Faro e a coragem: Paraná abriu edital para aquisição de 93 novos cães que vão integrar as forças de segurança do estado
Paraná vai reforçar atuação de cães na segurança - Roberto Dziura Jr/AEN |
No olhar atento do pastor-belga Malinois, na precisão do faro de um bloodhound e na destreza do labrador, a segurança do Paraná ganha um reforço que vai muito além do instinto. São 93 novos cães que, em breve, estarão lado a lado com policiais e bombeiros, em uma missão que combina força, inteligência e sensibilidade.
O Governo do Paraná anunciou um investimento de R$ 5,5 milhões para a aquisição dos caēs, sendo 78 deles já treinados e 15 ainda filhotes, que passarão por um rigoroso processo de adestramento para missões específicas. O edital foi lançado pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) e prevê a distribuição dos cães entre diversas unidades de segurança ao longo dos próximos dois anos.
Aliados no combate ao crime e no salvamento de vidas
Atualmente, a Sesp já conta com cerca de 200 cães eem serviço no estado, mas a chegada dos novos recrutas representará um aumento de 50% no efetivo de faro. O governador Carlos Massa Ratinho Junior destacou a importância da aquisição para a segurança pública:
“Esse é um complemento fundamental para o trabalho dos nossos policiais. Os cães são extremamente eficientes no combate ao tráfico de drogas, no socorro a vítimas de desastres e em operações de fiscalização”, afirmou.
Os cães policiais e bombeiros são indispensáveis em operações de busca e resgate, detecção de entorpecentes, localização de explosivos e até mesmo no patrulhamento ostensivo. Em grandes apreensões de drogas realizadas no Paraná, muitas delas se tornaram possíveis graças ao olfato imbatível desses cães, capazes de identificar substâncias ilícitas, armas, explosivos e munições ocultas por criminosos.
Os cães do Grupo de Operações de Socorro Tático (Gost), que é vinculado ao Corpo de Bombeiros Militar, já foram enviados para outros estados em missões de resgate. No Rio Grande do Sul, por exemplo, atuaram na localização de vítimas soterradas após deslizamentos de terra.
“A presença dos cães nas forças de segurança não é um luxo, é uma necessidade. Eles trazem resultados que nenhuma tecnologia conseguiu substituir até hoje”, destacou Hudson Leôncio Teixeira, secretário estadual da Segurança Pública.
Disciplina e parceria
O processo de aquisição dos 93 cães foi desenhado para atender à demanda específica de cada unidade policial. Enquanto algumas já possuem equipes treinadas para o adestramento, outras precisam de animais que cheguem prontos para a ação. Entre as raças selecionadas estão pastores alemão, belga e holandês, retrievers, beagles, border collies e bloodhounds – cada uma com aptidões distintas para diferentes tipos de missão.
Os filhotes que serão adquiridos passarão por um adestramento que tem início quando eles ainda são filhotes, através de brincadeiras e estímulos. Desde cedo, aqueles que vão atuar no controle de multidões vão ser apresentados a barulhos similares aos que irão encontrar nas operações policiais. Já os cães treinados para busca e resgate terão suas habilidades olfativas estimuladas com trilhas de petiscos e rações.
Marcelo Hoiser, comandante interino da recém-criada Companhia Independente de Operações com Cães (CIOC), reforçou o impacto dessa aquisição:
“Esse investimento significa um grande avanço para a segurança do Paraná. Com cães prontos para ação, ganhamos em tempo e eficiência. Uma operação que levaria horas com uma equipe sem cães pode ser realizada em minutos com eles.”
A CIOC, que agora responde diretamente ao Comando de Missões Especiais da PMPR, será uma das principais beneficiadas com os novos reforços. Com sede em Curitiba, a unidade administra o Canil Central da Polícia Militar e, até então, contava com 28 cães especializados em faro de explosivos, drogas, armas e busca de pessoas.
Parceria na segurança pública
A Secretaria de Segurança Pública estuda a implementação do modelo K9, amplamente utilizado por forças policiais dos Estados Unidos. Nesse sistema, os cães deixam de permanecer em canis e passam a morar com seus condutores, fortalecendo o vínculo e garantindo um treinamento mais contínuo e personalizado.
A ideia, segundo especialistas, não apenas aumentaria a eficiência operacional dos cães, mas também promoveria um bem-estar maior para os animais, que seriam incorporados ao dia a dia de seus tutores policiais.
A chegada desses novos integrantes ao time das forças de segurança do Paraná não significa apenas um reforço estrutural. Representa a continuidade de uma parceria que já provou, inúmeras vezes, seu valor na proteção da sociedade. São cães que, com lealdade e destemor, entram em cena quando a vida e o combate ao crime precisam de faro certeiro e coragem inabalável.
Ronald Stresser, com informações da AEN-PR
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