sábado, 10 de maio de 2025

Itaipu e Embrapa implementam projeto inovador de inventário florestal

Quando a floresta respira com a tecnologia: uma jornada pelo novo olhar de Itaipu e Embrapa sobre o cuidado com a natureza

Por Ronald Stresser*

 
 

Entre as curvas do rio Paraná e o silêncio profundo das matas que margeiam o lago de Itaipu, um outro tipo de movimento tem ganhado espaço. Um zumbido discreto corta o ar. Não é um pássaro. É um drone. Pequeno, preciso, quase invisível diante da grandiosidade da paisagem. Ele sobrevoa a floresta sem tocá-la, disparando feixes de luz que se espalham como faróis silenciosos entre as copas. E, mesmo sem encostar em nada, colhe tudo o que precisa: altura das árvores, densidade da vegetação, quantidade de carbono escondida nos troncos, nos galhos, nas raízes.

O que acontece ali parece coisa de filme — mas é real, cotidiano e brasileiro. E tem nome: é a nova fase do inventário florestal da faixa de proteção do lago de Itaipu. Um projeto que une a potência técnica da Itaipu Binacional e o rigor científico da Embrapa para reinventar a forma como cuidamos da natureza. Um trabalho que começou em 2021 e segue até 2027, costurado com paciência, curiosidade e um profundo respeito pela floresta.

Nos dias 7 e 8 de maio, esse projeto virou experiência viva. No Refúgio Biológico Bela Vista, em Foz do Iguaçu, pesquisadores, técnicos e estudantes de diferentes instituições se encontraram para algo maior que um treinamento: foi uma imersão sensível e prática em uma nova forma de ver e sentir a floresta.

Vieram de vários cantos, mas com um mesmo propósito: aprender, no corpo e na mente, como operar drones equipados com sensores LiDAR — uma tecnologia que dispara pulsos de laser e transforma a floresta em mapas tridimensionais, revelando segredos escondidos sob o dossel, sem que ninguém precise pisar no chão.

“É uma revolução silenciosa”, diz com brilho nos olhos o engenheiro florestal Luís César Rodrigues da Silva, da Divisão de Áreas Protegidas da Itaipu. “Com essa tecnologia, a gente consegue entender a floresta sem invadir, sem perturbar. É mais rápido, mais preciso — e, o mais importante: é mais respeitoso com a vida que está ali.”

A área monitorada é imensa: 1.400 quilômetros de margens entre Foz do Iguaçu e Guaíra, protegendo mais de 24 mil hectares de vegetação. Mas o que se sente ali, no campo, é algo íntimo. É o cuidado com cada árvore, com cada sombra, com cada centímetro de floresta que segue resistindo, respirando e ensinando.

E o mais bonito é que os resultados não vão esperar o fim do projeto para aparecer. “À medida que a gente vai validando os métodos, já começa a aplicar em campo. A floresta não tem tempo a perder”, diz Luís César.

Hericles Barbosa Lopes, também engenheiro florestal da Itaipu, sabe bem o que isso significa. Ele cresceu em meio a medições manuais, trilhas abertas no facão, planilhas cheias de anotações feitas à mão. Hoje, vê a floresta sendo lida por máquinas voadoras e acredita: “Com os drones, a gente trabalha melhor, com mais qualidade e menos impacto. A floresta agradece, e nós também. É menos desgaste, menos pegada, mais inteligência no cuidado.”

Durante dois dias, os participantes passaram por três módulos que alternaram teoria e prática, suor e reflexão: primeiro, o uso do LiDAR aéreo para modelar biomassa e carbono. Depois, a coleta de dados em solo, em pontos fixos de monitoramento. E, por fim, a análise das informações captadas — quando a mata começa a virar números, gráficos, projeções, sem jamais deixar de ser floresta.

Mateus Pinheiro Ferreira, pesquisador da startup Bioflore, que também atua com a Embrapa e a Esalq/USP, conduz parte do processo. E ele não tem dúvidas: “A floresta guarda muito mais do que biodiversidade. Ela guarda carbono, que é essencial para o equilíbrio climático do planeta. Saber quanto carbono temos aqui é um passo gigante para enfrentar a crise ambiental com dados, não só com discursos.”

Os primeiros mapas de carbono devem ser divulgados ainda este ano. Mas o que se constrói vai muito além das estatísticas. “Esse projeto pode inspirar outras regiões, outros biomas, outras instituições”, afirma Maria Augusta Doetzer Rosot, da Embrapa. “Estamos criando um modelo de gestão ambiental baseado em ciência de verdade. E isso é raro, precioso, transformador.”

O que Itaipu e Embrapa estão fazendo não é apenas levantar dados. É devolver à floresta o direito de ser conhecida com delicadeza. De ser compreendida com inteligência. De ser protegida com afeto.

E enquanto os drones seguem seus voos silenciosos, traçando mapas invisíveis sobre um mundo ainda cheio de mistérios, a mata se mantém ali: viva, densa, pulsante. A cada leitura a laser, a cada imagem gerada do alto, a floresta sussurra: ainda dá tempo.

*com informações da Itaipu Binacional.

Muitos tentam a sorte, mas o mercado não perdoa armadores. Fale com o Daniel Vicente e aposte certo!

Investir em Maio de 2025: com inteligência e confiança. Oportunidades e Estratégia em um cenário desafiador

Por Daniel Vicente, assessor de investimentos na Wura Invest, escritório credenciado à XP Investimentos.

 
 

Maio chegou com o céu nublado para a economia global. A inflação resiste, os juros seguem elevados, e a bolsa dança conforme o humor dos mercados. Mas, para quem tem um bom guia ao lado, a travessia pode ser menos turbulenta — e até cheia de oportunidades. É nesse cenário que entra Daniel Vicente, assessor de investimentos da Wura Invest, escritório credenciado à XP.

Mais do que apresentar números ou indicar “o ativo da vez”, Daniel conversa. Ouve. E só então constrói caminhos de investimento que respeitam o momento, a história e o propósito de cada cliente. “Investir não é só sobre retorno. É sobre cuidar do que realmente importa para aquela pessoa: os planos, o futuro, o legado”, afirma.

Um assessor que prefere sentar ao lado

Daniel pertence à geração que viu o Brasil viver planos econômicos mirabolantes, crises cambiais, estabilizações, reformas e revoluções digitais. Essa bagagem moldou não só sua forma de investir, mas também de se relacionar com quem o procura. Na Wura, ele atua com uma equipe multidisciplinar e aposta em um atendimento que coloca o ser humano no centro da estratégia.

“Muita gente ainda acha que investir é seguir uma receita de bolo. Mas cada pessoa tem um apetite de risco, um tempo de vida, uma necessidade. Meu trabalho é personalizar, não padronizar”, explica.

O contato próximo com os clientes é uma das marcas do seu trabalho. Não raro, ele está lado a lado — literalmente — com quem busca ajuda para tomar decisões importantes sobre o patrimônio. “É nesse olhar no olho, nessa escuta real, que nasce uma boa estratégia”, resume.

