Baleia-azul, uma das mais ameaçadas do mundo, é também o maior mamífero da Terra (até 33 metros) |
A moratória da caça às baleias está mantida. A proposta apresentada pelo Japão na manhã desta sexta-feira (14), para liberar a caça comercial das baleias, foi rejeitada pela Comissão Baleeira Internacional, que está reunida em Florianópolis.
O Japão precisava do apoio de 60 dos 80 países que compõem a Comissão, mas a proposta recebeu apenas 27 votos favoráveis. Foram 41 votos contrários, incluindo os do Brasil, Estados Unidos e Argentina; e duas abstenções, da Coreia do Sul e da Rússia.
A caça comercial da baleia está suspensa há 32 anos, desde 1986.
“É uma notícia a ser comemorada”, disse o coordenador de Políticas Públicas do WWF-Brasil, Michel Santos. “Com a manutenção da moratória, a curva de diminuição das populações de baleias pode se inverter, apesar dos outros problemas. Sinal claro que os países dão sobre a importância da biodiversidade e da vida marinha, num momento de profunda crise climática, que pode afetar drasticamente a vida no planeta”, completou.
"É uma decisão importante", afirma a coordenadora dos programas Mata Atlântica e Marinho do WWF-Brasil, Anna Carolina Lobo. "Apenas o fato de haver uma proposta de fim dessa moratória reflete a falta de compromisso de uma parcela da sociedade com a conservação dos oceanos".
O diretor de Políticas para a Vida Silvestre do WWF-Estados Unidos, Leigh Henry, afirmou: "A iniciativa para mitigação dessas capturas é um dos esforços de conservação mais concretos da CBI até hoje. Estamos felizes em ver a comissão intensificar seu apoio para ajudar a reduzir a maior ameaça às baleias e golfinhos do mundo".
Declaração
Na manhã de quinta-feira (13), a Comissão havia aprovado a “Declaração de Florianópolis”, que reafirmava a importância de manter a moratória da caça comercial.
Mas Japão e países como Islândia e Noruega insistiram em analisar proposta para rever a proibição. Eles defendem que a moratória já permitiu que as espécies se recuperassem e que a caça comercial já poderia ser liberada.
Os países têm permissão para caçar baleias para fins científicos e todos os anos abate centenas de exemplares com essa justificativa, embora a carne seja, depois, comercializada. Nesta sexta-feira, nenhum representante da delegação japonesa quis dar entrevista.
*Com WWF Internacional
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Fonte: *Sala de Imprensa | WWF Brasil | Texto disponível sob licença Creative Commons -Imagem: © naturepl.com / Franco Banfi / WWF
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