Em mais um capítulo da longa história de repressão aos trabalhadores, funcionários da Simoldes e sindicalistas enfrentam aparato policial na porta da fábrica, rejeitam proposta considerada humilhante e reafirmam, em uníssono, que querem ser representados pelos metalúrgicos da Grande Curitiba
Por Ronald Stresser - 15 de novembro de 2025
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| Nelsão da Força orienta metalúrgicos em São José dos Pinhais (PR) - SMC/Divulgação |
Há dias em que a história parece se repetir, com a insistência amarga dos velhos fantasmas do passado. Na manhã desta sexta-feira (14/11), o chão de fábrica da Simoldes, em São José dos Pinhais, transformou-se em palco de um conflito que atravessa gerações: de um lado, trabalhadores reivindicando representação, dignidade e salário justo; do outro, uma empresa que responde com silêncio, manobras e — pela segunda vez — o uso do aparato do Estado para tentar frear uma mobilização legítima.
Sob o vento frio das primeiras horas do dia, os metalúrgicos do 1º turno se reuniram em assembleia liderada pelo Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC). O Vota SMC, ferramenta que garante segurança e democracia no processo, colocou duas perguntas centrais na mesa:
- Se os trabalhadores querem ser representados pelo SMC;
- Se a proposta de Data Base feita pela empresa deve ser aceita.
As respostas vieram fortes, quase unânimes: sim à representação metalúrgica; não à proposta da empresa. E, como gesto final de coragem, os trabalhadores aprovaram o ultimato: 48 horas para que a Simoldes apresente algo digno.
O 2º turno e a coragem diante do aparato policial
E se alguém achou que o segundo turno recuaria diante da pressão, errou. Quando a tarde caiu, os trabalhadores voltaram a se reunir. Mas desta vez, o cenário trazia algo que, infelizmente, a classe trabalhadora conhece bem: viaturas, fardas e presença policial ostensiva.
Segundo relatos, a Simoldes teria acionado a Polícia Militar, que chegou com aparato pesado diante da fábrica — um movimento que historicamente sempre serviu mais para intimidar trabalhadores do que para manter a “ordem”.
Mas ali, diante das máquinas e da pressão, emergiu algo que patrões e governos não conseguem controlar: consciência coletiva. O 2º turno referendou tudo, por unanimidade.
Um problema estrutural
A Simoldes fabrica autopeças. É uma empresa metalúrgica. Dos seus 600 trabalhadores, cerca de 70% são terceirizados, muitos sem acesso sequer ao vale-mercado — reflexo de um modelo que concentra lucros e distribui precarização.
Repressão como método, resistência como legado
A história brasileira é marcada por momentos em que o Estado se coloca ao lado dos poderosos. De antigas greves reprimidas a episódios recentes, a lógica se repete: proteger o capital, pressionar o trabalhador.
Mas há algo que nunca muda: trabalhador organizado não se intimida tão facilmente.
A luta segue — e quem está ao lado dos trabalhadores segue também
Mesmo ameaçado, pressionado e até intimidado com ameaça de prisão pela polícia do governador Ratinho Junior, Nelsão da Força continua onde sempre esteve: ao lado da classe trabalhadora. Sempre pronto para ouvir, encaminhar e lutar por cada denúncia que chegar até ele.
E segue em frente. Porque recuar nunca foi uma opção para quem defende e move o Brasil. A força trabalhista.
O Nelsão da Força pediu que se algum trabalhador ou trabalhadora tiver denúncia para fazer que entra em contato pelo telefone ou WhatsApp a seguir.

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