Cenário de maio: hora de equilibrar proteção e oportunidade

O ambiente econômico de maio é desafiador. A inflação global ainda pressiona os bancos centrais, o dólar segue oscilando e o Brasil vive um momento de atenção redobrada em relação aos juros e à política monetária.

Nesse contexto, Daniel reforça a importância de um portfólio equilibrado. A renda fixa, especialmente com títulos prefixados e atrelados à inflação, continua sendo a base. “É o alicerce da carteira. Dá previsibilidade e protege contra cenários adversos”, diz.

Para quem já tem o básico bem estruturado, a renda variável entra como tempero — com foco em setores defensivos como energia, saneamento e empresas com fundamentos sólidos. “Não é o momento de ousar sem direção. Mas também não é hora de ficar parado.”

Fundos Imobiliários e diversificação internacional

Outra dica de Daniel para este mês são os Fundos Imobiliários, especialmente os voltados a logística e renda urbana. Com boa ocupação, contratos indexados e distribuição estável, eles têm se mostrado alternativas atrativas para quem busca renda mensal e diversificação.

A exposição internacional também aparece como uma peça-chave no quebra-cabeça. “Ter parte da carteira em ativos globais ajuda a diluir riscos locais e aproveitar oportunidades lá fora. Os mercados americanos e asiáticos, por exemplo, estão oferecendo boas janelas de entrada.”

Tecnologia a serviço de quem investe com propósito

Embora tenha um perfil próximo e acolhedor, Daniel também faz questão de oferecer o que há de mais avançado em termos de tecnologia. Com as ferramentas da XP à disposição, seus clientes têm acesso a carteiras recomendadas, ativos internacionais, fundos exclusivos, além de uma estrutura completa de planejamento financeiro e sucessório.

Esse último ponto, aliás, é tratado com especial cuidado. “Muita gente só se preocupa com isso quando já é tarde. Mas planejar a sucessão pode evitar que até 20% do patrimônio familiar se perca em taxas e burocracias. E isso é muito sério”, alerta.

Cuidar de números, mas principalmente de histórias

Daniel atende desde investidores iniciantes até clientes com grandes fortunas. E em todos os casos, o olhar é o mesmo: entender o que está por trás do dinheiro. “Cuidar de patrimônio é, acima de tudo, cuidar de pessoas. De histórias. E garantir que elas continuem sendo escritas com tranquilidade.”

Se você está se perguntando onde investir em maio, talvez a pergunta mais importante seja: com quem investir?

Na Wura Invest, Daniel Vicente está pronto para construir, junto com você, uma estratégia sob medida — com inteligência, segurança e propósito.


Fale com quem entende, e se importa

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Ministério Público do PR pede cassação do prefeito de Curitiba

MPPR pede cassação da chapa Eduardo Pimentel e Paulo Martins por abuso de poder político em Curitiba

Por Ronald Stresser, de Curitiba.

 
 

Em meio aos bastidores cada vez mais expostos da política curitibana, o Ministério Público do Paraná decidiu bater à porta da Justiça Eleitoral com um pedido de peso: a cassação do mandato do prefeito Eduardo Pimentel (PSD) e de seu vice, Paulo Martins (PL). O motivo? Acusações sérias de abuso de poder político e de autoridade durante a eleição municipal de 2024. Quem assina a ação é a promotora eleitoral Cynthia Maria de Almeida Pierri, que não parou por aí — ela também pediu a inelegibilidade por oito anos de todos os envolvidos no suposto esquema, incluindo o ex-prefeito Rafael Greca (PSD), nome forte por trás da candidatura, e Antônio Carlos Pires Rebello, ex-superintendente de Tecnologia da Informação da Prefeitura.

A denúncia sustenta que houve uso da máquina pública para favorecer a candidatura de Pimentel. Rebello teria coagido servidores a adquirir convites no valor de R\$ 3 mil para um jantar de arrecadação organizado pelo PSD, realizado em 3 de setembro do ano passado. Os pagamentos teriam sido feitos por meio de terceiros, dificultando a rastreabilidade e configurando, segundo o MPPR, uma tentativa deliberada de burlar os mecanismos de fiscalização. Há, ainda, áudios que comprovariam ameaças de exoneração a quem não colaborasse com a campanha.

Greca é apontado como mentor político da candidatura e teria dado suporte institucional ao esquema. Já Pimentel é descrito como beneficiário direto. A promotora afirma que a rápida exoneração de Rebello, após a revelação dos fatos, funcionaria como uma admissão tácita de culpa por parte da gestão.

Em resposta, o prefeito negou qualquer ameaça a servidores, disse que a campanha utilizou exclusivamente recursos legais — como o Fundo Eleitoral — e declarou confiar no arquivamento da ação pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR). Greca, até o momento, não se pronunciou.

Apesar da gravidade das acusações — que envolvem coerção de funcionários públicos e financiamento irregular de campanha —, não parece crível que a cassação prospere em um ambiente político notoriamente resistente a rupturas desse porte. A robustez das provas, que inclui gravações e relatos internos, contrasta com o histórico do Judiciário eleitoral, que raramente confronta de forma decisiva estruturas de poder tão bem articuladas.

O caso expõe um problema estrutural: o uso de poder político e econômico como ferramenta para desequilibrar o jogo democrático. Candidatos com menor acesso a recursos e sem o respaldo da máquina pública enfrentam uma disputa cada vez mais desigual — um vício de origem que tolhe alternativas reais de representação popular.

Seguiremos atentos ao desenrolar do processo, ouvindo todas as partes e atualizando nossos leitores com responsabilidade. Também nós, como tantos eleitores, aguardamos as cenas dos próximos capítulos.

Onde a praia da Barra e a exclusividade se encontram

Pensando em morar numa mansão sobre as ondas da região que mais valoriza na Barrada Tijuca? Conheça a cobertura mais cobiçada da Barra da Tijuca e o corretor exclusivo que pode te levar até lá

Por Ronald Stresser, editoria de investimentos*

 
 

Logo ao atravessar os portões do Cyano Exclusive Residences, na Avenida Lúcio Costa, 4.270, na Barra da Tijuca, o tempo parece desacelerar. O barulho da cidade se dissolve, substituído pela brisa vinda do mar e pelo som suave da água correndo nas fontes do condomínio. Três torres elegantes abrigam apenas 45 apartamentos — um conceito de exclusividade levado ao mais alto padrão pela Gafisa e Calçada, responsáveis pelo projeto.

Mas o que realmente chama a atenção neste paraíso à beira-mar está no alto. Tão alto quanto o topo do mundo. No bloco 2, a cobertura 602 — hoje à venda por R$ 34 milhões — é mais do que um imóvel exclusivíssimo. É uma experiência, um estilo de vida, um verdadeiro refúgio urbano de 601 metros quadrados com cinco suítes, ambientes integrados, sauna, varanda gourmet, terraço panorâmico e uma vista que encanta e hipnotiza.

