O Brasil sem rumo e o peso das amarras políticas - será Jair Bolsonaro elegível realmente a única salvação para o Brasil?
O Brasil atravessa tempos difíceis. Não apenas pela economia que patina, pelo desemprego que persiste ou pela violência que nos assombra diariamente, mas porque há um sentimento crescente de que o país perdeu o rumo. A sensação de desgoverno é evidente, e a explicação para isso não está apenas nos números – que já são preocupantes por si só –, mas na forma como as decisões vêm sendo tomadas.
Luiz Inácio Lula da Silva voltou ao Planalto com um discurso de reconstrução, mas sua gestão está longe de ser a que prometeu. Cercado de aliados que cobram a conta de seus apoios eleitorais, Lula perdeu a mão. Amarrado a compromissos políticos, tornou-se refém da máquina que ajudou a eleger. A estabilidade que tanto alardeou na campanha esfarelou-se diante do toma-lá-dá-cá, da paralisia decisória e do cerco ideológico que sufoca qualquer tentativa de conciliação real.
Não se trata apenas de um governo que erra – todos erram. Trata-se de um governo que se tornou refém de suas próprias escolhas, incapaz de tomar medidas impopulares, mesmo quando são necessárias. E a consequência disso recai, como sempre, sobre os ombros do povo brasileiro.
O fantasma da estabilidade perdida
É impossível não comparar com o passado recente. O governo Bolsonaro teve seus desafios, enfrentou uma pandemia sem precedentes e foi alvo de ataques incessantes, mas, goste-se ou não dele, o país tinha um senso maior de ordem e previsibilidade. A economia apresentava sinais de recuperação, a criminalidade caía em diversos estados, e o ambiente de negócios, apesar das turbulências, mostrava-se mais atrativo do que hoje.
Mas Bolsonaro não é apenas uma lembrança do que poderia ter sido. Ele ainda é uma possibilidade para 2026, desde que os movimentos políticos que tentam alterar as regras do jogo avancem. A Lei da Ficha Limpa, que hoje o mantém inelegível, pode ser flexibilizada, e há articulações sérias para isso. O próprio presidente da Câmara, Hugo Motta, já indicou que oito anos de inelegibilidade podem ser um período excessivo, e essa discussão promete ganhar força nos próximos meses.
Se Bolsonaro estiver na disputa, será, sem dúvida, o nome mais forte contra Lula. Não à toa, a esquerda torce para enfrentá-lo. Mas subestimar a força de Bolsonaro seria um erro. A direita foi demonizada nos últimos anos, mas quem já sentiu na pele o peso dessa perseguição sabe o quão eficiente a esquerda é nesse jogo.
E se Bolsonaro não for opção?
Caso a elegibilidade do ex-presidente não seja restaurada, o cenário para a direita se complica. Entre os possíveis candidatos, um nome desponta no Paraná: Ratinho Jr. Jovem, bem avaliado em seu estado e sem o desgaste dos embates nacionais, ele poderia se viabilizar como um candidato de terceira via dentro do próprio campo da direita.
No entanto, se fosse seu pai, Ratinho, o comunicador de voz firme e carisma popular, a disputa poderia tomar outro rumo. Ele seria o único nome capaz de enfrentar Lula e a máquina petista de igual para igual, falando diretamente com o povo e mobilizando massas. Mas essa é uma hipótese que, até onde se sasabe, ainda não está no horizonte político brasileiro para as próximas eleições.
O que está em jogo
O Brasil não pode se dar ao luxo de mais quatro anos de um governo que entrega menos do que até seus críticos imaginavam. A sensação de um país engessado, travado por interesses partidários e sem um norte claro, apenas reforça a necessidade de uma alternativa viável para 2026.
Se Bolsonaro for candidato, a disputa será feroz. Se não for, a direita precisa se organizar para que o vácuo de liderança não acabe entregando, de bandeja, mais um mandato ao PT. O tempo corre, e a história mostra que esperar demais pode ser um erro fatal.
O próprio Bolsonaro elegeu-se muito bem voltado por um erro de estratégia do PT. Lula estava inelegível e esperou muito para dar sinal verde ao nome de Haddad e sem sombra de dúvidas este foi um fator decisivo para a vitória da direita em 2018. A direita agora não pode se dar ao luxo de cometer o mesmo erro. É Lula e Bolsonaro? Alguém já perguntou ao apresentador Ratinho se ele aceitaria ser candidato?
Ronald Stresser, de Curitiba.
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