segunda-feira, 7 de julho de 2025

FAB aciona Super Tucanos e intercepta aeronaves em plena Cúpula do BRICS

FAB aciona Super Tucanos e intercepta aeronaves em plena Cúpula do BRICS: os bastidores de uma vigilância silenciosa pelos céus do Rio

Por Ronald Stresser | Sulpost

Imagem gerada por IA / Sulpost
 

O dia abafado desse domingo, 6 de julho, foi tudo menos comum para os céus do Rio. Enquanto chefes de Estado das maiores economias emergentes se reuniam sob o rígido protocolo da Cúpula do BRICS, três aeronaves desconhecidas invadiram o espaço aéreo restrito imposto em torno da cidade. A resposta foi rápida, precisa e, acima de tudo, silenciosa: a Força Aérea Brasileira acionou seus caças A-29 Super Tucano — joias da indústria bélica nacional — para interceptar os voos que transgrediram as regras de segurança.

Longe dos holofotes da diplomacia e da pompa do evento, pilotos da FAB voaram a postos, olhos fixos no radar e dedos próximos ao manche, em uma operação que durou poucos minutos, mas que carrega a densidade de um cenário em que cada detalhe pode significar segurança nacional.

“Essas aeronaves entraram inadvertidamente nas áreas de exclusão. Foram orientadas a sair e obedeceram prontamente. Nossos caças acompanharam até que se afastassem completamente da zona de segurança”, afirmou o tenente-coronel Deoclides Fernandes, comandante do CGNA (Centro de Gerenciamento de Navegação Aérea), em entrevista à CNN.

As interceptações ocorreram entre sábado (5) e domingo (6), envolvendo três aeronaves da aviação geral — voos civis não comerciais, muitas vezes compostos por aviões de pequeno porte que cruzam o país em trajetos privados ou turísticos. Ainda que os pilotos tenham obedecido à orientação da FAB, o caso está sob investigação. O motivo: mesmo um deslize pode ser perigoso quando o espaço aéreo está sob vigilância total por ocasião de um evento geopolítico dessa magnitude.

Por que os Super Tucanos?

A escolha da FAB pelos A-29 Super Tucano para as missões de interceptação não foi casual. Desenvolvido pela Embraer e adotado oficialmente em 2004, o caça leve brasileiro carrega uma combinação letal de versatilidade, robustez e precisão. É uma aeronave que sabe ser firme sem ser provocativa, ideal para situações como essa, em que a missão é mais dissuasiva do que ofensiva.

“O Super Tucano é perfeito para esse tipo de operação: rápido o suficiente para alcançar intrusos, mas com uma presença menos intimidante que caças supersônicos. É uma mensagem clara, porém equilibrada, de que o espaço aéreo está protegido”, explica o analista militar Gabriel Andrade, da Revista Defesa Estratégica.

Com 15 países operadores e um histórico comprovado de combate, o A-29 é a espinha dorsal da aviação de ataque leve em diversas partes do mundo. Em 2025, o modelo já contabiliza 16 novas unidades vendidas apenas para América Latina — Paraguai, Panamá e Uruguai estão entre os mais recentes compradores.

BRICS sob proteção: o céu como linha de frente

Nos bastidores da cúpula, a operação aérea da FAB foi tão importante quanto os discursos proferidos nos salões envidraçados do MAM. A cidade do Rio, transformada em zona estratégica nos últimos dias, contou com navios da Marinha patrulhando a Baía de Guanabara, helicópteros sobrevoando pontos críticos e, acima de tudo, olhos atentos no céu.

O espaço aéreo sobre a capital fluminense foi submetido a um rígido controle. Áreas de exclusão temporária foram estabelecidas em múltiplos níveis, com rotas civis redirecionadas e zonas de voo completamente interditadas — medidas que fazem parte do protocolo internacional de segurança durante encontros de alto nível.

As três aeronaves que invadiram esse perímetro podem até ter cruzado a linha sem intenção, mas não escaparam do radar e da reação imediata da FAB. “Estamos preparados para garantir a segurança da operação aérea e a proteção das autoridades presentes”, frisou o comandante responsável pela operação.

Segurança nacional em tempos voláteis

No contexto global atual, em que a tensão geopolítica é palpável — da guerra na Ucrânia à recente aproximação militar entre Coreia do Norte e Rússia —, episódios como o do último domingo ganham outro peso. A FAB mostrou que o Brasil leva a sério seu papel de anfitrião e garantidor da ordem.

A presença dos Super Tucanos nos céus do Rio de Janeiro não é apenas uma demonstração de força, mas uma prova de prontidão. Sem precisar disparar um único tiro, a aeronave fabricada no interior de São Paulo reafirmou seu valor estratégico. Em tempos em que o mundo se move entre alianças frágeis e ameaças invisíveis, vigilância constante e resposta rápida são o verdadeiro trunfo de qualquer nação soberana.

  • Com informações da CNN, Poder360, Metrópoles e Revista Sociedade Militar.

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