É ali, no topo  do Cyano, que o real estate broker Rodrigo Garcia Freitas costuma gravar seus vídeos, quase sempre sob um céu impecavelmente azul, mostrando aos seus seguidores no Instagram a vista de 180 graus que revela desde a Pedra da Gávea até o último pedaço de areia no Pontal do Recreio. “Essa é a melhor cobertura do condomínio”, afirma Rodrigo em um dos vídeos. “Foi a Gafisa que construiu o empreendimento. São 45 apartamentos, divididos em três blocos. E esse bloco frontal tem um apartamento por andar.”

Rodrigo fala com a propriedade de quem não apenas conhece cada centímetro do imóvel, mas que tem a exclusividade da venda dessa joia imobiliária. Reconhecido no mercado de alto padrão por sua atuação em leilões judiciais e negociações estratégicas, ele é hoje uma referência em assessoria imobiliária de excelência no Rio de Janeiro. “Adquirir um imóvel como este vai muito além de uma transação. É uma realização de vida. Meu trabalho é garantir que essa jornada seja segura, transparente e com o máximo de retorno para o cliente”, explica.

A cobertura do Cyano é pensada para quem tem um olhar apurado para o design, mas também exige funcionalidade. Cada ambiente foi projetado para se adaptar ao estilo de vida contemporâneo: cômodos amplos, integração entre espaços internos e externos, muita luz natural e, claro, uma vista de tirar o fôlego que é presença constante nos vídeos de Rodrigo. Um deles mostra a suíte master com varanda privativa, outra cena revela o terraço com piscina e sauna, e em todos, o pano de fundo é sempre o mar, numa composição verdadeiramente cinematográfica.

O Cyano não oferece apenas imóveis de alto padrão. Ele oferece uma forma única de viver. O condomínio é completo, com spa, piscinas, quadras esportivas, academia, serviços exclusivos e um projeto arquitetônico que une sofisticação e aconchego. O edifício Cyano Mare, por exemplo, tem apenas seis unidades — cinco apartamentos de 870 m² e uma cobertura linear de 889 m² — todos com seis suítes, adega, sauna à vapor, despensa e duas dependências de serviço. Uma verdadeira mansão suspensa com a segurança e o conforto de um condomínio cinco estrelas.

Investir em um imóvel desse porte é também investir em algo raro, valioso e com potencial de valorização contínua. Especialmente na Barra da Tijuca, que segue como uma das regiões mais nobres e desejadas do Rio. “É para pessoas diferenciadas, que sabem o valor da exclusividade e reconhecem uma boa oportunidade quando a veem”, resume Rodrigo.

Nos bastidores da negociação, ele cuida de tudo pessoalmente. Do primeiro contato até a assinatura do contrato, seu trabalho é conduzir o cliente com discrição, agilidade e total atenção aos detalhes. “Não arrisque transformar um sonho em preocupação. Comprar um imóvel como o Cyano tem que ser uma experiência prazerosa, como ele próprio”, diz, sorrindo.

Entre as imagens da cobertura e a narração precisa de Rodrigo Garcia, o que fica claro é que este não é apenas mais um apartamento de luxo na Barra da Tijuca. É o imóvel mais cobiçado da região. E se você busca um lar que combine alto padrão, localização estratégica, estrutura impecável e uma vista de tirar o fôlego, talvez já tenha encontrado.

 

 

Agende sua visita e viva o extraordinário.

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*com informações de Gafisa e RGF.

Trump pode baixar em 50% tarifaço sobre a China

Trump baixa as cartas na mesa: cortes de tarifas sobre a China revelam a mão de um jogador experiente

Por Ronald Stresser*
 
  

Quem já sentou à mesa de pôquer sabe que, às vezes, o blefe é tão poderoso quanto a carta na manga. Donald Trump, ex-presidente, magnata do mercado imobiliário e veterano dos cassinos de Atlantic City, parece ter retomado sua persona favorita: a do jogador que aposta alto, mas que também sabe recuar na hora certa — para ganhar ainda mais adiante.

Depois de inflamar o tabuleiro global com uma avalanche de tarifas que chegaram a 145% sobre produtos chineses, Trump agora prepara um movimento que pode mudar o rumo da guerra comercial: baixar essas taxas para algo entre 50% e 54%. A informação, revelada por fontes ouvidas pelo New York Post, circula nos bastidores de Washington e Zurique, onde as próximas rodadas de negociações entre EUA e China devem acontecer já na próxima semana.

O gesto, ainda informal, vem como uma tentativa de reabrir canais diplomáticos e reequilibrar as forças entre as duas maiores economias do mundo. Mais do que isso: é um sinal calculado, que joga com a percepção global e testa os limites do adversário.

“Trump não está apenas negociando tarifas. Ele está redesenhando o jogo inteiro”, avalia uma fonte diplomática próxima ao processo. “E, como todo bom jogador, ele sabe que às vezes vale mais a pena dobrar a aposta do que comprar uma briga.”

A volta do mestre dos cassinos

Não é de hoje que Donald Trump joga no limite. Nos negócios, nos palanques, nos reality shows e na geopolítica, seu estilo sempre foi o do choque. Mas é nos bastidores — como nos cassinos que já controlou em Nova Jersey — que ele realmente se move com maestria. Lá, aprendeu a blefar, recuar, negociar dívidas e reerguer impérios falidos. Na Casa Branca, parece usar o mesmo instinto.

Em abril, o mundo assistiu a um verdadeiro tarifaço. O governo Trump elevou tributos sobre dezenas de países — e deixou claro que a China, seu rival preferencial, levaria o golpe mais pesado. Pequim respondeu com a mesma moeda: taxas de até 125% sobre produtos americanos. O conflito comercial se intensificou e, com ele, o medo de uma nova recessão global.

Mas Trump nunca quis uma guerra comercial total. Ele quer vencer — no seu próprio jogo. Ao sinalizar agora a redução das tarifas, ele não está abrindo mão da pressão. Está apenas virando o tabuleiro.

China, Índia e o Sul Global no radar

Segundo as fontes ouvidas pelo Post, não é só a China que pode se beneficiar. Países do Sul da Ásia, como Índia, Bangladesh e Vietnã, também estão na mira de ajustes positivos: tarifas reduzidas para cerca de 25%. O movimento mira em algo maior que um acordo bilateral — é uma tentativa de redesenhar o tabuleiro comercial para além do Ocidente.

Do lado chinês, a expectativa é de que a mudança nas tarifas abra espaço para concessões mútuas — e que o simbolismo do gesto de Trump possa destravar impasses antigos, como as disputas sobre propriedade intelectual e tecnologia.

O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, já se apressou em defender a manobra. Em tom patriótico, disse que Trump está “liderando o caminho rumo à segurança econômica e nacional” e que seu objetivo é tornar os EUA “mais fortes e prósperos”. Mas no fundo, todos sabem: estamos diante de um jogo de estratégia, e não de ideologia.

