Mais que uma usina: Itaipu vence o tempo, gera mais que a maior do mundo e ilumina o futuro não apenas com energia elétrica, mas também humana
Por Ronald Stresser | Sulpost![]() |
Eixo de uma unidade geradora da Itaipu - Foto: Alexandre Marchetti/Itaipu |
De um lado, o Brasil. Do outro, o Paraguai. Entre os dois, o rio Paraná — largo, profundo e cheio de história. E no coração desse encontro, pulsa Itaipu: mais que uma usina, uma força viva que transforma água em luz, fronteiras em laços, e engenharia em esperança.
Construída com o esforço conjunto de dois países, Itaipu Binacional nasceu do sonho ousado de domar o rio e fazer dele um aliado. Hoje, quase quatro décadas depois de sua inauguração, ela se reafirma como uma das maiores fontes de energia limpa do planeta — e, mais que isso, como a usina que mais gera energia elétrica no mundo, superando até mesmo a colossal Três Gargantas, na China, quando o que se mede é a produção real, ano após ano.
Itaipu, com seus 14.000 megawatts de potência instalada, não tem o título de "maior do mundo" em tamanho, mas ostenta algo mais valioso: constância, eficiência e compromisso com a vida.
Números contando histórias de gentes
Em 2016, enquanto a imponente Três Gargantas enfrentava desafios de regime hídrico, Itaipu quebrou recordes e produziu mais de 103 terawatts-hora (TWh) de energia — o suficiente para abastecer o Brasil inteiro por quase dois meses. E mesmo em 2023, com 83,9 TWh gerados, seguiu entre as líderes mundiais.
Mas não é só sobre números. Itaipu representa estabilidade para milhões de brasileiros e quase a totalidade dos paraguaios, que dependem dessa força silenciosa que brota das águas. Em tempos de crise energética, em que o Brasil viveu apagões e incertezas, foi Itaipu quem segurou as pontas, literalmente.
Sua energia é mais do que eletricidade. É uma forma de vida.
Energia sustentável, limpa e de baixo custo
A matriz elétrica brasileira, reconhecida internacionalmente por sua vocação renovável, encontra em Itaipu uma âncora fundamental. A energia ali gerada tem baixo custo de produção, quase zero emissão de carbono e papel essencial para equilibrar o sistema nacional nos momentos de pico.
Itaipu não é só eficiente: é ética. Numa era em que o planeta grita por soluções sustentáveis, ela responde com um rugido calmo, feito de água, tecnologia e cooperação.
Dois países, uma energia
Quando se pensa em Itaipu, é impossível não lembrar do que ela representa para o Brasil e o Paraguai. Não apenas uma construção binacional, mas uma ponte de solidariedade e respeito entre povos. São milhares de trabalhadores, engenheiros, técnicos, ambientalistas e agentes sociais que fazem dessa usina algo humano.
Sim, humano.
Porque ali se plantaram árvores, se recuperaram matas, se salvaram espécies e se educaram gerações. Ali não se gera apenas energia, mas consciência.
E o futuro?
Em um mundo que caminha para a descentralização energética, Itaipu segue atual. O que muda são as formas, não o valor da estabilidade. Enquanto fontes solar e eólica crescem — e precisam de um pulmão que mantenha o fôlego do sistema — Itaipu permanece como o coração confiável, sempre batendo.
Ela é a segurança. A retaguarda. O símbolo de que grandes obras podem, sim, coexistir com o cuidado ambiental e o desenvolvimento humano.
Uma usina, muitas vidas
Visitar Itaipu é sentir a força das águas não como ameaça, mas como promessa. É ver, no concreto da barragem, o suor de milhares de trabalhadores. É compreender que tecnologia e humanidade podem — e devem — andar juntas.
Ela já abasteceu sonhos, acendeu casas, moveu fábricas e resgatou esperanças. E continua.
Dia após dia.
Turbina após turbina.
Mais do que a maior geradora de energia do mundo, Itaipu é uma lição de como a engenharia pode ser humana, e como a energia pode, sim, vir com alma.
- Com informações de Itaipu Binacional, Agência Brasil, ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), IEEE, Ministério de Minas e Energia, Folha de S.Paulo, BBC Brasil. Edição:: Ronald Sanson Stresser Junior.
Nenhum comentário:
Postar um comentário