Trabalhadores da Maringá Soldas entram em greve por falta de pagamento da PLR
Por Ronald Stresser – Sulpost
Na manhã desta sexta-feira, 22 de agosto, o portão da Maringá Soldas, na Cidade Industrial de Curitiba, foi tomado por vozes que ecoavam um grito comum: “queremos respeito!”. Os trabalhadores da empresa decidiram paralisar suas atividades e entrar em greve, após a companhia não cumprir o pagamento da primeira parcela da Participação nos Lucros e Resultados (PLR).
A cena foi marcada por indignação e unidade. À frente da mobilização, o dirigente sindical Nelsão, da Força Sindical, esteve na porta de fábrica, conduzindo uma assembleia que simbolizou o cansaço da categoria diante das promessas descumpridas. O encontro definiu segundo turno de assembleia para segunda-feira, 25 de agosto, quando serão deliberados os próximos passos do movimento.
Um impasse que já vinha de longe
A greve desta sexta não surgiu do nada. Em 4 de julho de 2025, os metalúrgicos da Maringá Soldas já haviam rejeitado a proposta de PLR apresentada pela empresa, considerada insuficiente e desrespeitosa frente às reivindicações da categoria.
Greve 2025 — o que está em jogo
- Motivo: reprovação da proposta de PLR apresentada pela empresa.
- Proposta da empresa: R$ 5.000,00, com R$ 3.000,00 de adiantamento em agosto e o restante em março de 2026.
- Proposta dos trabalhadores: R$ 8.000,00 de PLR, com R$ 4.000,00 de adiantamento.
- Outras exigências: aumento salarial de 3% acima da inflação (INPC) a partir de 1º de dezembro e vale-mercado de R$ 1.300,00.
- Ação da categoria: mediação do SMC e prazo dado à empresa para nova negociação.
Voz do chão de fábrica
Para muitos funcionários, a luta não é apenas por números, mas por dignidade. “A PLR é fruto do suor de cada um que faz essa empresa rodar. Não é favor, é direito. E direito se cumpre”, resumiu um trabalhador durante a assembleia.
Memória de luta
Essa não é a primeira vez que os metalúrgicos da Maringá Soldas recorrem à paralisação. Em 2023, a empresa enfrentou 16 dias de greve, um movimento que também obrigou a abertura de negociações após desgaste entre patrões e empregados, conforme o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC).
Próximos passos
Com a nova assembleia marcada para segunda-feira (25/08), o clima é de expectativa e firmeza. Até lá, as máquinas da Maringá Soldas devem permanecer em silêncio — um silêncio que fala alto sobre a força de quem transforma indignação em organização coletiva.
Fontes
- Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC).
- Assembleia realizada na porta de fábrica em 22/08/2025, com presença de Nelsão (Força Sindical).
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