segunda-feira, 14 de julho de 2025

Paraná abre caminho para o empreendedorismo com novo decreto de liberdade econômica

Com uma linguagem mais simples, digital e desburocratizada, estado do Paraná amplia para 975 as atividades classificadas como de baixo risco e vira referência nacional

Por Ronald Stresser | Sulpost
  
Ampliação do Descomplica Paraná - Roberto Dziura Jr/AEN 

Na manhã desta segunda-feira (14), os corredores do Palácio Iguaçu pareciam respirar alívio. Um alívio coletivo, que começa nos pequenos negócios de bairro e ecoa até os escritórios de tecnologia e inovação. O governador em exercício Darci Piana oficializou, em um evento do Descomplica Paraná, a ampliação do Decreto de Baixo Risco — um passo que promete transformar, mais uma vez, a forma de empreender no Paraná.

A mudança é significativa: o número de atividades econômicas que não precisam mais de licenças prévias de órgãos como o Corpo de Bombeiros, a Vigilância Sanitária, o Instituto Água e Terra, a Agência de Defesa Agropecuária e, agora, também da Polícia Civil, passou de 771 para 975. O impacto pode parecer técnico, mas tem um nome muito simples: liberdade.

Menos barreiras, mais oportunidades

O novo decreto reforça um movimento que o Paraná já vinha encabeçando: dar protagonismo ao empreendedor. Não importa se ele está em uma pequena cidade ou em um grande centro urbano — se o negócio é considerado de baixo risco, a burocracia deixa de ser um entrave. O processo de abrir uma empresa, que antes podia levar até 50 dias, hoje acontece em questão de horas.

Isso significa que conseguimos acompanhar o que está acontecendo no setor produtivo, digitalizando tudo”, disse Darci Piana, destacando o papel da Junta Comercial do Paraná (Jucepar) nesse avanço.

A dispensa das licenças se aplica a atividades consideradas seguras para a integridade física, saúde, meio ambiente e patrimônio. O empreendedor, ao iniciar o processo, declara se cumpre os requisitos exigidos pelos órgãos. É um pacto de confiança, que coloca o cidadão no centro das decisões — e também das responsabilidades.

Descomplica: o nome que virou símbolo

Criado em 2019, o Descomplica Paraná virou mais que um programa. É, hoje, uma política pública madura, com três pilares: facilitar a abertura de empresas de baixo risco, descomplicar o encerramento de negócios e manter um comitê permanente de desburocratização. Em 2023, o estado ocupava a 27ª posição nacional em dispensa de alvarás. Em menos de um ano, saltou para o 2º lugar.

O mais importante de tudo isso é facilitar a vida de quem quer investir, empreender, gerar emprego, renda e imposto para o estado também”, afirmou Sebastião Rigoni de Mello, diretor-presidente da Jucepar.

Polícia Civil na era da integração

Entre as inovações trazidas pela nova versão do decreto, uma merece atenção especial: a Polícia Civil do Paraná passa a integrar a Redesim, rede nacional que conecta os órgãos responsáveis pelo registro de empresas. O estado é o primeiro do Brasil a fazer isso.

Isso significa que, para atividades que exigem controle mais rigoroso, como chaveiros, joalherias e ferros-velhos, a Polícia Civil agora tem visibilidade direta desde o início do processo de registro. Uma solução que une agilidade com segurança jurídica.

Incluímos a Polícia Civil porque há uma lei específica para algumas dessas atividades. O Paraná é o único estado com todos os órgãos licenciadores em uma única plataforma”, destacou Jean Rafael Puchetti Ferreira, presidente do Comitê Estadual de Desburocratização.

Números que contam histórias reais

Entre janeiro e maio de 2025, mais de 45 mil empresas foram classificadas como de baixo risco no Paraná. Para além das estatísticas, são pessoas que puderam tirar ideias do papel sem esbarrar em papéis. Mulheres que abriram salões de beleza em casa, jovens que lançaram startups, famílias que montaram pequenos comércios no quintal.

O impacto financeiro também é expressivo. A desburocratização das primeiras 771 atividades já havia gerado um retorno de R$ 420 milhões em um ano e meio. Com a ampliação, a expectativa é chegar a R$ 500 milhões anuais, segundo Puchetti.

E os dados de junho confirmam o avanço: o tempo médio de abertura de empresas no estado foi de apenas 8 horas e 5 minutos — a segunda melhor marca da história paranaense, e a terceira melhor do país.

Olhando para o futuro

Durante o evento, foi anunciada ainda uma nova iniciativa do governo estadual para acelerar ainda mais os processos. Uma ferramenta digital, com base em georreferenciamento, será levada a municípios interessados para automatizar a análise de viabilidade locacional — algo que ainda é feito manualmente em várias cidades e representa um dos grandes gargalos da legalização de empresas.

É disso que estamos falando: usar tecnologia para destravar o tempo e a criatividade dos paranaenses”, reforçou Vitor Tioqueta, do Sebrae Paraná.

Empreender com dignidade

A reportagem ouviu empreendedores como Márcia Rocha, 37 anos, moradora de Colombo, que conseguiu abrir seu negócio de cosméticos em menos de 24 horas. “Antes, parecia que a gente precisava pedir permissão para existir. Agora, o processo foi tão simples que até chorei de emoção quando vi tudo aprovado”, contou.

Ou como Eduardo Farias, 25 anos, de Ponta Grossa, que abriu uma oficina de bicicletas em abril. “Eu tenho medo de papelada, não entendo muito. Mas no portal Empresa Fácil foi tudo automático. Só segui o passo a passo”, disse.

Impressão que fica

Fica a certeza de que a liberdade econômica, quando aliada à responsabilidade, é uma poderosa ferramenta de transformação social. O novo decreto não é apenas uma canetada em um evento no Palácio Iguaçu — é um compromisso renovado com quem sonha, planeja e trabalha para mudar de vida.

Se o Estado for mesmo o braço estendido da sociedade, como dizem os livros de política pública, talvez esteja aqui um bom exemplo: mais que liberar licenças, liberar caminhos.

📷 Foto: Roberto Dziura Jr/AEN 📌 Com informações da Agência Estadual de Notícias do Paraná (AEN), Governo do Estado do Paraná, Junta Comercial do Paraná, Programa Descomplica Paraná.

Estados Unidos em pânico: Richard Wolff revela a verdade por trás do colapso

O colapso que se esconde atrás das manchetes: o alerta de Richard Wolff sobre um império à beira do abismo

Por Ronald Stresser | Editorial, para o Sulpost
 
 

Algo não fecha. A economia dos números parece sorrir, mas o rosto das ruas expressa desalento. Os lucros das grandes corporações se multiplicam enquanto o trabalhador comum, esse que carrega nas costas o peso do sistema, mal consegue pagar as contas no fim do mês. E nessa dissonância desconcertante, o economista Richard Wolff lança um alerta: o colapso não é uma falha — é parte do plano.

Em um vídeo recente, Wolff não faz rodeios. Ele olha nos olhos do sistema e revela: a crise que estamos vivendo — e a que ainda está por vir — não é um desvio de rota, mas o destino natural de um modelo desenhado para concentrar riqueza e poder nas mãos de poucos. Segundo ele, a guerra comercial entre Estados Unidos e China é apenas a superfície de uma batalha muito mais profunda: a guerra de classes.

A encruzilhada histórica que o Ocidente não quer enxergar

Enquanto Europa e Estados Unidos parecem presos ao passado, a China avança com uma velocidade que assusta — não pelo autoritarismo, como muitos gostam de argumentar, mas pela eficiência de um modelo híbrido que une planejamento estatal com força de mercado. E isso, diz Wolff, desestabiliza o imaginário ocidental que sempre vendeu o capitalismo liberal como a única via possível para o progresso.

Mais desconcertante ainda: a China não seguiu cegamente o Ocidente. Ela observou, adaptou e criou um caminho próprio. E nesse caminho, milhões saíram da pobreza. Cidades foram erguidas em meses. A inovação floresceu, sem depender do aval de Wall Street ou do FMI.

O fantasma da desindustrialização e a classe média traída

Wolff toca num ponto nevrálgico: a transferência da produção industrial para países de mão de obra barata destruiu a espinha dorsal da classe média americana. O pai que trabalhava numa fábrica agora dirige Uber. A mãe que montava peças virou entregadora de aplicativo. O sonho foi terceirizado — e com ele, a dignidade.

