domingo, 25 de maio de 2025

Keli Guimarães, a paranaense da Agenda 2030

Como a superintendente que representa o Paraná no debate global tem colocado o desenvolvimento sustentável no centro das políticas públicas locais — com escuta, inovação e coragem de abrir portas novas

Por Ronald Stresser, da redação*

 
Keli Guimarães (direita), Darci Piana e o representante da delegação de Chihuahua
Foto: Igor Jacinto/Vice-Governadoria
 

Era uma manhã chuvosa de segunda-feira em Curitiba quando Keli Guimarães chegou para mais uma reunião com representantes internacionais — dessa vez, vindos de Chihuahua, no México. De fora, era apenas mais um compromisso de agenda institucional. Mas para quem acompanha de perto o trabalho da superintendente-geral de Desenvolvimento Econômico e Social do Paraná, cada reunião dessas é uma oportunidade real de transformar o discurso em prática.

Keli tem se destacado como uma das vozes mais ativas na articulação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU no Brasil, com um estilo que combina técnica, sensibilidade social e uma habilidade incomum de fazer pontes — entre governos, entre continentes e, sobretudo, entre ideias.

“Não dá para pensar em desenvolvimento sem falar de gente”, costuma dizer com simplicidade, em falas que mais parecem conversas do que discursos.

Uma superintendente em movimento

A atuação de Keli não se restringe a escritórios. Nos últimos meses, ela esteve à frente de eventos que colocaram o Paraná como referência em sustentabilidade — como o encontro com o urbanista franco-colombiano Carlos Moreno, criador do conceito de “Cidade de 15 Minutos”, promovido em Curitiba com apoio direto da superintendência que ela lidera.

Na prática, isso significa redesenhar as cidades para que todas as pessoas possam viver a até 15 minutos de distância de escolas, postos de saúde, comércio e áreas de lazer. A ideia, importada de Paris, encontrou em Curitiba um terreno fértil — e em Keli uma aliada incansável.

“A gente não quer apenas importar modelos de fora. O desafio é adaptar essas ideias ao nosso contexto, com a nossa gente, com os nossos desafios urbanos e sociais”, disse ela no encontro, que reuniu desde prefeitos e especialistas até alunos da rede pública.

Ao lado de nomes como Eduardo Pimentel, prefeito da capital, e Ana Jayme Zornig, presidente do IPPUC, Keli foi peça-chave para articular a vinda de Moreno ao Brasil e mostrar que o Paraná tem muito a dizer no cenário global.

Da teoria à transformação

Com um estilo de liderança colaborativo e pés fincados no chão, Keli também tem sido protagonista na aproximação do Paraná com outras nações e entidades internacionais. Em reuniões recentes com a delegação mexicana, ela conduziu diálogos sobre inovação, economia circular, transição energética e reaproveitamento de resíduos industriais — temas que não são apenas parte da Agenda 2030, mas também dos dilemas cotidianos das cidades brasileiras.

“Falar em desenvolvimento sustentável, em um estado que é ao mesmo tempo agrícola, industrial e urbano, exige visão sistêmica. A gente trabalha com dados, mas também com histórias reais. E tudo começa escutando as pessoas”, explica.

Paranaguá, a mais nova signatária

Um dos frutos mais recentes dessa articulação foi a adesão da cidade de Paranaguá ao Pacto Global da Agenda 2030 da ONU — um marco histórico para o litoral do Paraná. Sob a liderança da SGDES e de Keli, a cidade se comprometeu formalmente a integrar os 17 ODS às suas políticas públicas.

A cerimônia, que passou quase despercebida na cobertura tradicional da imprensa, foi na verdade um ato carregado de simbolismo: ali estava uma cidade portuária, com desafios sociais complexos e uma relação delicada com o meio ambiente, se colocando no centro da rota da sustentabilidade mundial.

Mulheres que moldam o futuro

No centro disso tudo está Keli — uma mulher que aprendeu a se mover com firmeza em ambientes ainda muito masculinos, como o setor produtivo e os gabinetes do poder. Mas que não abriu mão de trazer para esses espaços uma abordagem empática, plural e guiada por valores.

Em cada fala, ela insiste em repetir: “A Agenda 2030 não é uma meta de governo, é um pacto civilizatório”. Para Keli, os 17 objetivos da ONU — que vão da erradicação da pobreza à ação climática — não são apenas metas globais, mas bússolas para o dia a dia.

“Quando a gente faz um projeto de moradia para a população idosa ou incentiva startups verdes, a gente está executando os ODS. Não precisa esperar 2030. O futuro se constrói agora”, resume.

Curitiba e o Paraná na vanguarda

Com o projeto “Curitiba 15 Minutos” já em andamento e indicadores sendo produzidos para orientar políticas de mobilidade ativa e emissões zero, o Paraná segue consolidando sua posição como líder entre os estados brasileiros no cumprimento da Agenda 2030.

E muito disso passa pela escuta, articulação e firmeza de Keli Guimarães — uma superintendente que não busca os holofotes, mas que vem pavimentando, com humildade e consistência, um caminho de desenvolvimento mais justo, inclusivo e sustentável.

Nota da Redação:

Keli Guimarães representa uma nova geração de gestoras públicas brasileiras: técnica, sensível e conectada ao mundo. Sua atuação à frente da SGDES mostra que é possível fazer política pública com alma — e que a Agenda 2030, quando bem aplicada, é mais do que um plano: é uma promessa de futuro para quem mais precisa.

*com informações da AEN Paraná.

Samir Xaud assume a presidência da CBF em eleição esvaziada e encerra polêmica sobre camisa vermelha

Promessas no papel, cadeiras vazias e a força de um símbolo nacional: o dia em que o futebol brasileiro escolheu seu novo comandante

Por Ronald Stresser, da redação.
 
Xaud é eleito presidente da CBF, descartando camisa vermelha - Fotomontagem
 

No Rio de Janeiro, vitrine do pais do futebol, mais precisamente na Confederação Brasileira de Futebol ( CBF), onde outrora se ouviam gritos de gol e celebrações de conquistas, o clima neste domingo foi outro. Silêncio, cadeiras vazias e olhares desconfiados marcaram a eleição que consagrou Samir Xaud como novo presidente da CBF.

Médico, empresário e até então presidente da federação de Roraima, Xaud chega ao topo do futebol nacional em meio a uma tempestade — não apenas política, mas simbólica.

A votação, marcada por ausências importantes — sobretudo de clubes que preferiram se abster — selou a escolha de um nome pouco conhecido no Sudeste, mas que promete trazer uma nova era à entidade. O esvaziamento, no entanto, revelou um racha profundo: parte do futebol brasileiro parece já não se enxergar no espelho da CBF.

Da Região Norte ao epicentro do futebol: quem é Samir Xaud

Aos 41 anos, Samir Xaud soma um fato novo ao seu currículo e à história da CBF. É o primeiro presidente vindo de Roraima, um estado que, até há pouco tempo, pouco aparecia nas pautas nacionais ligadas ao futebol. Ao assumir, promete descentralização, transparência e inclusão. Palavras que soam bem, mas que o tempo dirá se sairão do discurso para o gramado.

No papel, as propostas incluem uma gestão mais democrática, respeito aos clubes regionais e autonomia total ao técnico da Seleção, Carlo Ancelotti, com foco total na Copa do Mundo de 2026. Mas no jogo político do futebol, as maiores promessas costumam ser testadas no primeiro escanteio mal batido ou pênalti chutado para fora do gol.

