quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

Gato Preto: experiência gastronômica e cultural

Gato Preto: a costela que une Curitiba em uma experiência gastronômica e cultural

 
Gato Preto, há meio século a melhor costela assada de Curitiba - Franklin de Freitas

Entre as ruas do centro de Curitiba, existe um lugar que transcende a gastronomia e se estabelece como símbolo da boemia local. Oficialmente chamado Pantera Negra, mas carinhosamente conhecido como Gato Preto, este restaurante dançante é um refúgio democrático da noite curitibana há 50 anos. Seu forte? A costela de forno, que não apenas carrega o título de melhor da cidade, mas também sustenta a identidade e o espírito do lugar.  

Costela: o coração do Gato Preto  

O preparo da famosa costela é uma verdadeira arte, que combina tradição, paciência e cuidado. São seis horas de cozimento em um tacho, seguidas de uma passagem estratégica na fritadeira, para então finalizar no forno. O resultado é uma carne tão macia que se desfaz ao toque, envolvida por temperos que garantem um sabor único e inconfundível. Não à toa, são vendidos mais de 1,2 mil quilos de costela por semana, um número que impressiona até os mais céticos.  

Os acompanhamentos – arroz, farofa, maionese, salada e batatas fritas – tornam a experiência ainda mais completa. Porém, o que torna o Gato Preto especial vai muito além do prato: é o ambiente e as histórias que o cercam.  

Um restaurante democrático 

No Gato Preto, não importa sua origem ou posição social. Juízes e ajudantes de pedreiro dividem o mesmo espaço, tornando o restaurante um dos lugares mais inclusivos de Curitiba. Como diz Natalino de Jesus Santos, o proprietário, “sempre tem movimento. Gente de todos os níveis sociais vem aqui”.  

O espaço funciona das 18h às 7h, fazendo companhia aos boêmios que procuram uma saideira ou aos trabalhadores da noite em busca de um jantar digno. O ambiente é barulhento, a música varia entre sertanejo e gauchesca, e os garçons, sempre de black-tie, correm para atender a clientela lotada. Não é um lugar para quem busca calmaria, mas para quem quer vivenciar a essência da boemia curitibana.  

Histórias que viraram lenda

O Gato Preto também coleciona causos, como o famoso episódio envolvendo Julio Iglesias. O cantor espanhol, em visita a Curitiba, teria parado no restaurante, se misturado aos clientes e até pedido ao tecladista para tocar algumas notas – pedido negado por pura incredulidade. Mesmo sem a música, Iglesias aproveitou o momento com os frequentadores locais, em uma noite que, até hoje, é lembrada como uma lenda urbana.  

Pioneiro no delivery  

Antes mesmo de aplicativos revolucionarem o delivery, Natal já entregava costelas e outros pratos pela cidade. A ideia surgiu da observação de marmitas no balcão e do desejo de facilitar a vida dos clientes. A iniciativa foi um sucesso imediato e, até hoje, o serviço de entregas é um complemento importante para o restaurante.  

Por que conhecer o Gato Preto?

Com seu nome gravado na memória da cidade, o Gato Preto é mais do que um restaurante: é uma experiência cultural e gastronômica. Frequentado por todos os tipos de pessoas – de notívagos solitários a grupos de amigos – o local é perfeito para quem busca autenticidade.  

Seja para provar a melhor costela de Curitiba ou para vivenciar um dos últimos bastiões da boemia, o Gato Preto é um convite para se perder – e se encontrar – nas noites da cidade. Afinal, como dizem os frequentadores, “a boemia resiste”, e no Gato Preto, ela está mais viva do que nunca. 

Vídeo: @laricacwb

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