Enquanto isso, uma elite financeira corre em círculos, tentando manter o controle de uma narrativa que já não convence. O sistema se alimenta de quem produz e engorda quem especula. Quando o colapso não vem com explosões, ele vem com silêncio. Um silêncio que apodrece por dentro.

Trump, tarifas e a “economia performática”

E então aparece Donald Trump. Para Wolff, a política econômica do ex-presidente não passa de um “Hail Mary” — aquela jogada desesperada no fim do jogo. As tarifas contra a China foram mais barulho do que estratégia, mais marketing do que solução. Elas aumentaram o custo de vida, precarizaram cadeias produtivas e serviram, no fundo, para esconder a falência de um modelo.

A classe trabalhadora, que esperava a volta dos empregos, recebeu apenas slogans e uma conta mais alta no mercado. “Trump reinventou o imposto”, diz Wolff, “mas o disfarçou de patriotismo.”

O império balança — e a máscara cai

As tarifas, porém, são só uma das engrenagens de uma máquina muito maior. Wolff afirma que o verdadeiro poder está nas mãos de quem financia a dívida pública americana: bilionários, bancos e fundos que emprestam ao Estado e recebem de volta com juros generosos, pagos com o sacrifício dos que menos têm. A desigualdade não é um efeito colateral — é o motor.

A crise, afirma o economista, é um projeto político. Um plano bem gerido que transforma o Estado num refém da elite econômica. A democracia vira fachada. E o cidadão comum, aquele que vota e paga impostos, vira apenas um detalhe estatístico.

O que vem depois?

O que vem depois, talvez nem Wolff saiba. Mas ele deixa pistas. O modelo chinês, com todos os seus defeitos, ainda parece tentar administrar suas contradições. Já os Estados Unidos preferem maquiar suas rachaduras com discursos vazios sobre liberdade e empreendedorismo.

Enquanto isso, uma geração inteira descobre que o esforço individual não basta. Que o mérito, num sistema viciado, é privilégio de poucos. E que, no fim, a luta de classes não está nos livros de história — ela está nas ruas, nas greves, nas contas atrasadas e na ansiedade coletiva que não tem nome, mas tem causa.

Conclusão: o império grita no escuro

Na visão de Richard Wolff, os Estados Unidos já não são uma potência em ascensão. São um império que grita no escuro, fingindo força enquanto perde o controle. A guerra comercial com a China é só o pano de fundo de um espetáculo onde a plateia já começou a sair da sala. A peça, ao que parece, está perto do fim.

Mas a história ainda está sendo escrita. E talvez, no intervalo entre o colapso e a reconstrução, resida a chance de imaginar um novo futuro — um em que a vida valha mais do que o lucro, e a dignidade não seja um luxo para poucos.

Itaipu e CIBiogás vão dar workshop gratuito sobre créditos de carbono

Com Itaipu e CIBiogás, Brasil dá exemplo de economia verde em workshop gratuito sobre créditos de carbono

Por Ronald Stresser | Sulpost
 
 

Num tempo em que o mundo clama por alternativas sustentáveis, o Brasil tem mostrado que sabe fazer diferente — e melhor. Às margens do Rio Paraná, Itaipu Binacional, a maior geradora de energia limpa e renovável do planeta, dá mais uma prova de que seu compromisso vai além das turbinas. Em parceria com o CIBiogás, referência em inovação no setor de energias renováveis, a hidrelétrica promove um workshop gratuito e transformador: “Explorando o Mercado Voluntário – Créditos de Carbono e RECs”, que acontece no dia 27 de agosto, às 14h, em formato online.

As inscrições já estão abertas e podem ser feitas no site da CIBiogás.

Um passo adiante na transição energética

Muito se fala sobre ESG, neutralidade de carbono e economia verde. Mas quantos realmente compreendem o funcionamento dos Créditos de Carbono, o mercado voluntário ou o papel dos RECs (Renewable Energy Certificates) na transformação da matriz energética global?

É justamente essa lacuna que o workshop quer preencher. Voltado a profissionais e estudantes das áreas de sustentabilidade, transição energética, consultorias, setor jurídico-regulatório e empresas de energia, o curso é uma imersão valiosa e prática no universo dos ativos ambientais — com quem entende, faz e vive esse mercado todos os dias.

Mais do que teoria, o evento traz perspectivas concretas do setor no Brasil e no mundo, mostrando como esses mecanismos impactam diretamente a forma como empresas lidam com suas pegadas ambientais e reputações corporativas.

Aprendendo com quem está na linha de frente

Não é à toa que Itaipu é um símbolo mundial de sustentabilidade. Sua atuação não se restringe à produção de energia limpa: é uma usina de ideias, projetos e iniciativas que fazem da tecnologia uma aliada do planeta. Junto ao CIBiogás, que tem no DNA a pesquisa, o desenvolvimento e a inovação em bioenergia, a hidrelétrica tem formado gerações de profissionais que carregam consigo a urgência da transição energética e a consciência de que é possível crescer sem destruir.

O workshop é uma oportunidade rara de aprender com quem está diretamente conectado ao desenvolvimento do setor. Especialistas vão abordar desde os fundamentos dos Créditos de Carbono até as possibilidades de aplicação prática dos RECs em diferentes contextos — de grandes corporações a pequenas consultorias ambientais.

Este workshop é pra você que:

  • Quer atuar (ou já atua) com energias renováveis, sustentabilidade ou transição energética;
  • Trabalha em empresas do setor energético, consultorias ambientais ou na área jurídico-regulatória;
  • Busca se posicionar como referência técnica no mercado de carbono e RECs;
  • Acredita que aprender com quem faz diferença é o primeiro passo para fazer parte da mudança.

Por que agora?

Porque o futuro não espera. O mundo está redesenhando suas prioridades e os profissionais preparados para conduzir essa mudança serão protagonistas nos próximos anos. O curso promovido por Itaipu e CIBiogás é mais do que uma capacitação: é um convite para ser parte ativa da transição energética, com base sólida, conhecimento técnico e responsabilidade ambiental.

Em tempos de desafios climáticos globais, poucas ações são tão urgentes — e tão promissoras — quanto entender e aplicar os mecanismos que recompensam quem protege o meio ambiente.

Se você quer fazer parte dessa transformação, o momento é agora.

👉 Garanta sua vaga gratuita no workshop:

https://materiais.cibiogas.org/workshop-creditos-de-carbono-e-recs

A energia do futuro se constrói hoje. E ela é verde.

domingo, 13 de julho de 2025

A sonda Parker e o voo mais íntimo da humanidade junto ao astro-rei

Toque no Sol: Sonda da NASA faz história ao registrar imagens mais próximas já captadas da estrela que nos dá a vida — Sonda Parker realiza o voo mais íntimo da humanidade com o astro-rei

Por Ronald Stresser | Sulpost

 
Foto: Divulgação/NASA
 

Em dezembro de 2024 uma barreira cósmica foi quebrada por uma aproximação histórica. A 6,1 milhões de quilômetros da superfície escaldante do Sol — uma distância que, para os padrões espaciais, é praticamente um passo — a sonda Parker Solar Probe, da NASA, eternizou em imagens e dados algo que, por séculos, parecia inalcançável: o coração flamejante da estrela que nos dá a vida.

As imagens mais próximas já registradas do Sol não são apenas uma conquista tecnológica. Elas são, sobretudo, uma jornada íntima da humanidade rumo ao desconhecido — um olhar direto para a força que pulsa no centro do nosso sistema solar, como quem, pela primeira vez, encara os olhos do tempo.

Lançada em agosto de 2018, a Parker nasceu com a missão ousada de atravessar a coroa solar, a camada mais externa da atmosfera do Sol, onde temperaturas ultrapassam 1.377ºC. Para isso, carrega consigo um escudo térmico de carbono de 11 centímetros de espessura. É pouco, se pensarmos no que está do outro lado: um mar de plasma fervente, campos magnéticos selvagens e um brilho que cega — mas é exatamente aí que mora o mistério que os cientistas querem decifrar.

Foi em 2021 que a Parker cruzou a coroa solar pela primeira vez. Três anos depois, em sua aproximação mais ousada, os instrumentos a bordo registraram, com nitidez sem precedentes, o chamado vento solar — um fluxo constante de partículas carregadas que escapam da gravidade solar e serpenteiam o espaço, tocando planetas, gerando auroras boreais e, por vezes, ameaçando nossas redes elétricas e satélites.

