domingo, 18 de maio de 2025

Eder Borges na berlinda: vereador de Curitiba é alvo de três investigações

Eder Borges na mira da Câmara: o que está acontecendo com o vereador de Curitiba

Por Ronald Stresser*
 
O ex-presidente Bolsonaro e o vereador Eder Borges - Reprodução/Instagram
 

O vereador Eder Borges (PL) está enfrentando dias turbulentos na Câmara de Curitiba. Envolvido em três investigações internas, ele tenta se defender enquanto as acusações ganham força nas redes e na imprensa. Entenda, de forma clara e direta, o que está em jogo e o que pode acontecer com o político bolsonarista nos próximos dias.

1. Nepotismo? Nomeações de familiares levantam suspeitas

A principal suspeita é a de que Eder tenha beneficiado pessoas próximas com cargos públicos. Segundo reportagem do The Intercept Brasil, ele teria nomeado como chefe de gabinete uma jovem de 23 anos, filha de sua namorada, com salário de R\$ 17 mil. Ao mesmo tempo, a mãe da moça — que não tinha cargo no gabinete — participava ativamente das reuniões e atividades do mandato.

Isso pode ser considerado nepotismo (quando um político emprega parentes) e desvio de função (quando alguém exerce uma função sem estar oficialmente nomeado para ela), dois problemas sérios na vida pública.

Eder nega tudo. Diz que não tem união estável com a mãe da funcionária, que não há irregularidade e que está sendo perseguido por adversários políticos.

2. Polêmica sobre a Ku Klux Klan vira caso na Corregedoria

Outro ponto de atrito foi uma fala de Eder no plenário da Câmara, onde ele citou a Ku Klux Klan — grupo extremista norte-americano conhecido por sua história de ódio e violência contra negros — como uma "resposta dos brancos ao empoderamento dos negros que estavam se armando".

A declaração gerou revolta. A vereadora Giorgia Prates (PT) acionou a Corregedoria pedindo investigação por quebra de decoro, que é quando o parlamentar tem um comportamento considerado desrespeitoso ou impróprio para o cargo.

3. Acusação de transfobia arquivada pela Câmara, mas processo antigo ainda corre na Justiça

O terceiro caso envolvia um vídeo postado nas redes sociais do vereador. Nele, Eder criticava a inclusão de mulheres trans no Plano Municipal de Políticas para as Mulheres. O conteúdo foi visto por muitos como transfóbico — ou seja, discriminatório contra pessoas trans — e também virou alvo de representação por quebra de decoro.

Neste caso, a Corregedoria da Câmara decidiu arquivar a investigação, entendendo que não houve violação às regras da casa. Ou seja, nesse ponto, Eder foi absolvido internamente.

Porém, vale lembrar que ele ainda responde na Justiça por outro caso de transfobia, de 2021, quando atacou uma campanha da prefeitura que defendia os direitos de pessoas trans.

O que pode acontecer com Eder Borges?

As investigações em andamento podem ter diferentes desfechos. A Câmara de Curitiba pode:

  • Arquivar os casos, se entender que não houve irregularidades;
  • Aplicar uma advertência oficial (como um “puxão de orelha” público);
  • Suspender temporariamente o mandato;
  • Ou, no caso mais grave, cassá-lo, tirando definitivamente o cargo de vereador.

Tudo depende do que será apurado nos relatórios da Corregedoria. Se for considerado culpado, o caso vai para o Conselho de Ética da Câmara, que dá a palavra final.

Eder reage: “Querem me calar”

Em nota publicada no site oficial da Câmara, Eder Borges disse que não vai se intimidar e que tudo isso faz parte de uma perseguição política. “Não vão me calar”, declarou.

Ele já teve o mandato cassado uma vez, em 2022, após ser condenado por atacar o sindicato dos professores. Mas voltou ao cargo por decisão da Justiça.

Por que isso importa?

Casos como esse mostram que a política não deve ser feita “nas coxas”, como se os cargos fossem favores. Cada centavo pago a assessores vem dos impostos da população. Quando alguém abusa da função, o prejuízo é de todos.

Além disso, o que um vereador diz em público importa — e muito. Palavras têm peso, especialmente quando atingem grupos historicamente marginalizados.

Eder Borges continua no cargo, por enquanto. Mas a pressão aumenta. A cidade observa. E a democracia, como sempre, depende da nossa atenção.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Gostou?
Então contribua com qualquer valor
Use a chave PIX ou o QR Code abaixo
(Stresser Mídias Digitais - CNPJ: 49.755.235/0001-82)

Sulpost é um veículo de mídia independente e nossas publicações podem ser reproduzidas desde que citando a fonte com o link do site: https://sulpost.blogspot.com/. Sua contribuição é essencial para a continuidade do nosso trabalho.