Rombo bilionário: o preço da incompetência na gestão das estatais
Por Ronald Stresser![]() |
Correios, exemplo de gestão pífia - Imagem gerada por IA |
A promessa de que as estatais voltariam a ser um "patrimônio do povo brasileiro" sob o governo Lula se transformou em um pesadelo fiscal. O ano de 2024 fechou com um déficit de R$ 8,1 bilhões nas contas dessas empresas – o pior resultado da história. Só os Correios, uma estatal inchada e sem estratégia de recuperação, foram responsáveis por R$ 3,2 bilhões desse rombo, ou seja, quase metade do prejuízo.
Enquanto o governo tenta relativizar os números, alegando que parte do déficit vem de investimentos, a verdade é que muitas dessas empresas se tornaram cabides de emprego para aliados políticos, sem compromisso real com eficiência e sustentabilidade.
Correios: símbolo de gestão fracassada
Os Correios, outrora uma instituição confiável e essencial, hoje são a prova viva do descontrole administrativo. Em 2024, a estatal afundou no prejuízo, sem um plano de modernização convincente e longe da competitividade do setor privado. Ainda assim, segue sendo tratada pelo governo como uma vaca sagrada, intocável, enquanto queima bilhões de reais dos cofres públicos.
Por outro lado, empresas como Serpro e Dataprev, que tiveram déficit orçamentário, conseguiram gerar lucro líquido, mostrando que há caminhos para viabilidade econômica. O problema é que o governo prefere tratar todas as estatais como se fossem estratégicas, mesmo quando algumas claramente não têm mais razão para existir.
Pior que o déficit é a falta de propósito
A ministra da Gestão, Esther Dweck, minimizou o impacto do prejuízo, afirmando que ele não compromete o Tesouro e que parte dos investimentos foi feita com recursos já disponíveis. Mas essa explicação não responde à pergunta essencial: por que o brasileiro precisa continuar pagando a conta de empresas deficitárias que não são essenciais?
Petrobras, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal são exemplos de estatais estratégicas, que geram impacto positivo na economia e podem justificar investimentos. Mas e aquelas que servem apenas para perpetuar a ineficiência? A sociedade precisa bancar um sistema inchado, onde muitos cargos são preenchidos não pela competência, mas pela conveniência política?
O governo como empresário: erro caro
A história recente já mostrou que quando o Estado insiste em ser empresário sem eficiência, quem paga a conta é o contribuinte. A gestão petista tem um histórico de usar estatais para barganhas políticas e para beneficiar aliados, e os números de 2024 mostram que essa prática segue firme.
Se uma estatal não consegue se sustentar, por que mantê-la? O setor privado já demonstrou inúmeras vezes que pode oferecer serviços melhores, mais ágeis e sem a necessidade de queimar bilhões do dinheiro público.
O governo precisa fazer escolhas. Manter estatais estratégicas é uma coisa, mas preservar empresas deficitárias apenas para manter esquemas de poder é inaceitável. O Brasil não pode continuar refém de um modelo falido onde o Estado gasta sem responsabilidade, enquanto o cidadão arca com as consequências.
O déficit bilionário das estatais em 2024 não é só um número frio. É o reflexo de um governo que ainda insiste em jogar dinheiro fora em nome da política, e não do país.
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