Entre fé, sorte e política, um bruxo contemporâneo que comunica sucesso e causa frisson no meio político nacional
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| Chik Jeitoso em uma de suas transmissões ao vivo — o palco onde fé, política e entretenimento se encontram (Reprodução) |
Há figuras que nascem para atravessar os tempos: não pelos cargos ou posição social que ocupam, mas pela forma como transformam a coletividade. Chik Jeitoso, conhecido também como “o bruxo da política”, é uma dessas presenças. Nesta quinta-feira, o influenciador celebrou um marco impressionante — mais de 100 milhões de visualizações em 30 dias, somando todas as suas redes — e, com a mesma naturalidade, convocou seu público para as lives semanais, às quintas e domingos, às 21h.
Não é apenas sobre números. É sobre o que esses números fazem: costuram uma comunidade, guiam conversas e, hoje, até alimentam previsões que ecoam além do universo espiritual.
O repórter CBN mostrou esse salto — do culto de bairro, ao alcance mundial — e destacou estatísticas que impressionam: milhões de visualizações, comentários e compartilhamentos em ciclos frenéticos de um mês.
Mas é na fala do próprio Chik que se encontra a matéria-prima mais inquietante em matéria de eleições 2026: ele prevê que Ratinho Júnior será eleito presidente da República, derrotando Lula no segundo turno. É uma previsão que, lançada em alto volume no digital, já reverbera no campo político — porque, quando uma voz movimenta multidões, ela altera percepções, agendas e, por vezes, estratégias. Reportagens e perfis que acompanharam o fenômeno registram seus números e suas afirmações, mostrando como o místico ganha lugar de influenciador político.
O que nos interessa aqui não é crer ou desacreditar: é compreender que, na era das redes, o poder simbólico é o combustível das multidões. Pessoas como Chik não apenas entretêm; elas ajudam a construir algo novo, ou revelar um desejo que já existe no imaginário popular e precisa apenas ser libertado.
O próprio Chik anuncia suas transmissões em plataformas como YouTube, Instagram, Facebook, TikTok e Kwai, onde a audiência se faz presente em massa. As lives de quinta e domingo atraem multidões, e seus perfis também disponibilizam centenas de vídeos sob demanda.
O repórter CBN também narrou outras previsões do mago Jeitoso — como a saída do bolsonarismo de determinados atores e o eventual alinhamento de nomes como Nicolas Ferreira a essa nova liderança — e que, ainda que pareçam folclóricas para uns, ocupam espaço real no debate público dos especialistas em política.
Quando uma voz é amplificada e ainda ganha eco, a responsabilidade sobre o que se diz, e sobre como isso pode influenciar decisões de voto ou percepções, cresce. O bruxo curitibano claramente tem consciência disso e parece usar seus poderes com responsabilidade.
Quando o místico cruza a área do político, a linha entre crença íntima e disputa pública se afina. Não é uma questão de negar o sagrado das experiências pessoais; é uma chamada para que cidadãos, jornalistas e plataformas acompanhem com rigor, empatia e responsabilidade o impacto que vozes massivas, como a de Chik Jeitoso, têm na vida do cidadão e da cidadã comum.
Chik Jeitoso fala e o Brasil escuta — por curiosidade, fé ou entretenimento. Cabe a todos nós ouvir também com cuidado, distinguir relato de previsão, e lembrar: numa democracia, o que mais pesa no fim das contas são as escolhas conscientes de cada eleitor.
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