“Estamos testemunhando onde as ameaças climáticas espaciais à Terra começam, com nossos olhos, não apenas com modelos”, declarou Nicky Fox, administradora associada da Diretoria de Missões Científicas da NASA. “Esses novos dados nos ajudarão a aprimorar significativamente nossas previsões climáticas espaciais para garantir a segurança de nossos astronautas e a proteção de nossa tecnologia aqui na Terra e em todo o Sistema Solar.”

Nicky fala com a serenidade de quem sabe: não se trata apenas de conhecer o Sol por curiosidade científica. É uma questão de segurança, de proteção da vida e da infraestrutura em um mundo cada vez mais dependente da tecnologia. A cada tempestade solar que atinge nosso planeta, satélites podem ser desativados, sistemas de navegação prejudicados, e até redes elétricas inteiras correm o risco de colapsar.

A Parker, em seu voo rasante, nos oferece mais do que dados. Ela nos dá uma chance real de antecipar o caos e, quem sabe, evitar catástrofes silenciosas que se anunciam em partículas invisíveis.

Ao final de sua missão, prevista para 2025, a sonda terá completado 24 órbitas ao redor do Sol. Duas ainda restam. Duas danças incandescentes com a estrela que nos rege, em busca de respostas sobre como nascem as tempestades espaciais, sobre o que move o clima cósmico — e, talvez, sobre o que ainda não sabemos que precisamos saber.

Enquanto a Parker se aproxima, corajosa e solitária, do coração solar, fica a sensação de que algo profundo se move em nós também. Porque explorar o Sol é, em essência, explorar a nós mesmos: nossa sede de compreender, nossa vontade de sobreviver, nossa eterna curiosidade diante da vastidão do Universo.

📍 Com informações da NASA e da CNN.

O Dia do Rock na Capital do Rock

O Dia Internacional do Rock, na Capital Nacional do Rock 🎸Curitiba, guitarras e vinho: um brinde ao Dia do Rock com alma, som e sabor

Por Ronald Stresser | Sulpost | 13 de julho de 2025

 
Dia Mundial do Rock é celebrado ni Festival Crossroads, em Curitiba, apontado como maior do gênero no Sul do País - Franklin de Freitas/Bem Paraná
 

Era 1970 quando o mundo escutava pela primeira vez os primeiros acordes psicodélicos de Paranoid, segundo disco da icônica banda inglesa Black Sabbath. Um álbum que não apenas consolidou o heavy metal como gênero, mas também cravou na história a voz rouca e crua de uma geração inconformada.

Naquele mesmo ano, no sul do Brasil, nascia alguém que carregaria para sempre essa trilha sonora no coração. Hoje, em 13 de julho de 2025, essa pessoa comemora 55 anos de Rock n'roll — e celebra o Dia do Rock com uma taça de vinho na mão, e é claro, ao som do Sabbath.

Mas há algo diferente nesta data. O que antes era apenas sobre riffs, cabelos desgrenhados e jaquetas de couro, hoje também se entrelaça com os sentidos mais refinados. Sim, é possível harmonizar rock com vinho — e a ciência já provou isso.

We salute

Pesquisadores da Heriot-Watt University, na Escócia, recentemente conduziram um experimento curioso: 250 estudantes degustaram diferentes tipos de vinho enquanto ouviam estilos musicais variados. O resultado foi surpreendente: o mesmo vinho podia parecer mais "leve" ou "pesado" dependendo da música que tocava. O som, ao que tudo indica, altera a percepção do paladar.

E, aqui em Curitiba, com o frio que tem feito, essa fusão de sensações não poderia fazer mais sentido. Esquenta e faz o coração pulsar no ritmo da música.

A capital do rock e o vinho como trilha sonora

Curitiba sempre foi palco das guitarras. Foi berço de bandas como Blindagem, ícone do rock paranaense, e abriga bares lendários como o 92 Graus, Jokers e Crossroads — espaços onde o rock não envelhece, apenas amadurece, tal qual um bom tinto em barrica.

Neste 13 de julho, a cidade não apenas pulsa no compasso das baquetas, mas também nos taninos dos vinhos. Inspirado pela data e pela pesquisa escocesa, o Guia do Vinho e da Gastronomia listou cinco rótulos que combinam com diferentes estilos musicais — e, claro, o rock tem seu par ideal.

Rock & Nederburg: encontro de peso

O vinho sul-africano Nederburg Heritage Heroes the Motorcycle Marvel é uma verdadeira sinfonia de força e profundidade. Complexo como War Pigs, encorpado como o riff de Iron Man e envelhecido por 28 meses em carvalho, ele homenageia Günter Brözel, lenda da enologia e amante de motocicletas. Ao degustá-lo, é fácil imaginar uma Harley cruzando a BR-277 ao som de Sabbath ou Led Zeppelin.

Do funk ao jazz: taças e acordes em sintonia

Se o seu coração pulsa mais nos ritmos do funk ou da MPB, outras opções não faltam. O Pouca Roupa Tinto, vindo do Alentejo, traduz em vinho a irreverência do funk com notas de cereja e cassis. Já o espumante Viva La Vida Brut Rosé, brasileiro da Serra Gaúcha, traz a leveza e a doçura da música popular — um brinde aos encontros suaves.

No pop, quem reina é o francês Domaine de la Chartreuse Cru du Rhône Chateauneuf-du-Pape, um vinho quase litúrgico em sua complexidade. Como cantavam os Engenheiros: “o papa é pop”. E para os mais sofisticados, o chileno El Pacto Acordo nº 3 Blend se une ao jazz como uma jam session de sabores, com suas camadas de couro, tabaco e ameixa.

Curitiba brinda ao som de distorções

No bairro São Francisco, entre casarões antigos e intervenções urbanas, o som do rock ecoa. No Largo da Ordem, no Cavalo Babão, na Trajano e na Jayme, o público se reúne, como em todo domingo alternativo, para viver a cidade com arte e atitude. Nesta data simbólica, o rock curitibano se veste com o mesmo espírito de Paranoid: ousado, sombrio, eterno.

No Crossroads, um cartaz avisa: “Especial Dia do Rock – tributo a Black Sabbath, Iron Maiden e Raimundos”. No bar, jovens e senhores brindam com cervejas artesanais, mas também há quem erga uma taça de vinho tinto e diga: “Ao rock, à vida”.

Brinde aos sentidos

O rock nasceu rebelde, mas nunca deixou de evoluir. Hoje, ele se senta à mesa, conversa com o jazz, troca olhares com o funk e dança com a MPB. E, por que não, bebe vinho. Afinal, como ensinou Ozzy Osbourne, “ser louco é apenas uma questão de perspectiva”.

Neste 13 de julho, Curitiba — essa capital que respira guitarras e poesia urbana — levanta sua taça. Seja com Led Zeppelin, Mutantes, Rita Lee ou Rolling Stones, o importante é brindar à música que atravessa gerações e à arte de sentir.

Feliz Dia do Rock.

E se puder, experimente: troque a cerveja por um vinho. Dê play na sua banda favorita. Entre nós clima de Woodstock e sinta — de olhos fechados — o som e o sabor se encontrando no mesmo acorde.

📍 Reportagem para o blog Sulpost

📝 Texto de redação Sulpost, com informações do Guia do Vinho e da Gastronomia, Heriot-Watt University e Whiplash.net. Jornalista responsável: Ronald Stresser 12713/PR

🍷 Beba com moderação, beba menos, beba melhor.

sábado, 12 de julho de 2025

Zeca Dirceu enfrenta Trump em debate com Felipe Barros na CNN

“O Brasil não se curva”: Zeca Dirceu (PT) enfrenta Trump e apoia a posição do presidente Lula em debate com o também paranaense Felipe Barros (PL) na CNN

Por Ronald Stresser | Sulpost
 
 

Na tarde deste sábado (12), em um embate que promete reverberar por dias, o deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR) foi direto ao ponto no Debate da CNN Brasil: Donald Trump, ao impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, não está apenas mirando a balança comercial — está atacando a soberania do Brasil.

“Trump está atacando nossa independência, nosso governo. Nenhum país pode dizer ao outro o que seu Judiciário ou Congresso devem fazer. Isso é repugnante”, afirmou Zeca, sem meias palavras.

