Lula sanciona isenção pra quem ganha até 5 mil: medida, sancionada no Palácio do Planalto, amplia faixa de isenção e reduz retenção para rendas de até R$ 7.350 — promessa de campanha que agora chega ao bolso de milhões
| Foto: Ricardo Stuckert / Palácio do Planalto |
Ao lado do presidente, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, destacou o caráter civilizatório da mudança: “Nunca foi justo cobrar 27,5% do salário de uma professora ou de um enfermeiro, enquanto rendimentos acima de R$ 50 mil pagavam proporcionalmente menos.” A fala, carregada de indignação e alívio, sintetizou o sentido político desta sanção: corrigir uma distorção que pesou sobre os mais vulneráveis.
“Essa medida não é apenas uma correção fiscal, é um ato de justiça social. É uma resposta concreta e corajosa à chaga da desigualdade que assola o nosso país.” — Gleisi Hoffmann
A trajetória da medida remonta a promessas de campanha e a anos de congelamento da tabela do IR, que, segundo dados do governo, aumentou a carga sobre trabalhadores. A sanção representa, nas palavras de ministros e parlamentares, a materialização de um compromisso de campanha e o início de um novo ciclo de debates sobre justiça tributária no Brasil.
Em discurso, o presidente Lula afirmou que a mudança “coloca dinheiro no bolso do povo e movimenta a economia do país”, ressaltando o efeito prático: mais poder de compra nas pequenas cidades, mais tranquilidade no fechamento do orçamento doméstico, mais dignidade no salário de quem mantém famílias e serviços essenciais.
Quem paga mais, quem paga menos
Para manter a neutralidade fiscal do ajuste, a lei prevê alterações em faixas de renda superiores — com aumento de cobrança sobre parcelas mais altas da pirâmide — de modo que a isenção dos ganhos até R$ 5 mil não seja bancada por quem ganha menos. Autoridades alertam que a mudança incide especialmente sobre rendimentos elevados, buscando um equilíbrio maior no sistema tributário.
Reações e significado social
No Congresso, a aprovação unânime nas duas Casas chamou atenção: em um momento de polarização intensa, houve convergência em torno da ideia de aliviar o peso do tributo sobre a base trabalhadora. Líderes sindicais e representantes de movimentos sociais presentes manifestaram alívio e trataram o ato como reparação de longa data.
Para muitas famílias, o efeito será imediato na próxima declaração do Imposto de Renda. Para a política nacional, abre-se a pauta — mais ampla — da justiça tributária: quem deve arcar com o esforço coletivo e de que forma.
Alívio para a classe média brasileira
A sanção assinada pelo presidente Lula nesta quarta-feira é, acima de tudo, um gesto com consequências concretas. Mais do que um número na tabela, é alívio cotidiano: mais dinheiro para o mercado, mais possibilidades para famílias e um pequeno, porém simbólico, reequilíbrio em um país marcado por desigualdades.
A política, quando decide se voltar para essas vidas, no caso para a das pessoas de classe média, que se sentem sufocadas pelos impostos, muda histórias, e, para que essas mudanças sejam benéficas a todos e todas, a democracia é indispensável.

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