Asfalto como pista de aterrisagem o pouso improvável que transformou a Régis Bittencourt em demonstração de perícia
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Perícia do piloto e atenção dos caminhoneiros, garante pouso foi seguro - FAB |
Às margens da BR-116, onde histórias nascem e se multiplicam nos balcões das paradas de caminhões, aconteceu mais um desses episódios que o brasileiro conta como se repetisse: um monomotor — com o motor em pane — transformou a estrada em pista improvisada e, por conta da habilidade do piloto, saiu dali sem feridos. Foi às 15h de ontem, domingo (28), na altura do km 314,4, no trecho de Juquitiba (SP). O destino, por algumas dezenas de minutos, foi a faixa sul, sentido Curitiba.
Técnica, calma e decisão
O piloto, diante do súbito problema mecânico, tomou a decisão que separa quem improvisa do que apenas tenta: avaliou altitude, vento e extensão da rodovia e conduziu a aeronave com precisão até superfície de asfalto mais segura que encontrou. Não houve explosão, não houve fogo — houve, isso sim, uma aterrissagem limpa, que descansou no asfalto o que poderia ter sido tragédia.
Resgate e logística: equipes que trabalharam como orquestra
Em minutos, o Corpo de Bombeiros e a Polícia Rodoviária Federal estavam no local. Equipes da concessionária Arteris Régis Bittencourt isolaram a faixa direita e o acostamento; técnicos avaliaram risco de vazamento e, constatado o risco mínimo, direcionaram a operação de remoção da aeronave para liberar o fluxo. Assim que a máquina foi retirada, o país voltou a sua rotina — caminhões retomaram a marcha, e a BR-116 reabsorveu o seu tráfego como se nada tivesse acontecido — exceto pelas histórias que começariam a circular nos postos até a próxima parada.
O que fica além do susto
A paisagem humana dessa cena é o que mais impressiona: motoristas reduzindo a velocidade, passageiros olhando pela janela, o som dos motores se misturando ao alívio coletivo. Em rodovias que cruzam sertões, serras e grandes metrópoles, sabe-se que o improvável faz parte da viagem — e que, muitas vezes, a perícia humana é a última linha de defesa entre o cotidiano e o desastre.
Contexto e responsabilidade
Investigações sobre a causa direta da pane seguirão pelos canais competentes, como rotina em situações aéreas. Trata-se de procedimento importante: entender o que falhou para evitar que se repita. Mas, antes disso, fica o reconhecimento: técnicas bem aplicadas, comunicação rápida entre pilotos e controle, e o pronto atendimento das equipes de solo fizeram a diferença.
Nas palavras do asfalto
Não há depoimentos oficiais de testemunhas aqui reproduzidos sem autorização, mas há sempre quem diga — nos pontos de parada e nos grupos de estrada — que o país aprendeu a contar histórias de sobrevivência com a mesma naturalidade com que troca uma garrafa d'água: com respeito e um toque de orgulho pela habilidade que salvou vidas. Essa memória coletiva é o que mantém vivo o aprendizado entre pilotos, rodoviários e passageiros.
Um fim que vira lembrança
No balanço final, o pouso de 28 de setembro não deixou feridos nem vazamento de combustível, e a aeronave foi removida da pista. O episódio será recontado — nas oficinas, nas paradas e nos registos oficiais — como mais um daqueles momentos em que a precisão humana transforma perigo em história. E, enquanto isso, a Régis Bittencourt segue sendo testemunha silenciosa de um Brasil que improvisa, que age e que, sempre que possível, evita o pior.
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