A carta que falta

Para quem observa de fora, o jogo ainda está em aberto. Trump, como sempre, mantém a ambiguidade: fala em baixar tarifas, mas garante que elas “nunca serão zero”. Deixa a China em alerta, acalma os mercados e agrada setores da economia americana que vinham reclamando dos preços inflacionados.

Nos bastidores, diplomatas chineses analisam cada movimento com frieza milenar. Sabem que o presidente americano joga para sua audiência interna — mas também reconhecem que há uma abertura real para reconstruir pontes.

Enquanto isso, o resto do mundo observa em silêncio. Do lado europeu, as potências aguardam um desfecho para saber onde se posicionar. Do lado do Sul Global, o gesto de Trump pode ser lido como uma brecha para novas parcerias, menos centralizadas no eixo Washington-Pequim.

A próxima rodada de negociações em Zurique promete ser decisiva. Mas ninguém espera uma resolução rápida. Afinal, como todo grande jogador, Trump sabe que a última carta só deve ser revelada quando a tensão estiver no auge — e os outros já tiverem mostrado suas mãos.

*com informações do The New York Post.

O futuro chegou: como o salto quântico muda tudo para sempre

O dia em que o teletransporte deixou de ser ficção: como o salto quântico da ciência muda tudo para sempre

Por Ronald Stresser*
 
 

Foi em um laboratório silencioso, entre cabos de fibra óptica e detectores de fótons, que o futuro da humanidade ganhou uma nova direção. Cientistas da Universidade de Oxford anunciaram, no último dia 7 de maio, o que muitos consideram o maior feito científico do século: o primeiro teletransporte quântico funcional entre processadores, conectados por luz, mudou para sempre a forma como compreendemos tempo, espaço e informação.

A palavra “teletransporte” ainda soa como ficção científica – e, de certa forma, é. Não estamos falando de mover pessoas ou objetos de um lugar para o outro, como nos filmes. Mas, sim, de algo igualmente extraordinário: a transferência instantânea de informação entre partículas separadas por distâncias físicas, sem que nada viaje entre elas. Um feito possível graças a dois conceitos fundamentais da física quântica: superposição e emaranhamento.

“É como se você tivesse duas moedas jogadas no ar ao mesmo tempo, e elas só mostrassem cara ou coroa quando uma delas fosse observada. Mas o mais louco é: ao ver o resultado de uma, você sabe imediatamente o resultado da outra, mesmo que ela esteja do outro lado do planeta”, explica com entusiasmo a doutora Emma Carlisle, física quântica envolvida no projeto. “O que fizemos foi usar essa conexão invisível para teletransportar um estado quântico.”

A revolução invisível

A computação quântica, base para esse avanço, desafia todas as regras conhecidas da lógica digital tradicional. Em vez dos clássicos bits (0 ou 1), ela trabalha com *qubits*, que podem ser 0, 1 e tudo no meio, ao mesmo tempo. Esse estado de superposição permite que cálculos extremamente complexos sejam realizados em frações de segundo.

Mas o salto real vem com o emaranhamento. Quando duas partículas estão emaranhadas, seus estados estão entrelaçados – o que acontece com uma, afeta imediatamente a outra. A equipe de Oxford usou esse fenômeno para conectar processadores por meio de fibras ópticas, criando uma rede capaz de transmitir informação quântica de forma instantânea. Sem cabos. Sem perda. Sem tempo.

“Pense numa internet que não pode ser invadida, onde as informações não viajam, mas simplesmente *aparecem* do outro lado, como se tivessem sempre estado lá”, compara Emma. “É isso que o teletransporte quântico nos promete.”

Do laboratório para o mundo real

Pode parecer abstrato demais – e é mesmo. Mas os efeitos já começam a ser sentidos. Em setores como cibersegurança, inteligência artificial, pesquisa médica, logística e clima, a promessa é de um novo patamar de eficiência.

Na área de segurança digital, por exemplo, os cientistas já trabalham com criptografias que nem mesmo os computadores quânticos do futuro conseguiriam quebrar. Em saúde, a simulação precisa do comportamento de moléculas pode acelerar o desenvolvimento de medicamentos. E, no campo das mudanças climáticas, os algoritmos quânticos poderão prever cenários com uma precisão nunca antes vista.

“É o começo de uma nova era, como foi a Revolução Industrial ou o surgimento da internet. Só que mais rápido e mais profundo”, afirma o brasileiro André Leal, físico da Unicamp que acompanha de perto as pesquisas de Oxford. “Estamos falando de uma tecnologia que vai mudar tudo: economia, comunicação, política, até mesmo o conceito de identidade digital.”

E o ser humano nisso tudo?

Se há quem se deslumbre com as possibilidades, há também os que se preocupam com os impactos éticos e sociais dessa nova era. Afinal, quando a informação se move sem passar por canais físicos, como garantir privacidade, controle ou mesmo soberania digital?

“O desafio agora não é mais técnico, é humano”, diz Emma. “A tecnologia está pronta para dar um salto. Mas será que nós estamos prontos para acompanhá-la?”

A resposta talvez ainda esteja no ar, assim como os fótons que, invisíveis, já constroem o alicerce de um novo mundo. O primeiro teletransporte quântico não moveu um corpo, mas moveu a história. E, como toda boa história científica, ela começa no improvável – e nos convida a reimaginar tudo o que acreditávamos saber.

Do impossível ao inevitável. O teletransporte quântico não é mais um sonho. É realidade. E está só começando.

*com informações do The Independent, Estado de Minas e Uai!

sexta-feira, 9 de maio de 2025

Portos do Paraná faz investimento no futuro

Portos do Paraná investem no futuro: R$ 35 milhões em ações ambientais e socioambientais fortalecem o litoral e transformam comunidades

Redação especial, Sulpost. De Curitiba*

 
Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná

 

No litoral do Paraná, uma transformação silenciosa tem mudado a paisagem e, mais do que isso, o cotidiano de quem vive por ali. Longe dos holofotes e do barulho das máquinas, a empresa pública Portos do Paraná vem semeando futuro — e colhendo resultados concretos. Em 2024, R\$ 35 milhões foram investidos em programas ambientais e socioambientais que já fazem diferença na vida de milhares de pessoas.

O número impressiona — 18% a mais do que em 2023 —, mas o impacto vai além das planilhas. Cerca de R\$ 20 milhões foram destinados diretamente a ações que dialogam com as necessidades das comunidades locais.

Um dos projetos mais simbólicos é o PRAD, o Programa de Recuperação de Áreas Degradadas, que reflorestou 40 hectares em Antonina — o equivalente a 40 campos de futebol — com mais de 55 mil mudas de espécies nativas e frutíferas.

Tudo isso em parceria com pequenos agricultores da região, que agora veem o verde renascer onde antes havia apenas terra exaurida.

Mais do que plantar árvores, o PRAD planta pertencimento. E esse é apenas um dos rostos dessa mudança. Outros programas seguem o mesmo caminho, aproximando o porto das pessoas, respeitando o meio ambiente e criando uma ponte concreta entre desenvolvimento e preservação.

