Preços insustentáveis: Hospedagem na COP30 em Belém assusta visitantes e desafia promessas de inclusão
Por Ronald Stresser | Editorial para o Sulpost© Fernando Frazão/Agência Brasil |
A COP30 ainda nem começou, mas Belém já sente os efeitos de ser o centro do mundo. E não são só positivos. O preço das hospedagens explodiu. Dormir uma noite na cidade durante o evento pode custar o equivalente a uma semana num hotel cinco estrelas em Paris.
Caco Barcellos mostrou na TV outro dia: um quarto simples, que cobra R$ 350 por diária, está pedindo R$ 6.000 durante a COP 30. Isso mesmo: seis mil reais. Um abuso que virou rotina.
A cidade deve receber cerca de 50 mil pessoas em novembro. Delegações de 190 países, cientistas, ativistas, jornalistas, empresários. Mas a rede hoteleira não está preparada. Falta vaga, enquanto, infelizmente, sobra oportunismo.
O governo corre. Reformou escolas para abrigar visitantes. Criou uma plataforma oficial, por enquanto só para diplomatas. Montou um plano com navios que vão virar hotéis flutuantes. Até motéis estão mudando de cara: trocaram espelhos por madeira e esperam hóspedes de terno e gravata.
Uma vila de luxo está sendo construída para executivos paulistas. Cabem 30. Terá teto de plástico reciclado e estrutura feita com rejeito de açaí. Enquanto isso, ativistas do sul global lutam para achar acomodação durante o evento.
Há promessa de 2.700 quartos. Mas ainda falta muito. E o tempo corre.
A COP é sobre salvar o planeta. Mas não faz sentido se só os ricos couberem nele. E até os ricos estão reclamando. Belém precisa ser acolhimento. Não vitrine da ganância devoradora do planeta.
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