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quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

"Velhice", por Arthur Schopenhauer




"Na velhice as paixões e os desejos extinguem-se uns após outros, à medida que os objetos dessas paixões se tornam indiferentes; a sensibilidade diminui, a força da imaginação torna-se sempre mais fraca, as imagens empalidecem, as impressões já não aderem, passam sem deixar vestígios, os dias decorrem cada vez mais rápidos, os acontecimentos perdem a sua importância, tudo se descolora. O homem acabrunhado pela idade passeia cambaleando ou repousa a um canto, não sendo mais do que a sombra, o fantasma do seu ser passado. Vem a morte, que lhe resta para destruir? Um dia a sonolência muda-se em último sono e os seus sonhos... já inquietavam Hamlet no célebre monólogo. Creio que desde esse momento sonhamos."
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Fonte: Arthur Schopenhauer, in "As Dores do Mundo": São Paulo: Martins Fontes, 2003, p. 09 - Imagem: Pixabay

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