Camisa vermelha? Só se for na lembrança do pau-brasil

Em meio à posse, uma polêmica curiosa e, para muitos, esdrúxula, ganhou os holofotes: a ideia de uma camisa vermelha para a Seleção Brasileira. A ppropostado uniforme reserva teria surgido como uma homenagem ao pau-brasil — árvore símbolo do país, que inspirou o nome da nação e cuja madeira possui um vermelho vibrante, quase sangue. Um resgate poético da história, uma provocação estética... ou um erro estratégico?

A reação popular foi imediata. Torcedores se dividiram, mas a maioria rejeitou. Afinal, o que seria da Seleção sem o verde e o amarelo? Na cultura do futebol, a camisa é mais que uniforme: é pele, é bandeira, é altar, alega parte da torcida, entretanto ter duas camisas reservas é essencial em campeonatos onde a Seleção pose rer que enfrenta times que usam cores iguais.

Xaud, direto, tratou de encerrar o assunto: “A camisa brasileira é verde e amarela”, cravou. Para ele, identidade nacional não se negocia. A decisão, embora conservadora, soou como música aos ouvidos de quem vê na canarinho um pedaço da alma brasileira, Então é muito provável que a Seleção continue a usar como segunda opção a camisa azul e terceira a camisa branca.

Entre a crise e a reconstrução: um futebol à espera de rumo

Samir assume a CBF num momento sensível. O presidente anterior deixou o cargo por força judicial, os clubes pedem mais voz e os torcedores, mais respeito. O cenário é de desconfiança, mas também de oportunidade. A distância entre o centro do poder e o torcedor nunca foi tão grande — e talvez esteja aí o principal desafio do novo presidente.

De agora até 2029, Xaud terá a missão de reaproximar o futebol brasileiro de suas raízes. Fazer com que a paixão nas arquibancadas ecoe nos corredores da entidade. Promover o futebol de base, dar vez aos esquecidos, dialogar com os clubes de todos os cantos do país.

A eleição pode até ter sido esvaziada. Mas o cargo que Samir Xaud agora ocupa continua cheio de símbolos, pesos e promessas. E, acima de tudo, carrega um sentimento que não se mede em votos: a esperança de que o futebol brasileiro reencontre o seu melhor jogo.

Manhattan, Bitcoin e Terror: o sequestro cinematográfico que chocou Nova York

Tortura por Bitcoin: milionário mantém homem em cativeiro por três semanas em mansão de luxo de Nova York

Por Ronald Stresser*

Policiais em frente à mansão onde a vítima foi mantida em cativeiro – ABC 7
 

Neste final de semana a cidade de Nova York foi dominada praticamente por um assunto apenas, por uma história que parece até ter sido tirada de um filme de suspense. Uma história verdadeira, de horror na era das criptomoedas, tomou conta do imaginário dos novaiorquinos. Um investidor de criptomoedas de 37 anos, chamado John Woeltz, foi preso na sexta-feira (23) acusado de sequestrar e torturar um homem durante três semanas dentro de uma mansão de luxo em Manhattan. O objetivo de Woeltz? Arrancar à força a senha de acesso à carteira de Bitcoins de sua vítima.

O caso, divulgado neste sábado pelo Ministério Público de Manhattan, revelou uma trama sombria onde ganância, violência e tecnologia se cruzam em um dos bairros mais nobres e com o metro quadrado mais caro da cidade. O homem sequestrado, um italiano de 28 anos cujo nome foi mantido em sigilo, tinha acabado de chegar à Big Apple, em 6 de maio. O que era para ser apenas uma breve visita aos Estados Unidos se transformou em um pesadelo que durou quase vinte dias.

Segundo o relato das autoridades, ao chegar à casa localizada na sofisticada região de NoLIta — sigla para North of Little Italy — o jovem foi surpreendido por Woeltz e um cúmplice ainda foragido. Seus eletrônicos e passaporte foram imediatamente confiscados. A partir daí, começou uma rotina de tortura que remonta às piores páginas da crueldade humana.

Amarrado, agredido fisicamente, eletrocutado com fios, ameaçado com uma arma apontada à cabeça e pendurado sobre o vão de uma escadaria de cinco andares — o homem ouviu que sua família seria morta se não entregasse a senha de sua carteira de criptomoedas. Mas resistiu. Por três semanas. Até que, em uma cena digna de roteiro hollywoodiano, conseguiu escapar na manhã de sexta-feira e correu em direção a um agente de trânsito pedindo socorro.

A polícia chegou pouco depois. Dentro da mansão alugada por Woeltz por pelo menos 30 mil dólares mensais, encontraram provas do horror vivido: uma arma de fogo, objetos usados como instrumentos de tortura e fotografias instantâneas que registravam os momentos de violência. Dois mordomos estavam na casa e colaboraram com a investigação.

Woeltz foi preso em flagrante e, no sábado, levado à corte criminal de Manhattan. Responderá por sequestro, agressão, cárcere privado e posse ilegal de arma. Está detido sem direito à fiança e teve o passaporte confiscado. Uma mulher identificada como Beatrice Folchi também foi detida e acusada de sequestro e cárcere privado, embora a natureza de sua ligação com Woeltz ainda seja nebulosa.

O advogado de defesa de Woeltz, Wayne Ervin Gosnell Jr., preferiu não comentar o caso.

O episódio se soma a uma série de crimes brutais relacionados ao universo das criptomoedas, que vêm crescendo nos Estados Unidos e em outras partes do mundo. Com bilhões de dólares circulando em carteiras digitais muitas vezes anônimas e sem rastreamento, o ambiente tem se mostrado fértil não apenas para investidores, mas também para extorsões, fraudes e agora, sequestros.

Enquanto isso, o jovem italiano se recupera no Bellevue Hospital, em condição estável. Mas as cicatrizes — físicas e emocionais — provavelmente o acompanharão por muito tempo.

Num tempo em que fortunas são guardadas em códigos e criptografias, essa história serve como um alerta cruel: mesmo os ativos mais virtuais podem ter consequências bem reais, e, às vezes, trágicas.

*com informações do The New York Times.

sábado, 24 de maio de 2025

Estiagem atinge produção agrícola do Paraná

A terra grita por água: estiagem prolongada castiga o Paraná e acende alerta em todo o estado

Por Ronald Stresser, para o Sulpost*
 
Decreclara situação de emergência devido à estiagem em todo o Paraná – Gilson Abreu/Arquivo AEN
 

Curitiba (PR) – Quando a chuva voltou a cair timidamente sobre o Paraná, nessa quinta-feira passada (22), muitos olharam para o céu com a esperança típica de quem depende da natureza para sobreviver. Mas a trégua foi curta. Desde dezembro do ano passado, o Estado enfrenta um dos períodos mais secos da última década. Com rios em declínio, plantações comprometidas e reservatórios em alerta, a estiagem já afeta diretamente milhares de paranaenses — do campo às cidades.

Diante desse cenário, o governador Ratinho Junior decretou situação de emergência em todo o território estadual. A medida, de caráter preventivo, mobiliza órgãos públicos e garante agilidade na resposta a uma crise que pode se agravar até, pelo menos, outubro. “Esse decreto é de extrema importância. Estamos trabalhando de forma proativa, já prevendo o que pode acontecer”, explica o coronel Fernando Schünig, coordenador da Defesa Civil.