Em meio ao desafio de conciliar progresso econômico com responsabilidade socioambiental, Portos do Paraná tem mostrado que é possível crescer de forma inteligente, com olhos atentos para o que realmente importa: gente, natureza e futuro.

*com informações da Ag. Est. Paraná. Redação por,  Ronald Stresser, jornalista 12713/PR

Pescadores e Itaipu retiram 12 t. de lixo do lago da usina

Corações e redes unidos pela natureza: pescadores e Itaipu retiram mais de 12 toneladas de lixo do lago da usina

Por Ronald Stresser*
 
 

A canoa de madeira desliza suavemente sobre as águas turvas do reservatório. Dentro dela, ao lado das redes de pesca, um saco preto vai se enchendo — não de peixes, mas de lixo. Garrafas plásticas, pedaços de isopor, pneus, embalagens de todo tipo. O pescador Antônio Silva, 62 anos, sabe que aquele esforço não lhe renderá dinheiro no mercado, mas oferece algo ainda mais valioso: dignidade.

“Se a gente não cuidar do que tem, quem vai cuidar por nós?”, pergunta Antônio, nascido e criado à beira do lago de Itaipu. “Esse lago dá o nosso sustento. Mas também é nosso espelho. O que a gente joga nele, uma hora volta.”

Ele é um dos mais de 300 pescadores de 12 colônias que se uniram à Itaipu Binacional na 12ª Campanha de Limpeza do Lago, realizada em dez municípios lindeiros no Paraná e no Mato Grosso do Sul. O resultado foi impressionante: 12.270 quilos de lixo removidos — 6.270 kg recicláveis e outras 6 toneladas de rejeitos.

Da subsistência ao protagonismo ambiental

A ação é parte do convênio Linha Ecológica, firmado entre a Itaipu e o Conselho dos Municípios Lindeiros, que fornece equipamentos de proteção (camisetas, bonés, luvas), alimentação e apoio logístico aos pescadores. Mas vai muito além de uma simples operação de coleta.

“Nosso objetivo é valorizar o pescador como um verdadeiro agente ambiental”, explica Enio Verri, diretor-geral brasileiro de Itaipu. “Eles conhecem cada canto do lago. São guardiões silenciosos desse ecossistema.”

Os municípios envolvidos — entre eles Foz do Iguaçu, Santa Helena, Marechal Cândido Rondon e Guaíra — foram palco de cenas que misturam esforço físico e consciência coletiva. Em algumas margens, as embarcações pequenas formavam uma espécie de procissão ecológica. Crianças acenavam das barrancas, orgulhosas de ver pais, tios e avôs fazendo história com as próprias mãos.

 
 

Transformando realidades

A campanha de limpeza é só uma das ações de um pacote robusto de apoio da Itaipu à pesca artesanal. Os investimentos da usina já ultrapassam R$ 46 milhões, destinados a convênios, capacitações, editais e doações de equipamentos como tanques, redes, máquinas de gelo e descamadeiras.

A meta é clara: fortalecer a pesca profissional e a aquicultura familiar de forma sustentável, gerando renda e preservando o ambiente.

“Hoje não pescamos só peixe, pescamos futuro”, diz emocionada Maria das Dores, presidente de uma associação de pescadores em Santa Terezinha de Itaipu. “Antes, nossos filhos não queriam seguir na pesca. Agora veem que tem valor, que dá para viver com dignidade.”

Regularizar para preservar

Outro eixo fundamental do programa é a regularização dos pontos de pesca. Desde que foram criadas as Normas de Gestão de Usos Múltiplos do Reservatório e Áreas Protegidas, 18 locais já foram regularizados e comodatados, e outros 7 estão em processo. A meta é harmonizar o uso econômico do lago com a proteção ambiental.

“Tem lugar que virou lixão a céu aberto. Agora estamos virando esse jogo”, relata Jairo Gonçalves, pescador de Guaíra, enquanto segura com orgulho uma fotografia antiga de seu pai, também pescador, em um tempo em que o lago ainda era limpo.

Lago limpo, consciência renovada

No fim da jornada, os sacos de lixo empilhados nas margens revelam mais que resíduos: são testemunhos de uma transformação em curso. São os vestígios de uma nova forma de ver o mundo — onde quem vive da natureza passa a ser também seu defensor mais ativo.

“Cuidar do lago é cuidar da nossa alma”, resume Antônio, antes de voltar a remar.

E, por trás de cada remada, uma certeza: quando pescadores e natureza remam juntos, quem ganha é o futuro.

Fotos: William Brisida / Itaipu Binacional - Informações: Comunicação Itaipu Binacional

Fraude no INSS: "Bolsonaro sabia e nada fez"

Fraude no INSS: esquema ignorado por Bolsonaro é desmantelado no governo Lula, que promete devolver dinheiro aos aposentados

Por redação Sulpost. De Curitiba*

 
© Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
 

Durante anos, aposentados e pensionistas do INSS tiveram parte de seus benefícios drenados por entidades que, sob a aparência de legalidade, aplicavam descontos indevidos diretamente na folha de pagamento. O que parecia um mistério sem solução ganhou contornos de escândalo: uma fraude bilionária, com raízes em governos anteriores, veio à tona graças à atuação articulada da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Polícia Federal, fortalecida sob a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

As investigações da chamada Operação Sem Desconto revelaram uma estrutura criminosa sofisticada, forjada ao longo dos anos e alimentada por omissões e conivência. Segundo os órgãos de controle, os primeiros sinais do esquema surgiram ainda em 2019, primeiro ano da gestão de Jair Bolsonaro — justamente quando o Procon-SP enviou um ofício ao governo federal alertando sobre mais de 16 mil reclamações relativas a descontos não autorizados em benefícios do INSS. A resposta do então presidente? Nenhuma. O silêncio institucional abriu caminho para que o golpe se ampliasse.

Ao longo de seu mandato, Bolsonaro aparelhou a Polícia Federal, confessando publicamente que interviria para proteger seus familiares. A corrupção, no entanto, florescia em silêncio nos bastidores de órgãos que deveriam proteger os mais vulneráveis.

Já na gestão atual, a resposta foi imediata.Foi com a fala firme e o olhar de quem sabe da responsabilidade que carrega que o novo presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, anunciou uma medida que pode marcar um ponto de virada na história recente da Previdência Social. Ele determinou a abertura de Procedimentos Administrativos de Responsabilização (PARs) contra as entidades envolvidas no escândalo de descontos ilegais em aposentadorias e pensões. Amparado pela Lei Anticorrupção, o objetivo é claro: apontar os culpados, recuperar o dinheiro desviado e garantir que jamais se repita um abuso tão cruel contra quem já deu sua contribuição ao país.

“Estamos comprometidos em ressarcir os prejudicados e restabelecer a confiança no sistema previdenciário”, declarou Waller, dando voz ao sentimento de indignação que tomou conta do país. Por trás das cifras frias, há histórias reais — de idosos que precisaram rever gastos com remédios, de famílias que sentiram no bolso a ausência de cada centavo arrancado de forma sorrateira.

