Internet para Todos: BNDES amplia em R$ 1,1 bilhão o crédito para levar banda larga a escolas, favelas e áreas rurais
Por Ronald Stresser – Sulpost
Em um país onde ainda há escolas que funcionam sem sinal de internet e comunidades inteiras que vivem desconectadas do restante do mundo, a expansão da banda larga é mais do que uma pauta tecnológica — é uma questão de cidadania. Foi com esse olhar que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou a ampliação de R$ 1,1 bilhão em crédito para levar conectividade a quem mais precisa, numa ação conjunta com o Ministério das Comunicações e com recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST).
A iniciativa, que marca a primeira utilização estruturada do FUST na história, representa um passo histórico na democratização digital brasileira. O foco é claro: escolas públicas, favelas, zonas rurais e pequenos municípios — lugares onde a ausência de internet ainda é uma barreira para o aprendizado, para o trabalho e até para o acesso à saúde.
“Buscamos ampliar a fronteira econômica das redes de telecomunicações, financiando projetos em áreas sem conexão adequada, com foco inicial em escolas, área rural, pequenos municípios e favelas.”
- Aloizio Mercadante, presidente do BNDES
A internet como direito social
A estratégia do BNDES enxerga a conexão como motor de inclusão, igualdade e desenvolvimento. Empresas e entidades poderão acessar crédito para projetos que ampliem a banda larga em regiões desassistidas, contemplando tanto grandes operadoras quanto provedores locais. As operações serão oferecidas em duas modalidades principais: direta, para financiamentos a partir de R$ 10 milhões, e indireta, para financiamentos de até R$ 10 milhões por meio de agentes repassadores. No futuro, estão previstas também alternativas não reembolsáveis.
“A prioridade são as escolas públicas, unidades de saúde e comunidades de difícil acesso. É um grande investimento que estamos fazendo para reduzir as desigualdades e levar acesso à internet para regiões que hoje estão excluídas digitalmente.”
- Juscelino Filho, ministro das Comunicações
Condições e prazos pensados para o Brasil profundo
As novas condições foram desenhadas para viabilizar projetos em locais onde o retorno financeiro é mais lento, mas o impacto social é maior. A linha permite cobertura de até 100% do valor do projeto, com prazo de pagamento de até 15 anos. A taxa de juros será formada pela Taxa Referencial (TR), pela remuneração do BNDES de 2,5% ao ano e por uma taxa de risco variável. Projetos para conexão de escolas, favelas ou áreas rurais prioritárias terão remuneração ainda menor, de 1% ao ano.
Fomento aos provedores locais
Micro, pequenos e médios provedores poderão recorrer à modalidade indireta, com acesso a até R$ 10 milhões por ano para aquisição de equipamentos credenciados no BNDES. A expectativa é fortalecer cadeias regionais de tecnologia, ampliando cobertura e gerando empregos locais. Os agentes financeiros repassadores poderão oferecer essa linha a partir de setembro deste ano.
O peso simbólico de conectar
Mais do que cabos e antenas, levar internet a um vilarejo ou a uma escola é devolver possibilidades. É permitir que um estudante acesse conteúdos que mudem seus horizontes, que um empreendedor local venda para além do horizonte físico e que um posto de saúde use telemedicina para salvar vidas. O aporte do BNDES e do MCom busca exatamente transformar esse potencial em fatos, especialmente onde o mercado tradicional não chega.
Esta medida é um investimento no futuro do Brasil: uma tentativa concreta de reduzir desigualdades e construir um país onde o direito à informação e à comunicação não seja privilégio, mas norma.
- Com informações do BNDES, Ministério das Comunicações e Anatel.


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