O campo silencioso

No Sudoeste, em Francisco Beltrão, a lavoura de milho do agricultor Luiz Antônio Furlan, de 63 anos, virou sinônimo de frustração. “A terra está rachando. O que a gente planta, a natureza não deixa crescer. Já perdi mais da metade da produção. É duro ver um ano inteiro de trabalho escorrer pelo chão seco”, lamenta.

Casos como o de Luiz se multiplicam em Pato Branco, Foz do Iguaçu e outras regiões afetadas. Segundo o meteorologista Reinaldo Kneib, do Simepar, o Paraná enfrenta uma seca "atípica e localizada". “Diferente de anos sob influência de fenômenos como La Niña, desta vez são fatores locais que interferem. As chuvas estão irregulares, mal distribuídas, e não há previsão de mudança a curto prazo”, analisa.

O Monitor de Secas da Agência Nacional de Águas (ANA) já apontava em abril um avanço da seca moderada em diversas partes do estado. Agora, a preocupação se estende também ao abastecimento urbano.

Água contada

Com os olhos no horizonte e o pé no chão batido, a dona de casa Silmara Nunes, moradora de Cascavel, conta que já passou a usar baldes para reaproveitar água da máquina de lavar. “A gente aprende a economizar do jeito que dá. Não é só por medo de faltar, é por respeito mesmo. A água virou bem precioso”, diz.

A Sanepar confirma a tendência de queda nos mananciais. “Hoje estamos com 91% de capacidade nos reservatórios, mas já vemos uma curva descendente. A projeção é que esse número caia para menos de 80% até setembro”, alerta Julio Cesar Gonchorosky, diretor da companhia.

A empresa já investiu mais de R\$ 2,5 bilhões em infraestrutura hídrica, mas reforça que nada substitui a colaboração popular. “Banhos mais curtos, torneiras fechadas, reaproveitamento da água de chuva — atitudes simples podem fazer toda a diferença”, afirma Gonchorosky.

Emergência silenciosa

O decreto estadual autoriza, entre outras medidas, a dispensa de licitações para aquisição de bens e serviços emergenciais. Também facilita o acesso dos municípios a recursos federais, libera o saque do FGTS para populações atingidas e acelera medidas de socorro à agricultura, como o financiamento de safras.

Na zona rural e nas periferias urbanas, no entanto, a emergência é sentida antes nas mãos calejadas do que nos trâmites oficiais. “A gente sabe que a seca é uma coisa que não respeita limites. Quando vem, castiga tudo e todos. E quem mais sofre é sempre quem tem menos água, menos terra, menos ajuda”, resume o agricultor Luiz.

Prevenção em pauta

O Paraná, referência em agronegócio moderno, agora precisa também ser modelo de resiliência climática. O decreto, segundo o coronel Schünig, é um passo necessário. “Estamos nos antecipando, organizando a resposta antes que o problema vire tragédia”, garante.

Mas além dos dados, dos decretos e dos planos de contingência, há uma urgência maior — a de ouvir a terra, entender seus sinais e mudar, de fato, nossa relação com os recursos naturais. A estiagem no Paraná não é só um fenômeno climático: é um retrato de como a crise ambiental começa, silenciosa, no campo, nos cantos mais remotos do país.

E quando ela bate à porta, não escolhe CEP.

*com informações da agência oficial de notícias do Estado do Paraná (AEN).

sexta-feira, 23 de maio de 2025

A costa norte do Brasil vive o dilema entre progresso e preservação

A Petrobras na rota do petróleo, entre promessas e alertas, a encruzilhada da costa norte do Brasil

Por Ronald Stresser*

 
© Arte Petrobras/Divulgação
 

No coração da costa norte do Brasil, onde a floresta amazônica toca o mar e o vento sopra histórias de séculos, uma nova promessa começa a ganhar forma — ou melhor, começa a ser escavada do fundo do oceano. É ali, na chamada Margem Equatorial, que o país vislumbra um tesouro sob o leito do oceano: bilhões de barris de petróleo ainda intocados.

Para muitos, trata-se de uma chance única de transformação econômica, sobretudo em estados que historicamente ficaram à margem do desenvolvimento nacional. Para outros, é o prenúncio de um risco irreversível — uma ferida aberta em uma das regiões mais sensíveis do planeta.

A região é rica. Riquíssima. Debaixo das águas, entre sedimentos e camadas geológicas formadas há mais de cem milhões de anos, repousa uma das maiores fronteiras energéticas ainda inexploradas do mundo. Mas a beleza e a abundância da costa amazônica não estão apenas no que se esconde sob o leito marinho. Estão também na vida pulsante dos corais, nas espécies endêmicas, nos rios que deságuam cheios de memória e nos povos que há séculos fazem dali o seu lar.

É justamente aí que o dilema se impõe. A Margem Equatorial é, ao mesmo tempo, uma dádiva geológica e um santuário ambiental. E o Brasil está diante da difícil tarefa de decidir qual caminho seguir.

De um lado, a possibilidade de impulsionar a economia e criar novas oportunidades para populações historicamente esquecidas. De outro, os riscos de provocar danos irreversíveis a um ecossistema ainda pouco compreendido. O equilíbrio, aqui, não é uma metáfora. É uma exigência.

Nos últimos anos, a tecnologia e a regulação ambiental evoluíram. A empresa estatal responsável pelos estudos e possíveis operações de perfuração afirma que está pronta para agir com responsabilidade — que domina métodos para mitigar impactos, que investe pesado em captura de carbono, que reduz suas emissões e cumpre metas climáticas.

Mas mesmo as melhores intenções esbarram em questões profundas. O debate sobre o licenciamento ambiental, por exemplo, ganhou contornos dramáticos. Normas foram flexibilizadas. Procedimentos antes rigorosos agora passam por atalhos em nome da eficiência. Especialistas em meio ambiente, comunidades indígenas e parte da sociedade civil reagiram com veemência. Sentem que algo foi atropelado — como se o tempo da floresta não fosse respeitado pelo tempo da pressa.

É importante reconhecer que o Brasil tem o direito de explorar suas riquezas. E mais: tem potencial para liderar uma transição energética justa, que concilie crescimento com sustentabilidade. Mas essa liderança só se concretiza se houver coragem para fazer diferente. Para ouvir. Para ponderar. Para não tratar a Amazônia como um território de exploração, mas como um bem coletivo que exige cuidado, ciência e humildade.

A Margem Equatorial não é só uma questão técnica ou econômica. É um espelho do que somos como nação. A maneira como lidamos com essa decisão revela não apenas o que queremos para o futuro, mas também o que estamos dispostos a sacrificar no presente.

Desenvolver não pode ser sinônimo de destruir. E preservar não pode significar paralisar. Há um caminho possível entre esses extremos. Mas ele exige mais do que petróleo ou floresta. Exige sabedoria.

*com informações da Agência Brasil de Notícias.

quinta-feira, 22 de maio de 2025

"Geração 68": cinedebate no CEFURIA

“Geração 68”: o passado que inspira a democracia do presente — e do futuro

Por Ronald Stresser, da redação.

