segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

O Cortejo das Águas de Oxalá, em Olinda




Fé lava as ruas de Olinda em Cortejo das Águas de Oxalá - Na tarde deste domingo (14), as ruas de Olinda (PE) foram banhadas com as águas de Oxalá, um ritual do candomblé que já acontece há 39 anos no Sítio Histórico. O rito serve para abençoar os adeptos da religião e pedir proteção para o ano que se inicia.

A festa, celerada no 2º domingo do ano, teve início em 1979 - Paulo Uchôa/LeiaJá Imagens
O Cortejo teve início na Igreja da Sé, no Alto da Sé, às 17h, e desceu pelas ladeiras da cidade até a Igreja do Bonfim, acompanhado de baianas e batuqueiros do Afoxé Povo de Odé. Devido a reformas na igreja, o ritual da lavagem mais uma vez aconteceu na calçada da Igreja da Sé, seguido de louvações pelo resto da caminhada.

"A lavagem é um momento de renovação para o ano que começa. Tomar um banho com as águas de Oxalá é fazer uma purificação da carne", descreve Sílvio Botelho, que é artista plástico e criador dos bonecos gigantes que desfilam no carnaval de Olinda.

A união do candomblé com o catolicismo atrai todos os anos os grupos candomblecistas do Brasil inteiro, principalmente fiéis regidos de Oxalá, o orixá da paz. Tradicionalmente realizada no segundo domingo de janeiro, a festa que teve início em 1979 hoje tem uma proporção gigantesca e para os organizadores é motivo de orgulho.

"Queremos que nosso Cortejo chegue ao tamanho da Lavagem do Bonfim, na Bahia. Todos os anos arrastamos milhares de pessoas que vêm até nós em busca da lavagem para começar o ano purificado e isso nos alegra", destacou o tata Raminho de Oxóssi. 

Para Sílvio Botelho, que também é um dos organizadores do evento, a procissão é uma forma da população de adeptos do candomblé enfrentar o preconceito, a intolerância e o racismo praticado contra as expressões culturais e religiosas de matriz africana no Brasil, e como tal, as Águas de Oxalá são um espaço de resistência. A cerimônia terminou em um terreiro, que fica em Jardim Brasil 1, onde é cantado hinos para Oxalá e Xangô. (Nicole Simões)

Clique aqui e veja a galeria de fotos na postagem original do LEIA JÁ

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