O embate com o deputado Felipe Barros (PL), também eleito pelo Paraná, revelou os dois lados do front: de um lado, a defesa da política externa do presidente Lula; do outro, a tentativa de minimizar os impactos das ações do presidente americano. Zeca, no entanto, foi categórico ao afirmar que o Brasil não aceitará sanções disfarçadas de tarifas comerciais.

“É mentira que o Brasil tem uma relação comercial injusta com os EUA. Eles vendem mais pra nós do que nós pra eles. Essa tarifa é uma retaliação política — e um gesto desesperado para salvar Bolsonaro”, disse, ao lembrar que o ex-presidente brasileiro está prestes a ser julgado por tentativa de golpe de Estado e suposta conspiração para assassinar Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes.

Zeca ainda deu um puxão de orelha nos parlamentares brasileiros que, segundo ele, “estão conspirando contra os empregos e a economia do país, ao se aliarem a Trump”.

“Isso é mais que irresponsabilidade. É traição aos interesses do Brasil.”

A resposta do presidente Lula, segundo o deputado e candidato à presidência do PT Paraná, está sendo firme, diplomática e articulada com todos os setores produtivos — do agronegócio à indústria e comércio.

“O Brasil não vai se calar. Vai reagir com dignidade. E vamos convencer os EUA a recuar.”

Com falas intensas, o debate da CNN revelou o que está em jogo: mais do que tarifas, é a afirmação de um país que se recusa a abaixar a cabeça. Como disse Zeca Dirceu, com todas as letras:

“O Brasil não se curva. O Brasil vai resistir.”

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Quando a Terra fala: o novo espetáculo do Kīlauea no coração do Havaí

Na madrugada de 9 de julho, o vulcão mais ativo do planeta voltou a estremecer a ilha com jatos de lava que tocaram o céu. Um espetáculo de beleza e poder que reacende reflexões sobre a força ancestral da natureza

Por Ronald Stresser | Sulpost
 
A erupção do Kilawea - Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS)
 

Era madrugada no Havaí quando o céu escurecido ganhou tons de vermelho incandescente. Eram 4h10 da manhã quando o Kīlauea — o vulcão mais ativo do arquipélago e um dos mais monitorados do mundo — entrou novamente em erupção. Como num ritual ancestral, colunas de lava começaram a jorrar da cratera Halemaʻumaʻu, alcançando alturas que beiraram os 365 metros, o equivalente a um arranha-céu de 100 andares.

O evento, apesar da sua magnitude, não representou risco imediato às comunidades. A erupção se concentrou dentro dos limites seguros do Parque Nacional dos Vulcões, e foi acompanhada de perto pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), que monitora cada batida do coração geológico da ilha.

Mas o que se viu ali não foi apenas um fenômeno físico. Foi, para muitos, um momento de comunhão com algo maior. “Parecia que o sol nascia no meio da noite”, disse um visitante emocionado ao ver o espetáculo pela trilha de observação. A erupção durou cerca de nove horas e cessou de forma abrupta às 13h20. O tempo suficiente para gravar na memória — e nos céus — a dança ancestral entre fogo e terra.

Um gigante que nunca dorme

O Kīlauea não é um estranho à atividade. Desde dezembro de 2024, ele tem apresentado episódios recorrentes de erupção. São eventos curtos, mas intensos, que ocorrem a cada poucos dias e costumam durar cerca de um dia — uma espécie de "pulso" constante da Terra. A erupção de 9 de julho foi considerada o episódio número 28 desde o final do ano passado, e um dos mais vigorosos, segundo o USGS.

Cada erupção tem seus próprios sinais: tilímetros registram deflações (quando o magma é expelido), seguidas por inflamações (quando ele volta a se acumular no interior do vulcão). O solo respira junto com o magma.

Durante a erupção mais recente, as fontes de lava começaram com cerca de 45 metros de altura, mas, à medida que a atividade se intensificou, os jatos ultrapassaram 300 metros, iluminando a cratera Halemaʻumaʻu com uma luz laranja e hipnótica. Um show que se repetiu ao longo de nove horas com rara intensidade.

Entre ciência e espiritualidade

No Havaí, cada erupção é também um ritual simbólico. Para o povo nativo, o Kīlauea não é apenas um vulcão — é o lar da deusa Pele, a deusa do fogo e dos vulcões. A lava que escorre não é vista apenas como destruição, mas como criação. É o sopro divino que molda a terra, que transforma o mundo sob nossos pés.

“Testemunhar isso é como ver a origem da Terra diante dos olhos”, disse um vulcanólogo do Observatório de Vulcões do Havaí (HVO), que acompanha a atividade do Kīlauea há anos.

Espetáculo que respira

Ao mesmo tempo em que encanta, o vulcão exige atenção. Durante a erupção, os ventos carregaram partículas de cinzas e “Pele’s hair” — filamentos finos de vidro vulcânico — para áreas próximas, o que levou a alertas de saúde, embora sem impactos significativos até o momento.

Outro risco, apontado pelos cientistas, são os desmoronamentos do cone de lava formado durante a erupção. O USGS alerta que pequenas escorrências podem ocorrer nas próximas 24 a 48 horas, dependendo da pressão interna do vulcão e das chuvas sobre a cratera.

Monitoramento constante

O Kīlauea é hoje um dos vulcões mais monitorados do mundo. Câmeras ao vivo, drones e sensores sísmicos captam em tempo real cada tremor, cada alteração química nos gases expelidos, cada mudança na estrutura da caldeira. E essa vigilância é vital: mesmo que hoje a erupção esteja contida, os sinais do subsolo indicam que o magma continua se movimentando, e novos episódios podem ocorrer a qualquer momento.

Futuro em ebulição

Enquanto o magma sobe e desce sob os pés dos havaianos, a população local vive em harmonia com essa força. O turismo volta a crescer nas áreas seguras do parque, onde visitantes podem observar de perto, mas com segurança, os rastros de fogo e rocha que desenham a nova geografia da ilha.

A Terra ali não é estática. Ela pulsa. E no Kīlauea, essa pulsação é visível, audível, sentida. Um lembrete de que o planeta está vivo. Que por mais que dominemos tecnologia e ciência, há forças que seguem regendo os ciclos da vida — e nos lembrando de onde viemos.

Curiosidades

  • Está em atividade quase contínua desde 1983. 

  • Em 2018, sua erupção destruiu mais de 700 casas. 

  • O nome "Kīlauea" significa “espalhando muito” em havaiano, em referência ao fluxo constante de lava. 

  • É o lar da deusa Pele na mitologia havaiana. 

  • Está situado no Parque Nacional dos Vulcões do Havaí, Patrimônio Mundial da UNESCO.

  • Com informações do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), Observatório de Vulcões do Havaí (HVO), Parque Nacional dos Vulcões do Havaí, MauiNow (portal de notícias locais)

Sulpost — Reportagens que respiram o tempo e revelam o mundo.

sexta-feira, 11 de julho de 2025

Força que vem do povo: o papel vital da Força Sindical para o Brasil que trabalha de verdade

No chão de fábrica, na mesa de negociações e nas trincheiras da soberania nacional, a Força Sindical do Paraná mostra que patriotismo é defender direitos, empregos e dignidade. Porque um país forte começa por seu povo

Por Ronald Stresser | Sulpost 
 
 

No país das desigualdades que teimam em resistir, a verdadeira força não mora nos altos prédios envidraçados das grandes fortunas. Ela se constrói com suor, união e consciência coletiva. Essa é a força que vem dos trabalhadores e das trabalhadoras — e é exatamente essa força que a Força Sindical do Paraná representa com coragem e coerência.

Na semana de 7 a 11 de julho, a entidade reafirmou seu compromisso com o Brasil real: o Brasil das fábricas, das periferias, das mães que lutam, dos aposentados que resistem e dos jovens que sonham. Mais do que bandeiras e palavras de ordem, a Força-PR se apresenta como escudo e ponte — escudo contra retrocessos e ponte para conquistas.

Patriotas de verdade defendem o Brasil dos brasileiros

A frase é simples, mas carrega um grito urgente: “O Brasil é dos brasileiros!” Em tempos de discursos vazios e interesses entreguistas, a Força Sindical lembra que soberania não se defende apenas com armas ou fronteiras — se defende garantindo comida no prato, direitos respeitados e uma política econômica voltada para a maioria.