 

A memória não pode ser esquecida. Principalmente quando ela carrega as marcas da resistência, da luta por liberdade e da crença inabalável de que uma sociedade mais justa e solidária é possível — e urgente. É com esse espírito que o Cine CEFURIA convida a comunidade para um momento de reflexão e troca: a exibição do curta-metragem “Geração 68”, seguida de um cinedebate com pessoas que viveram e enfrentaram um dos períodos mais sombrios da nossa história. O encontro acontece nesta sexta-feira, 23 de maio, às 19h, na sede do Cefuria, localizada na Desembargador Motta, 2791, no Centro de Curitiba.

Mais do que reverenciar um passado de resistência, o evento se propõe a iluminar o presente — e, sobretudo, a inspirar o futuro. Em tempos em que o valor da democracia vem sendo questionado e colocado à prova, o convite é claro: é preciso conversar, ouvir, aprender. E, juntos, fortalecer os princípios democráticos como alicerces de um novo projeto de sociedade.

Um filme que pulsa memória viva

“Geração 68” não é apenas um filme — é um respiro, um registro, uma convocação. O curta mergulha nas experiências de quem viveu na pele os anos de chumbo da ditadura militar e, mesmo sob a ameaça da censura e da violência institucional, ousou sonhar com um Brasil mais humano. Os personagens do filme — muitos deles presentes no cinedebate de amanhã — não apenas narram os acontecimentos históricos, mas atualizam seus significados, conectando passado e presente com uma lucidez que só a vivência pode oferecer.

Diálogo como resistência

O cinedebate promete ser um espaço plural, afetivo e potente, onde gerações distintas poderão se encontrar. Jovens militantes, ativistas, educadores populares, trabalhadores da economia solidária, cinéfilos, comunicadores, moradores da periferia urbana, estudantes e curiosos: todos e todas são bem-vindos.

A ideia é simples, mas revolucionária — ouvir quem veio antes, para fortalecer quem está agora. Porque, como acredita o Cefuria, o diálogo é a ferramenta mais poderosa contra o obscurantismo.

Uma história de luta que segue viva

O Centro de Formação Urbano Rural Irmã Araújo – Cefuria não é apenas o local do evento: é parte fundamental dessa história. Fundado em 1981, no rastro do fim da ditadura e inspirado nas Comunidades Eclesiais de Base, o Cefuria nasceu do desejo coletivo de transformar o Brasil a partir da organização popular. O nome é um tributo à missionária Irmã Araújo, uma mulher que não mediu esforços para estar ao lado dos mais pobres e fazer ecoar, nas vielas da periferia de Curitiba, o clamor por justiça. Sua caminhada, marcada por afeto, coragem e firmeza, segue inspirando quem acredita na força transformadora do povo organizado.


Desde então, o Cefuria carrega esse legado com o coração aberto e os pés fincados no chão da realidade: promovendo educação popular, incentivando a formação política, fortalecendo a economia solidária e colocando a comunicação nas mãos de quem mais precisa. Tudo isso guiado pelos ensinamentos de Paulo Freire e por um compromisso inegociável com um Brasil mais justo, diverso e em sintonia com a natureza..

Por que assistir “Geração 68”?

Porque recordar é resistir. E resistir, hoje, significa defender a democracia em todas as suas formas: no direito à moradia, no prato de comida, na liberdade de expressão, na economia coletiva, na igualdade de oportunidades. Porque os valores que sustentaram a luta de 1968 seguem vivos — e ameaçados. E porque, como lembra o convite do evento, “mais do que nunca, precisamos conversar sobre o valor da democracia como um dos pilares fundamentais para a construção de uma nova sociedade.”

O que está em jogo não é o passado — é o futuro.

E ele começa com uma escolha: estar presente. Amanhã, às 19h, no Cine CEFURIA.


SERVIÇO:

Cine CEFURIA apresenta “Geração 68”
Data: 23 de maio de 2025 (sexta-feira)
Horário: 19h
Local: Cefuria – Des. Motta, 2791, Centro, Curitiba
Entrada gratuita

Mais informações: https://cefuria.org.br/


quarta-feira, 21 de maio de 2025

A nova ameaça que bate asas pelo mundo: a possibilidade real de uma nova pandemia

A nova ameaça que bate asas pelo mundo: gripe aviária já foi detectada em 50 estados nos EUA, avança no Brasil e acende alerta global para a possibilidade real de uma nova pandemia global

Por Ronald Stresser*
 
 

Na zona rural do Rio Grande do Sul, um silêncio incômodo tomou conta da granja. Onde antes se ouvia o cacarejo constante das aves, agora reina uma quietude tensa, quebrada apenas pelo som abafado das botas sanitárias sobre o cascalho e o clique das trancas nos galpões isolados. Ali, no interior do município de Marau, foi detectado o primeiro caso de gripe aviária em aves comerciais no Brasil. Um sinal preocupante de que a doença que assombra especialistas mundo afora já cruzou fronteiras — e pode estar apenas começando sua marcha silenciosa rumo a algo maior: uma nova pandemia global.

A cepa responsável pelo surto, a H5N1, já havia sido detectada em aves silvestres e de subsistência no território brasileiro. Mas o salto para a produção industrial é um marco alarmante. A granja atingida, especializada em ovos férteis para a criação de frangos, teve que sacrificar milhares de animais, enquanto equipes do Ministério da Agricultura e Pecuária se apressavam em isolar a área.

Caminhos cruzados, vigilância falha

Cientistas ao redor do mundo vêm alertando: o vírus deixou de ser uma ameaça confinada a aves. Ele já infectou mamíferos em mais de 70 espéciesde gatos domésticos a vacas leiteiras, passando por focas e até camelos no Oriente Médio. Nos Estados Unidos, o H5N1 foi identificado em todos os 50 estados e já se espalhou por mais de mil rebanhos bovinos. Há registros de pelo menos 70 infecções humanas e uma morte confirmada.

"Esse vírus não é mais exclusivamente aviário. Ele está testando suas fronteiras, e o risco de adaptação para a transmissão entre humanos é real", alerta Caitlin Rivers, epidemiologista da Universidade Johns Hopkins. Ela afirma que a vigilância falha — especialmente nos Estados Unidos — pode ter permitido que o ponto de virada já tenha sido ultrapassado sem que ninguém percebesse.

A preocupação dos especialistas se baseia em três pilares: a diversidade de espécies infectadas, o contato próximo entre animais doentes e humanos em ambientes como fazendas leiteiras, e a instabilidade de políticas públicas em saúde. Nos EUA, a chegada de um novo governo Trump agravou o cenário, com o desmonte de agências federais e o aumento da repressão a trabalhadores imigrantes — justamente os mais expostos e os menos testados.

Brasil em xeque

No Brasil, a chegada do vírus a uma granja comercial provocou reações imediatas. Países como China, União Europeia e Argentina suspenderam temporariamente as importações de carne de frango — um baque em um setor que lidera as exportações globais. Mas os danos podem ir além do econômico.

"Uma vez dentro de granjas, o vírus encontra o ambiente ideal para se multiplicar e, pior, para evoluir", explica a veterinária Karina Araldi, que acompanha surtos zoonóticos no Sul do país. "Esses núcleos industriais são como caldeirões de pressão biológica. Qualquer mutação ali pode ter efeitos imprevisíveis."

A maior inquietação é que o vírus encontre uma forma de transmissão eficiente entre humanos. Até agora, os casos são raros e isolados — mas a história das pandemias nos ensina que tudo pode mudar rapidamente.

