quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Glicowatch é proibido no Brasil

Anvisa proíbe relógio que prometia medir glicose e pressão: “Falsa segurança pode custar a saúde”

Por Ronald Stresser | Sulpost
 
 

Imagine confiar sua saúde a um relógio. Um toque no pulso, uma leitura rápida e a promessa de que tudo está sob controle. Foi com essa esperança que muitos brasileiros compraram o Glicowatch, um smartwatch anunciado como capaz de monitorar a taxa de glicose no sangue e a pressão arterial — duas informações cruciais para quem convive com doenças crônicas como diabetes e hipertensão.

Mas a realidade é mais dura do que a promessa. E essa semana, veio o alerta oficial: a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu, nesta segunda-feira (4), a comercialização, distribuição, propaganda, importação e uso do Glicowatch. Segundo o órgão, não há qualquer comprovação científica de que o dispositivo realmente funcione como prometido.

A decisão atinge diretamente a empresa GWF Negócios Digitais Ltda., responsável pela venda do aparelho em plataformas online. O relógio vinha sendo divulgado como solução tecnológica para o controle de doenças graves — mas sem a devida certificação e sem passar por estudos clínicos que garantissem sua eficácia.

Quando a tecnologia engana

Não é de hoje que o avanço dos dispositivos vestíveis (os chamados wearables) seduz a população. Muitos medem frequência cardíaca, ritmo respiratório e até padrões de sono. Tudo bem até aí. São funções consideradas de uso não exclusivamente médico, por isso não exigem registro sanitário.

O problema começa quando há promessas de diagnóstico ou tratamento de doenças. E o Glicowatch cruzou essa linha.

A Anvisa alerta: aparelhos sem registro não garantem qualidade nem segurança. Pior — podem induzir ao erro. Aferições imprecisas, quando levadas a sério por quem não tem conhecimento técnico, podem resultar em diagnósticos falhos, decisões erradas e, no limite, colocar vidas em risco.

“Trata-se de uma falsa sensação de segurança”, afirma o comunicado da agência. Em outras palavras: confiar cegamente no que o relógio diz pode levar o paciente a negligenciar sintomas reais, a ajustar medicação por conta própria ou a não procurar um profissional de saúde quando necessário.

Saúde é coisa séria

A proibição é mais do que uma medida técnica. É um recado direto para o mercado e para os consumidores. Saúde não é jogo. Produtos que prometem controlar doenças precisam passar por rigorosos testes antes de chegar ao público. É o que garante que funcionem — e que não façam mal.

A agência reforça que a população deve desconfiar de produtos que oferecem soluções milagrosas e que não tenham autorização da Anvisa. Para denunciar dispositivos irregulares, o caminho é simples: basta acessar o site oficial da agência:

gov.br/anvisa

Tecnologia enganosa

O Glicowatch chegou ao mercado com uma promessa tentadora. Mas não basta parecer útil — é preciso ser seguro. E, no fim das contas, o barato pode sair caro.

A tecnologia pode ser aliada da saúde, sim. Mas sem atalhos. E sem riscos desnecessários. Afinal, por trás de cada pulso que carrega um relógio inteligente, há uma vida que merece respeito.

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