domingo, 25 de maio de 2025

Samir Xaud assume a presidência da CBF em eleição esvaziada e encerra polêmica sobre camisa vermelha

Promessas no papel, cadeiras vazias e a força de um símbolo nacional: o dia em que o futebol brasileiro escolheu seu novo comandante

Por Ronald Stresser, da redação.
 
Xaud é eleito presidente da CBF, descartando camisa vermelha - Fotomontagem
 

No Rio de Janeiro, vitrine do pais do futebol, mais precisamente na Confederação Brasileira de Futebol ( CBF), onde outrora se ouviam gritos de gol e celebrações de conquistas, o clima neste domingo foi outro. Silêncio, cadeiras vazias e olhares desconfiados marcaram a eleição que consagrou Samir Xaud como novo presidente da CBF.

Médico, empresário e até então presidente da federação de Roraima, Xaud chega ao topo do futebol nacional em meio a uma tempestade — não apenas política, mas simbólica.

A votação, marcada por ausências importantes — sobretudo de clubes que preferiram se abster — selou a escolha de um nome pouco conhecido no Sudeste, mas que promete trazer uma nova era à entidade. O esvaziamento, no entanto, revelou um racha profundo: parte do futebol brasileiro parece já não se enxergar no espelho da CBF.

Da Região Norte ao epicentro do futebol: quem é Samir Xaud

Aos 41 anos, Samir Xaud soma um fato novo ao seu currículo e à história da CBF. É o primeiro presidente vindo de Roraima, um estado que, até há pouco tempo, pouco aparecia nas pautas nacionais ligadas ao futebol. Ao assumir, promete descentralização, transparência e inclusão. Palavras que soam bem, mas que o tempo dirá se sairão do discurso para o gramado.

No papel, as propostas incluem uma gestão mais democrática, respeito aos clubes regionais e autonomia total ao técnico da Seleção, Carlo Ancelotti, com foco total na Copa do Mundo de 2026. Mas no jogo político do futebol, as maiores promessas costumam ser testadas no primeiro escanteio mal batido ou pênalti chutado para fora do gol.

Camisa vermelha? Só se for na lembrança do pau-brasil

Em meio à posse, uma polêmica curiosa e, para muitos, esdrúxula, ganhou os holofotes: a ideia de uma camisa vermelha para a Seleção Brasileira. A ppropostado uniforme reserva teria surgido como uma homenagem ao pau-brasil — árvore símbolo do país, que inspirou o nome da nação e cuja madeira possui um vermelho vibrante, quase sangue. Um resgate poético da história, uma provocação estética... ou um erro estratégico?

A reação popular foi imediata. Torcedores se dividiram, mas a maioria rejeitou. Afinal, o que seria da Seleção sem o verde e o amarelo? Na cultura do futebol, a camisa é mais que uniforme: é pele, é bandeira, é altar, alega parte da torcida, entretanto ter duas camisas reservas é essencial em campeonatos onde a Seleção pose rer que enfrenta times que usam cores iguais.

Xaud, direto, tratou de encerrar o assunto: “A camisa brasileira é verde e amarela”, cravou. Para ele, identidade nacional não se negocia. A decisão, embora conservadora, soou como música aos ouvidos de quem vê na canarinho um pedaço da alma brasileira, Então é muito provável que a Seleção continue a usar como segunda opção a camisa azul e terceira a camisa branca.

Entre a crise e a reconstrução: um futebol à espera de rumo

Samir assume a CBF num momento sensível. O presidente anterior deixou o cargo por força judicial, os clubes pedem mais voz e os torcedores, mais respeito. O cenário é de desconfiança, mas também de oportunidade. A distância entre o centro do poder e o torcedor nunca foi tão grande — e talvez esteja aí o principal desafio do novo presidente.

De agora até 2029, Xaud terá a missão de reaproximar o futebol brasileiro de suas raízes. Fazer com que a paixão nas arquibancadas ecoe nos corredores da entidade. Promover o futebol de base, dar vez aos esquecidos, dialogar com os clubes de todos os cantos do país.

A eleição pode até ter sido esvaziada. Mas o cargo que Samir Xaud agora ocupa continua cheio de símbolos, pesos e promessas. E, acima de tudo, carrega um sentimento que não se mede em votos: a esperança de que o futebol brasileiro reencontre o seu melhor jogo.

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