Coxa campeão e Athletico vice: a taça da Série B é símbolo de recomeço, enquanto o futebol paranaense retoma seu lugar natural, com o retorno dos dois grandes clubes da capital à elite
| Com a vitória sobre o Amazonas o Coritiba retorna a primeira divisão como campeão - Staff/CBF |
A capital paranaense acordou diferente. Mais leve. Mais viva. Mais Coxa. Na noite de ontem a cidade já mostrava alegria e alívio: buzinas, bandeiras nas janelas e conversas que se transformavam em festa — porque o Coritiba conquistou o título da Série B de 2025 e garantiu o retorno à primeira divisão com autoridade, e com o arquirival Athletico Paranaense chegando em segundo.
A noite histórica em Manaus
Em Manaus, onde o time viajou para selar o destino da temporada, o Coxa venceu o Amazonas por 2 a 1 e comemorou o tricampeonato da competição — uma campanha encerrada com 68 pontos que confirma, nas estatísticas e no sentimento, o direito do clube de voltar à elite.
A vitória foi mais do que um placar: foi o capítulo final de um calendário que, rodada a rodada, exigiu organização, disciplina tática e paciência. A defesa, reconhecidamente a menos vazada da competição, transformou dúvidas em segurança; o ataque, por vezes discreto, foi alma quando necessário.
| Iury Castilho marcou o segundo gol do Coxa e fez o time botar a mão na taça - Staff Images / CBF |
Mozart e o peso da história
No centro dessa narrativa esteve Mozart, que já conhecia a sensação do título como jogador e, agora, após 26 anos, ergue a sua primeira taça nacional como treinador — um gesto que mistura memória e futuro e que foi acompanhado de um convite público: um encontro com a torcida no Aeroporto Internacional Afonso Pena para a recepção dos campeões.
A cidade que vai ao encontro
Nas redes, em grupos de WhatsApp e em conversas de botequim, a promessa se espalhou: um grande número de torcedores promete ir receber o time no Afonso Pena. É a cidade inteira transformando o aeroporto em praça de encontro; faixas sendo preparadas, ônibus sendo alinhados, crianças e avós combinando o que vão vestir. Se confirmado em massa, o movimento tornará o desembarque um dos grandes momentos de comunhão entre time e torcida.
Do aeroporto ao Couto Pereira — a festa que a cidade quer
Depois do desembarque, a tradição indica um só lugar para a continuação da festa: o Couto Pereira. Lá, entre cimento e lembranças, a taça encontrará seu espaço simbólico. Torcedores, jogadores e a comissão técnica animam a ideia de levar a cerimônia para o templo do clube — porque ali se medem histórias, gerações e promessas.
Paraná de volta ao protagonismo
O que se comemora em Curitiba tem reflexos políticos e esportivos maiores: Coritiba e Athletico retornam juntos à Série A, devolvendo ao Paraná um lugar de destaque no futebol nacional. A presença dos dois rivais na elite reacende expectativas — não apenas por clássicos de grande apelo, mas pela disputa por elencos, contratações e preparação para uma temporada em que a atenção do país estará voltada para a região.
A pergunta que se instala nas rodas de bar e nos estúdios é prática e cheia de esperança: como serão formados os elencos para 2026? Quais reforços chegarão? Como cada clube vai se preparar para transformar acesso em permanência e ambição em resultado?
O retorno do Remo — 31 anos depois
A festa não foi só paranaense. Do outro lado do mapa, o Remo garantiu o acesso à Série A e volta à principal divisão após 31 anos ausente — um feito construído com a força de sua torcida no Mangueirão, que transformou partidas em verdadeiros atos de fé e esperança. O retorno do clube paraense reacende o protagonismo regional e amplia a diversidade geográfica da elite nacional.
Chape: renascimento e emoção
Outro símbolo de reconstrução no país é a Chapecoense, que, após quatro anos, também voltou à Série A — garantindo o terceiro lugar com a vitória por 1×0 sobre o Atlético Goianiense na Arena Condá. A Chape volta à elite com sua história de superação ainda muito presente, convertida agora em força competitiva.
O que a taça representa
Para os torcedores do Coxa, a taça é menos um objeto do que um espelho: reflete anos, gerações e pequenas grandes derrotas que, juntas, explicam por que a alegria de hoje é tão intensa. As ruas de Curitiba mostraram que um título pode ser antídoto contra dias difíceis — e também promessa para os que virão. Pena que houve um episódio de agressão, membros da organizada do Athletico agrediram um torcedor do Coxa, no Porão, polícia e SAMU foram acionados.

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