Enquanto apenas 50 brasileiros concentram uma riqueza que poderia render R$ 1,3 trilhão por ano com justa taxação — conforme aponta estudo divulgado pela entidade — trabalhadores convivem com cortes, precarização e isenções bilionárias ao grande capital. Nos últimos 16 meses, foram R$ 414 bilhões em isenções fiscais para empresas, enquanto serviços públicos seguem à míngua.

“Taxar os super-ricos é gerar emprego e elevar o PIB”, alerta outro levantamento divulgado pela central. Não é ideologia, é lógica de justiça social e soberania.

Negociações que mudam realidades

Nas fábricas, a Força se materializa em conquistas reais. Foi o que aconteceu na Jtekt, na Grande Curitiba, onde os metalúrgicos aprovaram proposta com abono de R$ 3 mil e PPR que pode chegar a R$ 17 mil. Na Maringá Soldas, o PLR aprovado pode alcançar R$ 10 mil. Em tempos de inflação e arrocho, cada centavo negociado é símbolo de resistência e valorização.

Mas também há lutas que seguem. Os trabalhadores da Volks em São José dos Pinhais rejeitaram uma proposta de aumento de produção negociada entre três plantas. O recado foi claro: volume sem valorização não passa.

Memória viva: a luta dos aposentados

A base da Força Sindical não esquece quem ajudou a construí-la. Em Curitiba, aposentados metalúrgicos se reuniram para debater pautas específicas da categoria. O tempo pode tirar a força do corpo, mas não apaga a força da voz.

Enquanto isso, nos campos do esporte e da confraternização, o Campeonato Metalúrgico de Futebol 7 aqueceu corações no último domingo em Ipiranguinha. A segunda rodada já tem data: 13 de julho, com a abertura da regional São José dos Pinhais/Pinhais. Luta também é celebração da vida.

Democracia viva nas urnas sindicais

Em Londrina, a vitória da Chapa 1 nas eleições do Sindicato dos Metalúrgicos representa a renovação do compromisso com a base. A democracia sindical é um dos pilares da representatividade — e ela segue forte, participativa e conectada com as urgências da categoria.

De olho no mundo, com os pés no chão

Nem mesmo a geopolítica escapa do radar da Força. O chamado “tarifaço” de Donald Trump contra países emergentes acendeu o alerta entre entidades sindicais brasileiras, que temem prejuízos à indústria nacional. Por outro lado, a Anfavea divulgou um crescimento de 7,8% na produção de veículos no primeiro semestre, o que sinaliza um possível alento — desde que haja políticas públicas que garantam empregos e não apenas lucro para poucos.

O Brasil que busca sua força nas bases

Quando a Força Sindical levanta a bandeira da soberania, da justiça fiscal e da dignidade trabalhista, ela não está fazendo política de partido. Está fazendo política de povo. Está dizendo, com todas as letras, que o Brasil pode ser justo, grande e forte — mas só será, de fato, se for para todos.

Essa Força é nossa. E enquanto ela resistir, haverá esperança.

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Com informações do Site da Simec – Notícias da Força Sindical PR

Carros econômicos e sustentáveis terão IPI zerado

Brasil acelera rumo ao futuro verde: programa que zera IPI de carros sustentáveis marca compromisso com a responsabilidade em ser o país sede da COP30

Por Ronald Stresser | Sulpost

 
Programa MOVER: preocupação ambiental e justiça social  - Júlio César Silva
 

Num momento em que o mundo se volta ao Brasil com grandes expectativas para a COP30, que será realizada em Belém do Pará, o país responde não apenas com discursos, mas com ações concretas. Entre elas, um passo emblemático: o lançamento do programa que zera o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para veículos mais econômicos, de maior eficiência energética e fabricados em território nacional. A medida, prevista no programa MOVER (Mobilidade Verde e Inovação), é mais do que uma estratégia fiscal — é um símbolo de que o Brasil quer conduzir seu próprio caminho rumo ao desenvolvimento sustentável.

“O Brasil está dando um exemplo ao mundo no ano da COP30”, disse com entusiasmo o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, durante o lançamento do programa, realizado no Palácio do Planalto. “Estamos estimulando a descarbonização, a sustentabilidade e, ao mesmo tempo, ajudando a população, gerando emprego e renda.”

Mas a importância da iniciativa vai além das falas institucionais. Ela representa uma mudança de mentalidade num país historicamente pressionado a escolher entre crescimento econômico e proteção ambiental. Agora, o governo aposta que é possível conciliar ambos — e, mais ainda, transformar essa conciliação em oportunidade.

Um novo modelo em mobilidade

O programa MOVER propõe mais do que incentivos fiscais. Ele estrutura uma lógica de premiação à inovação sustentável. Carros compactos que emitam menos de 83g de CO₂ por quilômetro, utilizem mais de 80% de materiais recicláveis, sejam produzidos no Brasil e tenham alto desempenho em segurança e eficiência energética terão IPI zerado. A intenção é clara: renovar a frota brasileira com veículos menos poluentes, mais acessíveis e fabricados com tecnologia nacional.

“O IPI Verde não é só uma questão tributária. Ele é, na prática, uma política ambiental que vai se refletir nas ruas, no ar que respiramos e no bolso das famílias”, destacou Fernando Haddad, ministro da Fazenda. Ele lembra que a medida não aumenta a carga tributária — é fiscalmente neutra — mas tem impacto direto na qualidade de vida e no desenvolvimento industrial do país.

O programa também tributa com mais rigor os veículos que mais poluem e consomem energia, estabelecendo alíquotas maiores para carros movidos exclusivamente a gasolina ou diesel, mesmo quando híbridos. Já os elétricos, híbridos flex-fuel ou movidos a etanol terão vantagens expressivas na tributação.

Tecnologia nacional e futuro promissor

A iniciativa já provoca reação positiva no setor produtivo. As montadoras instaladas no Brasil anunciaram, até o momento, R$ 190 bilhões em investimentos, que envolvem desde fábricas de autopeças até o desenvolvimento de novas tecnologias.

“O MOVER nos dá previsibilidade. Isso nos permite investir não apenas em veículos, mas em inovação, em engenheiros, em pesquisa. Estamos fortalecendo a cadeia nacional”, afirmou Igor Calvet, presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).

E mais: o programa exige que as principais etapas da produção ocorram no Brasil — como soldagem, pintura, fabricação de motor e montagem. Isso não apenas gera empregos como posiciona o país como referência global em mobilidade sustentável.

Justiça social sobre rodas

Além da pegada ambiental, o novo modelo também carrega um caráter fortemente social. Com a queda no preço dos chamados “carros de entrada”, mais brasileiros poderão ter acesso a veículos 0km. É o caso de carros populares, que devem ficar mais baratos para famílias de menor renda, permitindo mobilidade com menor custo de manutenção e menor impacto ambiental.

Essa lógica contrasta com velhas políticas públicas que, muitas vezes, beneficiavam mais quem já tinha acesso ao consumo. Agora, a política se volta ao equilíbrio: poluiu mais, paga mais; poluiu menos, tem desconto. Renda maior, mais imposto; renda menor, mais incentivo. Como disse Haddad, é uma política “progressiva, inclusiva e verde.

Um Brasil que inspira

O país que será palco da 30ª Conferência do Clima da ONU em 2025 quer chegar à COP30 com legitimidade. E isso não se constrói com promessas, mas com atos. O IPI Verde, o Carro Sustentável e o programa MOVER são algumas das engrenagens dessa virada de chave.

Nos corredores do Planalto, o clima é de otimismo. Mas, nas ruas, o verdadeiro impacto será medido pelo acesso da população aos veículos mais limpos e pela redução concreta das emissões. A expectativa é que até 60% dos carros comercializados no país já contem com algum nível de desconto no IPI com base nos critérios do MOVER.

A pergunta que o mundo faz — se o Brasil está pronto para liderar a agenda climática global — começa a ser respondida, carro a carro, tecnologia a tecnologia. O Brasil não espera a COP30 para mostrar ao mundo seu compromisso. Já está agindo. E, no caminho do desenvolvimento sustentavel e da economia verde que o país escolheu, quem ganha é o futuro.

