sexta-feira, 9 de maio de 2025

Fraude no INSS: "Bolsonaro sabia e nada fez"

Fraude no INSS: esquema ignorado por Bolsonaro é desmantelado no governo Lula, que promete devolver dinheiro aos aposentados

Por redação Sulpost. De Curitiba*

 
© Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
 

Durante anos, aposentados e pensionistas do INSS tiveram parte de seus benefícios drenados por entidades que, sob a aparência de legalidade, aplicavam descontos indevidos diretamente na folha de pagamento. O que parecia um mistério sem solução ganhou contornos de escândalo: uma fraude bilionária, com raízes em governos anteriores, veio à tona graças à atuação articulada da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Polícia Federal, fortalecida sob a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

As investigações da chamada Operação Sem Desconto revelaram uma estrutura criminosa sofisticada, forjada ao longo dos anos e alimentada por omissões e conivência. Segundo os órgãos de controle, os primeiros sinais do esquema surgiram ainda em 2019, primeiro ano da gestão de Jair Bolsonaro — justamente quando o Procon-SP enviou um ofício ao governo federal alertando sobre mais de 16 mil reclamações relativas a descontos não autorizados em benefícios do INSS. A resposta do então presidente? Nenhuma. O silêncio institucional abriu caminho para que o golpe se ampliasse.

Ao longo de seu mandato, Bolsonaro aparelhou a Polícia Federal, confessando publicamente que interviria para proteger seus familiares. A corrupção, no entanto, florescia em silêncio nos bastidores de órgãos que deveriam proteger os mais vulneráveis.

Já na gestão atual, a resposta foi imediata.Foi com a fala firme e o olhar de quem sabe da responsabilidade que carrega que o novo presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, anunciou uma medida que pode marcar um ponto de virada na história recente da Previdência Social. Ele determinou a abertura de Procedimentos Administrativos de Responsabilização (PARs) contra as entidades envolvidas no escândalo de descontos ilegais em aposentadorias e pensões. Amparado pela Lei Anticorrupção, o objetivo é claro: apontar os culpados, recuperar o dinheiro desviado e garantir que jamais se repita um abuso tão cruel contra quem já deu sua contribuição ao país.

“Estamos comprometidos em ressarcir os prejudicados e restabelecer a confiança no sistema previdenciário”, declarou Waller, dando voz ao sentimento de indignação que tomou conta do país. Por trás das cifras frias, há histórias reais — de idosos que precisaram rever gastos com remédios, de famílias que sentiram no bolso a ausência de cada centavo arrancado de forma sorrateira.

Nesse esforço, o INSS se uniu à Advocacia-Geral da União, ao Ministério da Previdência e à Dataprev para construir um plano que vá além do ressarcimento financeiro. A proposta que está sendo finalizada quer devolver também o que é invisível: o sentimento de justiça. A mensagem é contundente — o erro não foi dos aposentados, e o Estado reconhece isso.

Assim que finalizado, o plano será apresentado à Casa Civil, ao Conselho Nacional de Justiça, ao Ministério Público Federal e à Defensoria Pública da União. A intenção é clara: garantir que cada vítima desse esquema tenha direito a um recomeço digno, respaldado por um gesto concreto de reparação e respeito. Afinal, ninguém que lutou a vida inteira por um país melhor deveria passar a velhice se defendendo de golpes tolerados pelo próprio Estado

O advogado-geral da União, Jorge Messias, classificou o esquema como uma “engenharia criminosa montada durante o governo Bolsonaro”. A afirmação não é gratuita: contratos assinados durante a gestão anterior permitiram que entidades ligadas a sindicatos e associações passassem a cobrar taxas sem autorização expressa dos segurados — descumprindo, inclusive, a Medida Provisória de 2019 que exigia anuência individual para esses descontos.

Entre os nomes diretamente ligados ao escândalo está Guilherme Serrano, ex-presidente do INSS no governo Bolsonaro, exonerado recentemente do cargo de coordenador-geral de Estudos Estatísticos no Ministério da Previdência. De acordo com a Polícia Federal, Serrano participou de assembleias e assinou acordos com entidades como a Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), autorizando os descontos irregulares. Um claro conflito de interesses, aponta o inquérito.

O senador Humberto Costa, presidente do PT, foi enfático: “Bolsonaro sabia da fraude e nada fez. Lula assumiu, mandou investigar, desmontou o esquema e agora está trabalhando para devolver os recursos aos aposentados”. A ministra Gleisi Hoffmann, da Secretaria de Relações Institucionais, reforçou que a maioria esmagadora das entidades investigadas teve início ou foi fortalecida durante a gestão do ex-presidente agora inelegível.

A ofensiva contra a corrupção no INSS é parte de uma estratégia maior do governo Lula, que vem reconstruindo os órgãos de fiscalização e combate ao crime organizado. A Polícia Federal, por exemplo, vive hoje um novo ciclo, com concursos públicos abertos, autonomia operacional e investimento em cooperação transnacional. Um contraste com os quatro anos anteriores, marcados por desmonte institucional, denúncias de interferência e escândalos envolvendo ouro, joias e tráfico de influência.

A “engenharia da fraude”, como define a AGU, deixou cicatrizes profundas no tecido social — justamente entre os que mais precisam da proteção do Estado. Mas a resposta veio. Com investigação, transparência e articulação entre órgãos de controle, o governo Lula colocou luz sobre as sombras da Previdência.

O desafio agora é garantir que os recursos cheguem a quem foi lesado e que a cultura de impunidade que permitiu o avanço do esquema seja substituída por uma cultura de responsabilidade pública.

A fatura, dessa vez, será cobrada de quem lucrou com o sofrimento alheio. E, ao que tudo indica, o país não está mais disposto a aceitar que aposentadoria seja sinônimo de vulnerabilidade.

*Ronald Stresser, jornalista, 12713/PR.

Um comentário:

  1. Mentirosos, cínicos! Bolsonaro fez sim! Só que o desgoverno lulofascista anulou as medidas adotadas por Bolsonaro! Vocês são muito canalhas!

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