdo. Ao invés disso, eles deveriam estar falando abertamente sobre o assunto.
___________
* Victor J. Stenger é professor de Física e Astronomia na Universidade do Havaí. Recebeu seu grau de doutoramento da UCLA em 1963 e tem tido uma ativa carreira como pesquisador de partículas elementares e astrofísica. Seus projetos incluem a elaboração de propriedades de quarks, gluons , neutrinos, simetria CP e a corrente neutra das interações fracas. Ele tem trabalhado com raios gama de alta energia e astronomia de neutrinos. Atualmente, é colaborar do Super-Kamiokande, um experimento em uma mina no Japão que recentemente confirmou o a anomalia dos neutrinos solares e é esperado que seja o mais definitivo experimento da década com neutrinos solares, decaimento de prótons e oscilações de neutrinos.

Seus escritos incluem vários artigos para publicações céticas e três livros publicados pela Prometheus Books:  Not By Design: The Origin of the Universe Physics (1988), Psychics: The Search for a World Beyond the Senses (1990) e The Unconscious Quantum: Metaphysics in Modern Physics and Cosmology (1995), que a Times Literary Supplement descreveu como “uma interessante, provocativa, informativa e apaixonada tentativa de resgatar a Física das apropriações não-científicas ou anti-científicas contemporâneas das suas teorias mais suaves”. (Fonte: Quack Watch - Tradução: Maurício Moura/Livre Pensamento)


quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Outubro Rosa




Outubro Rosa, campanha de conscientização
sobre o câncer de mama e de colo do útero
Outubro Rosa é uma campanha mundial de conscientização que tem como objetivo principal alertar as mulheres e a sociedade em geral sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama. Mais recentemente a campanha do Outubro Rosa ganhou ainda mais importância e abrangência, incluindo também a conscientização sobre o câncer de colo do útero.

A manifestação se iniciou nos Estados Unidos em 1990, de concretização pelo diagnóstico, tratamento e cura do câncer de mama. Desde então, provas, competições, desfiles e outros eventos se espalharam pelo mundo afora. As manifestações incluem a iluminação pública de prédios e monumentos do mundo, que são iluminados de rosa durante o mês dedicado a alertar sobre o câncer de mama. 

No Brasil a mesma campanha começou em 2002 quando um grupo de mulheres apoiadas por uma renomada empresa de cosméticos francesa, iluminou o obelisco do Ibiraquera de rosa. O movimento ganhou corpo, atingindo as coletividades pelos meios de comunicação, televisão, rádio,  panfletos distribuídos, camisetas vendidas para arrecadar fundos para tratamentos, etc. 

Dados do Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) apontam que apenas 2,5 milhões de mamografias foram realizadas em 2014, equivalente a uma taxa de 24,8%, bem menos do que os 70% recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Em vários lugares do mundo o outubro rosa é caracterizado por monumentos da cor rosa.

Em toda parte fitas cor de rosa são distribuídas e utilizadas buscando alertar e conscientizar as mulheres para lutar contra o câncer de mama. E você, já está usando a fitinha rosa e já fez o auto exame?