Marcha silenciosa, resposta hesitante

"Estamos vendo saltos biológicos cada vez mais audaciosos", diz o professor Kamran Khan, da Universidade de Toronto, lembrando que o H5N1 já cruzou barreiras de espécie impressionantes. "Não é só de pato para pombo. São mamíferos, répteis, até pinguins. É um vírus inquieto, mutante."

Apesar disso, a resposta global tem sido hesitante. A vacinação de aves, por exemplo, ainda é controversa. Países como França, Índia e China vacinam seus plantéis, com resultados promissores. Mas nos EUA e em boa parte do Ocidente, ainda há resistência — por medo de impactos comerciais.

Mesmo com a recente aprovação condicional de uma vacina animal pelo Departamento de Agricultura dos EUA, a maioria das propriedades segue vulnerável. E embora governos já tenham estoques de vacinas humanas contra o H5N1, elas seriam usadas apenas em situações de alto risco, como em trabalhadores rurais diretamente expostos.

"Se a transmissão entre humanos começar de fato, teremos que correr contra o tempo", afirma Khan. "As vacinas disponíveis hoje talvez não sejam o par ideal para a cepa em circulação, mas podem dar uma imunidade parcial enquanto se desenvolve uma vacina específica. Ainda assim, isso leva tempo."

Do campo ao caos global?

Os primeiros casos apareceram há 12 anos, em 2003. De lá para cá mais de 700 pessoas já foram infectadas pelo H5N1 em ao menos 15 países. A maior parte desses casos aconteceu em regiões onde as pessoas vivem muito perto das aves — como é comum em zonas rurais da Indonésia, do Vietnã e do Egito. Esse dado é da Organização Mundial da Saúde, ligada à ONU, que acompanha de perto essas doenças que saltam do mundo animal para o humano. Só que agora o cenário mudou. O vírus saiu do seu território “conhecido” e apareceu em países como México, Índia, Camboja, Reino Unido — e nos Estados Unidos, onde o alerta subiu de tom — sinal de que o vírus está indo além de fronteiras e hábitos tradicionais, provavelmente transportado por aves migratórias.

A natureza do vírus, que "gosta de mudar e se adaptar", como define Caitlin Rivers, pode transformar sua marcha lenta em uma corrida desenfreada. A temporada de migração das aves já começou, e com ela aumenta a chance de o vírus cruzar continentes sem barreiras.

O que nos espera

Ninguém sabe ao certo se a gripe aviária será a próxima pandemia. Mas uma coisa é clara: o mundo não pode mais tratá-la como uma crise distante. O vírus já chegou às granjas brasileiras, se espalha entre mamíferos, circula nos bastidores da indústria global de alimentos e testa, dia após dia, sua capacidade de ir mais longe.

"Precisamos agir como se fosse inevitável", diz a veterinária Karina Araldi. "Porque talvez seja."

Enquanto isso, em Marau, os galpões continuam lacrados. O som das aves deu lugar ao farfalhar dos macacões brancos, ao zumbido dos drones de vigilância e à angústia contida de quem sabe: não estamos tão longe da próxima tempestade.

*com informações da FDA, OMS e BBC.

As turbulências econômicas mundiais segundo o boletim BlackRock

No olho do furacão, o investidor moderno reaprende a enxergar o futuro

Por editoria de economia Sulpost*
 
 

Silenciosamente, como um navegador que encara o mar revolto ao fim de uma tempestade, o investidor de 2025 está reaprendendo a olhar o horizonte. A paisagem é mutável, os mapas antigos já não servem. Mas há quem tente decifrar essas novas correntes. E entre os mais escutados está a BlackRock — a gigante global dos investimentos que, semana após semana, compartilha suas leituras do mundo para quem ainda acredita que, mesmo em tempos incertos, é possível fazer boas escolhas.

Na sua análise mais recente, o recado é sutil, mas contundente: o mundo mudou. Não estamos mais no ciclo tradicional de altos e baixos previsíveis. Agora, são forças estruturais — como a inteligência artificial, a reconfiguração geopolítica e o novo papel dos bancos centrais — que definem o ritmo dos mercados. E diante disso, a principal arma do investidor não é mais a paciência: é a adaptabilidade.

A bússola aponta para o que resiste

Na prática, a BlackRock recomenda um olhar mais atento para mercados que vêm mostrando resiliência. Os Estados Unidos, por exemplo, ainda são vistos como porto relativamente seguro, graças à força das suas empresas de tecnologia e à maneira como a inteligência artificial está redesenhando os lucros corporativos. O Japão, por outro lado, aparece como uma surpresa positiva, com reformas que favorecem os acionistas e uma política monetária que ainda estimula o crescimento.

Mas a confiança não é cega. Na Europa, os analistas da gestora se mostram cautelosos. A preferência recai sobre ativos de crédito — especialmente os de alto rendimento —, enquanto ações da França e Alemanha ficam no radar como territórios que exigem mais cuidado. “É preciso saber onde pisar”, parece dizer, nas entrelinhas, o relatório.

Mais do que números, é uma mudança de era

A leitura da BlackRock não se resume a planilhas. Ela é quase uma crônica do nosso tempo. Um convite para repensar o jeito como olhamos para o dinheiro, para o risco, para o futuro. Ao propor que o investidor pense em temas estruturais — como a transformação digital, a reindustrialização e a transição energética —, a gestora fala, na verdade, de uma nova filosofia de investimento. Algo que exige mais do que estratégia: exige visão de mundo.

E talvez seja isso o mais humano de tudo. Investir, afinal, nunca foi apenas sobre números. É sobre esperança, medo, coragem. É sobre confiar que, mesmo num mundo imprevisível, há caminhos que valem a pena — desde que se tenha sensibilidade para enxergá-los.

Leia a análise original da BlackRock aqui: [Comentário Semanal BlackRock]

Edição: Ronald S. Stresser Jr.

terça-feira, 20 de maio de 2025

Entre taças e tradições: os vinhos mais desejados do mundo em 2025 ainda falam francês

Por trás de cada gole, uma história centenária. No topo das buscas de apaixonados por vinho em todo o planeta, Bordeaux mantém sua supremacia. Mas há espaço também para os sabores da Toscana e da Califórnia

Editoria especial gourmet, Sulpost*
 
 

Em um mundo que vive em constante reinvenção, onde modismos nascem e desaparecem com a mesma velocidade de um story no Instagram, há algo que resiste ao tempo com a mesma elegância com que envelhece: o vinho de Bordeaux. Em 2025, essa constatação ganhou respaldo numérico — e simbólico — com a nova lista dos 20 vinhos mais procurados do mundo divulgada pela plataforma internacional Wine Searcher.

A liderança, como era de se esperar para os iniciados, continua francesa. Dos 20 rótulos mais buscados na plataforma ao longo do último ano, 17 vêm da França. A maioria esmagadora pertence à renomada região de Bordeaux, que parece ter encontrado uma forma muito particular de engarrafar prestígio, tradição e desejo.

É ali, entre os vinhedos de Pauillac, Margaux, Pomerol e Saint-Émilion, que nascem nomes que beiram o mítico. Chateau Lafite Rothschild, o mais acessado do mundo, carrega uma aura quase sagrada. Em sua cola, seguem de perto os venerados Chateau Mouton Rothschild, Latour, Margaux e o lendário Petrus, este último frequentemente associado a cifras estratosféricas — e experiências quase transcendentais.

