Com trânsito parcialmente parado e filas que se estendem por quilômetros, Via Araucária prepara operação com guinchos e transbordo de carga para remover o veículo da BR-277 nesta quinta-feira (4)
Por Ronald Stresser — 04 de dezembro de 2025
Há mais de vinte e quatro horas, a BR-277 — uma das artérias essenciais da Região Metropolitana de Curitiba — amanheceu e anoiteceu com o mesmo cenário que se vê hoje pela manhã: um caminhão tombado, ocupando a faixa da esquerda no sentido interior, em Campo Largo, e um rastro de lentidão que se arrasta desde a madrugada desta quarta-feira (3).
O acidente, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), não deixou feridos. Ainda assim, deixou uma ferida aberta no trânsito da região. A pista opera em meia faixa e o fluxo, já intenso por natureza, virou um desafio diário para motoristas, caminhoneiros e trabalhadores que dependem da rodovia para seguir o dia.
Ao longo da quarta-feira, vídeos e áudios circularam em grupos de WhatsApp e páginas comunitárias da região. Motoristas relataram longas filas, momentos de parada total e até dificuldades para acessar bairros próximos. “A gente anda metros em 10 minutos. Está muito complicado”, comentou uma motorista em uma das gravações compartilhadas.
No local, é possível ver dois guinchos — um deles acoplado a um cavalo mecânico — posicionados desde a tarde de ontem. A equipe da Via Araucária, concessionária responsável pelo trecho, aguarda a chegada de um terceiro guincho para iniciar o destombamento. O procedimento está programado para começar a partir das 9h desta quinta-feira (4) e deve exigir o bloqueio total da rodovia.
Antes de erguer o veículo, será necessário realizar o transbordo da carga, etapa delicada que costuma levar tempo e exige mão de obra especializada. Até o momento, a concessionária não deu previsão para liberação completa da pista depois da operação.
A expectativa é de que, com o fechamento total, a lentidão aumente ainda mais. A orientação para quem precisa passar por Campo Largo, especialmente no horário da manhã, é buscar rotas alternativas quando possível e redobrar a atenção nas proximidades do km 118.
O episódio reacende discussões sobre a fragilidade de trechos críticos da BR-277, a privatização, as sequentes queixas de usuários contra as concessionárias de pedágio, e a dependência da via para o deslocamento diário de milhares de pessoas. Enquanto o relógio avança e a fila cresce, o caminhão tombado segue ali, impondo seu próprio silêncio sobre a paisagem e lembrando que, nas estradas, qualquer minuto pode se transformar em horas. Ao motorista, a impressão que fica é que a estrada as vezes parece terra de ninguém.







