quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Cigarro e Cirurgia Plástica




Especialista adverte: Fumo interfere na cicatrização - Certamente você já ouviu dizer que é preciso parar de fumar duas ou três semanas antes de se submeter a uma cirurgia plástica. A Médica Audrey Worthington, especialista em Cirurgia Plástica, recomenda aos pacientes que discutam o assunto com seus médicos antes de marcar o procedimento cirúrgico. “A paciente deve relatar corretamente seu histórico de tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas, uso de medicamentos, reações alérgicas e histórias de cicatrização difícil. Tudo tem que ser levado em conta para que o resultado seja o esperado.”

No caso do tabagismo, o risco é comprometer uma boa cicatrização pós-cirúrgica. “O paciente fumante corre mais riscos, pois a nicotina tem efeito vasoconstritor, que diminui o calibre dos vasos sangüíneos e restringe o aporte de sangue. Conseqüentemente, ocorre a diminuição do fornecimento de oxigênio para a ferida operatória, podendo causar necroses (morte do tecido) e infecções”, revela a Cirurgiã Plástica. 

Segundo Audrey, há trabalhos científicos mostrando que apenas a inalação da fumaça de um cigarro prejudica células formadoras de colágeno, os fibroblastos fundamentais para a cicatrização. “A fumaça contém substâncias como a acroleína e o acetaldeido que prejudicam a adesão entre as células”, explica. Quando há uma incisão (corte) ou qualquer traumatismo, todo o organismo se mobiliza para tentar resolver o problema por meio de um processo inflamatório. “Este processo é bom e necessário para uma adequada cura do tecido lesado. No entanto, o fumo inibe a migração das células que iniciam a inflamação, como os leucócitos, e isso dificulta ainda mais o processo cicatricial”, justifica.

O uso do tabaco também inibe a migração dos fibroblastos, que acabam ficando nas bordas da ferida e ela demora mais para fechar, além de aumentar as chances de uma cicatriz hipertrófica e até queloideana. O quelóide é uma espécie de tumor de cicatriz e ocorre quando há excesso da produção de fibras colágenas, o que dá aquele aspecto volumoso e endurecido, muitas vezes doloroso.

Pacientes fumantes têm maior predisposição à formação de pequenos coágulos que podem obstruir capilares e alterar a cura das feridas cirúrgicas. O fumo também afeta o sistema imunológico, diminui as defesas do organismo e ocasiona o envelhecimento precoce. Segundo a Dra. Audrey, todos esses fatores se somam durante uma cirurgia e devem ser levados em conta pelo paciente e seu cirurgião, já que interferem diretamente nos resultados e, principalmente, na saúde como um todo. Leia mais...

Autor: Clarice Pereira - Fonte: Universo da Mulher


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