  • Com informações do Ministério da Fazenda, Palácio do Planalto, MDIC, Diário Oficial da União, Anfavea - Foto: Júlio César Silva/MDIC - Reportagem: Ronald Stresser | Sulpost

quinta-feira, 10 de julho de 2025

Donald Trump, um doidão na Casa Branca

De aliados a motivo de piada: como Trump virou chacota nos EUA ao ameaçar o Brasil por causa de Bolsonaro

Por Ronald Stresser| Sulpost 
 
Arquivo / Internet 
 

Quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na última quarta-feira (9) que pretende impor uma tarifa de 50% sobre todas as importações brasileiras, os Estados Unidos não apenas reacenderam as tensões com o Brasil — acenderam também um sinal de alerta dentro do próprio governo norte-americano. E, para muitos, um sinal de vergonha.

Sim, vergonha. Porque o homem que voltou à Casa Branca prometendo “colocar os Estados Unidos em primeiro lugar” agora protagoniza uma cena surreal: ameaçar uma nação parceira por causa de um aliado político pessoal, o ex-presidente Jair Bolsonaro, que enfrenta julgamento no Brasil por tentativa de golpe de Estado.

“A forma como o Brasil tem tratado o ex-presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado no mundo durante seu mandato, inclusive pelos Estados Unidos, é uma vergonha internacional”, escreveu Trump, em carta oficial ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A carta, enviada diretamente do Salão Oval, pegou diplomatas de surpresa e acendeu críticas de especialistas, inclusive dentro dos Estados Unidos, que classificaram a postura de Trump como “impulsiva, pessoalista e diplomática apenas no papel”.

Washington em polvorosa: staff desprevenido e clima de tensão

Fontes da própria Casa Branca relataram à imprensa norte-americana que a decisão sobre as tarifas foi tomada por Trump sem consultar o Departamento de Estado, o Tesouro ou sua equipe econômica. Assessores confidenciaram que o anúncio chegou ao alto escalão “por meio da imprensa”.

“Estamos no meio de uma crise diplomática criada unilateralmente, baseada em uma relação pessoal e ideológica, sem qualquer racionalidade econômica ou institucional”, afirmou um ex-funcionário do Departamento de Comércio.

Nos bastidores, a movimentação causou constrangimento até mesmo entre republicanos que apoiaram Trump nas urnas. “É como se estivéssemos vivendo num reality show geopolítico, onde decisões econômicas sérias são tomadas por impulso e afinidade política”, escreveu um colunista do Washington Post.

Na base da economia americana, medo e perplexidade

Enquanto Trump briga com o Brasil em nome de Bolsonaro, empresários americanos olham com receio para as possíveis consequências. A tarifa de 50% sobre produtos brasileiros pode afetar diretamente diversos setores nos Estados Unidos, do agronegócio à construção civil.

Em Miami, onde a comunidade brasileira é forte, donos de comércios expressaram preocupação imediata. “A gente importa frutas, carnes, móveis e até mármore do Brasil. Essa tarifa vai matar o negócio de muita gente”, diz Gabriela Dantas, comerciante há 12 anos na Flórida.

No centro-oeste americano, produtores de etanol já temem represálias brasileiras. Em Nova York, o setor alimentício prevê aumento nos preços de alimentos tropicais. E tudo isso, segundo especialistas, sem qualquer planejamento estratégico ou diálogo prévio com os parceiros comerciais.

Brasil reage com firmeza: ‘Não seremos tutelados por ninguém’

A resposta do presidente Lula foi clara e sem rodeios: “Somos um país soberano. Não aceitamos interferência ou tutela de quem quer que seja. Possuímos instituições sólidas e independentes. Ninguém está acima da lei.

Em nota oficial, o governo brasileiro anunciou que retaliará as tarifas americanas na mesma proporção, e reforçou que o julgamento de Bolsonaro é uma decisão da Justiça brasileira, independente e legítima.

“Essa não é uma disputa entre governos. É uma tentativa de ingerência externa baseada em amizade política e ideologia autoritária”, afirmou uma fonte do Itamaraty ao Sulpost.

Uma amizade que custa caro

Trump e Bolsonaro mantêm uma aliança pública há anos, sustentada por discursos inflamados, negação da ciência, conservadorismo radical e o desprezo por instituições democráticas. Agora, essa conexão ameaça respingar diretamente nas relações entre os dois países.

Para analistas internacionais, Trump está usando sua posição de chefe de Estado para proteger um aliado pessoal — um movimento considerado extremamente perigoso para a democracia global.

“O uso de tarifas como arma pessoal coloca a política externa americana em risco. Isso jamais aconteceria em governos minimamente equilibrados”, afirma Sandra Meyer, professora de Relações Internacionais da Universidade de Georgetown.

Entre o ridículo e o perigoso

Dentro dos Estados Unidos, a imagem de Trump se desmancha entre os que esperavam um segundo mandato mais pragmático. A tentativa de interferência em um processo judicial estrangeiro é vista por muitos como um abuso de poder – e também como uma piada de mau gosto.

“É como se o presidente governasse com base no Twitter e nas amizades pessoais. Isso não é política. É egocentrismo institucionalizado”, diz o analista político Marcus Lewin, de Harvard.

Enquanto isso, o Brasil se vê no centro de uma crise que não provocou — e o mundo observa, perplexo, a escalada de tensões entre duas das maiores democracias do continente.

  • Com informações do The New York Times (Jack Nicas, 09/07/2025)

📌 Matéria publicada com exclusividade no Sulpost. Para republicações, entre em contato com nossa redação. Whatsapp: 4199281-4340 ✍️ Ronald Stresser

Lula responde à altura ameaças de Trump

Brasil responde com dignidade ao tarifaço e intromissões de Trump: “Somos soberanos”, diz o presidente Lula

Por Ronald Stresser | Sulpost

© Marcelo Camargo/Agência Brasil

Num gesto que transcende a economia e mergulha nas águas profundas da dignidade nacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu com firmeza e indignação à mais nova provocação do presidente norte-americano Donald Trump: a imposição de uma tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras aos Estados Unidos. O motivo alegado por Trump? Uma mistura inquietante de desinformação, ingerência política e um tom de ameaça diplomática que remete aos tempos mais sombrios da Guerra Fria.

Mas o Brasil de 2025 não é mais o mesmo. Nem política, nem moral, nem economicamente. E Lula deixou isso claro, numa declaração curta, mas contundente: “Somos um país soberano, com instituições independentes que não aceitará ser tutelado por ninguém”.

Quando o comércio vira chantagem

Na carta enviada a Lula, Trump ultrapassou as fronteiras da diplomacia ao justificar a retaliação econômica com base no processo judicial contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, réu por tentativa de golpe de Estado. Sim, Trump está usando um ex-presidente que está inelegível pela Lei da Ficha Limpa e que é réu no Supremo Tribunal Federal, como argumento oficial de Estado para penalizar uma nação soberana. Não se trata apenas de um gesto hostil — é uma verdadeira gafe diplomática.

“O julgamento não deveria estar ocorrendo. É uma Caça às Bruxas que deve acabar IMEDIATAMENTE!”, escreveu Trump, ao comentar a atuação da Justiça brasileira. Em qualquer lugar do mundo, seria inaceitável. Vindo do líder da maior economia do planeta, é também perigoso.

Mais grave ainda: Trump alega que o Brasil estaria “atacando eleições livres” e violando a liberdade de expressão de cidadãos americanos — uma acusação tão vaga quanto infundada. Na realidade, o que o Brasil tem feito é aplicar sua legislação contra crimes digitais, discursos de ódio e fake news. E faz isso com respaldo social, jurídico e constitucional.

Lula e a Lei da Reciprocidade: resposta à altura

Em resposta imediata, o governo brasileiro anunciou que ativará a Lei de Reciprocidade Econômica, aprovada em abril deste ano, que permite ao Brasil retaliar medidas unilaterais que afetem negativamente sua competitividade internacional.

Essa legislação autoriza a suspensão de concessões comerciais, restrições a importações de bens e serviços e até mesmo a suspensão de direitos de propriedade intelectual. “A soberania, o respeito e a defesa intransigente dos interesses do povo brasileiro são os valores que orientam a nossa relação com o mundo”, afirmou Lula nas redes sociais.

O Palácio do Planalto agiu rápido. Em menos de 24 horas após a carta de Trump, uma reunião de emergência foi realizada com os principais ministros do governo: Fernando Haddad (Fazenda), Mauro Vieira (Relações Exteriores), Rui Costa (Casa Civil), Sidônio Palmeira (Secom) e o vice-presidente Geraldo Alckmin. A mensagem foi clara: o Brasil não vai se curvar.

