Sulpost Mercado | Edição de 14 de maio de 2025
Mercado global respira aliviado com trégua comercial e megacontratos; no Brasil, Azul amarga prejuízo bilionário
Por Ronald Stresser, da redação.China e Estados Unidos baixam as armas — e o mercado respira
Pela primeira vez em meses, o clima nos mercados globais amanheceu mais leve. Nada de reviravoltas bruscas, ameaças ou tarifas trocadas como munição. Entrou em vigor hoje um acordo entre China e Estados Unidos que promete dar uma trégua na guerra comercial que vinha estremecendo o mundo dos negócios.
O gesto é simbólico, mas concreto: os americanos reduziram tarifas pesadas sobre produtos chineses, e a China fez o mesmo em relação aos bens importados dos Estados Unidos. O mercado financeiro, que andava tenso, reagiu com alívio. O dólar, por exemplo, ficou praticamente imóvel, no menor valor desde outubro. Quando os gigantes param de brigar, o mundo todo agradece.
Catar fecha negócio histórico com a Boeing: 160 jatos no pacote
Enquanto as potências selavam a paz econômica, uma outra movimentação bilionária ganhava as manchetes — dessa vez no setor aéreo. A Qatar Airways decidiu reforçar sua frota com nada menos que 160 aviões da americana Boeing. Valor estimado do contrato? Cerca de 200 bilhões de dólares. Sim, bilhões.
Ainda não se sabe ao certo quais modelos de aeronave estão no pacote, nem se tudo será entregue de uma vez ou ao longo dos anos. O que já se sabe é que esse acordo entra para a história como o maior já assinado pela fabricante americana. Para a Boeing, é um fôlego e tanto. Para a Qatar, um sinal claro de que ela quer continuar crescendo — e voando alto.
Azul toma um tombo e amarga prejuízo de R$ 1,8 bilhão
Do lado de cá, no Brasil, a companhia aérea Azul atravessa um céu bem mais nublado. No balanço divulgado hoje, a empresa revelou um prejuízo pesado: R$ 1,816 bilhão só no primeiro trimestre de 2025. Um número que assustou o mercado e derrubou as ações da companhia em quase 14%.
A Azul atribui parte desse prejuízo a fatores cambiais e ajustes contábeis, mas o impacto foi imediato. Investidores reagiram mal e a confiança na recuperação da empresa ficou abalada. Não é a primeira vez que a companhia encara turbulência — e talvez não seja a última. Mas o recado do mercado foi claro: vai ser preciso mais do que justificativas para recuperar o fôlego.
J&F põe fim a novela judicial e assume de vez a Eldorado
Depois de quase oito anos de disputa, uma das brigas societárias mais longas do país está prestes a acabar. A J&F, holding dos irmãos Batista, vai finalmente assumir o controle total da Eldorado Brasil Celulose. Os 49% que ainda estavam com um grupo indonésio serão comprados, encerrando um litígio que já durava desde 2017.
A assinatura do contrato deve acontecer nas próximas horas. Para o mercado, o desfecho traz previsibilidade. Para a J&F, representa mais controle sobre um dos seus ativos mais estratégicos. E para o setor, um sinal de que, às vezes, até os embates mais arrastados podem ter fim — e com acordo.
Lula volta a defender moeda alternativa ao dólar entre países do Brics
Enquanto o mundo discute tarifas e contratos, o presidente Lula retomou um tema que tem tudo para ganhar força nos próximos anos: a criação de uma moeda alternativa ao dólar para ser usada no comércio entre os países do Brics.
A ideia não é nova, mas Lula tem dado cada vez mais destaque a ela em suas falas. O modelo proposto seria o de uma cesta de moedas — algo que permitiria mais autonomia e menos dependência do dólar nas transações entre países como Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul. Ainda é um projeto em construção, mas que pode mudar bastante o cenário geopolítico se for adiante.
- Esta coluna é uma produção independente e não possui vínculo com instituições governamentais ou empresariais. Sulpost Mercado traz o que realmente importa no noticiário econômico, do jeito que você entende. Um assunto de cada vez, sem perder a humanidade no caminho. Até a próxima.
Nenhum comentário:
Postar um comentário