Selo Clima Paraná vai reconhecer boas ações ambientais

Selo Clima Paraná: municípios do Estado têm a chance de transformar boas ações ambientais em reconhecimento estadual

Por Ronald Stresser| Sulpost

 

Selo Clima Paraná, inscrições até 30 de julho - Patryck Madeira/Arquivo/Sedest-PR

 

No Paraná, assim como em todo o mundo, pequenas e grandes cidades enfrentam, à sua maneira, os desafios do nosso tempo: enchentes que chegam mais cedo, secas que duram mais, o calor que aperta e a natureza que dá sinais de exaustão. Mas em meio a tudo isso, surge por aqui uma oportunidade de reconhecimento e incentivo para quem está fazendo diferente — ou melhor, fazendo melhor.

O Selo Clima Paraná, promovido anualmente pela Secretaria de Desenvolvimento Sustentável (Sedest), abriu inscrições para sua edição de 2025. E os municípios paranaenses, mais do que nunca, estão convidados a mostrar ao mundo que é possível agir localmente para enfrentar um problema global.

A premiação reconhece práticas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas e, desde 2024, conta com uma categoria exclusiva para as iniciativas ambientais desenvolvidas pelas cidades. Uma conquista importante para os municípios, que por tanto tempo foram protagonistas silenciosos na linha de frente da sustentabilidade.

“A participação no prêmio é uma grande oportunidade para os municípios do Estado. Ao conquistar o Selo Clima, a cidade mostra um compromisso com a sustentabilidade, atrai parcerias e fortalece a imagem em relação aos desafios climáticos”, afirma Walquíria Biscaia, coordenadora de Ação Climática e Relações Internacionais da Sedest.

Com inscrições abertas até o dia 30 de julho pela página oficial do Selo Clima, a iniciativa carrega mais do que um certificado: ela representa um pacto público com a vida, com o futuro e com a responsabilidade coletiva.

Quando o reconhecimento vem da raiz

Em 2024, 13 municípios foram homenageados com o Selo Clima Paraná – Cidades. Os projetos que os colocaram nesse seleto grupo revelam a força de gestões locais comprometidas com o meio ambiente. Em Santa Terezinha de Itaipu, por exemplo, a recuperação de nascentes e o reflorestamento de áreas degradadas resgataram a vida onde antes só havia poeira e erosão. Em Araucária, a educação ambiental virou política pública: crianças aprendem desde cedo que lixo se separa, água se preserva, e árvores também são morada.

Maringá, com seu histórico de urbanismo verde, fortaleceu programas de reciclagem e compostagem, criando uma cadeia sustentável que gera renda e consciência. Já em Assis Chateaubriand, a saúde pública encontrou no meio ambiente uma aliada, com ampliação de campanhas de vacinação em áreas de vulnerabilidade e mutirões de saneamento básico.

São gestos locais que, juntos, desenham um novo mapa climático para o Paraná.

Cidades como agentes de mudança

A valorização das ações municipais é mais do que justa — é estratégica. Afinal, é no dia a dia das cidades que se molda o impacto real das políticas ambientais. É na roça que se decide se vai ter queimada ou agroecologia, é na escola que se forma o futuro cidadão consciente, é no aterro ou na usina de reciclagem que o destino do resíduo é selado. Quando uma cidade é reconhecida com o Selo Clima, ela não só ganha visibilidade: ela inspira.

“As cidades são as primeiras a sentir os efeitos das mudanças climáticas. Valorizá-las por suas iniciativas é um estímulo para que mais gestores públicos compreendam a urgência do agora”, pontua Walquíria Biscaia.

A metodologia do selo é baseada em referências internacionais, como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU e as campanhas globais Race to Zero e Race to Resilience. Desde sua criação em 2015, já foram condecoradas 495 organizações, e só em 2024, mais de 185 participantes receberam a certificação.

Como funciona?

As inscrições do Selo Clima são divididas em três categorias: organizações privadas, órgãos públicos e municípios — esses últimos concorrendo pela modalidade Selo Clima Paraná – Cidades. Todos os participantes passam por uma avaliação técnica rigorosa, com foco nos resultados alcançados no ano anterior. No caso de empresas e órgãos públicos, a pontuação define sua colocação nas categorias A, B, C ou D, com base em critérios como redução de emissões de gases de efeito estufa, uso responsável da água e inovação em práticas sustentáveis.

Já os municípios têm a chance de mostrar suas boas práticas de forma ampla, abrangendo desde ações ambientais até políticas públicas integradas com saúde, educação e inclusão social. E o reconhecimento não vem apenas na forma de certificado: o Selo abre portas para parcerias, atrai investimentos e fortalece a identidade ambiental da cidade.

Um prêmio, muitos futuros

Em tempos em que a crise climática já não é mais uma previsão, mas uma realidade sentida na pele, no bolso e no campo, cada gesto importa. E quando esses gestos são reconhecidos, eles se multiplicam.

O Selo Clima Paraná não é apenas um prêmio. É um símbolo de que há outro caminho — um caminho em que a política se alinha com a ciência, a gestão pública se conecta com o planeta, e o desenvolvimento respeita os limites da Terra.

As inscrições seguem até o dia 30 de julho de 2025. E, quem sabe, este não seja o ano em que a sua cidade será reconhecida por fazer parte da mudança?

Para saber mais ou inscrever sua cidade, acesse: www.sedest.pr.gov.br/SeloClima

📍Com informações da AEN do Paraná Edição: Sulpost, jornalismo com alma e propósito