Números desmentem Trump

A justificativa econômica apresentada por Trump também desmorona diante dos números. Segundo dados do próprio governo norte-americano, os EUA têm superávit com o Brasil de aproximadamente US$ 200 milhões por ano — e um superávit acumulado de US$ 410 bilhões nos últimos 15 anos.

Ou seja: o discurso de que o Brasil impõe “barreiras injustas” não se sustenta. Muito menos a ideia de que o déficit com o Brasil seja uma “ameaça à segurança nacional dos EUA”, como Trump chegou a afirmar. É, no mínimo, um insulto à inteligência dos brasileiros e aos dados oficiais.

Diplomacia ou dominação?

O que Trump busca não é equilíbrio comercial — é submissão política. Ao condicionar a redução de tarifas ao “relacionamento” com o Brasil, o presidente dos Estados Unidos tenta transformar a diplomacia em barganha. Não é comércio — é chantagem.

“Essas tarifas podem ser modificadas, para cima ou para baixo, dependendo do relacionamento com seu país”, escreveu Trump, como quem dita as regras num jogo de dominância.

Lula não apenas recusou o jogo — levantou da mesa. “O processo judicial contra aqueles que planejaram o golpe de Estado é de competência apenas da Justiça brasileira e, portanto, não está sujeito a ingerência ou ameaça de qualquer tipo”, escreveu o presidente.

Brasil na vanguarda dos Brics e do respeito mútuo

O anúncio da tarifa ocorre dias após o atrito entre Trump e Lula em razão da cúpula do Brics no Rio de Janeiro — bloco que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e que avança cada vez mais como um polo geoeconômico alternativo ao eixo Estados Unidos-Europa.

Para alguns analistas, o gesto de Trump não é apenas uma retaliação econômica, mas também uma tentativa de isolar o Brasil por sua postura independente no cenário internacional. Uma resposta ao avanço do Sul Global e à recusa em se alinhar incondicionalmente às ordens de Washington.

Brasil não se cala

A posição do governo Lula não é apenas uma defesa de interesses comerciais — é uma declaração de princípio. É a reafirmação de que o Brasil não aceita pressões externas, não se submete a ameaças veladas e não tolera o uso do poder econômico como arma política.

“Para operar em nosso país, todas as empresas nacionais e estrangeiras estão submetidas à legislação brasileira”, escreveu Lula, rebatendo também as acusações infundadas de que o Brasil persegue empresas americanas do setor digital.

O que vem pela frente

O Brasil estuda uma série de contramedidas, incluindo o aumento de tarifas sobre produtos norte-americanos e a suspensão de benefícios a empresas que operam no país com incentivos bilaterais. O Itamaraty já articula uma ofensiva diplomática junto aos países do Brics e da América Latina.

Mais do que uma disputa tarifária, este é um embate simbólico sobre soberania, respeito e justiça internacional.

Porque o Brasil não é colônia.

Porque o Brasil tem voz.

E, acima de tudo, porque o Brasil tem memória.

"Brasil, quem te USA não te ama!"

quarta-feira, 9 de julho de 2025

Feira Sabores do Paraná está com inscrições abertas até 14 de julho

Sabores do Paraná: feira celebra a agricultura familiar e a agroecologia com foco na juventude rural

Por Redação Sulpost
 
 

Entre as árvores centenárias e os ventos de agosto que sopram o cheiro da terra molhada, Curitiba vai receber um dos eventos mais significativos para quem planta, colhe e acredita na força da agricultura familiar. De 21 a 24 de agosto, o Parque Barigui será palco da Feira Sabores do Paraná, encontro que vai além da simples exposição de produtos: é um abraço coletivo na agroecologia, nas tradições regionais e, sobretudo, nas pessoas que dedicam a vida a alimentar o Estado com ética, cuidado e identidade.

As inscrições para participar da feira estão abertas até o dia 14 de julho. Serão selecionados 140 empreendimentos rurais, incluindo agricultores individuais, cooperativas e associações, todos com algo em comum: o compromisso com a produção artesanal e sustentável. Este ano, a feira também lança um olhar especial para o futuro do campo, priorizando empreendimentos que tenham jovens rurais com até 29 anos à frente dos processos produtivos.

“Queremos mostrar ao Paraná que a juventude rural está viva, cheia de ideias e com vontade de inovar sem perder suas raízes”, afirma Karoline Marques, coordenadora estadual de Agroindústria do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná). A instituição é uma das responsáveis por promover o evento, ao lado de diversas organizações públicas e do terceiro setor que atuam no fortalecimento da agricultura familiar, como a Secretaria da Agricultura do Estado, Sebrae/PR, Faep-Senar-PR, Fetaep e Ceasa-PR.

Mais que produtos, histórias

Quem visita a feira não encontra apenas compotas, queijos artesanais, cafés especiais e conservas cuidadosamente rotuladas. Encontra também histórias. Como a da dona Nair, de 67 anos, que há décadas transforma frutas do quintal em doces que conservam o sabor da infância. Ou do jovem Lucas, de 23 anos, que deixou a cidade para investir na propriedade dos avós e hoje cultiva cogumelos orgânicos, respeitando o ciclo da natureza e apostando na inovação agroecológica.

Esse mosaico de experiências, que conecta tradição e tecnologia, será exibido ao público em um dos cenários mais emblemáticos da capital paranaense, o Centro de Eventos Positivo, dentro do Parque Barigui. Com entrada gratuita, o evento contará ainda com aulas-show de gastronomia e ações que valorizam o turismo rural, promovendo o Paraná como território de sabores autênticos e hospitalidade generosa.

Critérios e processo de seleção

Para garantir a diversidade e a qualidade dos produtos apresentados, os interessados devem atender a alguns requisitos técnicos. O principal deles é possuir o Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF) ativo. Além disso, quem trabalha com alimentos deve estar regularizado sanitariamente, conforme a legislação vigente, e os produtos precisam ter rótulo adequado. Já o artesanato rural deve trazer elementos da identidade regional ou utilizar matérias-primas oriundas da propriedade familiar.

As inscrições podem ser feitas pelo site do IDR-Paraná ou diretamente em escritórios do Instituto espalhados pelos municípios. A confirmação da participação será divulgada a partir do dia 25 de julho, após análise das propostas.

Karoline reforça que o evento é uma vitrine estratégica para os pequenos produtores: “A feira é uma oportunidade de conquistar novos clientes, firmar parcerias, e também de sentir o reconhecimento do público urbano, que muitas vezes não tem ideia do esforço e da dedicação que existe por trás de cada alimento que chega à mesa.”

Agroecologia como caminho

Mais que uma feira, os Sabores do Paraná refletem uma visão de mundo. Cada produto ali comercializado carrega um modelo de desenvolvimento que respeita o meio ambiente, valoriza o saber popular, fortalece a economia local e promove soberania alimentar. É o campo em diálogo com a cidade, sem intermediários, com afeto e consciência.

Em tempos de crises climáticas, insegurança alimentar e esvaziamento das zonas rurais, o evento se torna uma resposta viva e propositiva: mostrar que é possível produzir com sustentabilidade, cuidar da terra como quem cuida da própria família e cultivar alimentos que nutrem corpo, alma e comunidade.

📌 Feira Sabores do Paraná

🗓️ 21 a 24 de agosto de 2025

📍 Centro de Eventos Positivo – Parque Barigui, Curitiba

📝 Inscrições até 14 de julho pelo site do IDR-Paraná

📣 Prioridade para jovens rurais com até 29 anos

📋 Resultado dos selecionados: a partir de 25 de julho

No parque mais bonito da capital, o campo vai ocupar seu espaço com orgulho e resistência. Porque os ar verdadeiros sabores do Paraná nascem onde há terra fértil, mãos calejadas e sonhos plantados com esperança, como nas mãos do semeador, figura central do brasão do estado.

Acesse o regulamento aqui. Inscrições aqui.