Nesse esforço, o INSS se uniu à Advocacia-Geral da União, ao Ministério da Previdência e à Dataprev para construir um plano que vá além do ressarcimento financeiro. A proposta que está sendo finalizada quer devolver também o que é invisível: o sentimento de justiça. A mensagem é contundente — o erro não foi dos aposentados, e o Estado reconhece isso.

Assim que finalizado, o plano será apresentado à Casa Civil, ao Conselho Nacional de Justiça, ao Ministério Público Federal e à Defensoria Pública da União. A intenção é clara: garantir que cada vítima desse esquema tenha direito a um recomeço digno, respaldado por um gesto concreto de reparação e respeito. Afinal, ninguém que lutou a vida inteira por um país melhor deveria passar a velhice se defendendo de golpes tolerados pelo próprio Estado

O advogado-geral da União, Jorge Messias, classificou o esquema como uma “engenharia criminosa montada durante o governo Bolsonaro”. A afirmação não é gratuita: contratos assinados durante a gestão anterior permitiram que entidades ligadas a sindicatos e associações passassem a cobrar taxas sem autorização expressa dos segurados — descumprindo, inclusive, a Medida Provisória de 2019 que exigia anuência individual para esses descontos.

Entre os nomes diretamente ligados ao escândalo está Guilherme Serrano, ex-presidente do INSS no governo Bolsonaro, exonerado recentemente do cargo de coordenador-geral de Estudos Estatísticos no Ministério da Previdência. De acordo com a Polícia Federal, Serrano participou de assembleias e assinou acordos com entidades como a Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), autorizando os descontos irregulares. Um claro conflito de interesses, aponta o inquérito.

O senador Humberto Costa, presidente do PT, foi enfático: “Bolsonaro sabia da fraude e nada fez. Lula assumiu, mandou investigar, desmontou o esquema e agora está trabalhando para devolver os recursos aos aposentados”. A ministra Gleisi Hoffmann, da Secretaria de Relações Institucionais, reforçou que a maioria esmagadora das entidades investigadas teve início ou foi fortalecida durante a gestão do ex-presidente agora inelegível.

A ofensiva contra a corrupção no INSS é parte de uma estratégia maior do governo Lula, que vem reconstruindo os órgãos de fiscalização e combate ao crime organizado. A Polícia Federal, por exemplo, vive hoje um novo ciclo, com concursos públicos abertos, autonomia operacional e investimento em cooperação transnacional. Um contraste com os quatro anos anteriores, marcados por desmonte institucional, denúncias de interferência e escândalos envolvendo ouro, joias e tráfico de influência.

A “engenharia da fraude”, como define a AGU, deixou cicatrizes profundas no tecido social — justamente entre os que mais precisam da proteção do Estado. Mas a resposta veio. Com investigação, transparência e articulação entre órgãos de controle, o governo Lula colocou luz sobre as sombras da Previdência.

O desafio agora é garantir que os recursos cheguem a quem foi lesado e que a cultura de impunidade que permitiu o avanço do esquema seja substituída por uma cultura de responsabilidade pública.

A fatura, dessa vez, será cobrada de quem lucrou com o sofrimento alheio. E, ao que tudo indica, o país não está mais disposto a aceitar que aposentadoria seja sinônimo de vulnerabilidade.

*Ronald Stresser, jornalista, 12713/PR.

O tempo parou em Pompeia: Pink Floyd relança show mítico em 4K

Pink Floyd relança sua performance mais hipnótica com som e imagem restaurados, devolvendo aos fãs a magia crua e intocada de um dos encontros mais lendários entre música e história

Por Ronald Stresser, fã do Pink Floyd

 
 

Em outubro de 1971, quatro jovens ingleses tomaram para si um dos palcos mais improváveis da história: as ruínas de Pompeia, soterradas havia quase dois milênios. Nenhum aplauso, nenhuma multidão. Apenas o vento cortante, o sol impiedoso e as pedras milenares como testemunhas silenciosas. Era o Pink Floyd em sua fase mais criativa e ousada, registrando ali um dos momentos mais místicos do rock psicodélico.

Mais de meio século depois, esse ritual sonoro ressurge com força total: o filme Pink Floyd at Pompeii acaba de ser restaurado em 4K, com áudio remasterizado e cenas inéditas. Para os fãs, é mais que um relançamento — é uma viagem no tempo, com parada obrigatória no coração da história da banda.

Tudo começou com um passaporte perdido

A ideia de filmar um concerto sem plateia em meio às ruínas nasceu de um acidente quase poético. Durante uma visita a Pompeia, o diretor Adrian Maben perdeu seu passaporte. Ao voltar para procurar, se deparou com um anfiteatro vazio, onde só o silêncio parecia ocupar os assentos. Ali, imaginou o Pink Floyd tocando para a eternidade.

O resultado foi um filme cru, livre de efeitos ou artifícios, que capturou a essência do grupo pouco antes de atingir o estrelato com The Dark Side of the Moon. Mais que um show, Live at Pompeii se tornou um documento histórico da fase mais experimental da banda.

Agora, a nova versão — batizada de Pink Floyd at Pompeii – MCMLXXII — foi restaurada com esmero a partir dos negativos originais de 35 mm, encontrados por acaso em latas esquecidas. Sob a liderança de Lana Topham, a imagem foi reconstruída quadro a quadro. O som, por sua vez, ganhou nova mixagem assinada por Steven Wilson, e finalmente corrigiu um erro quase imperceptível: por mais de 50 anos, as gravações estavam quase meio tom acima da afinação real.

Echoes, a alma de Pompeia

É impossível falar de Pompeia sem falar de “Echoes”. Com seus quase 25 minutos de duração, a faixa é mais do que música — é um transe, uma comunhão entre som e espaço. Em Pompeia, ela se transforma numa espécie de oração psicodélica que dialoga com o silêncio milenar das pedras.

Mas o filme não vive só de “Echoes”. Há a tensão crescente de “A Saucerful of Secrets”, o baixo ameaçador de “One of These Days”, os gritos de “Careful with That Axe, Eugene”. Cada faixa, ali, parece respirar o ar rarefeito da cidade soterrada.

A nova edição ainda traz pérolas dos bastidores nos lendários estúdios Abbey Road, onde o Floyd já gestava seu próximo salto quântico: The Dark Side of the Moon. Ver a banda entre cabos, sintetizadores e máquinas de fita, trocando ideias e risadas, é quase como estar presente.

A viagem agora é imersiva

A restauração chega também às telonas — inclusive em salas IMAX — transformando o que antes era uma relíquia cult em uma experiência cinematográfica de tirar o fôlego. É como estar ali, sentado entre os fantasmas de Pompeia, sentindo cada nota reverberar nas pedras.

O lançamento também inclui versões em CD, vinil, Blu-ray e plataformas digitais. Uma nova chance para colecionadores e iniciados levarem para casa uma das obras mais intensas e ousadas do Pink Floyd.

