Entre rios e raízes: selo comemorativo de Itaipu é lançado na COP30 e celebra o legado de Sebastião Salgado e da energia que move o planeta
Por Ronald Stresser – 12 de novembro de 2025
Em meio à brisa úmida da Amazônia e ao burburinho de vozes vindas de todas as partes do mundo, um gesto simples, quase poético, marcou a manhã desta terça-feira (11) na Zona Verde da COP30: o som leve do carimbo sobre o papel selou um compromisso entre passado, presente e futuro. Ali, no estande da Itaipu Binacional, os Correios do Brasil lançaram dois selos comemorativos que falam de legado e de esperança — um em homenagem ao fotógrafo Sebastião Salgado, e outro em celebração à presença da Itaipu e do Itaipu Parquetec na Conferência Mundial do Clima.
O ato de obliteração dos selos, tradição centenária da filatelia, reuniu nomes que representam a ponte entre arte, ciência e sustentabilidade: Hilton Rogério Maia Cardoso, diretor de Negócios dos Correios; Juliano Ribeiro Salgado, filho de Sebastião e presidente do Instituto Terra; Énio Verri, diretor-geral brasileiro da Itaipu; e Alexandre Leite, diretor de Tecnologias do Itaipu Parquetec.
“Hoje celebramos o que o Brasil tem de mais genuíno: a capacidade de transformar responsabilidade em gesto, e gesto em legado”, resumiu Cardoso, em um tom que parecia ecoar não só pelos corredores da COP, mas pela própria história da filatelia brasileira — uma das mais antigas e ricas do mundo, iniciada em 1843 com os lendários selos Olhos-de-Boi.
Um selo como ato de resistência
Para além do papel impresso, o selo lançado em Belém é um símbolo de resistência ambiental e humana. Ele traduz a visão de Sebastião Salgado, o artista que trocou o glamour das grandes cidades pelo desafio de replantar o verde perdido. Com Lélia Wanick, sua companheira de vida e obra, fundou o Instituto Terra na década de 1990, transformando terras áridas em florestas vivas — mais de 3,5 milhões de árvores nativas e 2.300 hectares de Mata Atlântica restaurados.
“Ser homenageado juntamente com Itaipu, essa imensa referência para a restauração ambiental, é um símbolo muito forte para a gente”, disse Juliano Salgado, com emoção visível. “Meu pai acreditava que o homem e a natureza podem caminhar juntos — e o selo é essa prova pequena, mas eterna.”
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| Da esquerda para direita, Alexandre Leite, Juliano Ribeiro Salgado, Enio Verri e Hilton Rogério Maia Cardoso |
Itaipu: energia que renova mais do que luz
Ao lado do selo de Salgado, surge o selo comemorativo do aniversário de Itaipu Binacional e da sua atuação na COP30. A usina, que há décadas alimenta Brasil e Paraguai com energia limpa, se apresenta agora também como símbolo de inovação e compromisso climático.
“Itaipu vai muito além da geração de energia. Ela inspira políticas públicas, restaura ecossistemas e abre caminho para a transição energética que o mundo exige”, afirmou Énio Verri, destacando que a empresa é coorganizadora e parceira estratégica da Secretaria Extraordinária para a COP30 (Secop) e da Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI).
Com o Itaipu Parquetec, braço de tecnologia e inovação da usina, surgem soluções para energia renovável, mobilidade elétrica e sustentabilidade urbana. Verri lembrou ainda o programa Itaipu Mais que Energia, que promove ações ambientais com geração de emprego e renda. “No contexto das mudanças climáticas, o desenvolvimento está ligado à preservação do meio ambiente”, concluiu.
Postais e memórias: o Brasil que escreve para o futuro
No mesmo estande, uma nova forma de conexão ganhou vida: visitantes da COP30 podem escolher cartões postais de Belém — com imagens captadas por Kiko Sierich — e enviá-los gratuitamente a qualquer destino. Cada postal retrata cenas emblemáticas da capital paraense, como o Parque Linear da Nova Doca, os mercados de São Brás e Ver-o-Peso, e ações de educação ambiental apoiadas pela Itaipu.
Os postais são enviados pela própria usina, transformando o ato de escrever uma carta em um gesto de cidadania e afeto — um eco moderno da tradição que move os Correios há mais de três séculos.
O selo como espelho da alma brasileira
A filatelia, que nasceu para registrar o tempo, volta a exercer seu papel essencial: documentar a história e as emoções de um povo. E ao escolher Itaipu e Sebastião Salgado como temas de um mesmo lançamento, o Brasil mostra ao mundo que seu verdadeiro tesouro está naquilo que une energia e sensibilidade — o poder de reconstruir o que o tempo, às vezes, tenta apagar.
Na COP30, em meio a debates sobre metas, transição energética e biodiversidade, um selo pequeno se tornou um manifesto silencioso pela permanência da vida.
E, como toda carta que chega ao destino, ele carrega a promessa de que o futuro ainda pode ser selado com esperança.
- Com informações da Itaipu Binacional – Assessoria de Imprensa (liberação oficial)



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