Trabalhadores à frente da emergência climática: o papel decisivo do movimento sindical na COP30 — em Belém, sindicatos e centrais vão reafirmar: não há justiça climática sem justiça social
No coração da Amazônia, a COP30 promete mais do que discursos diplomáticos: será o palco onde o mundo ouvirá o clamor por uma transição ecológica que não exclua os que sustentam a economia real — os trabalhadores. Nesta edição histórica, o movimento sindical brasileiro se organiza para garantir que a mudança para uma economia de baixo carbono seja justa, inclusiva e humana.
As centrais sindicais e entidades de classe reconhecem que a luta climática não se limita às florestas e aos mares: ela também acontece nas fábricas, nos campos, nas cidades e nas mãos de quem trabalha. A transição justa é o compromisso de não deixar ninguém para trás, e de fazer do combate às desigualdades o eixo de um novo modelo de desenvolvimento.
Entre os sindicatos e centrais que integram a mobilização estão a CUT, UGT, CTB, Força Sindical e CONTAG, com o apoio do DIEESE, da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Juntos, esses atores levarão propostas concretas que visam assegurar empregos dignos, negociação coletiva, qualificação profissional e financiamento público para políticas de transição justa.
A presença da Força Sindical reforça o espírito plural e unitário dessa articulação. A entidade vem promovendo debates regionais e caravanas rumo a Belém, destacando que o enfrentamento à crise climática precisa incluir a realidade das indústrias, da mobilidade urbana e da economia popular. “O futuro do trabalho está em jogo, e o trabalhador precisa ser ouvido”, enfatiza a central.
Durante a conferência, o movimento sindical participará ativamente dos debates da Zona Verde e da Zona Azul, espaços oficiais da COP coordenados pelo governo brasileiro e pela ONU. Entre os painéis confirmados estão “Negociação coletiva e transição justa: caminhos para o trabalho sustentável”, promovido pelo MTE, e “Empregos verdes, trabalho decente e qualificação profissional”, organizado pelo Fórum das Centrais Sindicais e DIEESE.
Outras atividades abordarão temas como o estresse térmico no ambiente laboral, estratégias sindicais para a transição energética e o papel dos trabalhadores na construção de soluções sustentáveis para o Sul Global. No campo, a CONTAG destacará a agricultura familiar como base da soberania alimentar e pilar do desenvolvimento sustentável.
Agenda Temática da COP30 — Pavilhão Brasil
10 e 11 de novembro: Adaptação, Cidades, Infraestrutura, Água, Resíduos, Governos Locais, Bioeconomia, Economia Circular, Ciência, Tecnologia e Inteligência Artificial. Lançam as bases para a prontidão e a resiliência climática em todos os sistemas e regiões.
12 e 13 de novembro: Saúde, Empregos, Educação, Cultura, Justiça e Direitos Humanos, Integridade da Informação e Trabalhadores. Nesses dias será introduzido o Balanço Ético Global, reforçando a responsabilidade moral e a equidade na governança climática.
14 e 15 de novembro: Energia, Indústria, Transporte, Comércio, Finanças, Mercados de Carbono e Gases não CO₂. Debates focados na transformação dos sistemas produtivos e na transição ordenada e justa dos combustíveis fósseis.
17 e 18 de novembro: Florestas, Oceanos e Biodiversidade. Ênfase na gestão planetária e comunitária, com destaque para povos indígenas, comunidades locais, juventudes e pequenos empreendedores.
19 e 20 de novembro: Alimentação, Agricultura e Equidade. Temas como agricultura familiar, segurança alimentar, pesca, mulheres, gênero, população negra e turismo, conectando justiça social e sustentabilidade.
Fora dos espaços oficiais, o sindicalismo também marcará presença na Cúpula dos Povos, realizada na Universidade Federal do Pará (UFPA), onde movimentos sociais, sindicatos e comunidades tradicionais irão trocar experiências e apresentar a carta política da Amazônia à presidência da conferência.
Para além da COP30, as entidades defendem que a Agenda de Ação Climática se consolide como uma política permanente dos Estados, com participação social efetiva. “É preciso transformar compromissos em práticas de Estado, com governança democrática e inclusão social”, afirmam em nota conjunta.
Em Belém, os trabalhadores pretendem provar que a transição ecológica precisa ser humana antes de ser tecnológica. E que um futuro verde só será possível se for, também, um futuro de igualdade e dignidade.
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