Processo de Eleições Diretas (PED) do PT Paraná reelege Arilson Chiorato para mais quatro anos à frente da legenda no estado
Por Ronald Stresser | Sulpost
No frio amanhecer desta sexta-feira, 1º de agosto, militantes do Partido dos Trabalhadores do Paraná despertaram com mais do que cafés fortes e agendas lotadas: acordaram com o áudio de um companheiro. A voz do deputado estadual Arilson Chiorato, atual e virtualmente reeleito presidente do PT no estado, ecoou nos grupos progressistas de WhatsApp aqui do Paraná. O recado foi claro: “a verdade prevaleceu”. |
O conteúdo da gravação, revelado agora na mídia, em primeira mão pelo Sulpost, parece acima de tudo ter o intuito de acalmar os ânimos da militância, ainda envolta em dúvidas quanto à homologação pela nacional do resultado do PED (Processo de Eleições Diretas) 2025. Isso porque a chapa adversária, “O PT mais perto de você”, encabeçada por Zeca Dirceu, protocolou pedidos de impugnação em cerca de 35 municipios — número expressivo que, embora minoritário frente aos 275 aptos a participar, mantém a sombra da incerteza sobre o resultado do processo eleitoral petista no Paraná.
Na gravação, Arilson Chiorato fala como presidente reeleito. Com 8.687 votos — de acordo com o site oficial do PT Paraná — venceu por uma diferença apertada de apenas 313 votos sobre o adversário (Zeca Dirceu obteve 8.374), em um total de 17.061 votos válidos. A eleição se deu em 269 dos 275 municípios aptos, o que representa 97,82% de cobertura eleitoral no segundo turno.
Em seu áudio, Arilson reafirma que o processo foi legítimo e transparente, ressaltando que a Executiva Estadual e a Comissão de Organização Eleitoral (COE) analisaram um a um os 32 processos de impugnação apresentados pelas duas chapas. "A verdade prevalece", declarou.
“O partido reconhece o processo eleitoral, e suas instâncias fortaleceram o processo democrático transparente que o PT faz”.
A fala do deputado também é um chamado à unidade:
“Vamos dialogar ainda mais com a militância e, inclusive, nos municípios que não obtivemos resultado positivo, porque o nosso projeto é coletivo”, disse Arilson.
O líder da oposição na Assembleia Legislativa do Paraná garante que seu papel, a partir de agora, é representar a totalidade do partido, sem distinções internas.
A tensão nos bastidores, no entanto, é real. Ainda que os processos de impugnação tenham sido, segundo Arilson, superados no âmbito estadual, o resultado segue sem homologação pela instância nacional do partido — o que impede, até o momento, a oficialização da vitória. Há quem veja nessa indefinição um reflexo da disputa acirrada por quem fará a campanha pela reeleição do presidente Lula no estado, e, segundo fontes internas, também de algumas feridas internas que ainda não cicatrizaram.
Em sua fala pública, Arilson mandou um recado direto aos inconformados:
“Espero que de fato as pessoas que não conseguiram êxito respeitem o PT, as decisões dos petistas e, mais ainda, a vontade democrática”.
Mas não apenas de disputa interna se faz a mensagem do presidente reeleito. Ele traça metas ousadas para o novo ciclo, com foco em 2026:
“O nosso compromisso a partir de agora é aumentar os votos do presidente Lula, é lutar muito pra não deixar o bolsonarismo, o lavajatismo e o ratismo ter vitória o ano que vem no Paraná”, afirmou, citando os principais adversários de Lula no estado.
A declaração expõe a estratégia que deve nortear sua gestão: unidade interna para combate externo. E mais do que isso, reafirma a ideia de que o PT deve voltar a crescer nos municípios como base de sustentação para o projeto nacional.
Apesar das incertezas formais, a mensagem que circula nos grupos não é de hesitação, e sim de afirmação. Arilson Chiorato se posiciona como vitorioso, reafirmando sua liderança no PT Paraná. Cabe agora à direção nacional dizer se esse capítulo se encerra aqui — ou se a disputa ainda terá novos rounds.
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