Mais que memória, legado vivo

Pink Floyd at Pompeii nunca foi apenas um filme de show. É um documento poético, uma carta do passado para o futuro. Agora, restaurado com todo o cuidado que merece, ele ganha nova vida — e talvez, para muitos, mais sentido do que nunca.

Porque algumas músicas não envelhecem. Elas apenas aguardam o momento certo para serem redescobertas. E Pompeia, com sua beleza estática e sua história trágica, ainda guarda o eco de um tempo em que o rock ousou falar com as ruínas.

quinta-feira, 8 de maio de 2025

Primeiro papa norte-americano: Leão XIV é o novo Santo Padre

Com a eleição de Robert Francis Prevost, norte-americano de Chicago, a Igreja Católica inaugura um novo tempo de esperança, diálogo e fé globalizada

Por Ronald Stresser*

 
Papa Leão XIV - Alberto Pizzoli / AFP / CP 
 

Por volta das 13h11 desta quinta-feira, 8 de maio de 2025 (horário de Brasília), o mundo viu a fumaça branca subir da chaminé da Capela Sistina. Por alguns segundos, fiéis reunidos na Praça São Pedro prenderam a respiração. Depois, a confirmação: era, de fato, o sinal mais aguardado desde que Francisco anunciou sua renúncia. O conclave terminava. E a Igreja Católica, mais uma vez, dizia ao mundo: temos um novo papa.

Do silêncio emocionado à explosão de aplausos, os olhos de milhares de pessoas se voltaram para o mesmo ponto no horizonte. Robert Francis Prevost, cardeal nascido em Chicago, foi o escolhido pelos 133 cardeais eleitores para conduzir a Igreja nos próximos anos. Ao aceitar a missão, adotou o nome de Leão XIV.

Aos 69 anos, Leão XIV faz história como o primeiro papa norte-americano. Mas sua trajetória vai muito além das fronteiras dos Estados Unidos: formado na Ordem de Santo Agostinho, viveu boa parte de sua vida missionária no Peru, servindo às comunidades mais simples com a humildade dos que conhecem a força da fé na base.

Uma nova liderança para um mundo em transformação

Foi só depois do tradicional anúncio em latim – “Annuntio vobis gaudium magnum: habemus Papam” – que o novo pontífice surgiu na sacada da Basílica de São Pedro. Vestido com a batina branca que carrega séculos de história, Leão XIV se apresentou com um semblante sereno. Seus primeiros gestos foram de escuta. De reverência à multidão que, mesmo sob sol forte, não arredava o pé da praça.

Ainda que sua fala inicial tenha sido breve, ficou claro o espírito com que assume o cargo: um papa do diálogo, da reconciliação e da responsabilidade. Um pastor atento às dores do presente, mas com os pés fincados na tradição da Igreja.

Entre Roma, Lima e Chicago

Filho do meio-oeste americano, mas com alma latino-americana, Leão XIV representa uma síntese improvável e promissora. Cresceu em Chicago, em um ambiente marcado pela fé católica operária. Na juventude, ingressou na vida religiosa e, anos depois, seria enviado ao Peru, onde atuou por décadas como missionário e depois como bispo. Sua voz ganhou projeção internacional quando, em 2023, o Papa Francisco o nomeou para liderar o Dicastério para os Bispos — uma das funções mais influentes do Vaticano.

O nome papal que escolheu também diz muito. Ao tornar-se Leão XIV, o novo papa se alinha simbolicamente a Leão XIII, conhecido por sua defesa da dignidade dos trabalhadores, da justiça social e por ter lançado as bases da doutrina social da Igreja. Não por acaso, a escolha foi interpretada como um sinal de compromisso com os pobres, com o meio ambiente e com a urgência de um novo pacto moral entre fé e humanidade.

A fé continua, mas algo muda

O peso da batina branca não é apenas simbólico. Ela carrega em si as esperanças de mais de 1,3 bilhão de católicos ao redor do mundo. Gente que, em diferentes idiomas, culturas e realidades, continua acreditando que a fé pode ser uma resposta — ou ao menos um caminho — em tempos de tanta incerteza.

Com Leão XIV, a Igreja parece mirar não no passado, mas no que virá. Na possibilidade de uma fé mais próxima, mais justa, mais dialogada. Uma fé que abrace sem excluir, que escute antes de julgar, que caminhe com coragem rumo ao desconhecido.

No Vaticano, os sinos já tocaram. O mundo católico, agora, começa a caminhar sob uma nova voz. "Que a paz esteja com todos vocês", disse o Papa Leão XIV da sacada do Vaticano ao se apresentar aos católicos e católicas do mundo inteiro. E a paz vem de Chicago.

*com informações do Vatican News.

Conclave entra em nova fase: cardeais farão novas votações após segunda fumaça preta

Com cardeais de 70 países reunidos no Vaticano, Igreja vive momento de inflexão e expectativa cresce por consenso no segundo dia de votação

Por Ronald Stresser*

 
Reprodução/Vatican News
   

O segundo dia do conclave que escolherá o novo papa amanheceu com a fumaça preta, símbolo inconfundível de que os 133 cardeais ainda não chegaram a um consenso. Ela surgiu no céu de Roma pouco depois das 6h50 (horário de Brasília), 11h50 no horário local, saindo da chaminé da Capela Sistina com a precisão quase ritual de quem compreende o peso do momento. A quarta rodada de votações está prevista para o período da tarde, após a pausa tradicional para o almoço e o descanso dos cardeais — por volta das 7h30 em Brasília.

Com os votos ainda fragmentados e um número recorde de nacionalidades envolvidas — 70 países representados —, a eleição avança em clima de expectativa e busca. "É o momento de esquenta, como dizem os vaticanistas. Os primeiros escrutínios servem mais para sentir o ambiente e testar os nomes em jogo do que para decidir", resume um observador próximo ao processo.

Comunicação e pluralidade desafiam o consenso

A diversidade, embora vista como força simbólica do catolicismo global, também impõe seus próprios desafios. Muitos cardeais não falam italiano — a língua franca do Vaticano — e recorrem ao inglês para se comunicar nas pausas entre as votações. O ritmo do conclave, portanto, vai sendo aos poucos assimilado, em meio a gestos, olhares e conversas discretas nos corredores da Casa Santa Marta, onde todos permanecem hospedados, isolados do mundo exterior.

A pluralidade de perfis entre os cardeais mais citados revela não só as diferentes correntes dentro da Igreja, mas também os rostos, histórias e sensibilidades que se apresentam como possíveis herdeiros de Francisco. Há, por exemplo, o francês Jean-Marc Aveline, nascido na Argélia, cuja trajetória marcada pelo diálogo inter-religioso ecoa os desafios de um mundo cada vez mais plural. O húngaro Péter Erdő representa o pensamento mais conservador, com sólida formação teológica e longa experiência pastoral. Já o maltês Mario Grech, hoje secretário-geral do Sínodo dos Bispos, tornou-se uma espécie de ponte entre alas tradicionalistas e progressistas, num esforço constante de escuta e conciliação.

