quinta-feira, 17 de julho de 2025

Patriotismo à prova: é hora de defender o que é nosso! Trump ataca o Pix e a 25 de Março

Trump não sabe perder e agora mira o Pix e a 25 de Março: quando o Brasil vence, vira alvo dos que não aceitam que não somos puxadinho nem casa da mãe Joana 

Editorial, por Ronald Stresser | Sulpost
 
 

No coração pulsante do comércio popular do centro de São Paulo, entre portas de loja e calçadas apinhadas de produtos, vitrines improvisadas e o burburinho de sotaques de todos os cantos do país — e do mundo — encontramos o que talvez seja o maior shopping center a céu aberto das Américas.

Uma rua onde o comércio corre nas veias de muitas gentes, numa das maiores demonstrações da criatividade e da resistência brasileira: a Rua 25 de Março. Mais do que um centro comercial, ela é símbolo de um Brasil trabalhador, informal em muitos aspectos, mas profundamente real.

É ali, onde o real circula nas mãos de quem batalha por cada centavo, que se trava hoje uma guerra geopolítica disfarçada. O inimigo? Donald Trump. O motivo? A inveja do sucesso brasileiro.

Na última terça-feira (15), o governo dos Estados Unidos anunciou a abertura de uma investigação contra o Brasil por supostas práticas comerciais desleais. E, entre os alvos, dois nomes chamaram a atenção: o Pix — sistema de pagamento instantâneo, gratuito e 100% nacional — e a própria 25 de Março.

Segundo o relatório do Escritório do Representante de Comércio dos EUA, o Brasil estaria promovendo “barreiras não-tarifárias” ao priorizar o Pix em relação a soluções estrangeiras, como o WhatsApp Pay, ligado à empresa Meta, de Mark Zuckerberg, aliado político de Trump. O documento acusa ainda o país de não combater suficientemente a pirataria, mencionando diretamente a famosa rua paulistana.

Mas o que parece ser uma ação contra a pirataria ou a favor da “livre concorrência” é, na verdade, uma tentativa agressiva de proteger os interesses econômicos dos Estados Unidos — em especial, das gigantes do cartão de crédito e das plataformas digitais que perderam espaço no Brasil para uma solução mais ágil, segura, inclusiva e barata: o Pix.

Pix: um sistema feito pelo povo, para o povo

O Pix é uma invenção brasileira. Começou a ser desenhado ainda em 2018, no governo Michel Temer, ganhou tração com milhões de brasileiros durante a pandemia no governo Bolsonaro, e hoje segue em expansão sob o governo Lula. É a síntese do que o Brasil pode criar quando deixa os intermediários de lado e escuta as necessidades reais do seu povo.

Em 2024, o Pix movimentou impressionantes R$ 26,4 trilhões. Tornou-se sinônimo de liberdade financeira para milhões de brasileiros. De faxineiras a feirantes, de pedreiros a vendedores online — todos ganharam um meio prático, gratuito e imediato de fazer e receber pagamentos. Uma revolução silenciosa, mas poderosa.

Agora, com o lançamento do Pix Parcelado previsto para setembro, o sistema começa a ameaçar diretamente o domínio das operadoras de cartão de crédito — em sua maioria, norte-americanas. Isso incomoda. E muito.

A economista Cristina Helena Mello, da PUC-SP, é categórica: “O Pix escapava da regulação dos sistemas estrangeiros. Ele integrou os brasileiros ao sistema financeiro legal e, ainda por cima, começou a funcionar como uma alternativa ao dólar em transações internacionais. Isso fere interesses econômicos e estratégicos dos EUA”.

Trump ataca, Eduardo Bolsonaro silencia

O presidente Donald Trump, novamente no poder, decidiu transformar o Brasil em inimigo comercial. Mas o mais grave talvez não seja o ataque vindo de fora — e sim o silêncio cúmplice vindo de dentro. Eduardo Bolsonaro, deputado federal e filho do ex-presidente, vive nos Estados Unidos e, segundo fontes diplomáticas, estaria atuando nos bastidores em favor da ofensiva americana.

Enquanto Trump age em nome dos interesses dos seus — por mais questionáveis que sejam — há brasileiros dispostos a fazer lobby contra o próprio país. É o caso de Eduardo, que se cala diante da investigação e prefere alimentar alianças internacionais que pouco ou nada se importam com o futuro do Brasil.

A 25 de Março responde: “não aceitamos ser bode expiatório”

Alvo direto do relatório americano, a Rua 25 de Março não ficou calada. Em nota oficial, divulgada nesta quarta-feira (16), a União dos Lojistas da 25 de Março repudiou as acusações e afirmou que o comércio ilegal existe, sim, mas é pontual — e combatido com frequência pelos órgãos competentes.

“Esses casos não representam a imensa maioria dos lojistas da região, que atuam de forma legal e transparente. Ressaltamos que estes produtos comercializados na região são importados principalmente da China, e não possuem qualquer relação com os Estados Unidos”, diz a nota.

A entidade destacou ainda que a região abriga mais de 3 mil estabelecimentos formais, que geram empregos, pagam impostos e ajudam a movimentar a economia de maneira honesta.

O próprio Anuário da Falsificação da ABCF mostra que o Brasil tem feito sua parte. De janeiro de 2024 a janeiro de 2025, foram 1.587 operações policiais contra a pirataria em todo o país, com envolvimento da Polícia Federal, Receita Federal e demais forças de segurança. O problema existe, mas está longe de ser negligenciado.

Chamado à defesa da nossa soberania

O que está em jogo, no fim das contas, é o orgulho nacional. O Pix representa o que temos de melhor: inovação, inclusão, liberdade. A 25 de Março representa o espírito empreendedor do brasileiro. E ambos, agora, estão sob ataque de um país que se incomoda com a autonomia do outro.

Não podemos aceitar que um sistema criado para os brasileiros seja tratado como ameaça. Tampouco devemos permitir que um dos maiores polos comerciais do país seja reduzido a estereótipos por interesses geopolíticos estrangeiros.

Enquanto Trump joga para sua plateia eleitoral e Eduardo Bolsonaro articula silenciosamente nos bastidores, cabe a nós, brasileiros, nos unirmos. Em defesa do Pix. Em defesa da nossa soberania econômica. Em defesa do Brasil que trabalha, cria e inova — e que não precisa pedir licença ao império dos EUA para existir e prodperar.

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