“São vinhos que não se medem apenas pelo sabor, mas pela história que contam. Cada garrafa é como um livro antigo que, ao ser aberto, nos leva por uma viagem no tempo — da época de Napoleão às mesas mais sofisticadas do presente”, descreve Juliana Duarte, sommelière e historiadora apaixonada por contar histórias através do vinho. Juliana não apenas estuda as safras e castas; ela vive cada mudança de tendência como quem acompanha uma ópera em capítulos, com enredos marcados por clima, solo e tradição.

E entre tantos rótulos lendários, há espaço para verdadeiros ícones da delicadeza líquida. É o caso do Chateau d’Yquem, um Sauternes que faz da botritização — o chamado “nobre apodrecimento” das uvas — uma espécie de poesia fermentada. Ao lado dele, o inconfundível Dom Pérignon Brut, espumante nascido na encantadora região de Champagne, continua a simbolizar celebrações memoráveis e instantes em que o tempo parece parar entre borbulhas douradas.

Mas nem só de França vive o ranking

A Itália marca presença com dois gigantes toscanos: Tignanello e SassicaiaO Tignanello, criado pela tradicional Marchesi Antinori, é mais do que um vinho: é um marco de ousadia que mudou para sempre a forma como a Itália faz e pensa sua vinicultura. Desde os anos 1970, quando nasceu da combinação pouco ortodoxa de Sangiovese com Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc, ele passou a ser visto como um símbolo da modernidade em um país profundamente enraizado em tradições seculares. Era como se, ao desafiar as regras, abrisse caminho para uma nova geração de vinhos italianos com voz própria.

Já o Sassicaia, nascido em Bolgheri pelas mãos da Tenuta San Guido, é tratado quase como uma lenda entre os amantes do vinho. Considerado o patriarca dos chamados “Super Toscanos”, ele foi um dos primeiros a ignorar as amarras impostas pelas denominações oficiais da Itália — e, ao fazer isso, conquistou paladares exigentes nos quatro cantos do mundo. Um vinho que ousou ser diferente e, por isso mesmo, tornou-se eterno.

“Esses rótulos representam uma Itália que respeita a tradição, mas não tem medo de inovar. E isso toca o coração de uma nova geração de enófilos”, explica Enrico Romano, enólogo italiano radicado no Brasil.

Fora do Velho Mundo, apenas um nome conseguiu furar a bolha: Opus One, da ensolarada Napa Valley, Califórnia. Nascido de uma colaboração entre o ícone americano Robert Mondavi e o aristocrata francês Baron Philippe de Rothschild, o rótulo sintetiza o que se convencionou chamar de "Novo Mundo do vinho" — menos apegado a regras, mas não menos comprometido com a excelência.

A lista da Wine Searcher, baseada nas buscas realizadas por milhões de consumidores, colecionadores e curiosos ao redor do globo, não revela apenas o que se bebe, mas o que se sonha beber. É um termômetro de desejo, status e, por que não, de imaginação.

Veja a lisra dos 20 vinhos mais procurados do mundo neste ano:

1. Chateau Lafite Rothschild – Pauillac (Bordeaux), França

2. Chateau Mouton Rothschild – Pauillac (Bordeaux), França

3. Chateau Latour – Pauillac (Bordeaux), França

4. Chateau Margaux – Margaux (Bordeaux), França

5. Petrus – Pomerol (Bordeaux), França

6. Chateau d’Yquem – Sauternes (Bordeaux), França

7. Dom Pérignon Brut – Champagne, França

8. Chateau Haut-Brion – Pessac-Léognan (Bordeaux), França

9. Sassicaia – Tenuta San Guido (Toscana), Itália

10. Romanée-Conti Grand Cru – Domaine de la Romanée-Conti (Borgonha), França

11. Chateau Pontet-Canet – Pauillac (Bordeaux), França

12. Chateau Cheval Blanc – Saint-Émilion (Bordeaux), França

13. Chateau Lynch-Bages – Pauillac (Bordeaux), França

14. Chateau Montrose – Saint-Estèphe (Bordeaux), França

15. Opus One – Napa Valley (Califórnia), EUA

16. Chateau Cos d’Estournel – Saint-Estèphe (Bordeaux), França

17. Chateau Palmer – Margaux (Bordeaux), França

18. La Tâche Grand Cru Monopole – Domaine de la Romanée-Conti (Borgonha), França

19. Tignanello – Marchesi Antinori (Toscana), Itália

20. Chateau Léoville-Las Cases – Saint-Julien (Bordeaux), França

Enquanto a maooria percorre as prateleiras em busca do rótulo perfeito, para brindar um momento especial, outros veem nessas garrafas verdadeiras máquinas do tempo — onde cada gole carrega séculos de histórias, de safras e de sonhos. Não importa se você já fala de taninos com a naturalidade de quem respira ou se ainda confunde Merlot com Malbec: o universo do vinho é generoso com todos que se permitem embarcar nessa jornada.

Porque, no fim das contas, abrir uma garrafa é mais do que servir uma bebida — é abrir uma porta para paisagens distantes, conversas demoradas e tradições que sobrevivem ao tempo. E nessa viagem que mistura sensações, memórias e terroir, Bordeaux segue firme como aquele velho amigo que, geração após geração, continua sendo o melhor lugar para começar.

*Jornalista responsável: Ronald Stresser.

Supermoto: Silvério acelera no limite do corpo e fecha etapa francesa em 6º lugar geral

Em estreia com patrocínio da Castrol Brasil, piloto paranaense supera resfriado, erro técnico e mostra a força do poder mental em Villars-sous-Écot, na França

Redação especial de esportes, Sulpost*
 
Silvério empina sua moto durante os treinos - Instagram/Reprodução
  

Tem lugares que a gente só alcança com coragem — Marcelo Silvério, 54 anos, já sabia que correr exige mais do que preparo técnico e experiência. Na 2ª etapa do Campeonato Francês de Supermoto, disputada no final de semana passado no circuito da Versenne, em Villars-sous-Écot, Silvério comprovou que, algumas vezes, o maior desafio não está na pista — está no preparo físico. Ele encarou mais do que curvas e saltos: enfrentou o imponderável. E se saiu muito bem.

Vindo de uma maratona de 24 horas de viagem até o interior da França e ainda se recuperando de um forte resfriado, o piloto paranaense chegou à etapa no limite de suas forças.

"Na sexta e no sábado, o esforço físico cobrou caro. Mal conseguia completar duas voltas em ritmo forte sem aliviar para respirar", contou já voltando para casa, a bordo do avião, sobrevoando o Atlântico na manhã desra terça-feira (20).

Apesar das adversidades dos dois primeiros dias, Silvério garantiu um excelente 6º lugar no treino cronometrado e terminou a primeira corrida em 8º — feito que já soaria heroico diante das circunstâncias.

Mas foi no domingo que veio o verdadeiro desafio. Sentindo-se um pouco melhor, ele largou agressivamente, pulando de 6º para 4º logo nas primeiras curvas e colando nos líderes. Foi aí que um erro o fez perder duas posições — ele deixou o motor apagar. "Mas a determinação falou mais alto"  nas palavras dele, fazendo-o cruzar a linha de chegada em 5º lugar. No somatório das baterias, Silvério fechou o fim de semana na 6ª posição geral do ranking, somando pontos valiosos na competição.