Também ganham força nomes como o espanhol Juan José Omella, arcebispo de Barcelona, conhecido pela humildade e pela defesa firme das causas sociais; o italiano Pietro Parolin, há anos à frente da diplomacia vaticana e considerado por muitos como o “vice-papa” pelo peso institucional que carrega; e o filipino Luis Antonio Tagle, carismático, popular nas periferias do mundo católico e apelidado de “São Francisco da Ásia” por seu estilo próximo do povo e compromisso com os mais pobres.

Há ainda menções ao africano Peter Turkson, conhecido pelo protagonismo nas questões climáticas, e ao italiano Matteo Zuppi, muito próximo do estilo pastoral de Francisco.

Tempo e simbolismo: uma corrida contra a indefinição

A fumaça branca, sinal da eleição de um novo papa, pode sair ainda hoje. Se alguém alcançar os dois terços necessários — pelo menos 89 votos — logo no primeiro turno da tarde, ela deve aparecer por volta das 11h30 (horário de Brasília), 17h30 em Roma. Caso não haja definição, os cardeais seguem para o segundo turno, com nova expectativa de fumaça às 14h30 de Brasília (19h30 local).

O tempo, aqui, é mais do que um cronograma — é também mensagem. No conclave de 1978, que elegeu João Paulo II, os favoritos se neutralizaram, abrindo espaço para um nome inesperado: o cardeal Karol Wojtyła, de Cracóvia. “Muitas vezes os favoritos abrem caminho para o surgimento de um nome de consenso”, comenta um historiador da Igreja. "É a lógica do Espírito Santo, que sopra onde quer — mas também da política interna e das urgências da época."

Unidade dinâmica

O Vaticano, embora se cerque de protocolos e tradições seculares, conhece o valor do gesto. Se possível, prefere uma decisão rápida, como sinal de unidade. Mas não qualquer unidade. Como disse um dos clérigos envolvidos, “é uma unidade dinâmica, construída no diálogo, na escuta e na abertura”.

Enquanto o mundo observa, entre silêncios e suposições, o coração da Igreja Católica pulsa em busca de um nome que traduza seu tempo — e seu futuro. A fumaça, branca ou preta, será apenas o reflexo visível de algo muito mais profundo.

*com informações do Vatican News.

A Inteligência Artificial gira o mercado nos EUA, diz BlackRock

A engrenagem emperrou – mas a inteligência artificial ainda gira o mercado norte-americano, diz BlackRock

Por Ronald Stresser*
Publicado em 07 de maio de 2025

Edifício Sede da BlackRock em NY - Wikimedia Commons
 

Na sala de reuniões silenciosa do BlackRock Investment Institute, os maiores cérebros da maior gestora de ativos do planeta não falam em crise – mas também não ignoram o barulho vindo do motor emperrado da economia dos Estados Unidos. O comunicado semanal da instituição, divulgado nesta segunda-feira (6), soa como um alerta ponderado: vem aí uma contração econômica provocada não por falta de demanda, mas por um choque de oferta – e o responsável tem nome, sobrenome e data marcada: tarifas comerciais, em especial contra a China, que entraram em vigor no dia 2 de abril.

É uma recessão diferente, explicam os estrategistas. Não aquela típica de ciclos econômicos, mas algo mais parecido com os dias sombrios da pandemia: fábricas parando, gargalos logísticos se multiplicando, prateleiras meio vazias, inflação renitente. E mesmo assim, paradoxalmente, a recomendação é seguir apostando nas ações norte-americanas.

O nó da vez: tarifas

“Se os atuais níveis de tarifas forem mantidos, esperamos uma contração econômica nos EUA ainda neste ano”, diz o relatório, assinado pelos principais nomes da casa – entre eles Jean Boivin, Wei Li e Nicholas Fawcett. Não por acaso, o título do comentário semanal é “Binding economic rules” – regras econômicas rígidas. A lógica é clara: cadeias globais de suprimento não se reorganizam do dia para a noite, e qualquer tentativa brusca de isolamento comercial tem efeitos colaterais graves.

Os dados de março já mostravam sinais de um corre-corre nas importações norte-americanas, com empresas estocando insumos antes da entrada das tarifas. Esse comportamento provocou um salto nos volumes importados e um acúmulo de estoques – uma calmaria antes da tormenta.

Fed entre a cruz e a espada

O recado ao Federal Reserve também é direto: prepare-se para um dilema ainda mais desconfortável do que o habitual. A inflação, pressionada pelas novas tarifas e pelas disfunções logísticas, não dá trégua. Mas a atividade já mostra sinais de enfraquecimento, como revelou o PIB do primeiro trimestre. “Mesmo com a contração que esperamos, não vemos o Fed cortando juros tanto quanto os mercados ainda precificam”, afirma o relatório.

Os rendimentos dos títulos do Tesouro de 10 anos se mantiveram estáveis na semana passada, mesmo com a forte recuperação das bolsas – o S\&P 500 subiu 3%, embalado por dados robustos de geração de empregos em abril. Mas os estrategistas da BlackRock sugerem cautela: a tempestade não chegou por completo

IA: o motor que não para

Em meio ao cenário incerto, uma engrenagem segue girando sem parar: a inteligência artificial. Ela tem sido o verdadeiro pilar de sustentação do otimismo com as ações nos EUA – e o motivo pelo qual a BlackRock segue com posição “overweight” (acima da média) em papéis norte-americanos e de mercados desenvolvidos.

As gigantes de tecnologia seguem surpreendendo nos resultados trimestrais. Algumas reportaram lucros acima do esperado, impulsionadas pela demanda voraz por soluções baseadas em IA – e já anunciaram novos investimentos no setor. “Isso reforça o papel da mega força da IA em sustentar o desempenho do mercado, mesmo diante de disrupções severas”, diz o comunicado.

No outro extremo da balança, setores como o automotivo, altamente dependentes de peças chinesas, começaram a sentir o baque. Algumas montadoras já revisaram para baixo suas projeções de lucro, citando explicitamente o impacto das tarifas.

Volatilidade à frente

Para a BlackRock, o momento pede ajustes táticos. Em abril, a gestora reduziu sua exposição de risco para um horizonte de três meses. Mas, com a sinalização de uma pausa temporária nas tarifas e a expectativa de mudanças políticas, voltou a adotar um horizonte de seis a doze meses para as estratégias em ações.

No longo prazo, as perguntas continuam abertas: o dólar manterá seu status de porto seguro? O apetite por ativos domésticos continuará a pesar mais que os fundamentos globais? Como se adaptar a um mundo de juros estruturalmente mais altos?

Enxerganfo além da nebulosidade

A mensagem final é de pragmatismo estratégico. As regras rígidas da economia – como a dificuldade de reestruturar cadeias produtivas sem trauma – podem até conter parte dos danos. Mas não há mágica: o curto prazo será volátil, a inflação ainda assombra e o crescimento dos EUA pode tropeçar. Ainda assim, a IA segue como um vetor de transformação poderoso, capaz de manter acesa a esperança – e o apetite – dos investidores globais.

*com informações da BlackRock.

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