Sulpost – Jornalismo com alma e raízes profundas na região que alimenta o Brasil. Faça sua doação via chave pix: 41992814340 - Ronald Stresser / Jornalista: 12713/PR

 

Reciclagem no Brasil: os invisíveis que sustentam a economia verde

Catadores invisíveis, reciclagem essencial: os pilares esquecidos da grande mídia que sustentam a economia verde no Brasil

Por Ronald Stresser | Sulpost
 
 

Debaixo do sol escaldante ou enfrentando a garoa fina das madrugadas brasileiras, eles estão lá — puxando carrinhos improvisados, revirando lixeiras, separando, com mãos calejadas, aquilo que muitos jogam fora sem pensar duas vezes. Os catadores e catadoras de materiais recicláveis são, sem exagero, os verdadeiros alicerces da economia verde no Brasil. Invisíveis para boa parte da sociedade, são eles quem, todos os dias, sustentam o que há de mais promissor na indústria da sustentabilidade: a reciclagem.

No Brasil, a coleta seletiva ainda engatinha. Apesar de avanços importantes nos últimos anos, a separação de resíduos nas casas continua sendo um desafio. Dados recentes do Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão de Resíduos Sólidos (Sinir) mostram que, das 877 mil toneladas de embalagens de vidro colocadas no mercado, 221 mil toneladas retornaram para a reciclagem. Isso significa uma taxa de reciclagem de 25,1% — um salto significativo em relação aos tímidos 11% registrados há apenas cinco anos.

Mas esse avanço não é fruto do acaso. Ele tem nome, rosto e história. É o resultado direto do trabalho incansável das cooperativas e dos catadores e catadoras, que mesmo em condições precárias e sem reconhecimento, são responsáveis por grande parte dos resíduos que chegam ao ciclo da reciclagem. São eles que garantem que toneladas de papelão, plástico, alumínio e vidro tenham uma nova chance — poupando recursos naturais, evitando poluição e movimentando a roda da economia circular.

Um futuro embalado em vidro

Um marco importante para o setor foi o Decreto nº 11.300, de 21 de dezembro de 2022 — o primeiro no país a incentivar a logística reversa, começando pelas embalagens de vidro. A norma estabelece metas ambiciosas: até 2032, as fabricantes deverão utilizar pelo menos 40% de vidro reciclado em sua produção. Para atingir essa meta, muitas indústrias já se movimentam. Novos fornos estão sendo instalados em estados como Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul.

Esses investimentos fazem parte de uma mudança estrutural alinhada à política da Nova Indústria Brasil (NIB), lançada pelo governo federal. A NIB se ancora em três pilares fundamentais: não geração de resíduos e poluição; circulação de materiais em seus mais altos valores; e regeneração da natureza. Em resumo, trata-se de produzir, consumir e reciclar de maneira inteligente — e, sobretudo, humana.

Os invisíveis da linha de frente

Apesar de toda essa movimentação no topo da cadeia, a base ainda sangra. A realidade dos catadores é marcada pela informalidade, pela insalubridade e pela ausência de garantias mínimas de trabalho. Muitos ainda sobrevivem com a venda direta do material coletado, sem acesso a cooperativas ou políticas de fomento. Mesmo assim, são eles quem garantem, na prática, o funcionamento da reciclagem no país.

“Quando a gente fala em reciclagem no Brasil, estamos falando, antes de mais nada, da força de vontade de milhares de homens e mulheres que carregam nas costas esse sistema”, relata Simone da Silva, integrante de uma cooperativa em Curitiba (PR). “Mas o reconhecimento ainda não vem. É como se a gente fosse parte do lixo, e não da solução.”

Simone não está sozinha. O Brasil possui cerca de 800 mil catadores e catadoras, segundo estimativas de organizações do setor. Uma força de trabalho vital para o meio ambiente e para a indústria, mas que segue à margem das políticas públicas e da proteção social. Eles são o elo entre o descarte irresponsável e a reinserção do resíduo na cadeia produtiva — um elo frágil, mas fundamental.

Um país com potencial, mas que precisa acordar

Para que o Brasil se torne uma referência em reciclagem, é urgente superar barreiras estruturais. É preciso ampliar a coleta seletiva com investimento público, fomentar o uso de tecnologias inovadoras, melhorar a infraestrutura das cooperativas e, acima de tudo, valorizar quem faz o trabalho acontecer. Isso inclui reconhecer os catadores como trabalhadores formais, garantir acesso a direitos básicos e promover campanhas educativas que envolvam toda a sociedade.

A mudança começa dentro de casa — com a separação correta dos resíduos, com o apoio à coleta seletiva e com o respeito por quem trabalha com dignidade em meio ao que muitos descartam. A descrença de parte da população na efetividade do sistema precisa ser enfrentada com transparência, informação e engajamento coletivo.

A reciclagem, afinal, não é apenas um processo industrial. É um pacto ambiental e social. E nesse pacto, os catadores e catadoras não podem mais ser tratados como invisíveis. São eles que seguram, com suas mãos marcadas de luta, a esperança de um Brasil mais verde, mais justo e mais sustentável.

📌 Matéria produzida para o blog Sulpost. Fontes: Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão de Resíduos Sólidos (Sinir), Decreto 11.300/2022, Nova Indústria Brasil (NIB), entrevistas com cooperativas e catadores de materiais recicláveis.

Coluna do Daniel Vicente - 09/07/2025

O que está por trás do seu dinheiro?

Por Daniel Vicente | Wura Invest – XP Investimentos

Daniel Vicente | Wura Invest – XP Investimentos

Enquanto Trump entrega tarifas, você entrega o quê?

O carteiro Trump está de volta — e, como sempre, chega sem avisar. As ações da WEG caíram 4% nesta semana, impactadas por rumores de tarifas de até 50% sobre o cobre anunciadas pelo ex-presidente dos EUA, que ensaia um retorno com a mesma retórica protecionista. O Ibovespa recuou 0,33%, o dólar caiu para R$ 5,44, e o petróleo subiu com a previsão de menor produção americana. Do lado de cá, no Brasil, o comércio varejista mostrou sinais de desaceleração e a curva de juros voltou ao radar do mercado.

Tudo isso em um só dia.

Mas enquanto o mercado reage a cada novo gesto — ou ameaça — de uma figura que virou personagem de si mesmo, como definiu o estrategista Alexandre Matias, da Monte Bravo, surge a pergunta que não cala: o que está por trás das nossas decisões financeiras?

A resposta, por mais surpreendente que pareça, não está nas manchetes. Está em você.

Finanças com propósito: a estratégia que começa com o ouvir

Na Wura Invest, onde atuo como especialista em alocação de ativos e planejamento patrimonial, o ponto de partida nunca é o mercado. É a sua história. É o nascimento de um filho. Uma aposentadoria que se aproxima. Um negócio de família. Um recomeço.

Cuidar de patrimônio é, antes de tudo, cuidar de pessoas. É sobre entender medos, objetivos e valores — não apenas gráficos e projeções. A estratégia vem depois. E ela precisa ser sob medida, como um bom alfaiate que não vende terno, mas veste o seu estilo de vida.

Mesmo em semanas agitadas como esta — em que a tensão comercial entre Estados Unidos e países do BRICS (como o Brasil) volta a crescer, e em que o Banco Central brasileiro estuda mudanças na forma de usar a poupança para financiar imóveis — o investidor precisa respirar fundo e lembrar: não é sobre o ruído, é sobre o plano.

Trump pode cobrar 50%. Mas a conta maior é a do improviso.

Deixar-se levar por uma notícia ou uma queda pontual pode custar caro. Não só no saldo da carteira, mas no caminho que você vinha construindo. Como costumo dizer aos meus clientes — sejam iniciantes ou com grandes fortunas — investir é uma maratona emocional tanto quanto financeira.

É por isso que o meu trabalho é oferecer inteligência, segurança e propósito. Para que você não reaja ao mercado — mas o atravesse com consistência. Porque, no fim, a única taxa que realmente importa é aquela que você paga por não ter um plano claro.

Onde investir em julho? Talvez a pergunta seja: com quem?

Com o mundo atravessando mais uma onda de incertezas, não há fórmulas mágicas. Mas há uma escolha essencial: com quem caminhar nesse processo. Alguém que não fale só de ativos, mas que saiba traduzir seus objetivos em soluções.

Vamos conversar? É hora de tirar seus planos do papel com quem entende — e, principalmente, com quem se importa.

Grande abraço,

Daniel Vicente

Especialista em alocação de ativos, estratégias patrimoniais e planejamento sucessório.“Conectando você ao que realmente importa.”

Wura Invest | XP Investimentos

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