“Geração 68”: o passado que inspira a democracia do presente — e do futuro
Por Ronald Stresser, da redação.A memória não pode ser esquecida. Principalmente quando ela carrega as marcas da resistência, da luta por liberdade e da crença inabalável de que uma sociedade mais justa e solidária é possível — e urgente. É com esse espírito que o Cine CEFURIA convida a comunidade para um momento de reflexão e troca: a exibição do curta-metragem “Geração 68”, seguida de um cinedebate com pessoas que viveram e enfrentaram um dos períodos mais sombrios da nossa história. O encontro acontece nesta sexta-feira, 23 de maio, às 19h, na sede do Cefuria, localizada na Desembargador Motta, 2791, no Centro de Curitiba.
Mais do que reverenciar um passado de resistência, o evento se propõe a iluminar o presente — e, sobretudo, a inspirar o futuro. Em tempos em que o valor da democracia vem sendo questionado e colocado à prova, o convite é claro: é preciso conversar, ouvir, aprender. E, juntos, fortalecer os princípios democráticos como alicerces de um novo projeto de sociedade.
Um filme que pulsa memória viva
“Geração 68” não é apenas um filme — é um respiro, um registro, uma convocação. O curta mergulha nas experiências de quem viveu na pele os anos de chumbo da ditadura militar e, mesmo sob a ameaça da censura e da violência institucional, ousou sonhar com um Brasil mais humano. Os personagens do filme — muitos deles presentes no cinedebate de amanhã — não apenas narram os acontecimentos históricos, mas atualizam seus significados, conectando passado e presente com uma lucidez que só a vivência pode oferecer.
Diálogo como resistência
O cinedebate promete ser um espaço plural, afetivo e potente, onde gerações distintas poderão se encontrar. Jovens militantes, ativistas, educadores populares, trabalhadores da economia solidária, cinéfilos, comunicadores, moradores da periferia urbana, estudantes e curiosos: todos e todas são bem-vindos.
A ideia é simples, mas revolucionária — ouvir quem veio antes, para fortalecer quem está agora. Porque, como acredita o Cefuria, o diálogo é a ferramenta mais poderosa contra o obscurantismo.
Uma história de luta que segue viva
O Centro de Formação Urbano Rural Irmã Araújo – Cefuria não é apenas o local do evento: é parte fundamental dessa história. Fundado em 1981, no rastro do fim da ditadura e inspirado nas Comunidades Eclesiais de Base, o Cefuria nasceu do desejo coletivo de transformar o Brasil a partir da organização popular. O nome é um tributo à missionária Irmã Araújo, uma mulher que não mediu esforços para estar ao lado dos mais pobres e fazer ecoar, nas vielas da periferia de Curitiba, o clamor por justiça. Sua caminhada, marcada por afeto, coragem e firmeza, segue inspirando quem acredita na força transformadora do povo organizado.
Desde então, o Cefuria carrega esse legado com o coração aberto e os pés fincados no chão da realidade: promovendo educação popular, incentivando a formação política, fortalecendo a economia solidária e colocando a comunicação nas mãos de quem mais precisa. Tudo isso guiado pelos ensinamentos de Paulo Freire e por um compromisso inegociável com um Brasil mais justo, diverso e em sintonia com a natureza..
Por que assistir “Geração 68”?
Porque recordar é resistir. E resistir, hoje, significa defender a democracia em todas as suas formas: no direito à moradia, no prato de comida, na liberdade de expressão, na economia coletiva, na igualdade de oportunidades. Porque os valores que sustentaram a luta de 1968 seguem vivos — e ameaçados. E porque, como lembra o convite do evento, “mais do que nunca, precisamos conversar sobre o valor da democracia como um dos pilares fundamentais para a construção de uma nova sociedade.”
O que está em jogo não é o passado — é o futuro.
E ele começa com uma escolha: estar presente. Amanhã, às 19h, no Cine CEFURIA.
SERVIÇO:
Mais informações: https://cefuria.org.br/
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