quinta-feira, 23 de outubro de 2025

“O Outro Braço da Cruz”: cinema, memória e a estrada que fez — e seguirá fazendo — a história de Rondônia

Projeto do cineasta Manaoos Aristides quer transformar o livro histórico do coronel Paulo Nunes Leal em filme e seriado — um convite a patrocinadores, pesquisadores e ao público para revisitar a construção da BR-364 e seus ecos na Amazônia

Por Ronald Stresser — Reportagem especial sobre o cinema nacional — Curitiba, 23 de outubro de 2025 — Sulpost, da redação 

Há histórias que nunca envelhecem: apenas aguardam a câmera certa, a voz que respeite seu tempo e um roteiro que saiba escutar. É esse compromisso com a memória — e com a complexidade da memória — que empurra o novo projeto do cineasta Manaoos Aristides (Foto). Conhecido por décadas de atuação na indústria cinematográfica e pela megaprodução A Saga, Manaoos propõe agora um filme e um seriado televisivo que tomam como eixo o livro O Outro Braço da Cruz, do coronel Paulo Nunes Leal, e a própria trajetória da BR-364, a estrada que, nos anos 1960, levou o progresso à Rondônia e reverberou por toda a Amazônia.

Uma estrada, muitas vidas

Quando falamos da BR-364 não falamos apenas de asfalto ou de um traço desenhado em meio à Amazônia: falamos de encontros, desencontros, deslocamentos, projetos de engenharia e de vida, de amores, e, inevitavelmente, de conflitos. A abertura da então chamada BR-29, mais tarde BR-364, marcou o inicio de um novo capítulo na região norte do Brasil — e a obra do coronel Paulo Nunes Leal registra esse momento com uma linguagem que mistura relato de ação, política e experiência pessoal. A rodovia trouxe com ela a economia, o comércio, a ocupação e outros fatores coadjuvantes que aceleraram transformações ambientais e sociais que até hoje o país ainda tenta entender.

Do livro às telas: por que o cinema importa

Transformar O Outro Braço da Cruz em filme e seriado é, nas palavras de Manaoos, “dar corpo às vozes que frequentemente ficam apenas no papel”. O cineasta propõe recuperar depoimentos de pioneiros, registrar cidades e paisagens, e mesclar dramatização com documentário — um formato híbrido que permita ao público entender o passado sem simplificá-lo. O objetivo, segundo o próprio Manaoos, é valorizar os protagonistas locais — pioneiros, seus descendentes, pesquisadores e artistas rondonienses — mantendo, ao mesmo tempo, uma ambição de alcance nacional.

Quem é Manaoos Aristides — o narrador que já conhece longas jornadas

Manaoos não chega a Rondônia como um novato. Sua trajetória inclui anos de estudos, pesquisa, muito trabalho e uma obra já reconhecida pela crítica: A Saga, uma filmagem extensa, que levou quinze anos de investigação e rodagem em 12 cidades, segundo nos relatou Aristides. O cineasta tem trânsito entre equipes técnicas e comunidades, experiência em integrar um multicast de figurantes locais, bem como em articular parcerias institucionais — competências essenciais para um projeto com a envergadura que ele descreve.

O apelo a patrocinadores — por que investir

Produções históricas de grande escala costumam ter custos elevados, mas também entregam retorno cultural e de imagem. Este projeto reúne atributos atraentes para patrocinadores institucionais e privados: apelo regional e nacional, potencial de circulação em festivais e plataformas de streaming, possibilidade de distribuição educacional (escolas, universidades e museus) e engajamento com comunidades locais — que podem aportar autenticidade e reduzir parte dos custos de produção. Manaoos também prevê a participação de artistas de renome nacional em papéis especiais, ao mesmo tempo em que prioriza a contratação de profissionais e figurantes rondonienses, ampliando o impacto socioeconômico local.

Horizontes narrativos: BR-319, BR-174 e o painel amazônico

Embora o ponto de partida seja Rondônia e a BR-364, o projeto ambiciona mapear conexões mais largas — da BR-319 à BR-174 — para traçar como as rodovias foram vetores de modernização, ocupação e também de tensão ambiental na Amazônia. Essa amplitude transforma a obra em algo além de uma biografia regional: é um inventário do tempo presente do Norte do país, das esperanças e dos impasses que se instalaram desde a década de 1960.

Vozes que precisam ser ouvidas

O filme-seriado pretende combinar dramatização e depoimentos reais — uma cartografia de memórias que inclui pioneiros, ribeirinhos, seringueiros, migrantes do Sul e pesquisadores. A proposta é clara: não romantizar nem demonizar o passado, mas compreendê-lo em sua ambivalência, com todas as consequências que o desenvolvimento trouxe para o ambiente e para as comunidades. É uma obra de responsabilidade histórica e ética, e isso deve ser parte central na argumentação para patrocinadores e parceiros.

Como apoiar — um chamado concreto

O projeto está em busca de patrocinadores, coproduções e parcerias institucionais. Manaoos enfatiza que “falta apenas vontade de políticos e empresários de visão” e convida interessados a conversar sobre planos de financiamento, contrapartidas culturais (exibições, materiais educativos, festivais) e possibilidades de branding alinhadas a uma produção de memória coletiva. Para contato direto com a produção: manaoosaga@gmail.com.

Por que essa história deve nos importar

Porque entender a BR-364 e os processos que ela desencadeou é compreender parte essencial do Brasil contemporâneo: suas ambições, os custos ambientais, as migrações internas, as oportunidades e as feridas.

Transformar essa história em cinema é uma oportunidade de revisitar escolhas coletivas e de abrir um diálogo público sobre memória, desenvolvimento e justiça ambiental. Para patrocinadores, é também a chance de associar sua marca a um projeto cultural com profundidade e relevância social. Para o público, é a promessa de ver, pela tela, o país em transformação.

5 comentários:

  1. Projeto maravilhoso e importante para a história! Manaoos fez um belíssimo trabalho com a Saga e, com certeza, esse projeto apresentará o real contexto histórico do livro.

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    1. Eu participei do Seriado a Saga, uma super produção escrita e dirigida pelo cineasta Manaoos e tenho certeza que o Outro Braço da Cruz será um marco na história do norte do País. Vale a pena apoiar este grandioso projeto.

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  2. Muito bacana, com certeza vai ser mais uma linda história de época do mesmo cineasta de A Saga Da Terra Vermelha brotou o sangue. Parabéns pela iniciativa, o nosso país precisa conhecer as nossas raízes. Parabéns Manaoos!!!!

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  3. O reconhecido Bicho do Paraná - Aristides Manaoos, que já estreou A SAGA. Um brilhante clássico das produções cinematográficas da História do Paraná. Talvez o melhor! Agora com outra nocaabordagem Histórica pelo Brasil. Certamente será outro novo "CLÁSSICO" de registros históricos, com os mesmos produtores de a A SAGA. Parabéns, aguardemos ansiosos e ávidos por essa nova obra cinematográfica

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  4. Orgulho-me pelo destino ter colocado-me no caminho deste admirável produtor, diretor e mago das palavras que ganham linhas de roteiros irretocáveis. Que bom que o tempo possa através desta sua nova empreitada, retratar a mais um importante trecho da história, revivida pelo olhar de um gênio. Mais uma vez, parabéns meu Guru. SeuOsmar

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