Brasil em alerta: 113 notificações de intoxicação por metanol após consumo de bebidas alcoólicas
O país amanhece com um aviso que trouxe pressa às salas de emergência e inquietação às famílias: até a tarde desta sexta-feira, 3 de outubro, o Ministério da Saúde consolidou 113 notificações de intoxicação por metanol relacionadas ao consumo de bebidas alcoólicas — 11 casos confirmados e 102 em investigação.
O que mostram os números
São Paulo concentra a imensa maioria dos relatos: 101 notificações no total (11 confirmados e 90 em investigação). Outros estados começaram a registrar ocorrências — entre eles Pernambuco, Bahia, Distrito Federal, Paraná e Mato Grosso do Sul — sinalizando que o problema já deixou de ser localizado e exige coordenação nacional.
Vidas perdidas e famílias em luto
Das 113 notificações, há registro de 12 óbitos: um confirmado em São Paulo e 11 óbitos em investigação (8 em SP, 1 em PE, 1 na BA e 1 no MS). Por trás dessas estatísticas estão pessoas — nomes, lares e histórias que não deveriam terminar por um gole envenenado.
O perigo invisível do metanol
O metanol (álcool metílico) é tóxico: mesmo em quantidades pequenas, pode causar cegueira, insuficiência renal e morte. Misturado de forma ilegal a bebidas destinadas ao consumo, transforma um hábito social em tragédia. Clínicos ouvidos por reportagens descrevem quadros que, frequentemente, chegam aos hospitais já em estágio avançado — o que dificulta o tratamento e amplia o risco.
Medidas e antídotos
Para reduzir o impacto, o Ministério da Saúde, em conjunto com a Ebserh, adquiriu 4,3 mil ampolas de etanol farmacêutico — usado como antídoto — e está em processo de compra de mais 5 mil tratamentos (150 mil ampolas) para abastecer o SUS. O governo também solicitou apoio internacional para o fomepizol (medicamento considerado raro em estoque), requisitando doações e cotações à OPAS e a agências/empresas em países como Índia, EUA e Portugal.
Coordenação e vigilância
Desde 1º de outubro, foi determinada a notificação imediata de todas as suspeitas pelos estados e municípios, e foi instalada uma Sala de Situação extraordinária para monitoramento contínuo. A partir desta data, o boletim do Ministério passa a ser atualizado diariamente a partir das 17h, com dados consolidados pelo CIEVS Nacional.
Um apelo à responsabilidade coletiva
Mais do que medidas sanitárias, o episódio exige atenção comunitária: denúncias de venda de bebidas de procedência duvidosa, fiscalização mais rígida e decisões pessoais conscientes — evitar bebidas sem procedência conhecida pode salvar vidas. O barateamento clandestino não vale o risco.
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