terça-feira, 2 de dezembro de 2025

Putin prepara visita à Índia com negociações sobre Su-57 e S-400 enquanto Kremlin sinaliza abertura ao plano de paz de Trump

Entre caças e acordos Kremlin diz querer paz: em Nova Délhi, negociações que testam alianças e abrem uma janela para o fim do conflito na Ucrânia 

Por Ronald Stresser — 02 de dezembro de 2025


Diego Herrera Carcedo / Anadolu / Gettyimages.ru

 

A diplomacia global volta seus olhos para Nova Délhi. Nos dias 4 e 5 de dezembro, o presidente russo Vladimir Putin desembarca na Índia para uma visita de Estado que pode redefinir a cooperação militar e geopolítica entre os dois países. Entre conversas formais e decisões técnicas, estarão em pauta temas que misturam estratégia e simbolismo.

 

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que a Índia deverá discutir a aquisição dos caças furtivos Su-57 e as entregas dos sistemas antiaéreos S-400. Para Moscou, a relação com Nova Délhi transcende o comércio: é um pilar numa arquitetura multipolar que a Rússia busca fortalecer diante das atuais pressões internacionais.

 

Essa negociação, além de técnica, tem forte componente simbólico. Para a Índia, que busca autonomia estratégica, a combinação dos S-400 com aviões de última geração representa tanto um incremento de defesa quanto um recado geopolítico — autonomia sem necessidade de alinhamentos rígidos.

“A mediação dos Estados Unidos é muito eficaz e esperamos que tenha sucesso. Estamos dispostos a contribuir para isso, porque a paz nos interessa. Queremos a paz.”

— Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin

De acordo com o veículo russo RT, a declaração de Peskov, que qualificou o plano de paz promovido pelo presidente norte-americano Donald Trump como uma “boa base” para avançar, surpreende por seu tom relativamente conciliador. Em diferentes fases do conflito ucraniano, Moscou havia descartado iniciativas lideradas por Washington — essa abertura, portanto, pode sinalizar uma busca por espaços de negociação em troca de garantias estratégicas.

O caça furtivo de superioridade aérea Sukhoi Su-57, que a Rússia está vendendo para a Índia - RT/Reprodução

Em termos práticos, a visita também é uma vitrine: a Rússia mostra que segue sendo provedora de tecnologia militar, enquanto a Índia reafirma sua postura de equilíbrio entre grandes potências — um jogo cuidadoso, onde cada acordo tem repercussões regionais e globais.

O que está em jogo

  • Capacidade de defesa aérea da Índia e modernização da força aérea com aeronaves de 5ª geração.
  • Reforço das relações Rússia-Índia como contrapeso geopolítico em Ásia.
  • A possível abertura russa ao plano de paz dos EUA como indicador de pragmatismo diplomático.
 
Em paralelo às movimentações diplomáticas, o Ministério da Defesa da Rússia anunciou uma ofensiva ampliada contra a infraestrutura crítica que, segundo Moscou, sustenta o esforço militar do governo de Kiev.
 
Em comunicado, a pasta afirmou que nesta terça-feira (02) instalações energéticas — incluindo estruturas de gás — depósitos de munição e áreas de concentração de tropas ucranianas e de mercenários estrangeiros foram atingidos por ataques aéreos, drones, mísseis e artilharia em 141 localidades. As forças russas também relataram ter derrubado 44 drones ucranianos, num avanço que, segundo o Kremlin, busca pressionar as linhas de frente enquanto enfraquece a capacidade operacional de Kiev.

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