Lacombe critica 'jornalismo chapa-branca' da Globo e defende imprensa independente
Ronald Stresser / Dezembro de 2024Canal do jornalista Luiz Ernesto Lacombe no YouTube - Reprodução |
Em tempos de polarização política e descrédito da imprensa, o jornalista Luiz Ernesto Lacombe reacendeu o debate sobre o papel dos meios de comunicação ao publicar um vídeo incisivo em seu canal no YouTube e coluna no portal Gazeta do Povo. No conteúdo, Lacombe não poupou críticas à linha editorial de veículos tradicionais como a Globo e a GloboNews, acusando-os de abandonar o jornalismo verdadeiro em favor de narrativas alinhadas aos interesses de grandes anunciantes, entre eles o governo federal.
"Tenho saudade da imprensa de verdade"
Com um tom de indignação e pesar, Lacombe abriu sua análise relembrando um passado em que, segundo ele, a busca pela verdade era o cerne da profissão jornalística. “Tenho muita saudade da imprensa de verdade. O Brasil também, mesmo que não saiba disso”, declarou. Para ele, o jornalismo atual é marcado por um "descaso com os fatos", o que estaria contribuindo para a crise social e econômica enfrentada pelo país.
As críticas recaíram especialmente sobre duas figuras de destaque: Miriam Leitão, da Globo, e Daniela Lima, da GloboNews. Segundo Lacombe, ambas exemplificam a desconexão entre o discurso midiático e a realidade dos brasileiros.
Miriam Leitão e a "economia suavizada"
A abordagem de Miriam Leitão foi classificada como uma tentativa de minimizar a gravidade da situação econômica brasileira. Lacombe destacou que, embora os dados apontem para uma crise fiscal severa, a jornalista buscaria atenuar os impactos em suas análises. “Miriam Leitão, que desistiu do ‘veja como isso é bom’, partiu agora para o ‘não está tão ruim assim’”, ironizou. Ele também criticou o que considera um esforço da mídia em blindar o governo de responsabilidades.
Daniela Lima e a "narrativa das fake news"
Daniela Lima, por sua vez, foi criticada por Lacombe pelo tom considerado performático em suas apresentações e pela forma como abordou a alta do dólar, atribuindo-a a “fake news” nas redes sociais. O jornalista questionou a credibilidade dessa explicação e fez uso do humor para reforçar sua posição: “Pantaleão, personagem do saudoso Chico Anysio, poderia perguntar: ‘É mentira, Terta?’ e teria como resposta: ‘Verdade!’”.
Lacombe também ironizou a suposta tabelinha entre Daniela Lima e figuras do governo, como o secretário de Comunicação Paulo Pimenta.
“Ela é fonte igualmente não confiável do chefe da comunicação do governo”, alfinetou.
Imprensa e censura: uma crítica à regulação digital
Outro ponto abordado no vídeo foi o apoio de setores da imprensa à regulação das plataformas digitais, que Lacombe classificou como uma forma velada de censura. Ele citou um editorial da Folha de S. Paulo que defendeu a “regulação democrática” das redes sociais como exemplo do que considera uma tentativa de controlar o fluxo de informações na internet.
“Que jeitinho doce de dizer que quer censurar, censurar e censurar mais um pouquinho”, afirmou.
Para ele, essa postura reflete uma estratégia de silenciamento contra vozes dissonantes, algo que contraria o princípio da pluralidade democrática.
O impacto na democracia brasileira
Ao concluir, Lacombe reforçou a necessidade de uma imprensa comprometida com os fatos, independente de pressões externas, sejam elas políticas ou financeiras. Ele acusou os grandes veículos de comunicação de agir como “assessoria de imprensa do governo”, financiados por verbas públicas provenientes dos pagadores de impostos.
Com críticas contundentes, o jornalista levantou uma questão que ecoa no debate público: até que ponto a imprensa está disposta a sacrificar a credibilidade em nome de interesses externos? Enquanto a audiência reflete sobre as palavras de Lacombe, o papel da mídia na construção de uma democracia saudável permanece no centro das atenções.
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