A prova deste fim de semana marcou sua estreia oficial com o novo patrocinador, mas também cravou sua resiliência como aço que não se dobra.

"Foi um daqueles finais de semana em que a cabeça teve que puxar o corpo. E puxou", disse Marcelo Silvério, emocionado, destacando a importância da resiliência num esporte em que milésimos de segundo e milímetros de aderência podem decidir tudo.

A prova marcou também a estreia oficial de Silvério com o patrocínio dos lubrificantes da Castrol Brasil, uma parceria que reforça seu momento de amadurecimento e visibilidade internacional.

Pilotando a icônica moto número 7, ele representa o Brasil na categoria Master como integrante da equipe SGR Grau Racing — que levou nove pilotos ao evento organizado pelo tradicional Moto Club Villars, com mais de 200 competidores em oito categorias.

Se os olhos do público estavam voltados para os nomes de sempre na S1, como Ferran Cardús e Sylvain Bidart, Marcelo Silvério preferiu seguir escrevendo sua própria narrativa: a de um veterano em plena forma física e mental, capaz de transformar eventuais intempéries em combustível para seguir acelerando forte. E foi o que ele fez, diante das câmeras on board e da torcida europeia, entregando uma corrida que virou exemplo de resiliência e fair play.

Não foi só a Castrol Brasil que entrou oficialmente para a jornada. Entrou também a certeza de que há vitórias que não cabem na cronometragem — mas ficam na memória de quem assiste. E, principalmente, de quem vive.

 

Confira como ficou a tabela de classificação do Campeonato Francês de Supermoto após a prova em Villars-sous-Écot


*jornalista responsável: Ronald Stresser


segunda-feira, 19 de maio de 2025

Você tem medo da IA? Espere até a SIA

Computação quântica pode inaugurar nova era de vulnerabilidades digitais — e o tempo está correndo

Por Ronald Stresser*
 
 

Na virada para o ano 2000, o mundo prendeu a respiração. O chamado “bug do milênio” parecia prestes a causar um colapso digital global, fruto da limitação dos sistemas em lidar com a mudança de data para quatro dígitos. No fim, o susto passou com menos estrago do que se temia — mas deixou uma lição: quando a base tecnológica que sustenta o mundo começa a dar sinais de obsolescência, é melhor correr. Agora, um novo alerta ganha força nos bastidores da computação global. E ele tem nome e sobrenome: Super Inteligência Artificial (SIA) turbinada por computação quântica.

Durante o Summit Tecnologia e Inovação, promovido pelo Estadão no último dia 14, a engenheira sênior da IBM e embaixadora de Computação Quântica da empresa, Ana Paula Appel, não economizou no tom ao prever o que pode estar por vir. “Estamos diante de um possível novo bug do milênio, só que ainda mais grave”, afirmou. “Se não agirmos agora, a computação quântica poderá quebrar os sistemas de criptografia mais seguros do mundo até 2030.”

A previsão já é reconhecida pela comunidade científica. E não se trata de ficção científica, mas de matemática aplicada e engenharia em evolução acelerada.

Chaves quebradas, cofres abertos

A ameaça gira em torno da capacidade dos computadores quânticos de quebrar algoritmos de criptografia hoje considerados invioláveis — como o RSA, base de segurança para bancos, sistemas militares, redes de e-mails e até o blockchain que garante a integridade de criptomoedas como o Bitcoin. Para quem ainda vê o blockchain como inquebrantável, vale lembrar: pesquisadores chineses já conseguiram violar uma chave criptográfica com um computador quântico comercial, acendendo o alerta vermelho.

“Ainda não é o fim da linha para o Bitcoin, mas a pergunta certa é: por quanto tempo?”, provoca Appel. A resposta, ao que tudo indica, é: menos do que imaginamos.

O cérebro de Deus (em estágio beta)

A computação quântica, ao contrário da tradicional, não opera com bits que representam 0 ou 1. Ela trabalha com qubits, que podem estar em múltiplos estados ao mesmo tempo graças ao fenômeno da superposição. Essa estrutura permite que o computador processe milhões de possibilidades simultaneamente — uma vantagem brutal para tarefas como quebra de códigos, simulação de moléculas e otimização de sistemas complexos.

Mas a virada de chave não virá sozinha. Ela está intimamente conectada à ascensão da chamada Super Inteligência Artificial, ou SIA — um estágio onde a IA não apenas aprende, mas evolui sozinha, sem supervisão humana. O ex-CEO da Alphabet (dona do Google), Eric Schmidt, foi direto: “Em menos de seis anos, a IA terá rompido com a inteligência humana”.

Se a SIA utilizar a computação quântica como alavanca, o cenário será de ruptura — com o risco de que essa inteligência ultrapasse o controle de seus próprios criadores. Uma espécie de HAL 9000, a IA onipotente e impiedosa do filme 2001: Uma Odisséia no Espaço, mas fora das telas.

Quantum safe: corrida contra o tempo

“Não é mais uma questão de se, mas de quando”, diz Appel. “A migração para sistemas ‘quantum safe’, resistentes ao poder da computação quântica, precisa começar já.” E não é tarefa fácil: envolve reprogramar aplicações, redes, sistemas bancários, cadastros médicos, redes militares. Cada migração pode levar anos. “Estamos em 2025. Em seis anos, já será 2031. Vai ter passado o prazo”, ela alerta.

Empresas como IBM e Nvidia estão investindo pesado para liderar essa transição. A IBM anunciou um aporte de US$ 150 bilhões nos Estados Unidos para acelerar o desenvolvimento da computação quântica.

A Nvidia, por sua vez, negocia investimento em startups quânticas para garantir presença no novo ecossistema digital.

O que está em jogo? Tudo.

Privacidade, finanças, soberania digital, defesa nacional. A computação quântica é uma chave mestra capaz de abrir todas as portas. Em mãos erradas, pode se tornar uma arma cibernética sem precedentes. Em mãos certas, uma ferramenta revolucionária para curar doenças, criar novos materiais e avançar a ciência.

A engenheira da IBM deixa uma última reflexão: “A computação quântica não vai substituir a clássica, mas vai reconfigurar o que entendemos como segurança. E, quando a SIA chegar, é melhor que estejamos prontos”.

No ano 2000, o bug do milênio foi contornado. Em 2030, talvez não tenhamos a mesma sorte. É melhor começarmos a escrever os códigos do futuro — enquanto ainda somos nós que estamos no comando.

*com informações dos portais Estadão, Forbes Brasil, Teletime, Gizmodo e entrevistas públicas com Ana Paula Appel (IBM) e Eric Schmidt (Alphabet).

Os bastidores do escândalo no INSS

Por que o Brasil precisa de investigação, e não de espetáculo: os bastidores do escândalo no INSS

Por Ronald Stresser, da redação.
 
 

Na fila de um posto do INSS, na Praça Santos Andrade, em Curitiba, dona Maria, 74 anos, acaricia um envelope plástico com seus documentos. Ela veio tentar entender por que, mês após mês, parte de sua aposentadoria sumia sem explicação.

“Disseram que era contribuição voluntária pra uma associação que nunca ouvi falar”, lamenta.

