quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Mulheres trabalhadoras marcam presença na 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres

Na 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, Fernanda do Nelsão se somou às delegadas da Força Sindical e dialogou com ministras e lideranças nacionais. Sua trajetória como ex-vereadora e assessora sindical reforça a projeção de novas lideranças femininas no Paraná

Por Ronald Stresser | Sulpost

 
As representantes da RMC com a ministra Gleisi Hoffmann: Bruna Ravena - Casa de Malhu, ⁠Zeila Plath - Presidente Conselho Municipal de Campo Largo, Renata Borges - Casa de Malhu, Jaqueline Wroblewski - Prefeitura de Araucária, Renata Carneiro - Prefeitura Municipal de Curitiba e  Fernanda do Nelsão - Assessora da Força Sindical PR, marcaram presença na 5ª CNPM, em Brasília - Divulgação
 

O último dia da 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres foi marcado por emoção, diversidade e a reafirmação de que nenhuma voz será calada. No Centro de Convenções Internacional do Brasil, em Brasília, quase 4 mil delegadas cantaram em coro “Maria, Maria”, de Milton Nascimento, transformando a canção em hino de força e resiliência. Entre elas, trabalhadoras da Força Sindical levaram as demandas das mulheres do chão de fábrica, da indústria e dos sindicatos.

Fernanda do Nelsão, assessora sindical da Força Sindical Paraná e ex-vereadora de Campo Largo, teve papel de destaque ao dialogar com lideranças nacionais como a ministra Gleisi Hoffmann e a ministra das Mulheres, Márcia Lopes. Sua presença em Brasília foi além da representação sindical: simbolizou a construção de uma ponte entre as mulheres metalúrgicas, as comunidades locais e os grandes debates nacionais.

Para muitas delegadas, a trajetória de Fernanda traduz o que é ser mulher trabalhadora, resistente e projetada para ocupar espaços cada vez maiores na política e na vida pública do Paraná.

A força das delegadas trabalhadoras

A presença das delegadas ligadas à Força Sindical foi marcante. Representantes de diferentes estados estiveram em Brasília: Maria Auxiliadora (Secretária da Mulher), Alsira (Metalúrgicos de São Paulo), Ilca (Metalúrgicos de Santo André e Mauá), além de outras lideranças locais como Bruna Ravena, Zeila Plath (Conselho Municipal de Campo Largo), Renata Borges, Jaqueline Wroblewski (Prefeitura de Araucária), Renata Carneiro (Prefeitura de Curitiba) e Fernanda Queiroz, a “Fernanda do Nelsão”, assessora da Força Sindical Paraná. Todas se uniram para mostrar que a pauta das mulheres trabalhadoras precisa estar no centro das políticas públicas.

Mulheridades: um Brasil plural

Ao longo de três dias, a conferência deu visibilidade ao conceito de “mulheridades”, reforçando que a luta feminina é diversa e múltipla. Mulheres negras, indígenas, quilombolas, com deficiência, LGBTs, ciganas, migrantes e refugiadas se reuniram com mães atípicas, trabalhadoras urbanas e rurais, jovens e idosas, todas trazendo suas próprias experiências. Cada relato, uma realidade. Cada bandeira, um chamado à inclusão.

Como destacou a indígena baiana Magna Caibé: “A violência não é cultural. Nossa cultura é a nossa ancestralidade, são nossas tradições. A mulher indígena não está acostumada a ser violentada.” Da mesma forma, trabalhadoras com deficiência denunciaram o capacitismo, enquanto mulheres negras reforçaram que o racismo estrutural ainda reflete na desigualdade salarial — chegando a ser 50% menor em relação a homens brancos.

A voz da ministra e o recado às metalúrgicas

Em vídeo gravado durante o encontro, a ministra das Mulheres, Márcia Lopes, dirigiu-se diretamente às mulheres metalúrgicas de Curitiba:

“As mulheres metalúrgicas de Curitiba, eu mando um grande abraço. Que vocês continuem unidas na luta, mobilizadas pelos direitos das mulheres, com nenhuma violência contra as mulheres.”
— Ministra das Mulheres, Márcia Lopes

A declaração foi recebida com entusiasmo pelas delegadas paranaenses da Força Sindical, que se sentiram reconhecidas em suas lutas históricas. Para muitas delas, o recado da ministra simboliza a valorização da luta sindical feminina e reforça o papel da classe trabalhadora na construção de um país mais justo.

 

Gleisi, possível senadora em 2026

Outra presença marcante no encontro foi a da ministra Gleisi Hoffmann, que já foi senadora e hoje ocupa papel de destaque no governo federal. Gleisi, eleita deputada federal pelo Paraná, conhece de perto os desafios de implantar e consolidar políticas públicas voltadas às mulheres em um país onde o machismo ainda dita desigualdades profundas. Ao lado de delegadas da Força Sindical, entre elas Fernanda do Nelsão, sua presença em Brasília ganhou um peso simbólico: mostrou que o Paraná também ecoa na luta nacional.

Nos corredores da conferência, o nome de Gleisi chegou a ser lembrado por participantes do Sul do Brasil como possível referência para a disputa ao Senado em 2026, já que até o momento o estado natal da ministra não tem nenhuma pré-candidata progressista posta. Mais do que projeções eleitorais, porém, sua participação reforçou o compromisso de que as vozes femininas precisam seguir cada vez mais fortes nos espaços de poder.

 
A presença da ministra Gleisi Hoffmann, na selfie ao lado da Fernanda do Nelsão, simbolizou a força das mulheres paranaenses na conferência. Mais do que um encontro, foi o retrato da resistência feminina diante de uma sociedade ainda marcada pelo machismo - Fernanda Queiroz

Deliberações e continuidade

No encerramento, as delegadas votaram propostas que irão compor o Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, orientando o governo federal nos próximos anos. O enfrentamento à violência de gênero, a igualdade salarial, a participação em espaços de poder, políticas de cuidado e o fortalecimento da democracia foram reafirmados como prioridades.

Para a ministra Márcia Lopes, a conferência não se encerra em Brasília: “Apesar de concluir a 5ª Conferência Nacional de Política para as Mulheres, que a gente entenda e tenha consciência que esta conferência não acaba aqui, não acaba hoje. Ela tem que continuar até o início da realização da 6ª Conferência Nacional.”

Um grito coletivo

Ao final, a sensação foi de que cada voz somou-se a uma corrente maior. Como disse a conferencista Francine Gagliotti, de São Paulo: “Espero que as políticas aprovadas cheguem também às mulheres que não puderam estar aqui, aquelas que trabalham 8, 12 horas por dia e sobrevivem sem descanso. Estamos aqui para defender também essas mulheres.”

Da canção “Maria, Maria” às falas de mulheres de todo o país, Brasília foi palco de um grito coletivo contra a violência, a exclusão e as desigualdades. Um grito pela democracia e pela dignidade. As delegadas da Força Sindical, lado a lado com tantas outras, mostraram que a força da mulher trabalhadora segue sendo coluna vertebral na luta por um Brasil mais igualitário.

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