Paraná dá exemplo ao mundo: Assembleia Legislativa integra diálogo inédito com a OCDE sobre sustentabilidade e boas práticas de governança
Por Ronald Stresser | Sulpost
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Deputado Alexandre Curi, presidente da ALEP - Folha do Sudoeste/Arquivo |
No Palácio 19 de Dezembro, sede do executivo paranaense, a voz do deputado Alexandre Curi atravessou as paredes da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) para alcançar um dos fóruns mais respeitados do planeta: a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a OCDE. Pela primeira vez, o Parlamento paranaense sentou-se, ainda que virtualmente, à mesma mesa de diálogo com representantes da entidade que reúne as maiores economias do mundo — e o fez para falar sobre o futuro. Um futuro sustentável, inclusivo, transparente. Um futuro que já começou por aqui.
O Paraná é hoje o único estado brasileiro com uma parceria ativa com a OCDE voltada especificamente para o avanço dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pela ONU, e para o fortalecimento da agenda ESG — sigla em inglês para Environmental, Social and Governance, ou seja, boas práticas ambientais, sociais e de governança.
Essa conquista, embora celebrada em instâncias internacionais, foi pavimentada internamente com ações concretas. "Pela primeira vez, a Assembleia dá sua contribuição direta para que a pauta do desenvolvimento sustentável avance", afirmou o presidente da Casa, deputado Alexandre Curi, durante a reunião com a missão da OCDE, que prepara um novo relatório sobre a implementação dos ODS no estado.
Não se trata de retórica ou de um gesto isolado. Com a criação de um Plano de Ação Estratégica, o Legislativo estadual incorporou os princípios do ESG em sua estrutura, seu funcionamento e sua cultura institucional. “Queremos inspirar outras esferas do setor público e também o setor privado a adotar boas práticas. Não se trata apenas de votar leis, mas de aplicar esses princípios no nosso funcionamento diário”, reforçou Curi.
Ponte entre a Alep e o Planeta
A Superintendência de Desenvolvimento Econômico e Social (SGDES), sob a liderança de Keli Guimarães, foi a força motriz por trás desse processo. É ela quem acompanha de perto a incorporação dos ODS ao Plano Plurianual 2024–2027 — um movimento estratégico que permitiu ao estado organizar, medir e monitorar políticas públicas com base em indicadores globais. "A intenção do Paraná é clara: apresentar à ONU um relatório voluntário com dados sociais, financeiros e de governança, mostrando que é possível transformar intenções em resultados", explicou Keli.
Durante a videoconferência, o diretor-geral da Assembleia, Wellington Dalmaz, respondeu a um questionário detalhado da OCDE sobre a atuação sustentável do Parlamento e sua articulação com o setor privado. As respostas, acompanhadas de dados e evidências, comporão um relatório internacional que será lançado até novembro.
É o tipo de documento que não apenas avalia, mas chancela o protagonismo de um estado que ousou pensar grande — e agir localmente.
A sustentabilidade começa em casa
Não é raro ver discursos sobre sustentabilidade carregados de promessas distantes. O que torna a experiência paranaense digna de nota é o compromisso com a prática. A Assembleia devolve 41% do seu orçamento anual ao Tesouro Estadual — um gesto concreto de austeridade e responsabilidade fiscal. Mais que isso: detém o Selo Diamante de Transparência, o mais alto nível de reconhecimento em prestação de contas públicas no país.
Esse olhar atento à governança se soma ao engajamento dos municípios. Todos os 399 municípios do Paraná já possuem algum nível de integração com a Agenda 2030 da ONU, uma conquista que coloca o estado em um seleto grupo global. Desde 2019, o Paraná integra o programa da OCDE com outras nove regiões e cidades do mundo, entre elas metrópoles europeias e asiáticas. E tem sido apontado como um dos melhores exemplos de implementação local dos ODS.
Agenda que vai além do meio ambiente
Falar em sustentabilidade, hoje, é falar sobre pessoas. Sobre justiça social, acesso à educação, à saúde, ao trabalho digno, ao combate à pobreza. É, também, sobre como as instituições públicas devem se organizar para garantir que esses direitos se concretizem. “Unidos por um propósito comum, seguimos firmes para consolidar o Paraná como referência em sustentabilidade, inovação pública e governança responsável”, declarou o presidente Alexandre Curi.
Esse propósito ganha forma e força com cada decisão tomada, com cada política pensada em longo prazo. O ESG deixou de ser um conceito e tornou-se um compromisso institucional. Um compromisso que reverbera, agora, nas reuniões da OCDE, nas metas dos municípios, nas metas do estado — e que, mais do que nunca, conecta o Paraná ao futuro que o mundo quer construir.
Com informações da ALEP, OCDE, SGDES e do Plano Plurianual 2024–2027 do Governo do Estado.
Para o Sulpost, com edição especial para a editoria de desenvolvimento sustentavel e políticas públicas.