quinta-feira, 31 de julho de 2025

Secretário de Estado dos EUA descarta guerra direta com a Rússia: "o perigo é muito grande"

Em fala rara e contundente, Marco Rubio revela bastidores da diplomacia norte-americana com assessores de Putin e descarta conflito direto com a Rússia: “O perigo é grande demais.”

Por Ronald Stresser | Sulpost

 
 

Num mundo saturado de tensões e narrativas que parecem nos empurrar para o abismo, a declaração de Marco Rubio, atual Secretário de Estado dos EUA, vem como um raro respiro de lucidez. Em entrevista concedida nesta quinta-feira (31) à Fox News, Rubio jogou luz sobre o que muitos temem, mas poucos ousam dizer em voz alta: uma guerra entre Estados Unidos e Rússia simplesmente não é concebível.

Isso nem é algo concebível”, repetiu, com a expressão tensa. “Quero dizer, uma guerra entre os Estados Unidos e a Rússia simplesmente não é um cenário que possamos imaginar. São os dois maiores arsenais nucleares do mundo, e o perigo seria grande demais.”

Suas palavras ecoam como um alerta e, ao mesmo tempo, um apelo. Um chamado para a razão, em tempos onde líderes mundiais testam limites com discursos inflamados e movimentos estratégicos que, muitas vezes, mais atiçam do que apaziguam.

Rubio não esconde sua apreensão diante de um possível “erro de cálculo” que leve a um confronto pontual. “Essa é a verdadeira preocupação”, disse. “Mas nem deveríamos pensar nisso, porque não é um cenário plausível — ou mesmo viável — para nenhum dos lados.”

Diplomacia em ebulição

Por trás dos microfones e câmeras, a engrenagem diplomática continua girando. Segundo Rubio, os Estados Unidos mantêm canais abertos com o alto escalão do governo russo — inclusive com pessoas próximas ao presidente Vladimir Putin.

Nós continuamos dialogando com o lado russo, inclusive nesta semana – no começo da semana, na segunda ou terça-feira. Tivemos uma longa conversa com eles – não com Putin diretamente, mas com alguns de seus principais assessores – na esperança de chegar a algum entendimento sobre um caminho que leve à paz.”

É um esforço silencioso, e talvez mais importante do que muitos discursos de púlpito. Rubio enfatiza que a diplomacia americana ainda não vê avanços concretos nas negociações, mas mantém “opções sobre a mesa”, como sanções secundárias ao petróleo e ao sistema bancário russo. Ainda assim, o tom da fala é mais conciliador do que beligerante.

Acredito que nossa esperança é evitar isso [as sanções] e encontrar uma maneira de fazer com que os combates cessem.”

Vozes de Moscou e a sombra do ultimato

Do outro lado do mundo, a Rússia parece ouvir, mas não se move. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, confirmou que Moscou está ciente do novo ultimato de Donald Trump, anunciado na última segunda-feira, exigindo um acordo concreto sobre o conflito na Ucrânia.

Tomamos nota da declaração do presidente Trump ontem. A operação militar especial continua. Mantemos nosso compromisso com o processo de paz para resolver o conflito em torno da Ucrânia e garantir nossos interesses neste acordo”, disse Peskov a jornalistas russos.

O tom é protocolar, quase frio. A fala termina com uma cortina de ambiguidade: “Neste momento, prefiro evitar qualquer avaliação.”

No fio da navalha

A sensação é a de estarmos caminhando sobre uma linha tênue, quase invisível. A cada nova semana, uma declaração pode incendiar ou esfriar o tabuleiro geopolítico. O mundo observa, hesitante, tentando decifrar se as grandes potências realmente aprenderam com as cicatrizes da história — ou se estão prontas a repeti-la.

Marco Rubio, por ora, parece querer evitar o pior. Seus olhos, no entanto, denunciam que a paz ainda está longe de ser garantida. E que qualquer erro, qualquer palavra fora do lugar, pode custar caro demais.

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