Escândalo de desvio na Band Paraná: transparência e rigor contra a corrupção
Por Ronald StresserA revelação de um esquema de desvio de recursos financeiros na Band Paraná abalou o meio jornalístico paranaense e reacendeu o debate sobre ética e governança nas empresas. A auditoria interna, conduzida pelo Grupo J. Malucelli, controlador da afiliada da Band no estado, trouxe à tona irregularidades relacionadas ao projeto Verão Maior Paraná, evento anual que combina música, esporte e lazer e é uma das maiores fontes de receita da emissora.
Apesar do impacto financeiro, a emissora preserva sua credibilidade ao demonstrar, com ações firmes e imediatas, que não tolera práticas desonestas.
Resposta rápida e rigorosa
O descompasso entre o faturamento registrado em 2024 e o valor presente no caixa da emissora levantou suspeitas que foram confirmadas pela auditoria. O esquema, felizmente, não envolveu o Governo do Paraná, organizador do evento, cuja participação foi limitada ao âmbito institucional.
Diante da gravidade do caso, a Band Paraná tomou decisões rápidas. Executivos de alto escalão foram desligados, incluindo Amado Osman, diretor-geral por mais de uma década, e Douglas Santucci, diretor de Programação. A postura da emissora foi exemplar: demissões imediatas e reestruturação da gestão, com a nomeação de Ricardo Massara para comandar a afiliada.
Essas medidas reforçam que o Grupo J. Malucelli, reconhecido por sua transparência e seriedade, não compactua com qualquer forma de desvio. Pelo contrário, ao promover uma auditoria rigorosa, demonstrou comprometimento com a ética e com a preservação dos valores que sustentam sua operação.
Credibilidade intacta
Embora o prejuízo financeiro seja significativo, a Band Paraná sai fortalecida em outro aspecto: sua credibilidade. A resposta rápida ao escândalo, somada à decisão de expor e corrigir o problema, prova que a emissora é comandada por um grupo que preza pela integridade.
Ao contrário do que ocorre em casos onde irregularidades são varridas para debaixo do tapete, a Band agiu com firmeza, garantindo que a confiança do público e de seus parceiros permaneça intacta. Essa postura reafirma o compromisso da emissora com a transparência, uma qualidade indispensável no setor de comunicação.
Uma lição para o setor
O episódio também serve como alerta para empresas de todos os setores. A implementação de departamentos de compliance, responsáveis por garantir a conformidade com normas legais e éticas, é hoje uma necessidade inadiável. A ausência de controles internos robustos pode abrir brechas para fraudes e causar prejuízos financeiros e reputacionais.
Empresas que investem em auditorias regulares e políticas de governança fortalecem sua resiliência contra práticas desonestas. No caso da Band Paraná, a descoberta e a reação imediata demonstram o valor de uma gestão vigilante e comprometida.
Indignação e solidariedade
Como jornalista e curitibano, manifesto minha indignação diante da conduta dos envolvidos no esquema. A confiança depositada em cargos de liderança exige responsabilidade e ética, e sua quebra é um ato desprezível.
Por outro lado, expresso minha solidariedade ao Grupo J. Malucelli e aos profissionais da Band Paraná, que enfrentam este momento difícil com coragem e determinação. Esta é uma oportunidade de mostrar que a ética e a transparência não são apenas valores declarados, mas práticas cotidianas.
O legado do jornalismo paranaense, construído por pioneiros como meu avô, Adherbal G. Stresser, permanece intacto. Este episódio, longe de manchar a história da Band Paraná, reafirma que a integridade sempre prevalecerá. Que este caso sirva como exemplo de que a transparência, a verdade e a justiça são os pilares que sustentam a comunicação e a sociedade.
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