quinta-feira, 23 de outubro de 2025

Bloqueio na ligação ao Contorno Sul isola Riviera e CIC; moradores param a BR-277 e perguntam: “Quem assume a responsabilidade?”

Protesto reuniu cerca de uma centena de pessoas nesta quinta-feira (23). Moradores denunciaram descaso enviando relatos, vídeos e fotos à redação para denunciar o bloqueio e a falta de definição entre Prefeitura de Curitiba, de Campo Largo e Via Araucária

Por Ronald Stresser — 23 de outubro de 2025


Trecho bloqueado pela Prefeitura na ligação ao Contorno Sul (imagem enviada por manifestantes)
Trecho bloqueado pela Prefeitura entre a Rua Anselmo de Lima Filho e a BR-277 — Grupo BR-277/Instagram

Bloqueada. Isolada. Revoltada.

A rua que há décadas conecta moradores, empresas e trabalhadores ao Contorno Sul foi interditada. Quem vive e trabalha ali ficou sem resposta clara sobre quem ordenou o fechamento: a Prefeitura de Curitiba, a de Campo Largo, concessionária Via Araucária ou o Governo do Estado do Paraná?

Hoje à tarde, por volta das 16h, moradores, comerciantes, motoristas e empresários pararam o trecho da BR-277 — exigindo reabertura imediata e uma solução concreta para o direito de ir e vir.

O que aconteceu: A Prefeitura instalou um guard-rail que bloqueia completamente o acesso entre a Rua Anselmo de Lima Filho e a BR-277. A medida isolou comércios, empresas e residências na região do Riviera, comprometendo a rotina de centenas de trabalhadores.

Quem denuncia: A mobilização foi organizada localmente e comunicada ao Sulpost pelo líder sindical Nelsão da Força, vice-presidente do SMC, que recebeu vários vídeos, imagens e muitas reclamações diretamente dos manifestantes, repassando o reclame à nossa redação. Segundo ele, o bloqueio não prejudica apenas os moradores, mas também dezenas de pequenas empresas que dependem do trecho para funcionar.

“O que nós temos que deixar claro é que além da comunidade do Riviera, que já está ali há muitos anos, nós temos também mais de 20 anos essa marginal, esse acesso que serve para dezenas de pequenas empresas. Do jeito que a concessionária está fazendo, eles vão ficar sem acesso, sem como os trabalhadores chegarem ou saírem das empresas. O que o pessoal está pedindo é simples: que antes da conclusão da obra oficial, seja criado um acesso intermediário para entrada e saída até que tudo fique pronto. Ali no meio tem mais de 60 pequenas empresas que dependem desse acesso.” — Nelsão da Força.

“Por enquanto, os moradores, empresários e trabalhadores fizeram o protesto na beira da BR para chamar atenção. Estamos aguardando alguém do Governo do Paraná ou da concessionária para conversar. Amanhã, nós da Força Sindical vamos tentar montar uma comissão para que alguém do governo venha dialogar e ajudar os moradores, os trabalhadores e os empresários da região.” — Nelsão da Força.

Impacto direto: Empresas ficaram isoladas, caminhões não conseguem escoar produção e moradores são obrigados a percorrer longos desvios pela Rua Eduardo Sprada ou pela divisa com Campo Largo. A revolta é generalizada: “Estão nos tratando como invisíveis”, resume uma moradora.

Posições oficiais

Via Araucária: A concessionária afirmou ao Sulpost que a obra é de responsabilidade da Prefeitura de Curitiba, e que atua apenas como fiscalizadora para garantir a segurança viária durante a intervenção.

Prefeitura de Curitiba: O município, por sua vez, informou que o fechamento foi uma exigência técnica da Via Araucária e do DNIT, e que descumprir a determinação poderia gerar multa diária de R$ 10 mil. A Prefeitura diz manter diálogo com a concessionária e que busca alternativas de acesso.

Moradores e empresários: continuam sem saber ao certo quem é o responsável pela decisão — se a Prefeitura de Curitiba, a Via Araucária, o Governo do Paraná ou a Prefeitura de Campo Largo. “Todo mundo joga a culpa no outro”, resumiu um empresário local.

Obras em andamento e promessas

As intervenções na Rua Felício Lakoski, no bairro Riviera, começaram em 2024 e foram interrompidas por estarem na faixa de domínio da rodovia. Retomadas em setembro de 2025, após autorização da Via Araucária e da ANTT, as obras incluem drenagem e pavimentação em cerca de 280 metros de via, com previsão de conclusão em dezembro. Até lá, moradores aguardam uma solução temporária para não ficarem isolados.

“A rua existe há mais de 30 anos. Agora resolveram fechar sem aviso. É inaceitável — estamos aqui para garantir nosso direito de ir e vir.” — declaração registrada durante o protesto, enviada ao Sulpost.




Os vídeos foram enviados por moradores, empresários, motoristas e comerciantes que participaram da manifestação. O Sulpost reafirma seu compromisso com o jornalismo cidadão e seguirá acompanhando o caso, cobrando posicionamento das autoridades e defendendo o diálogo com as comunidades afetadas por decisões de impacto coletivo.

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Um comentário:

  1. Precisa reabrir logo, além de ter que dar uma volta enorme tá causando prejuízo pros comércios ali

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