No banheiro do Barbaran: noite de convívio que virou cena de horror — pai de família baleado por policial civil de folga em bar tradicional de Curitiba
Por Ronald Stresser — Sulpost
Era para ser uma sexta-feira de lembranças e conversa — um bar cheio de mesas onde histórias antigas se encostam umas nas outras. Por volta das 20h do dia 26 de setembro, no Barbaran (Barbaran Ucrânia), na Alameda Augusto Stelfeld, uma discussão escalou e um dia de convívio transformou-se em pânico: um homem de cerca de 50 anos foi atingido por disparos dentro do banheiro do estabelecimento e permanece internado em estado grave no Hospital Evangélico.
O episódio
Testemunhas e relatos nas redes apontam que a confusão começou no interior do banheiro e evoluiu rapidamente. Segundo as primeiras apurações, o disparo que atingiu a vítima foi efetuado por um policial civil que estava de folga. O tiro acertou o tórax da vítima; socorristas prestaram atendimento e a vítima foi levada em estado grave ao hospital. O policial também recebeu atendimento — apresentava ferimentos no rosto — e foi posteriormente encaminhado ao Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), onde o caso segue em investigação.
Vozes que doem
A notícia ganhou tom pessoal nas redes. Felipe Honorato, sobrinho da vítima, publicou um pedido de orações e afirmou que o tio teria sido atingido por dois disparos nas costas — um relato que transforma estatística em rosto, em família, em aflição. “Orem pela vida do meu tio”, escreveu. Palavras assim lembram que, por trás da manchete, há um homem, parentes e uma rotina interrompida.
O dono do bar
Igor Baran, proprietário do Barbaran, falou sobre a tristeza do episódio: “É um espaço para todos se divertirem, nunca temos brigas, tanto que nem trabalhamos com seguranças. É um lugar familiar e, infelizmente, pela responsabilidade de um, tivemos que fechar a casa. É profundamente triste.” A decisão de fechar temporariamente a casa ecoa o choque de funcionários, clientes e da vizinhança.
Reação do setor
O presidente da Associação de Bares, Restaurantes e Casas Noturnas (Abrabar), Fábio Aguayo, comentou o episódio e enfatizou a necessidade de responsabilidade no uso de armas, mesmo por profissionais de segurança quando estão fora de serviço: “É inadmissível que pessoas que têm responsabilidade e armas de fogo não tenham consciência que isso possa acarretar situações sérias e graves.”
O que a investigação precisa esclarecer
- Como a discussão dentro do banheiro evoluiu para o uso de arma de fogo;
- Se o policial estava sob efeito de substâncias e qual a origem da arma utilizada;
- Sequência de disparos: quantos foram efetuados e em que direção;
- Depoimentos de testemunhas, imagens internas e laudos periciais que confirmem a cronologia dos fatos.
Perícias e depoimentos serão determinantes para apurar responsabilidades. Até que laudos e notas oficiais da Polícia Civil e do hospital sejam divulgados, seguem abertas perguntas que desafiam conclusões apressadas: houve legítima defesa? Ou um excesso que só agravou uma noite que deveria ser de convívio?
A dor que resta
Bares como o Barbaran carregam memórias — aniversários, conversas, colegas de trabalho que se encontram depois da jornada. Quando o ruído de um disparo corta essa trama, a cidade perde não só uma noite, mas uma sensação de retorno seguro ao lar. A tragédia atinge o homem ferido, mas também os invisíveis: a garçonete que testemunhou, o dono que fechou as portas, os filhos que aguardam notícias.
Resumo do que foi verificado nas últimas 24 horas
- Ocorrência na noite de 26/09/2025, no Barbaran (Barbaran Ucrânia), Alameda Augusto Stelfeld, Curitiba.
- Vítima: homem de aproximadamente 50 anos, socorrido em estado grave e internado no Hospital Evangélico.
- Autor dos disparos: policial civil que estava de folga; policial também foi atendido e levado para investigação.
- Família: sobrinho da vítima pediu orações nas redes e afirmou que foram dois disparos pelas costas.
- Proprietário do bar (Igor Baran) e Abrabar pediram apuração e atenção ao uso responsável de armas.
A redação do Sulpost continuará acompanhando a investigação e atualizando esta matéria assim que a Polícia Civil, a corregedoria e o hospital emitirem comunicados oficiais. Se você presenciou o ocorrido, tem imagens ou informações que possam colaborar com a apuração, entre em contato: sulpost@outlook.com.br ou pelo WhatsApp da redação (41) 99281-4340.
Fontes consultadas: apuração local, relatos de familiares e notas de autoridades. (Levantamento realizado antes da publicação; a matéria será atualizada conforme novas confirmações oficiais).
Contato da redação: sulpost@outlook.com.br — WhatsApp: (41) 99281-4340.
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