terça-feira, 25 de novembro de 2025

Assembleia na Simoldes Plásticos aprova acordo e abre novo capítulo de valorização

Trabalhadores, com o respaldo do SMC, conquistam data-base em dezembro, piso metalúrgico e benefícios que mudam o cotidiano

Por Ronald Stresser – 24 de novembro de 2025

Trabalhadores da Simoldes aprovam proposta em dois turnos - Divulgação/SMC

Na manhã desta segunda-feira, 24 de novembro, durante a troca de turno, os trabalhadores da Simoldes Plásticos confirmaram em assembleia — por ampla maioria — a aprovação da proposta de Acordo Coletivo de Trabalho apresentada pela diretoria da empresa. A votação, organizada pelo sindicato dos metalúrgicos (SMC), marcou um momento de virada: não se tratou apenas de números numa ata, mas de decisões que repercutirão na vida de quem produz todos os dias.

As demandas trazidas pelos trabalhadores e encaminhadas pelo SMC foram claras e práticas: garantir reajuste real alinhado ao piso da categoria, fixar a data-base em dezembro, criar faixas salariais que reconheçam tempo de casa, assegurar o pagamento do Programa de Participação nos Resultados (PPR) com valores garantidos e escalonados, e ampliar benefícios que aliviam o cotidiano — entre eles vale-mercado, melhorias nas refeições, kit institucional e uniformes novos. Havia também pedidos firmes por maior transparência nas regras de terceirização e compromisso com a efetivação de trabalhadores temporários.

A proposta aprovada incorpora boa parte dessas reivindicações: a data-base passa a ser dezembro, o piso salarial metalúrgico será aplicado com aumentos escalonados nos próximos dois anos, e faixas por tempo de empresa oferecem ganhos adicionais para quem tem mais de dois e cinco anos na companhia. O PPR foi desenhado com valores garantidos e metas negociadas com o sindicato — uma tentativa de balancear previsibilidade para o empregado e sustentabilidade para a empresa.

Do ponto de vista humano, as medidas aprovadas significam algo concreto: mais segurança para planejar a vida, poder comprar alimentos com um vale-mercado garantido, e sentir que a experiência acumulada na fábrica vale e é reconhecida. Pequenos itens — como a renovação de uniformes e kits de confraternização — traduzem também cuidado com a dignidade cotidiana de quem passa horas no chão de fábrica.

O acordo prevê, ainda, o abono das horas paradas em assembleias — um gesto importante de respeito à organização coletiva — e compromissos formais para negociar metas do PPR com transparência. A empresa, no entanto, deixou explícito o limite de suas garantias: devido às oscilações sazonais da demanda, não há possibilidade de assegurar emprego contínuo em todos os cenários. Foi um reconhecimento franco das limitações econômicas, apresentado com a intenção de evitar promessas que não possam ser cumpridas.

A aprovação na assembleia revela, acima de tudo, a força da negociação coletiva quando acompanhada de articulação sindical sólida. Não foi uma vitória apenas da diretoria ou do sindicato: foi a vitória cotidiana de homens e mulheres que, unidos, conseguiram transformar reivindicação em cláusula, voz em condição escrita. Para muitos, a sensação é de alívio; para outros, a confirmação de que a luta coletiva vale a pena.

Ainda que o acordo não elimine todas as incertezas do mercado, ele redesenha o equilíbrio entre trabalho e reconhecimento dentro da Simoldes. E, num cenário onde direitos às vezes são disputados até no detalhe, a deliberação de 24 de novembro deixa uma mensagem clara: quando trabalhadores e sindicato se unem com propostas sólidas, a diretoria responde — e a fábrica avança.

O que muda na prática

  • Data-base em dezembro e aplicação imediata do piso metalúrgico.
  • Aumentos escalonados ao longo dos próximos dois anos.
  • Faixas salariais por tempo de empresa (com acréscimos a partir de 2 e 5 anos).
  • PPR com valores garantidos e metas negociadas; pagamento escalonado.
  • Vale-mercado para todos os empregados, melhorias nas refeições, kit churrasco e uniformes.
  • Compromisso com negociação sobre terceirização e possibilidade de efetivação de temporários.
  • Abono de horas perdidas em assembleias como reconhecimento à participação coletiva.
A notícia nos foi passada, com entusiasmo, pelo líder sindical Nelson Silva, o Nelsão da Força, vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC). Para falar com o Nelsão utilize o número de telefone/WhatsApp a seguir:

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Gostou?
Então contribua com qualquer valor
Use a chave PIX ou o QR Code abaixo
(Stresser Mídias Digitais - CNPJ: 49.755.235/0001-82)

Sulpost é um veículo de mídia independente e nossas publicações podem ser reproduzidas desde que citando a fonte com o link do site: https://sulpost.blogspot.com/. Sua contribuição é essencial para a continuidade do nosso trabalho.