sábado, 10 de maio de 2025

Ministério Público do PR pede cassação do prefeito de Curitiba

MPPR pede cassação da chapa Eduardo Pimentel e Paulo Martins por abuso de poder político em Curitiba

Por Ronald Stresser, de Curitiba.

 
 

Em meio aos bastidores cada vez mais expostos da política curitibana, o Ministério Público do Paraná decidiu bater à porta da Justiça Eleitoral com um pedido de peso: a cassação do mandato do prefeito Eduardo Pimentel (PSD) e de seu vice, Paulo Martins (PL). O motivo? Acusações sérias de abuso de poder político e de autoridade durante a eleição municipal de 2024. Quem assina a ação é a promotora eleitoral Cynthia Maria de Almeida Pierri, que não parou por aí — ela também pediu a inelegibilidade por oito anos de todos os envolvidos no suposto esquema, incluindo o ex-prefeito Rafael Greca (PSD), nome forte por trás da candidatura, e Antônio Carlos Pires Rebello, ex-superintendente de Tecnologia da Informação da Prefeitura.

A denúncia sustenta que houve uso da máquina pública para favorecer a candidatura de Pimentel. Rebello teria coagido servidores a adquirir convites no valor de R\$ 3 mil para um jantar de arrecadação organizado pelo PSD, realizado em 3 de setembro do ano passado. Os pagamentos teriam sido feitos por meio de terceiros, dificultando a rastreabilidade e configurando, segundo o MPPR, uma tentativa deliberada de burlar os mecanismos de fiscalização. Há, ainda, áudios que comprovariam ameaças de exoneração a quem não colaborasse com a campanha.

Greca é apontado como mentor político da candidatura e teria dado suporte institucional ao esquema. Já Pimentel é descrito como beneficiário direto. A promotora afirma que a rápida exoneração de Rebello, após a revelação dos fatos, funcionaria como uma admissão tácita de culpa por parte da gestão.

Em resposta, o prefeito negou qualquer ameaça a servidores, disse que a campanha utilizou exclusivamente recursos legais — como o Fundo Eleitoral — e declarou confiar no arquivamento da ação pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR). Greca, até o momento, não se pronunciou.

Apesar da gravidade das acusações — que envolvem coerção de funcionários públicos e financiamento irregular de campanha —, não parece crível que a cassação prospere em um ambiente político notoriamente resistente a rupturas desse porte. A robustez das provas, que inclui gravações e relatos internos, contrasta com o histórico do Judiciário eleitoral, que raramente confronta de forma decisiva estruturas de poder tão bem articuladas.

O caso expõe um problema estrutural: o uso de poder político e econômico como ferramenta para desequilibrar o jogo democrático. Candidatos com menor acesso a recursos e sem o respaldo da máquina pública enfrentam uma disputa cada vez mais desigual — um vício de origem que tolhe alternativas reais de representação popular.

Seguiremos atentos ao desenrolar do processo, ouvindo todas as partes e atualizando nossos leitores com responsabilidade. Também nós, como tantos eleitores, aguardamos as cenas dos próximos capítulos.

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