A voz embargada, porém, ganha firmeza ao falar da recente operação da Polícia Federal: “Finalmente estão fazendo alguma coisa”.

Cleonice é um dos milhares de brasileiros que podem ter sido vítimas de um esquema bilionário que atravessou gestões e sobreviveu na sombra das instituições.

A fraude, hoje investigada pela Polícia Federal em parceria com a Controladoria-Geral da União, tem raízes profundas, com registros de denúncias desde 2016 — ainda no governo Michel Temer — e atravessando o período Bolsonaro.

Mas é agora, em 2025, sob o terceiro mandato do presidente Lula, que a investigação finalmente avança com a seriedade e independência que o caso exige. E isso não é um detalhe. É uma virada de página.

A podridão sob o tapete

As denúncias começaram tímidas. Um servidor do INSS, ainda em 2016, levou à Polícia Federal suspeitas de repasses irregulares de verbas públicas para uma associação de peritos médicos presidida pelo marido de uma diretora do órgão.

Ele também alertou a presidência do INSS na época. Como resposta, foi afastado, transferido para um setor marginal, um cemitério profissional de quem ousava questionar. “Queriam me apagar”, contou sob anonimato.

Outras denúncias viriam, mais contundentes, em 2020. Aposentados rurais começaram a relatar descontos indevidos nos contracheques. A Polícia Civil do DF e o Ministério Público local apontaram um aumento alarmante de repasses à Conafer — uma confederação que, em um ano, multiplicou seus ganhos em mais de 16 mil por cento. Mas a tentativa de operação foi barrada na Justiça. Os autos subiram para instâncias superiores e... silêncio.

A mudança de cenário

Essa história poderia continuar a ser varrida para debaixo do tapete — como tantas outras. Mas no governo atual, a Polícia Federal tem carta branca.

A Operação Sem Desconto, deflagrada em abril, até agora já cumpriu 211 mandados e levou à prisão seis envolvidos. O presidente do INSS foi demitido, e o ministro da Previdência, Carlos Lupi, deixou o cargo.

Não houve blindagem. Não houve interferência. Diferente dos anos de inércia e dos sigilos de 100 anos, a estrutura de investigação ganhou autonomia, recursos e respaldo político. A prioridade agora é apurar, responsabilizar e, sobretudo, ressarcir os lesados.

A tentativa de transformar justiça em palanque

No rastro da operação, vozes do Congresso passaram a articular a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre o INSS. Mas a quem interessa essa comissão, quando a Polícia Federal e os órgãos de controle já atuam com total liberdade? Quem ganha com o espetáculo, enquanto as vítimas esperam por justiça?

A resposta parece evidente: a CPMI não nasce da indignação com os fatos, mas da conveniência política. É instrumento de quem mira 2026 e vê no tumulto uma escada. De quem flerta com o caos como método e quer transformar o Congresso em ppalanque eleitoral — mesmo que isso custe a estabilidade institucional duramente reconquistada.

Como lembrou um deputado governista, “CPMI agora só serve para tumultuar, desacreditar a PF e dar palco para oportunistas. É política da terra arrasada”.

Um país que começa a sorrir outra vez

Depois de anos de ataques à ciência, às instituições e à própria democracia, o Brasil reencontra o prumo. A economia dá sinais de retomada, os indicadores sociais melhoram, a imagem internacional se reabilita. Há diálogo, há estabilidade. E há esperança — ainda frágil, ainda desigual, mas real.

Não há mais espaço para aventuras golpistas disfarçadas de zelo. A fraude no INSS precisa, sim, ser investigada a fundo. E será. Mas no foro certo, com os instrumentos certos — e com a responsabilidade que o momento exige.

Porque o Brasil já sangrou demais por conta de quem apostou no “quanto pior, melhor”.

Agora é hora de reconstruir. Com justiça, com transparência — e com serenidade. É o que a dona  Maria, de Curitiba e tantas outras Marias e Josés do nosso país esperam. E eles, que tanto já contribuiram com o progresso do Brasil, sim, merecem ser ouvidos.

domingo, 18 de maio de 2025

As ações de maio da Itaipu Binacional

Energia que move o presente e transforma o futuro: as ações de maio da Itaipu Binacional

Por Ronald Stresser, de Curitiba*

 
Crédito: Itaipu Binacional
 

Por trás do gigantesco paredão de concreto que represou o Rio Paraná e fez nascer Itaipu, pulsa algo maior do que megawatts. É um ideal de desenvolvimento que, a cada mês, se materializa em ações que ultrapassam as turbinas e tocam a vida de milhões de brasileiros. Neste mês de maio, a maior hidrelétrica do Ocidente voltou a mostrar por que é referência mundial em gestão eficiente e compromisso socioambiental.

Conhecimento que gera consciência

A nova fase da Expedição do Conhecimento, realizada em parceria com o Parque Tecnológico Itaipu (PTI), tem levado educação científica e ambiental para jovens de todo o Paraná. Em maio, a ação chegou a novas escolas públicas, transformando ônibus em verdadeiros laboratórios itinerantes.

Com atividades lúdicas e conteúdo técnico acessível, o projeto visa despertar o interesse pela ciência, pela tecnologia e pela importância da energia limpa.

Sustentabilidade na prática

Em um passo firme rumo à economia circular, Itaipu e o Itaipu Parque Tecnológico lançaram em maio o Caderno da Reciclagem, uma publicação técnica e pedagógica que sistematiza os avanços na gestão de resíduos sólidos na região.

O material não só orienta boas práticas de separação e reaproveitamento, como também estimula a inclusão dos catadores e cooperativas no processo — uma política de sustentabilidade com olhar social.

Preparando o Brasil para a COP 30

Ao lado de universidades e instituições públicas, Itaipu levou debates sobre mudanças climáticas para dez cidades do Paraná e do Mato Grosso do Sul, preparando os municípios para um protagonismo climático à altura da COP 30, que será realizada em Belém.

A agenda ambiental da empresa vai muito além dos muros da usina: ela inspira a construção de políticas públicas com base na ciência e na participação cidadã.

Ética como base da gestão

Durante o XXV Seminário de Ética na Gestão, realizado neste mês, o diretor jurídico da usina, Luiz Fernando Delazari, apresentou os pilares que sustentam a governança da Itaipu: transparência, integridade e controle social. O modelo tem sido exportado como referência para outras estatais brasileiras, mostrando que é possível conciliar eficiência, moralidade administrativa e retorno social.

Energia que transforma realidades

Tudo isso só é possível porque a usina alia excelência operacional com um raro compromisso com o bem comum. Com lucros superiores a US$ 680 milhões no último exercício, a Itaipu reinveste parte significativa desse valor em ações sociais, ambientais e estruturantes nos municípios que integram sua área de influência — beneficiando desde pequenos agricultores a comunidades indígenas, de estudantes da rede pública a cooperativas de reciclagem.

Itaipu, uma usina de cidadania

A cada gota d’água que gira suas turbinas, ela move também esperanças, projetos e futuros possíveis. Maio foi mais um capítulo dessa história de energia limpa e justiça social. E a corrente não para de crescer.

A Itaipu Binacional continua a ser um exemplo de como a geração de energia pode ser aliada ao desenvolvimento humano e à preservação ambiental, iluminando não apenas cidades, mas também caminhos para um futuro mais justo e sustentável.

*com informações da Itaipu Binacional.

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